Capítulo 18
As Cores do Paraíso - Capítulo 18
Talita chegou em casa com uma bolsa de compras nos braços.
-- Aonde você andava dona Talita? Levou o carro e me deixou de moto.
-- Estava na casa da Alice - colocou a bolsa sobre a mesa e começou a guardar as compras no armário e na geladeira.
-- Eu estive lá e não te vi -- Gabriela estava sentada no sofá com os dois pés em cima da mesinha.
-- Estava escutando a conversa atrás da porta -- falou na maior tranquilidade.
-- Não tem vergonha não?
-- Não - deu de ombros -- Comprei Danoninho para nós -- colocou uma bandeja em cima da mesa.
-- Lari, o que você quis dizer com: Vou fazer o que devia ter feito a muito tempo. Só não fiz por que ela tinha medo?
-- Ela estava a tempos pensando em fazer uma tatuagem, mas tinha medo. Aproveitei para convence-la agora, já que ela vive pelos cantos chorando por sua causa.
-- E então?
-- Agora ela vive pelos cantos chorando por causa da tatuagem. A Alice é tão dengosa.
-- Sabe Talita, a Alice me surpreendeu positivamente. Pensei que ela fosse ficar chateada, sentir-se traída, sei lá, coisas que sentimos ao fim de um relacionamento. Mas não. Estava até estranha. Você viu né.
-- Agradeça a minha pessoinha -- bateu com a mão no peito -- Passei a noite fazendo um trabalho psicológico com ela.
-- Que tipo de trabalho psicológico?
-- Trabalho baseado na urgência de suas necessidades instintivas e emocionais. Resumindo: Fazendo a sua caveira.
-- Eu não acredito que você fez isso, Talita -- Gabriela estava indignada.
-- Fiz a Alice ver que você não é tão guti guti como ela pensava -- pegou um Danoninho e jogou em cima da amiga -- Inclusive contei do fusca motel, das meninas de Blumenau. Que quando você dorme fica mudando de lado para evitar o lugar onde babou. Contei também que você tem um guia espiritual que fica o tempo todo atrás de você. Foi nesse momento que ela disse: "Dorme aqui em casa? Estou com medo". E te confesso, amei.
-- Eu vou te bater Talita... -- Gabriela correu atrás dela, mas parou na porta.
-- Estou atrapalhando algo?
Larissa entrou naquele momento. Ela estava linda. Os olhos verdes bem delineados com rímel e lápis preto. Sua maquiagem era leve, com uma sombra básica clarinha e batom rosa claro. O vestido era estampado, com detalhes que lembravam flores, sendo uma mistura de cores, entre branco gelo puxado para o cinza, com rosa claro e um toque de preto. O sapato de salto combinava com o vestido.
-- Está linda... - disse Gabriela, enlaçando a cintura dela.
-- Obrigado amor -- ela sorriu, lhe dando um leve selinho -- Vim te buscar para irmos para o meu apartamento -- falou a segurando pela gola da camiseta -- O que você me diz?
-- Legal. Me dá um tempo para trocar de roupa?
-- Com certeza -- afastou-se da garota para que ela fosse para o quarto.
-- Agora não existe mais nada que atrapalhe a felicidade de vocês -- Talita jogou-se no sofá.
-- Agora está perfeito...Até a Luísa foi conversar comigo e prometeu não se intrometer.
-- A Luísa é mais acessível quero ver é você se entender com a Samanta.
-- Samanta?
Quando percebeu que havia feito besteira, tentou corrigir depressa.
-- É - fez uma careta e abriu os braços -- Se ela estivesse viva, lógico...
Larissa a olhou desconfiada.
-- Prontinha bela, podemos ir -- Gabriela abraçou a ruiva por trás e beijou sua cabeça.
-- Vamos bebê.
Brasília.
Senador Davi conversava ao telefone com um de seus empregados.
-- Essa foi a melhor notícia que recebi desde a minha vitória para o senado na eleição de 2010.
-- Sabíamos que ficaria feliz senador Davi.
-- Muito, muito. Foi bem melhor do que o planejado.
-- Podemos seguir com o plano, doutor?
-- Por enquanto não. Estou preso aqui em Brasília por conta da reunião do partido com as bases aliadas que está agendada para terça da semana que vem. Para que não corramos o risco de que algo dê errado, é necessário que eu esteja aí em Recife.
-- O senhor tem razão doutor Davi. Aguardamos a ordem para agirmos. Até mais senhor.
-- Até mais.
O senador olhou pela janela de seu gabinete. De onde estava, tinha a visão da frente do palácio, da praça dos três poderes e do congresso nacional.
-- Quem poderia imaginar isso... - colocou a mão no queixo, como se coçasse e balanço a cabeça.
Talita olhou rapidamente no espelho, ajeitou os cabelos, pegou com cuidado a caixa de bombom Ferrero Rocher, em formato de coração, que estava no banco de trás e saiu do carro.
Olhou para a casa e suspirou fundo. Chegava a tremer de tão nervosa. Mirou a porta e foi...
-- Aiiiiii.... Sua desligada - esbarrou-se com alguém.
-- Desligada é você sua... Talita? - Fernanda a olhou surpresa.
-- O que você faz aqui Fê? - Talita estava surpresa e chateada.
-- O que VOCÊ faz aqui? - Deu ênfase no você - Alice é a minha amiga de anos. Vim prestar a minha solidariedade.
