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A amiga da minha mãe por sofiagayer

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Palavras: 5246
Acessos: 5563   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 5 - desenho

Ao chegarem na casa de Mel, já tinha anoitecido, não tinha ninguém em casa então foram direto para o quarto, conversar.

- Ai amiga, to apaixonado por ele mesmo, tão fofo! Me deu super atenção, a gente tem tanto em comum! – disse suspirando.

- Que bom, fico realmente feliz. Você é todo certinho mesmo, tomara que dê em namoro.

- Bom, gata, vou pra casa porque se não amanhã minha mãe vai encher o saco de irmos ver filme, aliás vamos falar o que? Não vamos falar que vamos na casa do Renato, né?!

- Não, fala que vamos ver aqui, que meus pais não chegam amanhã mesmo, e mesmo que chegarem ai eu falo pro Marcelo dar cobertura.

- Demoro! Esse é o lado bom de ter uma amiga louca como você, acha desculpa pra tudo, nunca vi igual! Quase ia me esquecendo, vamos contar pro Gustavo quando?

- Vamos esperar passar as provas, acho que só tem segunda e terça. Quarta começa a exposição, temos que contar antes. Ele vai ficar feliz por você! Tenho certeza, mas vai ficar fazendo mil perguntas. – disse a menina pensando em como ele reagiria se soubesse da Ju, de fato não seria nada legal. – já ia me esquecer de te perguntar, quantos anos tem o Renato?

- Olha!!! Não está mais chamando ele de pavão! Isso ai amiga, logo vocês serão até amigos, aposto!

- Não exagera, responde a pergunta.

- 27 anos, por que?

- Você não acha ele muito velho pra você, não? Digo, 12 anos é uma boa diferença de idade.

- Você e a Ju são 17 anos de diferença. – soltou o menino, ao ver a cara de espanto da amiga, resolveu mudar o rumo das argumentações – amiga, idade não quer dizer nada, nós por exemplo, podemos até ser um tanto inconsequentes e fazer um monte de bobagens as vezes, mas somos maduros. Olha o povo da nossa sala, a gente fala com eles mas não são nossos amigos, não é mesmo?

- É, você tem razão! Eles são muito retardados, só conversamos bobeiras, mas amizade mesmo é só nós três. Mas pensa bem, ele poderia ser seu pai!

- Poderia, mas não é! Isso é o mais importante, amiga, não sei se vou casar com ele ... se bem que eu queria, mas quero curtir o momento, conhecer ele, me permitir, as vezes ele é o cara da minha vida, as vezes não. Não vou ficar pensando muito em coisas externas como idade, quero deixar rolar!

- Você está certo, deveria fazer Direito, você tem o dom das argumentações!

- Sabe, eu realmente tenho pensado nisso, e você?

- Gato, sei lá, vou lutar muay thai, quem sabe pegue uma firma do meu pai pra assumir, quero curtir a vida, não penso em fazer faculdade, só vou pra aula mesmo porque meus pais me obrigam! – dizia a garota rebelde, que mesmo “obrigada” ia muito bem nas provas.

- Ê Mel, o tio Heitor vai ter um treco se você não fizer faculdade!

- Nem ligo, problema é dele. – o menino estava se posicionando para sair, quando a garota lembrou.

- Hey, e as fotos que vocês tiraram? Passa pro meu computador antes de ir.

- Ah, é mesmo, passo sim! Ficaram lindas, vocês duas tem muita química para fotografia, e claro o fotógrafo ajuda e muito. Eu também tirei umas fotos com meu gato, quer que eu passe?

- O que eu vou fazer com fotos suas? Se liga, só as que eu to e de paisagem!

Terminaram de passar as fotos e Mauricio foi embora. Ficou sentada na escrivaninha olhando as fotos e se perdendo em pensamentos, seu quarto era grande, tinha cama de casal, era todo decorado com discos colados nas paredes, uma era totalmente pixada com desenhos que a própria garota fez, desenhos abstratos em preto e branco. Era o típico quarto de adolescente, tinha um puff do lado da escrivaninha em formato de luva de muay thai.

