Na mansão todos estavam reunidos na sala, aguardavam o delegado chegar pra assumir o caso. Tudo se resumia em aflição, a casa tinha perdido a vida. Paola não saia do lado da sua mulher. Dentro de Paola crescia uma raiva enorme, aquele imbecil que não se atravesse a machucar sua lindinha, iria pagar por isso. Pensava Lola. Por fora era uma fortaleça, mas por dentro chorava o sumiço da sua lindinha. Sooh nada falava, apenas chorava, estava destruída. Seria realmente o seu fim se Paola não estivesse ao seu lado.

   O espanto das duas foi grande quando entra na sala uma delegada linda.

- O que pensa que está fazendo aqui. Gritava Sofia. – Saia agora sua abusada. Sooh já estava em pé, apontando o dedo na cara da delegada.

- Olha cuidado mocinha, isso é desacato. – Falava provocando, virou pra Paola. – Prazer em conhecer você oficialmente Paola, me chamo Lívia. Paola estava assustada, e Sofia soltava fogo pelas ventas. Lívia ria da cena, adorou o fato de Paola estar a sua frente, continuava linda.

- Você não vai cuidar do caso de jeito nenhum, deve haver outro delegado. – Falava Paola já ficando com raiva.

- De modo algum, eu que cuidarei do caso e quem sabe futuramente cuidarei da mãe da criança. – Falou provocando.

Sofia quase que pula no pescoço da outra se não fosse Armando lhe segurar.

- O que está acontecendo aqui? Vocês se esqueceram que tem uma criança sumida?

As três se deram conta.

- Bem, me contem tudo que aconteceu. – Falou Lívia se concentrando.

***

   Caio evitava ao máximo que a criança ficasse perto do Jonas, sempre dava uma desculpa qualquer e Jonas nem ligava, pois sua maior preocupação era ferir as duas mulheres, e o sumiço da criança iria causar muito sofrimento.

***

   As duas mulheres estavam no quarto, Sofia agora acrescentou o ciúmes e a irritação junto com a dor que sentia pela perda da sua filha.

- Olha aqui Paola, nem pense em me trair, tá ouvindo. – Estava realmente com raiva.

- Acorda Sofia, jamais faria isso, ainda mais nessas condições. – Falou magoada.

   Por instantes o quarto ficou em silêncio, quando só se ouviu um soluço. Sofia chorava novamente e agora com dois medos diferentes.

- Calma meu amor, vamos encontrar a lindinha e nunca sairei do teu lado, nem pela mulher mais gostosa do planeta. – Riu tentando descontrair o ambiente. Sofia riu de leve.

   Paola deixou Sofia dormindo e foi correr como fazia antes.

Sofia dormia quando escutou batidas na porta.

- O que você está fazendo aqui? Não basta querer roubar a mulher que amo. – Sooh já era pura raiva.

- Calma Sofia, não quero brigar, vim conversar com você, posso entrar? (Sofia nada respondeu e a outra entrou sentando ao seu lado na cama).

Silêncio

- Eu não quero que seja minha amiga de infância, mas também não quero que sinta ódio de mim. – Pegou em sua mão, Sooh se assustou com o gesto. – Calma, eu sei que fui muito errada, eu me descontrolei de uma forma que não sei explicar. A Paola nunca teria coragem e nem vontade de te trair, e eu fiquei muito angustiada com o que fiz a vocês. Eu sei Sofia que o amor de vocês duas é verdadeiro e nada abala. – Abaixou a cabeça. – Quero te pedir desculpas por tudo, e eu admiro muito sua família, vou fazer o possível e o impossível para encontrar a criança. Me perdoa?

   Sofia nem sabia o que dizer, pelo menos a raiva tinha passado. – Não precisa pedir perdão Lívia, você entendeu que nada vai se meter entre nós e isso é o que importa. – Pegou em sua mão também. – Você terá uma família tão bela quanto a minha, não se preocupe, no momento certo Lívia.

Terminaram aquela guerra com um abraço sincero, quem sabe futuramente não era uma amizade surgindo naquele momento.

- Vamos rir de tudo isso em breve. – Pensava Lívia enquanto abraçava a outra.

***

   Os dias iam passando, Jonas ficava mais doido e obsecado, teve a ideia de ligar para a mansão, por sorte foi Lívia que atendeu.

- Diz onde está a criança seu doente. – Lívia tentava manter o mínimo de calma.

- Hahahaha mas olha, a ferinha chamou reforço. – Riu alto.

- Olha Jonas, eu conheço seu histórico, deixe a criança em paz e vamos tentar reduzir sua pena. Pense bem rapaz, a criança não tem culpa.

- Diga a Ferinha que ela vai penar na minha mão, nunca mais Sofia vai ver a filhinha querida.

Lívia só escutou o telefone mudo. Tinha que dar um jeito de achar a criança.

***

   Lívia foi em direção a cozinha, quando chegou na porta paralisou diante da visão. Quase babava. Maria estava lavando a louça, para Lívia aquilo era a visão de uma deusa. Maria tinha quase a mesma idade de Armando, e quando tirava o uniforme ficava de parar o transito, morena linda demais.

Maria sentiu alguém atrás de si, se arrepiou inteira.

- Posso saber o nome da deusa que é você? – Lívia falou em seu ouvido, nunca iria perder a cara de pau.

- Pode ir se afastando, quem pensa que é? – Maria a empurrou e ainda molhou a outra com água.

- Calma garota, não precisa me molhar. – Falou Lívia toda atrevida. Maria ficou desconsertada.

***

   Duas semanas já haviam passado e depois daquele telefonema não houve nenhuma noticia. Por incrível que pareça ia surgindo uma amizade entre o casal e Lívia, de inicio Paola estranhou, mas foi se acostumando, até que aquela mulher era divertida. Lívia continuava comento Maria com os olhos, e Armando morria de rir com os suspiros de Maria.

   Caio continuava protegendo Gisele, no dia do telefonema ele havia dado um jeito de pegar o número da mansão. Todos os dias pegava aquele número e ficava olhando criando coragem dentro de si. Era uma batalha entre ligar ou não ligar.

Fim do capítulo