Novas personagens:
Alice - Taís Araújo
Luciana - Mayim Bialik
Julia - Alissa White Gluz
2 - Uma conversa constrangedora com final feliz
Já se passaram três meses desde o dia de bebedeira que uniu o casal mais perfeito da face da terra, eu e minha deusa ruiva Luíza e não poderíamos estar melhor, bem, quer dizer, a Lu anda meio estranha de uns dias pra cá, mas tudo bem, acho que só tá preocupada com nossos pais, sim só pode ser isso mesmo...
A menos que... Aí meu deus ela tá arrependida e quer terminar, é isso não é? Só pode ser isso – começo a me descabelar mentalmente pensando em todas as possibilidades que levariam uma namorada a agir de forma estranha
Ainda em modo desespero liguei para minha melhor amiga e conselheira, a pessoa mais sensata da roda de amigos que frequento. Mal ela atendeu o celular já saí metralhando-a com palavras
- Alice mana eu tô desesperada, minha namorada tá toda estranha pro meu lado, acho que quer terminar comigo, ou pior, tá me traindo com algum crente da igreja dela, ai meu deus se ela terminar comigo Pablo vai ser fichinha comparado à minha sofrência
- Primeiramente, bom dia – Alice disse com voz calma – Segundamente, acalme as teta (eu disse que ela era sensata, não disse que era educada), só porque a menina tá agindo diferente não quer dizer automaticamente que você tá sendo traída ou levará pé na bunda, a única forma de saber o que tá acontecendo é conversar com a moça e perguntar qual o problema. Terceiramente, eu me recuso a dar qualquer outro conselho envolvendo o seu relacionamento enquanto você não me apresentar essa nova namorada que te pirou o cabeção, preciso conhecer esta heroína, parabeniza-la, dar uma faixa, uma medalha, um troféu, e dizer que suas amigas lésbicas agradecem do fundo do coração por ela ter lhe tirado do mercado, por que ninguém mais aguentava te ver pegando todas nas baladas, nos deixando na seca
- Eu pegando todas? Até onde eu sei é a Julia que passa o rodo geral, com aquele estilo toda alternativa, cabelo smurf e olhar de “te como mais tarde”
- Sim, ela é a pegadora suprema, mas as que ela não pegava com o jeito cafajeste dela a senhora ia lá e catava com seu jeito garota descolado, e eu e a Luciana, as “sem lábia” do grupo, ficamos de escanteio ch*pando o dedo enquanto as senhoritas ch*pavam coisas mais interessantes
- Pode choramingar mais tarde? Eu tô com problemas aqui...
- E eu já disse que a senhorita precisa conversar com sua princesa encantada antes de ter surto de paranoia
- É, você tá certa... Obrigada pelo conselho, se eu não tivesse surtado teria pensado em tentar conversar com ela, e sobre apresentar ela, acho que ainda não tá na hora, já te expliquei uma vez que o nosso relacionamento não é nada convencional e preferimos manter só entre nós por enquanto
- Minha querida, vocês são lésbicas, daí já dá pra perceber que não é nada convencional, mas o que poderia ser tão ruim assim? É por ela ser crente? Vocês têm medo do pastor descobrir ou algo assim?
- Como você sabe que... Ah sim, eu acabei de falar que ela é – ri de mim mesma – Não, não é esse o problema, mas não posso dizer qual é o problema ainda, desculpa amiga
- Tá, tá, não pergunto mais, tem mais alguma coisa pra dizer ou ligou só pra pedir conselho? Eu tenho um emprego sabia?