Resolveu tomar banho, estava cansada, por mais que tinha sido um dia maravilhoso, como diria sua mãe “água cansa”. Vestiu seu pijama todo velho e surrado que adorava, porque era o mais confortável, quando Marcelo bateu na porta.

- Maninha, tá tudo bem? Já vai dormir? São recém 9 horas!

- Ah, to cansada mano, o dia todo na função, cachoeira e tudo mais, sabe como é. – disse a garota, o irmão então entrou e sentou-se ao seu lado

 - Vamos comer pizza então? Acabou de chegar! Pedi o seu sabor favorito, quatro queijos com borda recheada! – disse todo animado.

- Aposto que a outra metade é o SEU sabor preferido, frango com catupiry, argh! – falou desmascarando o irmão e fazendo cara de nojo!

- Claro que pedi, vivemos em uma democracia! Só porque você é vegetariana enjoada não quer dizer que eu vá ser também! Não é?

- Bobo, pega lá! Não to afim de sair do quarto!

- Preguiçosa! – disse saindo e jogando uma almofada na cara da irmã.

A garota ficou sentada na cama, esperando o irmão e se perdendo em suas lembranças da tarde, não sabia o que pensar daqueles sentimentos novos, estava tudo tão confuso, só sabia que estava louca para ver Ju.

Em 10 minutos, Marcelo entrou no quarto com a pizza, maionese, ketch*p, uma jarra com suco tentando equilibrar tudo.

- Peraí que eu te ajudei muleque! – disse Melanie indo em direção do irmão e pegando a pizza. – huuum, você fez suco de melancia pra maninha, você está querendo me pedir algo? – perguntou um tanto desconfiada do agrado do irmão.

- Que isso, irmã! Não posso nem ser gentil que você já pensa bobeira! – Melanie colocou uma playlist pra tocar e sentaram os dois na cama e começaram a devorar a pizza, e o suco, tomando pela jarra mesmo e lambuzando tudo.

- Fazia tempo que a gente não comia pizza assim, na cama, só nós dois, né?! – disse Marcelo com um tom sentimental.

- Tá saudosista maninho? – disse a menina nem dando muita moral para aquele sentimentalismo.

- Acho que estou, sabe, ano que vem estarei na faculdade e não vamos mais morar juntos, parece que passou tão rápido! Ontem mesmo você era uma criança arteira! E olha pra você agora ... uma adolescente rebelde! – disse sem perder a oportunidade de zuar a irmã.

- Também vou sentir sua falta, MA-NI-NHO! Hehehe, falando sério mesmo, o tempo voa né?! Mas independente onde você estiver morando eu irei visita-lo frequentemente e você também virá né?

- Claro que sim! E que horas você vai me contar com quem vocês foram na cachoeira? Pelo que percebi da cara do Mauricio tem homem na jogada. – disse deixando a deixa.

- Ué, quando você descobriu que o Maurício é gay? – perguntou a menina incrédula, pra ela só sabiam ela e Gustavo.

- Maninha, seu irmão pode ser certinho mas não é ingênuo, ahh, e também quando vocês dormem aqui pós balada, fofocam sobre tudo “sussurrando”, não sei como a mãe ainda não sabe!

- É, pois bem, já que o senhor “não ingênuo” tocou no assunto, ele é gay mesmo! E está de rolo com o ... – fez um clima de suspense.

- Fala logo guria!

- E depois as mulheres que são fofoqueiras!

- Para de enrolar!

- Renato.

- O namorado da Ju? – perguntou abismado, mas não conseguiu entender porque a irmã fechou a cara na hora em que ele fez essa constatação.

- Ele nunca foi namorado da Ju, caso você não saiba – disse ríspida – é ele, GAY, não parece né?

- Nenhum pouco, na verdade nem o Mauricio, se eu não ouvissem vocês de madrugada nunca saberia, até diria que você parece ser mais gay que o Mauricio. – deixou a indireta.

- Cala a boca, muleque!! – disse pegando um pedaço de pizza e esfregando no irmão.

- Ah, é!!! Vou te pegar guria. – saíram correndo pela casa, Marcelo conseguiu alcança-la na sala, pegou pelos ombros, e saiu com ela carregada rumo a piscina, e pulou junto com ela.

