Aos poucos Marisa foi aceitando e esquecendo a rejeição. Se deu conta que não amava Carmen, mas doeu muito ser chutada. Fazia alguns dias que não via Layla, ainda lembrava do seu cheiro, e ficava pensando nos poucos momentos que viveu com a conselheira. Tudo estava normal em sua empresa, seu humor havia voltado e contratou outra assistente no lugar da Carmen, pensou em contratar um homem, mas acabou contratando uma jovem que era muito eficiente, mas nada sentia por ela, nem uma pontinha de atração.

   Carmen estava bem, a experiência que teve, serviu pra deixar ela mais viva. Não queria magoar Marisa, mas também não queria nada serio. Gostava realmente de homens. Mas tinha dias que parava e lembrava da noite que teve com Isa, sorria feliz. Mas não era amor, tinha certeza disso. Depois que pediu demissão foi trabalhar na biblioteca da família junto com sua irmã, Carina, que era uma jovem bonita como a irmã, pareciam gêmeas.

***

   Layla estava em seu escritório, não parava de pensar na Isa. (Burra, burra, se você não tivesse pegado a metade da boate, talvez agora estivesse nos braços daquela deusa – Pensava Layla, tinha bebido, mas lembrava de tudo. Sempre achou que esse negocio de esquecimento por conta da bebida era puro L e dos grandes).  Não esqueceu da aposta que a outra fez, esperaria o momento certo.

Vitoria entra na sala com uma ficha.

- Amor, você tem um cliente novo. Está lá fora. – Vitoria olhou pra ela segurando o riso. – Mas Lala, por favor não ria, faça tudo menos rir. (Layla estava curiosa, quem seria seu cliente? – Pensava).

   Quando Vitoria abriu a porta para o moço, Layla olhava pra cima, não viu ninguém e foi descendo os olhos. Vitoria já estava morrendo por dentro, ria internamente por conta da cara da amiga. Layla estreitou os olhos e percebeu que era um anão. (Senhoooor até os anões amam – Pensava o cupido se segurando muito pra não explodir). Vitoria fechou a porta e deixou os dois.

   O rapaz era lindo, rosto bem feito. Sua altura não significava nada, era uma pessoa linda.

- É...É.. – Layla tentava encontrar as palavras, era tudo novo.

- Moça não se incomode com minha altura, sofro tanto preconceito que nem ligo mais.

   Layla percebeu a dor naquelas palavras, deixou o preconceito de lado e foi muito educada e sapeca como sempre.

- Sente, por favor. – Disse ela. – Vamos começar, primeiro quero saber seu nome e o motivo pelo qual me procurou. – Já tinha ganhado ar serio. (Parecia que Layla se transformava quando estava trabalhando de conselheira, quase uma Power ranger rsrs).

- Sou Valentim (Nossa que nome lindo – Pensou o cupido). – O jovem havia simpatizado com ela. – Eu estou amando Layla. Ela é tão linda, Regina merece ser muito feliz. Queria muito ser o motivo de sua felicidade. – Valentim suspirou. – Só que tem um probleminha. – Hesitou, estava com medo de falar.

- Qual o probleminha? – Fez um gesto com as mãos (Layla achou interessante, o jovem realmente gostava da mulher, dava pra ver de longe).

Silêncio quase constrangedor

- Coragem homem, és um homem ou um anão? – Riu muito

- Já vi que ao invés de conselheira vim pedir ajuda a uma palhaça. – Riu também entrando na brincadeira (Isso deixou ele mais relaxado). – Layla ela é lésbica – Disse sem respirar.

- O que? – Estava assustada. (Quando penso que já vi de tudo... – Pensava ela).

- Não sei o que fazer Layla.

- Faça o favor de nascer de novo, e dessa vez venha com uma perereca. – Disse rindo mais ainda. Valentim ia se levantando. – Calma, senta aí, Tim vou te ajudar. – O homem sorriu. – Nada é impossível, até pra morte tem jeito. – Vez um gesto engraçado – Passa a ficha da donzela.

- Ela é linda, só soube que gostava de mulheres porque a vi ficando com uma. Conheci ela nas corridas de motocross que frequento, ela é corredora. O máximo que consigo dela é olhares e ela sempre sorri. Mas sei que é declarada, nada mudaria isso.

- Nada antes de me conhecer queridinho. – Soltou um beijo pra ele. – Ela é comprometida?

- Não, solteirinha da silva – Riu.

- Menos mal, porque se fosse, eu dispensaria você. Detesto me meter entre casais formados. – Fez careta. – Bem Tim, você vai tentar se aproximar aos poucos, crie coragem, puxe conversa, veja o que ela gosta. Tente mostrar com gestos e não palavras. Meu caro existe dois tipos de medo. Aquele que nos paralisa e aquele que nos dá coragem, espero que o seu seja o segundo. – Deu um tapinha no seu ombro de forma camarada.

   Tinham combinado de se encontrarem na próxima corrida de motocross que seria na semana seguinte. Layla iria correr também. Quando Valentim estava com a porta aberta pronto pra sair, Layla solta uma perola.

- Tim, cuidado. Se conseguirmos o senhorito vai ser uma bela monaaaa – Fez gestos delicados com a mão, gargalhou alto.

- Hein? – Valentim não tinha entendido.

- Até que você vai ser uma lésbica bonitinha – Falou e riu logo depois, foi ai que Valentim entendeu.

- Engraçadinha. – Saiu rindo do escritório.

***

   Era noite, Marisa se contorcia na cama.

- Isso Lay... ch*pa assim...aaaah (Marisa delirava).

- Vou te matar de prazer... – Dizia Layla

   Isa acordou no susto, estava suada e quando percebeu estava molhada completamente excitada. (Nossa estou ficando louca – Pensava ela enquanto tentava respirar sentada na cama). As palavras do sonho ecoavam em sua cabeça.

- Marisa, Marisa, não seja molenga. Eu ligo ou não ligo senhooooor? – Dizia Marisa baixinho, criava coragem.

Fim do capítulo