-- Lembrando que sempre há uma outra chance, uma outra amizade, um outro amor, uma nova força. Para todo fim um recomeço - Talita empurrou Fernanda - O que é isso aí? - Apontou para o embrulho que Fernanda segurava.
-- Bombons finos - falou de nariz empinado - Quero lhe informar que: Só existe um prazer melhor do que fazer um novo amigo, encontrar um velho.
-- Velho mesmo... - revirou os olhos - Os seus bombons são tão finos que mais parecem palito de dente. Os meus são Ferrero Rocher.
-- Se você fizesse ideia de quanto custa uma caixa desse bombom, estaria se curvando diante dele.
-- KKKK... me perdoe vossa majestade bombom fino - curvou-se diante da caixa, fazendo referência.
-- Vou tocar a campainha, já perdi tempo demais com você - Fernanda empurrou Talita para o lado.
-- Não - Talita empurrou Fernanda - Eu cheguei primeiro e vou....
-- Talita? Fernanda? - Alice abriu a porta sorridente - Ouvi vozes e vim ver quem era. Que surpresa agradável. Entre meninas.
No apartamento de Larissa.
-- Você é gay?
-- Você é sempre direta assim? - Mauricio preparava o jantar.
-- Só fiz uma pergunta. Você responde sim ou não.
-- Sim - respondeu sem tirar os olhos da panela.
-- Legal que seja assumido. Tem gente que não assume nem um peido. Vai assumir o que na vida, né? Está fazendo o que Mauricio?
-- Risoto de Bacon, alho poró e ervilhas - falou fazendo biquinho.
-- Caramba. Ultimamente sonho churrasco. Realidade: Miojo sabor picanha. Eu e minha amiga só sabemos fazer isso na cozinha.
-- Agora você vai engordar, então. Adoro cozinhar.
-- A gente vai se dar bem. Eu adoro comer.
Larissa a surpreendeu abraçando-a por trás.
-- Oi amor - Gabriela virou-se e deu um gostoso beijo na boca da ruiva.
-- Desculpe a demora. Minha mãe quando começa a falar, não para mais.
-- Tudo bem. Estava conversando com o Mauricio - cheirou o pescoço da empresaria e fechou os olhos - O cheiro da comida está uma delícia. Mas o seu perfume é.... maravilhoso
-- Então vem - puxou a garota pela mão até sala - Hoje te quero só para mim. Vamos desligar os celulares, vamos fechar a porta do quarto e esquecer o mundo lá fora. Quero te dar tudo de mim, quero que você me dê tudo de você.
Gabriela a olhava pensativa, talvez...assustada. Larissa passou a mão pelo rosto da garota. Não queria intimida-la. Nossa! Achou tão bonitinha, tão inexperiente, Amou!
-- Eu vou te mostra tudo o que me dá prazer - tocou no seu rosto com as pontas dos dedos - Nos mínimos detalhes - segurou o rosto de Gabriela entre as mãos e a beijou na boca com volúpia. Ela retribuiu na hora, sentindo o corpo estremecer.
-- A janta está servida - Mauricio as chamou de volta à terra.
-- Vem meu anjo. Você vai provar a melhor comida da cidade - sorriu carinhosa.
Gabriela apesar de insegura deu um sorriso, aquele sorriso que iluminava o mundo de Larissa e a deixava completamente sem chão.
Na casa de Alice.
A corretora estava sentada no meio das duas.
-- Que delícia!!! Obrigada vocês são uns amores - beijou as duas no rosto.
-- Estava pensando em pegarmos um cineminha. Está passando um filme lindo. Que tal? - Talita ofereceu o seu melhor sorriso. Ela também sorriu.
-- Isso mesmo - Fernanda chamou a atenção de Alice para si - Está em cartaz o filme: "A Incrível História de Adaline".
Adaline nasceu na virada do século XX. Ela tinha uma vida normal até sofrer um grave acidente de carro. Desde então, ela, milagrosamente, não consegue mais envelhecer, se tornando um ser imortal com a aparência de 29 anos. Ela vive uma existência solitária, nunca se permitindo criar laços com ninguém, para não ter seu segredo revelado. Mas ela conhece o jovem filantropo, Ellis Jones, um homem por quem pode valer a pena arriscar sua imortalidade.
Talita e Alice se olharam.
-- Me convenceram - Alice levantou - Vou me arrumar. Se quiserem beber algo, fiquem à vontade - saiu em direção ao quarto.
Talita virou-se para Fernanda.
-- Você decorou a sinopse do filme só para impressionar?
-- Na conquista vale tudo, minha cara. Até trazer lencinhos de papel - Fernanda tirou um pacotinho de lenço do bolso e mostrou para ela.
Talita revirou os olhos. O páreo vai ser duro.
"Que eu não perca a vontade de doar este enorme amor que existe em meu coração, mesmo sabendo que muitas vezes ele será submetido a provas e até rejeitado". (Chico Xavier)
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
lucy
Em: 20/01/2016
Kkkkk no comentário anterior eu ia dizer
que tinha Alice solteira e a Nanda, só não
Imaginava as duas Tali e Nanda concorrendo
ao coração da Alice kkkkkk isso vai ser engraçado
Agora a Ruiva assustou Gaby kkkkk ou não.... Sei.lá
Vou.conferir no próximo capítulo , a mulher tocha.kkkk
Gaby ficou com receio ??/acho.que.sim kkkk mas a Ruiva pode
Se surpreender com a iluminada kkm
Bjs bom de.mais....
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]