Entre risadas e conversas alheias ficaram conversando, como há muito não o faziam, Melanie sabia que sentiria muitas saudades do irmão, ele era seu braço direito, o único que verdadeiramente acreditava no potencial dela. Queria contar pra ele sobre a Ju, mas tinha medo. Medo dele achar ela ridícula, medo dele julgar, medo dele ter nojo dela, vários tipos de medo passavam pela sua cabeça.

No final da contas, acabou indo dormir um pouco tarde.

********************

Quando o amigo deixou-a no seu apartamento estava se sentindo tão viva e realizada, que não sabia como se comportar, tinha tido um dos melhores dias da sua vida, ao lado da filha de sua amiga, de 15 anos de idade.

Entrou, tomou um banho quente demorada, preparou um sanduiche sentou no sofá e ligou a tv, mas não estava prestando atenção no que estava passando, seus pensamento corriam para o outro lado da cidade, pra uma adolescente.

Saiu dos seus devaneios quando o celular começou a tocar.

- Oi mãe.

- Agora você lembra que tem mãe? Faz duas semanas que você não vem no sítio me visitar, Ju. Seu irmão ta reclamando aqui, diz que a filha dele já nem lembra mais de você. – disse Dona Albertina, fazendo seus tradicionais dramas de mãe, apesar dos seus 60 anos, queria sempre que a filha estivesse por perto, mudou-se para a chácara com o filho mais velho, logo que Ju foi embora da cidade para estudar e tentar a vida em outro lugar. Era uma senhora negra, de 1,60 de altura, gordinha e bem animada, para ela não tinha tempo ruim e amava estar no meio da natureza, seu marido morreu quando Ju ainda era adolescente e passou por muitas dificuldades financeiras, mas nunca desanimou. Vivia agora no sitio que comprara com muita dificuldades. Tinha três filhos, Joelson o filho mais velho, Josicléia a filha do meio e Ju a mais nova.

Joelson tinha uma filhinha de 6 anos de idade e morava no sitio com a esposa Marta, que também adorava aquela vida no campo, tinham uma vida simples mas muito alegre.

Josicléia morava na capital, era casada com um dentista e sempre que podia ia visitar os familiares. Tinha dois filhos Pedro, 8 anos e José 4 anos.

Apesar da filha não ser assumida pra sociedade, a família toda sabia que ela gostava de meninas também, todo mundo a respeitava muito, as vezes a irmã a criticava porque achava que por gostar de meninas tinha uma vida muito solitária, não tinha filhos como os irmãos e nem tinha uma namorada.

- Quanto drama vocês fazem! Meu Deus!!! E depois eu que sou a dramática da família.

- Filha, você é nosso bebezinho, é diferente! Sua irmã vai vir amanhã pra cá, vamos comemorar o aniversário do Pedro!

- Mas, já irá fazer 9 anos? Parece que foi ontem que ele nasceu!

- Eu também tenho essa sensação filha, você está ficando velha né?!

- Engraçadinha! A Senhora também está, viu?! – disse brincando com a mãe. – mas por que eles não vieram hoje para aproveitar a viagem?

- Seu cunhado tinha uma cirurgia pra fazer importantíssima, e como Pedro adora o sítio, fez um escândalo para passar o aniversário aqui, sabe como é aquele bichinho do mato né, filha?

- Sei, mesmo! Nossa, eu tinha feito alguns planos para amanhã – disse mais para si do que para a mãe, em tom de lamento.

- É só desmarcar, sua família é mais importante!

- Eu sei mãe, mas sabe o que é, é que ... – queria contar pra mãe que estava saindo com alguém mas não tinha coragem.

- Filha, você está apaixonada por alguém? – percebeu o tom que a muito não ouvia na voz da filha.

- Ai mãe, é tão complicado!

- Não vai me dizer que ela é casada!

- Não! Acho que na minha situação é pior que isso!

- Que horror minha filha, seja o que for, eu quero que você se abra comigo, vem amanhã, seus irmãos e sobrinhos sentem sua falta, depois do almoço eu te dou cobertura para você sair mais cedo, o que acha?!

