O sábado chegou lindo, o céu estava perfeito, não fazia muito calor, Layla pegou seu telefone.

- Valentim está pronto?

- Sim, to esperando você, vem logo. – Disse nervoso.

   Layla preparou seu equipamento, tinha alugado uma moto para a corrida. Pegou novamente o celular.

- Isa te pego em 30 minutos, beijo linda – Disse sorrindo.

***

   Já no local da corrida, Layla caminhou ate a arquibancada com Marisa.

- Promete que vai tomar cuidado. – Isa estava preocupada, acariciou seu rosto.

- Prometo sim, o que eu ganho por essa promessa? – Disse olhando em seus olhos.

- Você não tem jeito. – Disse isso dando um selinho doce em seus lábios. Layla achou aquele gesto tão bonito e singelo. Sentiu seu coração aquecer. (Deixou Isa e foi a procura do Valentim).

- Valentim me mostra a garota. – Disse já com o homem a sua frente.

- Aquela ali. – Apontou, Layla olhou e quase engasga, a mulher era gata, fora do normal – Layla quer um babador – Disse Tim com ar magoado.

- Calminha garanhão, eu não vou me meter com ela, nem se preocupe. Mas que ela é gata, isso é viu. E olhar não arranca pedaço – Disse rindo da cara do outro.

- Eu já fiz sua inscrição, por sorte sua moto vai ficar ao lado da dela na partida.

- Humm interessante – Riu sapeca.

- Nem se atreva – Valentim acreditava.

- Brincadeira bonitinho, está vendo aquela deusa na arquibancada. – Apontou. – Ela é minha mulher, e bem ciumenta por sinal. (Eu disse isso mesmo? Senhooooor – Layla pensava).

Valentim se sentiu aliviado, realmente a mulher era uma deusa.

- Ei bonitinho, se você olhar demais eu arranco sua piroca – Disse morrendo de rir.

- Abusada. – Valentim falou.

- Agora vamos entrar no lado serio da coisa – Layla já mudava o tom da conversa. – eu vou chegar nela pra saber como será os próximos passos. Pelo menos você seguiu meu conselho de se aproximar. Você vai ficar quietinho, não vai olhar pra gente, preste atenção a outra mulher que não seja a minha por favor – Riu. – Confie em mim, vai dar certo. – Piscou e saiu em direção a Regina.

(Layla não colocou ponto em Valentim porque iria correr, e não achava necessário nesse caso).

   O cupido foi se aproximando da sua moto, Regina já estava ao lado finalizando seu equipamento.

- Oi moça, você corre há muito tempo. – Perguntou Layla olhando pra ela.

- Sim. – Regina foi curta e grossa.

- E... – Quando Layla iria fazer outra pergunta a mulher interrompe.

- Olha aqui, não quero conversa e não estou interessada em você (Regina era tão assediada que se defendia dessa forma).

- Quem disse que estou interessada em você, nem sou lésbica – Mentiu, por dentro ria muito. – Eu estou interessada sim, mas não em você e sim naquele moço que está falando com aquela mulher. – Fez um gesto com a cabeça em direção a Valentim, que conversava com outra mulher. – Puxei conversa justamente pra saber se conhecia ele. – Layla Falou.

A mulher olhou desconfiada, não gostou da informação que teve. – Desculpe, mas ele não está disponível. – Regina falou aquilo sem saber porque (Sempre gostou de mulheres, recentemente tinha ficado com uma mulher justamente pra confirmar que gostava de mulheres, mas sempre que olhava pra Valentim sentia algo bom surgir, sabia apenas seu nome, e tinha se aproximado dele nos últimos dias, nunca tinham tido uma conversa longa, era mais sorrisos e troca de olhares).

- Você por acaso é namorada dele? – Disse Layla já com o jogo ganho. Não esperava essa revelação, mas se sentiu feliz porque nem precisou do plano b, nem tinha plano b.

- Não é da sua conta, deixe Valentim em paz – Regina já estava irritada.

- Calma moça, se você for namorada dele eu não vou me meter, desculpe. – Falou e virou escondendo o risinho sapeca.

- Espera moça. – Regina de arrependeu de ter sido grossa. – Desculpe pelo jeito, me chamo Regina.

- Prazer, Layla. – Estendeu a mão.

   De longe Marisa via a cena, e já ganhava ar de ciúmes. (Eu mereço – Pensava já com raiva).

