Estavam todos reunidos na sala, isso agora era frequente.

- Lívia alguma novidade? – Perguntou Paola, a delegada olhou para Sofia que estava com carinha de ansiosa.

- Ainda não meu bem. – Agora era normal para elas aquele tratamento carinhoso. – Mas vamos dar um jeito, meus policiais estão trabalhando duro, estou ficando acordada até tarde tentando puxar alguma coisa das pessoas mais próximas do Jonas.

Maria que estava atenta a tudo, saiu para pegar café.

- Me diz uma coisa Lívia, você tá pegando a Maria. – Paola falava toda descarada, com isso levou um tapa da Sooh.

- Maria não é pra se pegar. – Falou Lívia com o rosto já corado.

- Mentiraaa, você está amando Lívia? É isso mesmo? – Paola implicava.

- Amor deixa ela quieta, se ela estiver amando isso é bom pra Maria que sempre fica dentro dessa casa sem nem colocar a cabeça pra fora de casa. – Falava Sofia com carinho, sabia que aquelas duas iria dar baile.

Maria voltou e encerraram ali aquele assunto. Armando só escutava, desde o ocorrido ficou mais quieto do que o normal, Paola já tinha conversado com ele, mas Armando se sentia culpado. Estava distraído quando sentiu uma mão em seu braço. Era Sofia que tinha se aproximado e deixado as três mulheres conversando em outro local da sala.

- Não fique assim príncipe lindo. – Amava esse apelido e Sooh sabia disso. – Vamos encontra lá, você não teve culpa Armando. – Acariciou seu rosto com carinho. – Fique tranquilo. (Deram um abraço carinhoso, era um conforto para ambos).

No outro canto da sala Lívia, Maria e Paola conversavam.

- Gente eu tive um sonho muito estranho ontem, não quero que Sofia escute, ela pode ficar mais preocupada. – Paola falou e passou a mão nos cabelos.

- Conte o que aconteceu, pode ser uma ajuda. (Falou Lívia, olhou para Maria e deu um sorriso lindo, a outra ficou sem jeito na frente de Paola).

- Bem, eu estava no local onde aconteceu isso comigo. – Apontou para o próprio corpo. (Pra Paola era difícil contar o que havia acontecido, mas contou tudo pra Lívia). – Estava procurando alguma coisa quando acordei no susto.

- Paola você sabe onde fica a casa? – O faro de Lívia era incrível, sabia que a garota poderia estar no local de antes, porém nada disse pra não causar tumulto.

   Quando Paola ia responder, o telefone toca. Lívia atende.

Silêncio

- Jonas é você?

- Caio, meu nome é Caio senhora. Não posso demorar, venha pegar a criança na antiga...

   Lívia se assustou, o homem não terminou e ouviu um tiro logo depois a ligação ficou muda.

***

   Caio estava de costas telefonando, quando sentiu uma dor forte na perna, estava sangrando, quando se virou, viu Jonas apontando a arma.

- Isso é pra você aprender seu crápula.

   Jonas chamou os outros capangas, mandou amarrar Caio, e deixou a pequenina nos braços dele. Caio tentava conter a dor, não poderia morrer agora, não com aquela criança sozinha ali.

   Jonas se desesperou, será que aquele maldito falou alguma coisa? – Pensava ele. Cada vez mais transtornado.

***

   Lívia se preparava pra sair com três viaturas, estava na porta quando Paola puxou seu braço.

- Eu vou junto e nem adianta reclamar. – Falou Paola decidida.

- Mas Paola é perigoso, acho melhor você ficar com a Sooh. – Disse tentando mudar a ideia da outra.

- Eu vou Lívia e ponto. – Disse já impaciente. – É a minha lindinha e quero ajudar, caramba Lívia, por favor. – Lívia pensou e teve que ceder.

   Paola se despedia da sua esposa.

- Eu vou trazer a lindinha de volta meu amor, pode ter certeza disso. Prometo. – Paola beijou seu lábios com paixão – Eu te amo minha dama.