- Sim, e também sei que você adora vagabundear no trabalho, então nem vem com draminha. E sim, só te liguei pelo conselho, já pode desligar, tchau
- Ô criatura grossa, parece que nasceu dos ovos do Seu Lunga, tchau
Desliguei rindo, bem mais tranquila depois de conversar com uma amiga
*Ok, só preciso chama-la pra vir aqui em casa e tentar conversar com ela* - pensei mais calma
Liguei para ela e marcamos de ela vir dormir no meu apartamento no fim de semana, não sei como ela convenceu nossos pais a deixa-la dormir fora, mas isso não é importante, importante é a conversa que vamos ter
- no fim de semana, à tarde -
O chão do apartamento já estava quase afundando com os círculos que eu fazia de um lado para o outro, consegui me manter calma durante a semana, mas agora que o dia da conversa chegou estou nervosa de novo
Ouvi batidas na porta e praticamente corri até ela e abri na mesma hora
- Uau, que rápido, geralmente tenho que bater umas 30 vezes antes de você desgrudar a bunda do sofá e vir me atender – Luíza brincou
Puxei-a para dentro do apartamento, fechei a porta e a abracei
- Tudo isso é saudade? – escutei sua voz suave em meu ouvido – Também senti sua falta – senti seus braços envolvendo minha cintura e sua cabeça descansar em meu ombro
*Ela não ficaria tão feliz em me ver se quisesse terminar, certo?*
Nos separamos do abraço e dei um beijo de leve em seus lábios
- Precisamos conversar – foram as duas palavras necessárias para me fazer entrar em modo desespero de novo
- Sobre? – perguntei com a voz falhando
- Primeiro deixa eu trocar de roupa, esse vestido longo não é nada confortável em dias quentes como hoje
Só então percebi que ela estava vestindo um vestidão estilo moda crente outono inverno 2015, aquele florido que vai do pescoço até as canelas. E combinando com o vestido, uma bolsa gigante, também florida, no ombro
- Aí meu deus – falei tentando segurar o riso, sem sucesso, pois comecei a gargalhar quase imediatamente
- Vai rindo, não fosse pelo vestido e meu talento inato de convencer nossos pais de que sou uma “moça direita” eu nem estaria aqui hoje – tentou parecer irritada, mas tava na cara que ela também queria rir
- Qual foi a desculpa que você deu?
- Disse que vinha estudar a bíblia com uma amiga do grupo da igreja, ficaram até felizes com a ideia, até me trouxeram no carro, ainda bem que não conhecem seu prédio
Depois da breve explicação ela foi se trocar, voltando minutos depois em um shortinho e uma blusa simples. Eu estava sentada em minha cama, super nervosa, tão nervosa que minha perna direita estava quase ganhando vida própria de tanto eu balançar
Eu não era a única nervosa, pois quando saiu do banheiro Luíza mal conseguia me olhar. Ela colocou sua bolsa em uma canto da cama e sentou ao meu lado. Passamos algum tempo em silêncio, eu esperando e ela criando coragem para falar
- Mah – quase pulei da cama de ansiedade
- Sim?
- Eu queria conversar sobre nós, nosso namoro
- Prossiga – foi a única palavra que consegui pensar na hora
- Nós já estamos juntas há quase 4 meses e...
- 3 meses e 20 dias – interrompi sem querer, de tão nervosa que estava
- Isso... E eu estou muito feliz com o nosso relacionamento, mas obviamente está faltando algo
- O que? – perguntei já com lágrimas nos olhos, achando que ela realmente queria terminar
Luíza ficou vermelha que nem um tomate e não disse mais nada
- Você sabe, aquilo... – disse sem me encarar, com os olhos fixos no chão
Fiz cara de paisagem, realmente não estava entendendo
- O que namorados fazem a noite
- Dormem de conchinha? Nós já dormimos de conchinha – respondi pensativa, aparentemente meus neurônios haviam derretido depois do meu ataque de nervosismo, essa a única explicação para eu não ter entendido
- SEXO – Luíza disse irritada, tapando a boca em seguida ao perceber que praticamente gritou
Foi como se todo o peso do mundo tivesse saído dos meus ombros, pela primeira vez na semana consegui respirar tranquila
- Ainda bem que é só isso, por um momento achei que era algo sério – falei
- Isso é sério pra mim – disse irritada
- Não foi o que eu quis dizer, eu sei que é importante, mas quando vc disse que queria conversar eu tive quase certeza que vc terminaria comigo
- O que? Isso explica pq vc tava quase furando o chão com a perna
Rimos do mal entendido criado pela minha paranoia
- Então, vc acha que falta sex* no namoro, posso resolver isso imediatamente se você quiser – comentei com minha melhor cara de safada
- Não tão imediatamente, ainda não terminei a conversa – foi a resposta envergonhada de Luíza – Fico feliz por você ter sido tão paciente e não ter me pressionado nenhuma vez, e eu quero muito fazer isso hoje, mas tô muito nervosa afinal nunca fiz isso antes
- Você nunca fez com uma mulher, é normal ficar nervosa
- Não, eu definitivamente nunca fiz isso, com ninguém
*PARA TUDO, é isso mesmo? Eu entendi certo?*
- Mas... Mas... Você namorou por uns 2 anos com aquele moleque da igreja...
