Capítulo 21
As Cores do Paraíso - Capítulo 21
Assim que pisou na varanda, Gabriela foi recebida por Tobias que pulava e fazia a maior festa para ela.
-- Aí garotinho. Já estava com saudades da mana? -- Abaixou-se e coçou a barriga dele -- Vai dormir, vai - levou o cachorro até a casinha e esperou ele entrar.
A loira colocou o capacete no braço e abriu a porta. Talita estava sentada no sofá com a boca aberta e olhos arregalados.
-- Que cara é essa Tali? Parece que viu a mula sem cabeça -- riu da amiga.
Talita fazia caretas e tentava dizer algo com o olhar. Gabriela franziu o cenho para ela e olhou na direção do seu olhar.
-- Larissa? - Assustou-se com o vulto da namorada -- O que você faz escondida aí nesse canto, amor?
-- Amor? -- pegou o controle da televisão e preparou-se para jogar nela -- É muita cara de pau...
-- Não. O controle não! -- Talita berrou -- Só temos esse... não quebra, por favor.
-- Como assim só esse? Comprei três, não fazem cinco dias.
-- Pergunta para o seu cachorro delinquente. Ele é quem vive roubando controle remoto.
Larissa ameaçou jogar o objeto. Gabriela rapidamente colocou o capacete.
-- Tira esse capacete Gabriela. Quero ver a sua cara de sem vergonha -- deu alguns passos em direção a garota.
-- Não mesmo -- escondeu-se atrás da Talita -- Só se você jogar a arma no chão.
-- GABRIELA...
-- Não amor...eu tenho medo de você.
Larissa colocou o controle sobre a mesa.
-- Pronto. Agora tira o capacete.
Gabriela mesmo desconfiada tirou o capacete.
-- Quer dizer que a dona Gabriela conheceu uma mulher maravilhosa? -- falou irônica -- E foi para a casa dela...
-- Verdade amor. Ela é ...
Larissa apertou os olhos, e partiu para cima dela, dando tapas em seus ombros, cabeça e beliscões pelo braço.
-- Ainda tem coragem de confirmar...
-- Foi um mal-entendido amor... -- a loira tentava se defender, mas Larissa parecia uma gata selvagem - Aiiiiii...Uiii...Taliiiii...segura elaaaa...-- colocou as mãos na cabeça e escondeu-se atrás do sofá.
-- Acalmem-se! Acalmem-se! Por favor! -- Talita intrometeu-se na briga tentando separar as duas, levou um empurrão e caiu sentada no sofá.
-- Eu não quero ficar calma! Eu quero matar ela.
-- Respira fundo amor - falou de longe -- Quando respiramos profunda e lentamente, a vida se torna calma, flui, acontece.
O olhar que Larissa deu, congelou Gabriela.
-- Mas se não quiser...deixa para lá.
-- Chega Gabi -- Talita falou séria -- Acalme-se Larissa. Escuta ela primeiro. Depois pode bater à vontade.
-- Eiiiii...menos né -- Gabriela pulou para cima do sofá.
Larissa bufou.
-- Não pense que não há crocodilos só porque a água está calma -- cruzou os braços e fez cara de brava -- Apronta e agora fica fazendo cara de coitadinha.
-- Você entendeu errado. A expressão, "mulher maravilhosa", que eu usei, serviu para mostrar a pessoa boa, educada e inteligente que ela é.
-- Eu não sou maravilhosa?
-- Nunca conheci uma pessoa tão maravilhosa, sedutora e adorável como você, amor.
-- O que você foi fazer na casa dessa mulher Gabi?
-- Ela ficou interessada em conhecer o meu trabalho. Pediu para ver o meu book, mas eu não tenho... -- falou pacientemente -- Então ela me levou até a casa dela para me ensinar a fazer um. Não vi maldade nenhuma nisso.
Larissa confiava em Gabriela, mas será que essa mulher era confiável?
-- Você vai se encontrar com ela novamente?
-- Ela vai me ajudar a fazer o book -- sorriu.
Larissa não estava gostando nada disso. A curadora interessou-se em um trabalho que sequer conhecia. Isso era muito estranho. Tem caroço nesse angu. Pensou.
-- Quando você vai reencontra-la?
-- Amanhã -- levantou e foi até a ruiva -- vou levar algumas telas para ela analisar.
Gabriela parecia tão feliz com a possibilidade da curadora se interessar por suas telas que Larissa sentiu-se tocada.
-- Vou com você -- mas não seria por isso que daria a sua menina de bandeja para a tal da curadora.
-- Tem certeza? - Gabriela estranhou o repentino interesse de Larissa.
-- Claro amor. Quero ser parte integrante do seu mundo -- puxou-a para si e beijou-a suavemente nos lábios. Afastou-se ligeiramente para olhá-la -- Você é a minha loirinha linda -- beijou-a de novo suavemente.
Gabriela devolveu-lhe o beijo e passou as mãos delicadamente pelos cabelos ruivos.
-- Me sinto a pessoa mais sortuda do mundo por ter você ao meu lado e é nesse instante que eu agradeço a Deus por ter te enviado para mim! - Fez um carinho com as pontas dos dedos no rosto da ruiva.
-- Vocês fizeram as pazes rápido demais. Não deu nem um round.
Larissa sabia que Talita estava certa. Tinha aceitado rápido demais aquela situação. Deveria ter sido mais dura, dado um gelo. Mas ficou com receio de que uma atitude mais drástica pudesse fazer com que Gabriela se aproximasse mais ainda da tal curadora. Preferiu engolir o ciúme e usar a inteligência.