- Você é a melhor mãe! Te amo muito, vou pensar se tenho coragem de te contar tudo, mas pessoalmente!

- Okay! Durma com Deus meu bebezinho, até amanhã!

- Boa noite, mami.

Sentia-se melhor depois de ter falado com a mãe, como iria ser jogo rápido iria só avisar o amigo que talvez demorasse para ir no filme.

“Amigo, vou amanhã na chácara, mas volto a tempo do filme.”

“Acho bom mesmo, porque se não a sua rebeldezinha vai ficar incomodando.”

“Não fala assim dela”

“Já tá assim, é?”

“Na verdade não está nada, até amanhã”

Mal podia esperar pelo dia seguinte, mas seria bom mesmo ficar um tempo com a família e vê se esquecia esses pensamentos, tirava a menina um pouco da mente.

O dia amanheceu, Melanie acordou já estava na hora do almoço, desceu as escadas ainda de pijama, encontrou Marcelo e Rafa estavam na piscina tomando tereré e conversando animadamente.

- Bom dia maninho, bom dia Rafa! – disse a menina entre bocejos. – A Zu, deixou comida pra gente? – perguntou a menina, pois sempre que os pais viajavam no fim de semana Zuleica deixava a comida deles pronta na geladeira.

- Deixou sim irmã, sua lasanha de mato está lá, eu e o Rafa já comemos!

- há-há-há! Você é muito engraçadinho! – falou pro irmão, e saiu louca atrás da sua lasanha de espinafre que tanto amava. Almoçou, e já estava começando a ficar ansiosa, por isso resolveu tomar um banho de piscina com o irmão e o amigo. Mas, enjoou dos papos deles e logo saiu de perto, pegou o telefone e ligou pro Maurício.

- Alô!

- Alô, Mel?

- Claro né?! Hein, que horas nós vamos mesmo?

- Marquei as 15 horas – disse seco, seus pais deveriam estar por perto, pensou a menina, olhou no relógio.

- Poxa, ainda falta uma hora!

- Está ansiosa para ver sua neguinha?

- Cala a boca, se sua mãe ouve pode dar merd*, é que to atoa aqui em casa, to ficando irritada, o Marcelo ta na piscina com o Rafa, tão falando de carro e futebol, só papo chato.

- Ai Mel, aguenta ai, faz assim, vou me arrumar e to indo pra ai, já que o nosso filme será ai mesmo. – disse implicitamente- pode ser?

- Já chegou? – perguntou e logo desligou.

Subiu e terminou de se arrumar, colocou um short jeans rasgadinho, com uma regatinha preta e chinelos havaiana preto também, passou perfume, sempre exagerava neste, dessa vez não foi diferente.

Olhou no relógio e tinha passado 5 minutos, sentou na escrivaninha, ligou o computador e deu de cara com a foto das duas na cachoeira, no pôr-do-sol. Pegou um papel e um lápis e começou a reproduzir a foto.

Nunca compartilhava seus desenhos com ninguém, era como seu hobbie secreto, apesar que Marcelo já tinha pegado alguns, Zu quando ia limpar o quarto e a mãe já tinha visto poucos.

O irmão as vezes sugeria que ela fizesse arquitetura ou designer gráfico, coisas que envolvessem desenho, mas a garota sempre respondia que se hobbie virasse trabalho deixaria de o ser.

Por isso, não gostava de mostrar pra ninguém, acabou perdendo noção do tempo e só se deu conta quando Maurício escancarou a porta.

- Amiga, que tal estou? Você acha que meu gato irá gostar dessa roupa? Estou ansioso para conhecer a casa dele, ontem a noite ele me mandou mensagem de boa noite e hoje disse que estava esperando ansioso pra me ver, não é um príncipe? – disse o menino desembestando a falar sem dar tempo de Melanie se quer responder – o que é isso? Você está desenhando? – pegou nas mãos o esboço que começara a reproduzir a foto. – Você e a Ju, que lindo esse desenho amiga! Caracaaaa, você manda muito! Tantos anos e eu nem sabia.