- O Lucas? Ele era tão parado que se dependesse dele até hoje eu não saberia beijar, eu que tive que ensinar praticamente tudo pro menino, só não fizemos “aquilo” por que eu nunca quis, e ele era passivo demais pra tentar qualquer coisa
- E eu jurava que aquela cara de lerdo era só fachada e o moleque devia ser mais safadão que o Wesley quando vocês estavam sozinhos
- Não era... E por favor nunca mais repita essa “piada”, foi muito ruim
Piadas ruins a parte, seguimos com a conversa, que depois da minha piada foi ladeira abaixo
- Eu andei fazendo umas pesquisas sobre o assunto, até vi uns vídeos, mesmo sendo a primeira vez não quero me sair tão mal assim
Tive que me segurar para não rir da imagem mental que fiz da Luíza tentando assistir pornografia, precisei me concentrar muito pra manter o foco
- Aí eu vi que em todo vídeo tinha... É... – Era impossível seu rosto ficar mais vermelho nesse momento – Isso – disse enfiando a mão na bolsa e tirando nada mais nada menos que uma cinta peniana – E os que não tinham isso sempre aparecia um homem no meio do vídeo
Foi demais pra mim, tive um ataque de riso
- Onde – risada – você arranjou – risada – isso?
Luíza largou a cinta em cima da cama e escondeu o rosto com as mãos
- Eu comprei, como vi nos vídeos achei que era essencial, mas já percebi que me enganei – sua voz saia abafada
Quando consegui conter minha risada me aproximei dela e tirei suas mãos do seu rosto
- Ei, não fica assim
- Não fica assim? Eu tô morrendo de vergonha
- Calma, você não sabia
- Por que mostram nos vídeos se ninguém usa? – reclamou irritada
- Na verdade é bem usado sim, mas não é algo essencial ou obrigatório, é totalmente opcional. E eles mostram nos vídeos pq maioria dos vídeos pornô lésbicos são feito para diversão dos homens, e não das lésbicas, vc provavelmente só assistiu esses
- Que droga, o que eu faço com isso agora? – perguntou segurando o p*nis de borracha com raiva, acho que não preciso dizer que tive outro ataque de riso
Muitas risadas depois, consegui reencontrar o foco da conversa
- Já que você já comprou mesmo, não há nada errado em usar
Luíza engoliu seco e sua respiração ficou mais pesada
- Você vai usar? – perguntou num misto de vergonha e excitação
- O que acha de eu usar em você e depois você devolver o “favor”? – mais uma vez fiz minha cara safada, dessa vez funcionou
- Parece que eu ter comprado isso não foi uma ideia tão ruim assim no final
- Não mesmo...
E o resto deixarei para a imaginação de vocês, não só por ser algo extremamente pessoal, mas porque eu não tenho o mínimo talento para descrever esse tipo de coisa. Meu único comentário é que o brinquedo foi muito bem aproveitado e ainda o usamos de vez quando queremos relembrar a primeira vez
Fim do capítulo
Como a história é bem curtinha não faz sentido eu fazer esperarem muito pelos capítulos, então vou postar todos os dias e até o fim de semana a história estará completa =)
Espero que gostem desse e dos próximos capítulos, foram escritos mais por diversão, não parei para pensar em um enredo decente, apenas escrevi o que veio em mente, então não esperem muito deles rsrs
E mais uma vez peço que vocês comentem, gostaria de saber o que acham da história.
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NayAntunes
Em: 07/12/2015
Começei a ler hoje e adorei!!!!
ri horrores com esses capitulo,muito bom,parabéns autora!!!
Resposta do autor em 08/12/2015:
Que bom que gostou, me diverti bastante escrevendo esse capítulo e fico feliz em saber que outra pessoa se divertiu lendo.
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