Véspera de Natal
São Paulo, 24 de dezembro de 2015. 14h15
Eu tomo quetiapina e paroxetina à noite. Me fazem dormir que é uma beleza, mas também me fazem comer como se minha vida fosse acabar naquele instante.
Sem falar nos espasmos. Chego a acordar com o tranco do meu corpo sendo puxado... Poderia ser cena de filme de terror, mas são só meus músculos. Algumas pessoas tremem muito... Eu acho que preferia tremer.
A Ana me mandou mensagem esses dias contando que parou com os remédios.
Fiquei feliz, pensei que foi orientação médica. Depois ela contou que decidiu sozinha.
Eu já tentei parar com a medicação, mas depois de dois dias em crise de abstinência tremendo, ouvindo vozes, sem nenhuma noção de espaço eu preferi voltar a seguir as ordens médicas.
A Rebeca é contra. A Rebeca é contra muita coisa.
Esses dias chorei ouvindo Jorge Vercilo. Devo estar desesperada por amor!
Natais são sempre complicados para mim desde que minha avó, a mãe que me criou, fez a passagem. Me desejem sorte!
Fim do capítulo
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