- Sai daqui! – disse puxando o desenho. – não gosto que ninguém vejam meus desenhos, sei lá, hobbie secreto!

- Agora não é mais!

- Affz – revirou os olhos.

- Vamos?

- Você não ia chegar antes? Agora são – olhou no relógio – 15 horas, bicha vamos chegar atrasados! Que saco!

- É que fiquei indeciso com a roupa.

- Como sempre né?! Está lindo – disse olhando pro menino que estava de bermuda jeans, camiseta com estampa em azul e branco e tênis. – destacou seus olhos, o príncipe encantado, vamos logo!

- Sério? To parecendo mesmo um príncipe?

- Vamos, antes que vire sapo, que saco!

Foram de bicicleta, era a grande vantagem dos menores de cidade pequena, poderem se movimentar sem problemas com trânsito ou perigo, pedalaram animados conversando.

Até chegarem na casa do Renato, era uma casa pequena, tinha uma varandinha na frente e a grama bem cuidada, bateram palmas, e logo o rapaz apareceu de bermuda verde escura, camiseta branca de chinelo havaiana branco.

- Oi, peraí que vou abrir o portão.

Se aproximou e abriu, cumprimentando com beijo no rosto os dois.

- Entrem, fiquem a vontade – disse o rapaz simpático - Querem tomar algo? Acabei de fazer terere, estou fazendo a pipoca!

- Por enquanto estamos bem – respondeu Mauricio todo sorrisos. A casa era pequena mas muito aconchegante, logo entrava se encontrava na sala que era estilo americana, dividindo a cozinha apenas com um balcão, na sala tinha um tapete cinza peludo, e um sofá que abria os pés e uma tv enorme.

- A Ju me mandou uma mensagem ontem a noite dizendo que iria na chácara da mãe cedo, mas disse que volta logo, deve estar pra chegar. – disse olhando para Melanie.

- Ah, ta. – fingiu indiferença. Mas não colou muito.

- Que filme iremos ver, Renato? – perguntou Mauricio animado.

- Então, como eu não sabia o tipo de filme que vocês gostam, eu peguei alguns na locadora, dá uma olhadinha.

Os três embalaram em uma conversa, mas na verdade Melanie apenas opinava de vez em quando, estava ansiosa, olhava para a janela toda hora, em um momento Renato fez menção de zoar a menina, mas Mauricio repreendeu-o com o olhar. Sabia o quanto aquela situação estava sendo torturante para a amiga, não conseguia falar nem pra ele, imagina o que se passava na sua cabeça, deveria estar extremamente confusa.

Eram 17 horas, quando Renato resolveu colocar o filme mesmo sem a chegada da amiga, assistiram ao filme. Na verdade, Melanie assistiu e os dois ficaram se pegando, não poderia ir embora porque vai que dava de cara com a Fernanda, mãe do Mauricio, o que iria dizer? E ainda, tinha esperanças da Ju aparecer. Mas, não foi o que aconteceu. O filme acabou, e eles foram embora. Dessa vez cada um para sua casa, a garota estava muito brava com tudo, não conseguia definir exatamente seus sentimentos e isso a deixava mais brava.

Ao chegar em casa, encontrou com um bilhete do irmão:

“Fui dormir no Rafa, papai ligou e disse que voltam amanhã depois do almoço, não quebra a casa toda, se precisar de algo liga na casa do Rafa. Beijos do seu irmão mais lindo e gostoso.”

Ficou aliviada por estar sozinha em casa, chegou no seu quarto e começou a dar murro na porta até cortar um pouco a mão e a raiva não diminuir, entrou de roupa e tudo em um banho gelado, ficou assim durante longos minutos, precisava abstrair.

“Mas que merd* está acontecendo comigo? Por que estou tão brava só por que ela deu um furo? Mas poxa, passei o dia todo ansiosa para vê-la e ela nem ai! Vai ver é isso que ela sempre quis, comer a filha da amiga e só, claro! Até parece que ela ia querer algo sério com uma adolescente, mas pera ... Quem disse que eu quero algo sério com ela? Componha-se Melanie Correia!”

Dito isso pra si mesma, saiu do banho mais calma, mas olhou para a escrivaninha e viu o esboço da fotografia, sentou e começou a desenhar.