- Eu te amo Paola, trás nossa filha de volta. – Sofia abraçou a outra.

   Enquanto as duas se abraçavam, no outro canto da sala, Maria estava em frente a Lívia, não sabia o que dizer, estava preocupada.

- Promete que vai voltar? – Maria disse toda envergonhada.

Como resposta, Lívia enlaçou sua cintura e lhe deu um beijo carinhoso, era o primeiro beijo, uma promessa para o futuro das duas.

- Eu vou voltar e matar você de tantos beijos. – Lívia sempre atrevida, Maria ficou parecendo um tomate de tão vermelha.

  De um lado da sala era Paola e Sofia, no outro, Lívia e Maria. No meio estava o Armando.

- Era só o que faltava, euzinho segurando vela dupla. Quando vou encontrar meu príncipe? (Pensava Armando fazendo careta para as quatro mulheres que riam da cara dele). Armando tinha terminado com Pablo, ele era legal, mas não se amavam, foi apenas paixão passageira.

***

   As mulheres saíram, no caminho era puro nervosismo. Lívia tentava se controlar, mas no fundo estava ansiosa. Teria que ter muito cuidado com Jonas.

***

   O local estava cercado, quando as mulheres iam entrando, Paola travou.

- Lívia eu acho que não consigo. – No rosto de Paola já descia uma lagrima.

- Consegue sim, olha o que você conquistou Paola. – Lívia disse com orgulho. - Você vai vencer isso tudo e é agora. – Pegou em sua mão. Entraram na casa.

   Os policiais entraram primeiro, fizeram uma varredura, quando um deles gritou o nome da delegada.

- Lívia vem ver isso. – As mulheres seguiram o policial.

As mulheres entraram.

- Qual o seu nome? – Lívia abaixou para falar com o homem que estava preso.

- Caio senhora. – falou ele com dificuldade.

   Lívia se apressou, mandou um policial levar o homem ao hospital, mas antes perguntou onde Gisele estava. Caio não sabia, mas sabia que tinha um subterrâneo no local.

   Os policias continuaram com a varredura. Nada havia sido encontrado.

***

   No subterrâneo, Jonas dançava novamente com a criança feito um louco.

Dessa vez dançava:

https://www.youtube.com/watch?v=yg-1qW2xAU4

Trouble – Elvis Presley

***

- Lívia tá escutando isso? – Paola puxou Lívia pra um canto daquela casa.

- Vamos seguir o som Paola. – Seguiram com cautela. Os policiais iam atrás.

   Pararam em um lugar, o som vinha do chão. Lívia se abaixou, colou o ouvido no chão. Levantou, bateu o pé no chão.

- Pessoal é um subterrâneo, encontramos. – Lívia estava esperançosa. – Vocês ficam aqui em cima, se eu não sair em 20 minutos vocês invadem.

   Lívia entrou com Paola, a cena que viram foi assustadora. Jonas passava novamente a arma pelo corpo da pequenina, quando a música havia acabado.

- Paola não... – Lívia não teve tempo de terminar, Paola correu em direção ao Jonas.

   Paola ficou de frente para Jonas que ainda estava com a lindinha no braço.

- Solta minha filha seu nojento. – Falou com uma raiva fora do normal.

   Lívia se aproximou e apontou a arma para Jonas.

- Acho melhor você guardar essa arma delegada, ou então vou machucar essa garotinha aqui. – Disse isso passando o cano da arma no rosto da Gisele. A criança parecia adivinhar, pois estava quietinha. Quando Paola viu a cena se desesperou.

- Não atira Jonas, por favor, se você ama alguém na sua vida, deixa minha mocinha em paz, por favor, te imploro Jonas. – Falava Paola. Nessa altura Lívia já tinha guardado a arma.

- Isso ferinha, implora mesmo, quero ver você penando na minha mão. – Disse se distraindo. Foi nesse momento que Lívia fez sinal pra Paola pegar a criança, Lívia pulou em cima de Jonas e começaram a brigar até que a arma disparou, os policiais entraram e nem quiseram saber, balearam Jonas na perna. O tiro de antes pegou de raspão no braço da Paola que tentava proteger sua lindinha.