A corrida começou, era lama pra todo lado, Valentim não perdia nenhuma volta, acompanhava Regina com os olhos, Isa estava nervosa, parecia que a qualquer momento Layla iria se quebrar no chão.

Ao fim, Layla chegou em segundo e Regina em primeiro como quase sempre.

- Boa corrida hein. – Disse Layla tirando o capacete.

- Ótima, gostei bastante. – Regina era pura felicidade.

- Posso te fazer um convite? – Disse o cupido.

- Claro.

- Vamos comemorar nossa vitoria, aqui perto tem um barzinho, chama o Valentim. – Provocou.

- Bem, é... é.. – Nervosa, passou a mão nos cabelos. – Layla eu... eu não sei – Não conseguia falar.

- Relaxe Regina, chame ele de boa. (Layla conseguiu mudar o jogo completamente, fez Regina chamar ao invés de Valentim).

   Regina acabou cedendo e chamou Valentim, esse não entendeu nada, mas foi um convite tão natural. (Aí tem dedo da Layla – Pensava ele).

Layla foi em direção a Isa.

- Quer um abraço – Disse Layla divertida cheia de lama na roupa.

- Nem se atreva a encostar em mim – Disse rindo.

- Vamos sair depois daqui? – Isa apenas fez um gesto afirmativo. – Vou só tomar um banho rápido no vestiário.

   Quando as mulheres saíram do local, Regina e Valentim já esperavam.

(Só pode ser brincadeira uma coisa dessas – Pensava Isa lembrando da cena de antes da corrida).

   Estavam andando em direção a Regina e Valentim, quando Marisa estaca. Layla vira pra ela sem entender.

- Você não tem vergonha na cara Layla? – Irritada

- Hein, eu posso saber o que eu fiz. – Estava voando sem entender nada.

- Deixe de ser besta, eu vi com meus olhos você dando em cima daquela gostosona ali – Apontou na direção de Regina.

   Em resposta Layla segurou sua cintura com força e lhe deu um beijo, que mais parecia dizer: ‘’Eu só quero você’’.

Regina e Valentim olhavam divertidos. (Foi ai que Regina percebeu que antes da corrida Layla tinha jogado verde em relação ao Valentim, mas nem ficou com raiva, queria há tempos sair com o baixinho – Riu internamente desse pensamento).

- Que beijo hein – Regina fala.

Valentim nada falou, ficaram se olhando, altura não importava em nada.

(Eu queria beijar sua boca – Pensava Valentim).

(Regina não sabia o que pensar direito, era lésbica assumida e de repente estava pensando em um homem, ainda mais um homem diferente dos outros, antes mesmo de Valentim procurar Layla, ela já sentia algo diferente por ele).

- Deixe de ser boba, aquele casal ali está apaixonado e nem desconfiam disso, estou apenas ajudando. – Layla falou no pé da orelha da outra, depois mordeu de leve.

- Humm, você quer me matar. – Marisa mordeu o lábio inferior quando sentiu a mordida na orelha.

- Aprenda a confiar em mim. – Mordeu novamente sua orelha, foi ai que lembrou da aposta, se afastou um pouco e olhou nos olhos da Isa.

Silêncio

Marisa passa a costa da mão no rosto de Layla de uma forma carinhosa.

- Vamos, o casal ali está esperando – Disse Layla puxando a outra pela mão.

   Os quatro combinaram de ir em um barzinho perto da praia. Layla foi na moto junto com Valentim, Regina foi também em sua moto e Marisa foi em seu carro. (Quando Layla apareceu pra pegar ela, preferiu ir em seu carro).

No caminho.

- Nossa Layla, pensei que vocês fossem trans*r na nossa frente. – Valentim falou lembrando do clima de antes quando Layla agarrou a outra.

- Não fale besteiras, isso fazemos em quatro paredes – Riu. (Isso aconteceria se eu já tivesse ficado com ela – Pensou).

- Vocês formam um casal bonito – Disse ele. (Layla pensava na aposta e pensava no amor que estava sentindo, amor? – Se perguntava intimamente). – Layla você acha que Regina vai ficar algum dia comigo? – Falou um pouco triste.

- Você não perde por esperar, relaxe. – Disse consolando o homem.

   O resto do caminho foi feito em silêncio, cada um pensando se o que sentiam era correspondido. Chegaram e o barzinho era simples, mas aconchegante.

Tocava:

https://www.youtube.com/watch?v=RqNZYNyEMNo

Nossa canção – Vanessa da Mata

Sentaram em uma mesa um pouco distante do pessoal que curtia o som.

Fim do capítulo