******

- Amigo, eles já foram? – disse Ju, um pouco eufórica ao entrar na casa do amigo.

- Claro, que sim! São 20 horas! Poxa, Ju, você falou que chegaria a tempo! – disse o amigo chateado. – senta ai. – apontou para o sofá.

- Ai Renato, é que olha o que aconteceu, hoje é aniversário do meu sobrinho Pedro e ele queria comemorar na chácara, sabe como ele gosta de mato né?! Então, eu tive que ir, minha mãe disse que me ajudaria a voltar antes, mas meus irmãos ficaram falando tanto na minha cabeça, que faz tempo que não passamos uma tarde juntos e que não sei o que e eu simplesmente não consegui vir. – disse com semblante triste.

- Calma amiga, foi só um filme! Tá tudo bem!

- Não foi só um filme! Eu estava tão ansiosa pra vê-la, ela sentiu minha falta? Perguntou por mim?

- Claro né?! Não chegou a perguntar, sabe como ela é, mas ficava olhando pra rua o tempo todo e estava super seca! Sem dizer que a coitada ficou de vela o filme todo né?! Eu não ia perder a oportunidade de dar uns amassos no meu príncipe. – disse o amigo todo faceiro.

- Ah, é?! Tadinha, vocês nem pra se conterem!

- Se você estivesse aqui, também estaria dando uns amassos nela! – disse Renato para provocar a amiga.

- Ai, para! Estou tão confusa, você não tem ideia, se a Fernanda e a Beatriz sonham com isso tudo, vão me matar!

- Eu  não entendo, você é super assumida para a sua família, até onde eu sei eles super te apoiam, diferente da minha e mesmo assim você quer se manter no armário! Por que?

- Rê, é tão complexo! Nós moramos em uma cidade pequena, nosso trabalho exige discrição, e outra morro de medo das minhas amigas não me aceitarem!

- Deixa disso, mulher!

- Não é tão simples assim.

Ficaram conversando sobre amenidades mais alguns minutos, até que Ju foi pra casa, pensando que se tivesse o número do celular de Melanie poderia mandar uma mensagem justificando-se, na verdade poderia ter mandado desde o começo e teria evitado qualquer transtorno. “Será a primeira coisa que irei fazer quando ela chegar na Apae amanhã” – pensou.

No dia seguinte, Melanie foi para a escola normalmente. Passou o intervalo com Maurício e Gustavo. Estavam atualizando o amigo dos fatos do fim de semana, contaram apenas sobre Maurício e Renato, omitindo a Ju não só em relação a ter ficado com Mel, mas em todo o passeio.

- Poxa, esse Maurício é um cuzão mesmo né?! Deixou você de vela, Mel? Se eu tivesse lá a gente ia ter curtido horrores! – disse o garoto chateado por ter sido excluído do programa do fim de semana.

- Para com isso Gustavo, foi legal, parceiro é parceiro né?! Mas, o Maurício está me devendo uma! – disse a menina.

- Cara, não vejo a hora dessas provas acabarem, só mais amanhã! Meu pai tá me enchendo o saco demais, tá louco! Não vejo a hora de chegar a Expomutum, quero beber todas e causar!

- Poutz, estou tão no mundo da lua que nem tinha lembrado, é quarta que começa né?!

- É sim, já começa escolher a sua roupa logo, Mauricio, que eu não quero chegar tarde igual o ano passo porque você não consegue decidir que roupa usar.

- Ai seu ogro! Tenho que me arrumar mesmo, você que vai todo molambento, nem sei como consegue ficar com tantas meninas, deve ser a Mel que te dá sorte, só pode!

- O recalcado, eu tenho pegada, não é Mel?

- Oi? O que você disse? – perguntou a menina tentando se atentar a conversa dos meninos.

- Poxa, você não estava prestando atenção na conversa?

- To sim Gustavo, só estou pensando que vou ter que trabalhar naquela merd* da barraquinha uma noite toda!

- Que merd*! – falaram os dois juntos.

- Obrigada pelo apoio, de nada! – respondeu a garota tentando sair pela tangente.