No dia seguinte
As três estavam tentando preparar o café da manhã.
-- A água já está fazendo bolhinhas, amor.
-- Quanto de pó Tali?
-- Aqui no Google diz: 4 a 5 colheres (sopa) cheias para cada 1 litro de água, Lari.
-- Posso jogar a água? - Gabriela estava ansiosa, com a chaleira na mão.
-- Pode.... Não! Nãão! Nãoo! Calma! -- Talita berrou.
-- Jesus.... Quase me pelei toda, sua desequilibrada.
-- Você jogou tudo de uma vez. Aqui no Google diz: Não deixe nunca que a água caia em grande quantidade sobre o pó. Comece "regando" todo ele, evitando derramar água onde não tem pó de café, só coador.
-- Porque não falou antes? - Continuou a jogar a água - Aiiiiii...
-- O que foi amor? - Larissa correu para ajudar.
-- Aqui também diz: Não tente olhar por cima do coador porque o vapor pode queimar seu rosto!
-- Sai daí - Gabriela empurrou Talita e ficou em frente ao notebook - Vamos trocar de lugar. Agora eu dou as coordenadas e você coloca a água.
-- Vamos lá, então - Talita estalou os dedos e pegou a chaleira - Fazer café é uma arte. Próximo passo Gabi...
Depois de muitos caracoles e fdp...
-- Quem é o rei do café da manhã, Lari?
-- Não sei, amor.
-- O "reiqueijão". Passa ele...obrigada. O que é um cigarro de maconha feito com papel de jornal?
-- Não sei.
-- Um baseado em fatos reais - colocou um pedaço de pão na boca -- O que o espermatozoide falou para o óvulo?
-- Não sei - Larissa bufou.
-- Deixa eu morar com você porque a minha casa é um saco - falou de boca cheia.
-- Chega Gabi. Você está irritando a Larissa.
-- Eu estou fazendo uma tortura psicológica com ela.
-- Porque?
Larissa levantou com a caneca de café na mão e encostou-se no armário da pia.
-- Porque decretei greve de sex* por tempo indeterminado - olhou para a cara de Gabriela e segurou o riso
-- Mas, amor... -- Gabriela tentava argumentar.
-- Hã, hã! -- Larissa ergueu a mão fazendo-a se calar e continuou: Estou em greve de sex* até ter certeza que você aprendeu a lição.
-- E eu vou continuar com a minha tortura - levantou brava -- Como se faz para ganhar um Chokito?
Larissa tapou os ouvidos com as mãos.
-- É só colocar o dedito na tomadita. Ouviu? - Saiu em direção ao ateliê.
-- Hiiii... A loira está bravita.
-- Não mais que eu, Talita - a ruiva foi atrás da loira.
No ateliê, Gabriela escolhia algumas telas para Diane Blanche analisar.
-- Está empolgada? - Larissa sentou em um banco no canto da sala.
-- Estou. Finalmente um profissional vai olhar o meu trabalho - escolhia as telas e as deixava separadas em uma mesa.
-- Você sonha em ser uma grande pintora?
-- Quando Chico Xavier foi indagado sobre a pintura mediúnica, respondeu; -- "Esses trabalhos são de Evangelização através das Cores, para todos os espíritos encarnados e desencarnados".
-- É somente esse o seu objetivo?
-- São dois os objetivos principais da pintura mediúnica, o primeiro é dar uma prova da imortalidade da alma, pois como uma pessoa sem conhecimentos artísticos e que nunca frequentou uma escola de arte como eu, poderia fazer em poucos minutos obras como essas? Além do mais o material empregado nas telas é tinta a óleo que se mistura com facilidade, mas durante o transe mediúnico elas não se misturam, nem os pintores quando encarnados conseguiriam fazer o quadro com essa rapidez e sem que as tintas se misturassem, só é possível através da mediunidade.
-- Esse é o primeiro objetivo. E qual é o segundo, Gabi?
-- O segundo objetivo é transformar as obras de arte em ajuda para os necessitados, no meu caso a venda das obras serão revertidas ao trabalho com os moradores de rua e também me manter. É claro - sorriu - Para Munique, é a chance de fazer a caridade que não fez em vida.
Terminou de separar as telas e ficou alguns instantes observando a ruiva. Depois falou, num tom de voz carinhosa: -- Você é uma jóia rara. Muito preciosa, muito carinhosa, delicada e inteligente. Sabe mexer comigo.
Larissa sorriu, levantou e andou até a garota, segurando sua mão.
-- Me deixa te ajudar?
-- Você já está me ajudando. Porque sua existência ilumina a minha alma, dá vida à minha vida, dá colorido as minhas telas.
Larissa colocou a mão na nuca de Gabriela enfiando os dedos nos cabelos encaracolados da menina, e a puxou para finalmente começarem a se beijar.
Dois amigos conversam sobre as maravilhas do Oriente. Diz um deles: -- Quando completei 25 anos de casado, levei minha mulher ao Japão.
-- Não diga? -- Diz o outro -- E o que pretende fazer quando chegar aos 50 anos de casado?
-- Irei buscá-la.
Fim do capítulo
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lucy
Em: 20/01/2016
Kkkkkk essas piaditas .....hummm imagino a cara da Lari
Viiiixe a Ruiva ficou p da vida , e não vai dar mole pra
rival kkkkk ela quer verde perto e conhecer o terreno da
Inimiga....na cabeça dela, será que a Gaby despertou o
Interesse da moça ? Hummm logo Lari e eu saberemos...
E as competições entre de Maneira e Talisita ? Kkkkk já
Desistiram da Alice ? Hummm
Bjs boa a estória e bem divertida
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