  Os policiais limparam o local. Levaram Jonas pra delegacia, Caio estava no hospital, mas em forma de agradecimento, Paola pediu pra Lívia deixar ele se recuperar na mansão, mas mesmo assim iria ser julgado, mas tudo iria ser mais leve pelo fato de ter ajudado e muito.

***

   Sofia não tinha mais unha pra roer e acabaria sem dedos, Maria estava ansiosa e Armando subindo pelas paredes já fazia horas que não recebiam noticias.

A porta se abre, surgi Paola segurando Gisele, Sofia quase que desmaia de tanta felicidade. Logo atrás veio Lívia trazendo Caio. Armando  prontamente foi ajudar. Nesse momento os olhos dele se cruzaram com os do Caio.

- Vem, vou te ajudar. – Armando falou, levando ele para o quarto de hospedes.

   Maria pulou no pescoço de Lívia distribuindo beijos pelo seu rosto e cheirando seu pescoço. Lívia estava adorando aquele cuidado todo.

- Meu amor se machucou, você está bem Paola. – Falou Sofia preocupada, agora segurava sua Gisele, matando a saudade. Tudo estava no lugar com sua pequena.

- Calma amor, já fui a um hospital, tudo está bem com nossa pequena, o medico disse que não aconteceu nada com ela. – Paola disse abraçando as duas.

Depois de matar a saudade. Sentaram pra conversar. Lívia contou o que aconteceu, e Paola contou sobre o Caio.

***

  No quarto de hospede, Armando ajeitava o travesseiro para o Caio.

- Pronto, muito mais confortável, não acha?. – Armando era todo cuidado com o outro.

- Obrigada Armando, nem sei como te agradecer. – Pegou em sua mão fazendo carinho. Os dois sentiram um arrepio, se olharam profundamente. Um novo amor surgia.

***

   Depois de alguns meses Jonas foi julgado e condenado, Caio cumpriu alguns meses de detenção, quando saiu pode viver seu amor com Armando, os dois engataram em um namoro firme e forte. Lívia e Maria oficializaram o namoro e a delegada estava preparando seu pedido de casamento (Bem antes de pegar o caso da pequena Gisele, Lívia havia terminado o namoro com o Raul, estava descobrindo o amor verdadeiro nos braços da Maria). Paola e Sofia voltaram a alegria de todos os dias, Gisele crescia, e quando falou pela primeira vez, foi uma festa, só faltaram soltar fogos.

***

   Todos estavam reunidos em um almoço. Armando e Caio preparavam a mesa, Maria e Lívia brincavam com Gisele.

- Meu anjo, quando vamos ter o nosso? – Falava Lívia toda empolgada, pegou Maria de surpresa.

- Mal me pediu em casamento já quer ter filho. – Riu

- Quero tudo contigo. – Deu um selinho nela.

   Paola e Sofia deram uma fugidinha e subiram até o quarto.

- Nossa, que saudade dessa boca. – Paola falou avançando em cima da outra.

- Calminha ferinha, vamos descer agora. – Puxou Paola que fez um bico enorme. – Não fica assim, à noite te recompenso. – Sofia piscou pra ela. Paola fazia cara de sapeca.

Desceram e foram de encontro aos amigos.

   Estavam todos felizes, ali se formava uma família. O amor que surgiu entre aquelas duas mulheres venceu o sofrimento e até a sede de vingança.

Paola nem se importava mais com a aparência, saia livremente, Sofia a cada dia evoluía seu ser.

   Eram pessoas que haviam criado laços eternos, eram amigos, se amavam. Muitos momentos felizes iriam surgir, momentos de amor entre cada casal. E a vida ganhou um tom lindo para cada uma daquelas pessoas. A bela domou a fera, e a fera amou a bela eternamente.

Fim do capítulo