- A gente bebe por você no dia então! – disse Gustavo tirando onda.

- Engraçadinho! Vamos pra aula, Maurício! O professor ta entrando.

O resto das aulas foi como de costume, ficaram fofocando um pouco sobre as roupas da festa, que ainda não tinham falado a respeito. Expomutum acontecia todos os anos, geralmente em Julho, mas por motivos políticos naquele ano seria em Novembro, é a exposição agropecuária, já que a cidade girava em torno da agronomia e pecuária, tinha shows de alguns cantores sertanejos famosos, rodeios, parque de diversões e várias barraquinhas de comidas e bebidas de empresas e instituições.

O trio amava essa festa, sempre tinham as melhores histórias, em como conseguiam pegar bebidas sendo menores, confusões que arrumavam, quem ficava com mais, era sempre assim, e nesse ano não seria diferente.

Chegou em casa, almoçou rapidamente, tirou seu cochilo de segunda-feira e foi em um estúdio de fotografia, revelar as fotografias da cachoeira. Enrolou tanto nessa função que quase chegou atrasada na Apae, dessa vez tinha ido a pé já que Heitor ainda não tinha voltado de viagem.

Quando entrou, um nervosismo já conhecido bem nos últimos dias tomou conta, foi direto para a sala da Ju, para poder avisar que havia chego como fazia todos os dias.

Para seu desanimo a sala estava cheia, tinham alguns professores discutindo algumas coisas, ela apenas acenou a cabeça e pediu que fosse na cozinha dar uma mão antes de ir buscar as crianças.

Melanie foi ajudar a Dona Jerônima e acabou rindo muito das histórias que a senhora contava e acabou aliviando a tensão. Quando terminou seu serviço foi até uma sala de aula vazia, pegou da mochila a foto e o papel e começou a desenhar a fotografia novamente. Acabou perdendo noção do tempo.

*********

Ju estava ansiosa para falar com a menina, a manhã havia passado lentamente, precisava se justificar e de uma vez por todas pegar o telefone dela.

Perto das 15 horas a sala começou a encher, estavam os professores tirando dúvidas sobre os alimentos, turnos, e tudo referente a exposição que aconteceria em dois dias, estava ficando maluca com tanta falação quando Melanie abriu a porta sem bater, ao se deparar com aqueles olhos castanhos, viu uma tristeza dentro deles, e ficou imaginando se teria a ver com ela.

Passou alguns afazeres, pensando em logo se livrar dali para ir conversar com a menina.

Uma hora depois, conseguiu se livrar daquele tumulto todo e foi procurar por ela, abriu a porta que haviam dito que ela estava, devagar e viu que ela estava desenhando, se aproximou devagar sem ser percebida e ficou encantada, a menina estava desenhando a fotografia daquele dia na cachoeira com uma perfeição profissional.

- Mel – disse suave para não assustar a menina, mas mesmo assim ela deu um pulo e um gritinho.

- Que susto sua louca, o que ta fazendo aqui? – perguntou já tentando tampar o desenho.

- Me falaram que você estava aqui, queria conversar com você! – disse suavemente. – você desenha muito bem! Está igualzinho!

- Pode parar de querer me agradar!

- Não estou tentando te agradar, é verdade! E o Maurício tinha razão, a foto ficou mesmo ótima! – disse Ju com um sorrisinho de lado no rosto.

- Não fala pra ninguém tá? Não gosto que fiquem sabendo que eu desenho, eu quero que seja meu hobbie secreto.

- Mas, você tem talento menina! Você consegue desenhar bem rostos?

- Nunca tentei, mas posso tentar, você quer um desenho seu? - perguntou surpresa, mas logo se lembrou do bolo que tinha levado no dia anterior. – Afinal, você ta sem moral comigo, combinou de ir ver filme e nem apareceu, achei que você cumprisse com seus compromissos! – disse séria.

- Hey, posso me explicar? – perguntou, controlando a alegria interna, então ela não era indiferente para a garota. A garota assentiu com a cabeça e então contou a situação da sua família, eles não a terem deixado ela sair de lá e tudo mais.

- Se fosse eu, teria ido embora e deixado todo mundo falando sozinho! – disse a menina decidida, Ju riu, era realmente a cara da adolescente fazer isso!

- Você sabe que eu sou diferente de você, jamais faria algo do tipo.

- Eu sei, você é toda certinha! – afirmou a menina.

- É por isso que eu preciso ter o número do seu celular, teria te mandado uma mensagem, pedindo desculpas. – disse com uma ansiedade juvenil.

- Tá, me dá seu celular que vou anotar. – a menina pegou o celular e anotou seu número, discou, deu um toque e desligou para marcar também, depois mostrou o visor o qual tinha marcado o número “adolescente mimada”.

- Adolescente mimada?

- Você não vive me chamando de mimada? – disse a menina rindo.

- Tá bom! Posso te fazer um pedido?

- Claro!

- Faz um desenho meu? – disse corando em seguida.

- Claro, mas preciso comprar um papel próprio, que tamanho você quer? Mas, eu nunca desenhei assim, e se não ficar bom?

- Quero de corpo inteiro! Tenho certeza que irá ficar ótimo! – disse decidida.

- Quando?

- Se eu te liberar agora dá tempo de você comprar e ir lá pra casa? Posso pedir pizza pra me desculpar contigo.

- Hoje? Agora? Assim?

- É! Ou você tem que se programar? – disse zombando da menina que pela primeira vez estava receosa enquanto a professora estava agindo de impulso.

- Boba, claro que não! Mas, você sabe que meus pais chegam hoje, vou falar o que?! Tenho que avisar o Seu Ramirez também. – disse a menina parecendo responsável, Ju sorriu ao ver as mudanças em tão pouco tempo da menina.

- Deixa comigo! Se seus pais perguntarem, pode dizer que está lá em casa, vou ligar pra sua mãe e inventar uma desculpa, me encontra na frente da minha casa em uma hora? – disse a professora.

- Está bem! – disse uma Mel que há muito não era surpreendida por alguém.

***********************************

Gabriela terminou de fazer o jantar, lasanha de espinafre, o prato preferido da namorada, foi chama-la no quarto. A porta estava entreaberta, parou e olhou, a namorada estava de costas para a porta sentada no chão com um desenho tão conhecido por ela nas mãos, dela segurando no colo uma mulher e pulando da cachoeira.

Por mais que lhe doesse ver aquela cena, ela sempre fora sincera quando dizia que ainda tinha sentimentos pela ex, afinal fora isso que as uniram desde o começo, então fechou a porta e foi para a sala, ficou olhando pela janela e perdida nos seus devaneios.

Já fazia um tempo em que moravam juntas e mesmo assim Melanie não havia se resolvido com seus fantasmas, muitas vezes Gabriela ignorava outras vezes doía.

 

Mas do que iria reclamar? A garota sempre fora honesta com ela, e também tinha seu fantasma, em que deixara no Brasil.

Fim do capítulo

Notas finais:

Meninas, 

desculpem a demora.

Mas em compensação, fiz um capítulo maiorzinho, me falem o que acharam desse leve spoiler... hehehe

beijinhos


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Comentários para 5 - Capítulo 5 - desenho:
graziela
graziela

Em: 15/12/2015

Adorei o spoiler.  Mas vai vir muita coisa por aí ainda,  principalmente por ver que não ficaram juntas,  mas que Melanie ainda sendo algo muito forte pela Ju. 


Resposta do autor em 23/12/2015:

tem muita coisa pela frente mesmo!

obrigada por comentar. ;)

 

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Mille
Mille

Em: 15/12/2015

Esse desenho promete para o próximo capítulo

Acho legal a amizade dela com o irmão, acho que ele dará muita força para Mel quando ele resolve se abrir com o irmão. E fazer falta quando sair de casa para a faculdade.

Bjus

Gostei dessa visualização do passado, deu pra ver que elas ficaram juntas mais que ficou marcando mesmo depois da separação.


Resposta do autor em 23/12/2015:

Com certeza, Marcelo é um grande amigo de Mel.

Que bom que gostou do meu pequeno spoiler do futuro, quem sabe mais pra frente eu coloque mais algum.

beijinhos

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