Capítulo 31. De volta à segunda casa.
Na quarta-feira na parte da manhã, o regimento estava em festa, pois, a volta da major Mantovanni era muito esperada por todos.
No dia anterior, a capitã Andressa havia telefonado ao sargento Prado e pedido que ele tomasse todas as providências para a volta de Márcia. Essa por sua vez, não imaginava nem de longe o que a esposa estava aprontando.
Noite anterior Andressa estava muito feliz com a possibilidade de retorno de Márcia ao comando da cavalaria, porém, a major já estava mexendo os pauzinhos para que a capitã a substituísse no comando e assumisse o posto de major ou talvez até o de tenente coronel. Saíram para jantar e dançar em um bar conhecido na região dos Jardins e encontraram com os amigos de sempre.
Os pais, a sogra, o cunhado e os irmãos de Márcia, principalmente o Junior, estavam juntos e o velho Mantovanni estava muito feliz com a plena recuperação da filha.
-- Que bom filha, saber da sua volta amanhã para a cavalaria.
-- Sim papai, isso é muito bom e eu estou muito feliz, pois, poderei ficar ainda mais tempo com a minha esposa e orientá-la no que for possível até que ela assuma o meu lugar de uma vez por todas.
-- Ai amor eu estou muito feliz com a sua volta e aquele regimento já estava ficando sem graça e imaginar que você não estaria lá, seria um suplício para mim. Por isso, decidi ficar em casa cuidando de você e deixar tudo a cargo do Prado, do Félix e do Teodoro, já que o coronel Tavares não pôde assumir.
-- Mas agora querida isso acabou e eu estarei lá sempre para trabalhar em conjunto.
-- Olha amiga, eu estou pasma com a sua recuperação e graças a santo Expedito, você está viva. Fiquei com tanto medo de perder você naquele dia quando fiquei sabendo sobre o que havia acontecido lá no regimento, falou a major Monteiro.
– Faço minhas as palavras da Cláudia, não é mesmo Magalhães? Falou o coronel Tavares.
-- Sim, mas o médico aqui é que colocou essa fera de pé. Não se esqueçam disso!
-- Sim Magalhães, só tenho que agradecer a sua paciência e claro, com a cooperação da minha esposa que foi fundamental.
– Amor assim eu fico sem graça, tenho para mim a plena convicção que todos ajudaram certo pessoal?
-- Está certo amor, você tem razão, desculpem-me pessoal. Eu do fundo do meu coração agradeço imensamente a todos!
-- Não se preocupe filha, o importante é que você voltou, disse o coronel Vaz Amorim que estava acompanhado da esposa dona Marina a quem Márcia tinha um grande carinho e respeito pois, eles haviam sido seus sogros.
-- Mas agora está ficando tarde e vocês todos tem que trabalhar amanhã certo crianças, disse dona Carlota.
– Sim mamãe, a senhora está certa, disse Márcia para a mãe.
Terminada a comemoração todos se retiraram e foram para as suas casas. Márcia estava radiante e louca para chegar em casa e ter Andressa em seus braços. Ao chegarem em casa ela abraçou Andressa por trás e disse no ouvido da esposa:
-- Nossa amor, eu não via a hora daquele jantar acabar, estou louca para te amar. E você?
-- Está agora lendo pensamentos major? Eu estava pensando a mesma coisa que você!
-- Então amor, o que faremos? Márcia perguntou olhando fundo naqueles olhos castanhos que tanto a fascinavam.
-- Hummmmmmm, disse Andressa. – Me deixa pensar! Que tal fazermos amor naquela banheira deliciosa que tem na suíte do nosso quarto e depois continuarmos na cama?
-- Ótima ideia, adorei a sugestão. E o que mais vai querer a minha esposa?
-- Que você me ame muito Márcia, porque eu quero te amar até esgotar minhas forças!
-- Então minha querida, vamos para a banheira relaxar e nos amar, ok?
-- Perfeito amor, vou preparar a água.
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Quando ambas chegaram ao regimento por volta das sete horas da manhã, o quartel parecia estar vazio. Somente viram a sentinela e alguns outros soldados que as cumprimentaram. Márcia estranhou o silêncio e questionou Andressa.
-- O que está acontecendo aqui amor?
– Não sei, mas vamos verificar isso, será que aconteceu algo aqui?
Começaram a andar pelo quartel e chegaram até o alojamento onde tudo estava escuro e silencioso. Quando Andressa acendeu a luz, foi uma festa só, isso porque quase todos os policiais do regimento estavam lá aguardando a chegada de Márcia e a major ficou parada olhando sem entender o que acontecia.
-- Bem vinda ao segundo lar major Mantovanni, disseram todos!
O tenente Félix abraçou a amiga e os outros levantaram a major e saíram carregando-a para o pátio e lá refizeram o batismo de ingresso da corporação. Andressa só dava risada do jeito que eles estavam sacaneando com a major, tudo era festa e depois de toda a comemoração, a major pediu para Andressa:
-- Capitã, coloca essa turma em ordem no pátio por favor querida, pediu carinhosamente.
-- Sim major a senhora é quem manda!
Com a tropa em ordem unida no pátio, a major Mantovanni começou a falar para todos:
-- Meus caros amigos e colaboradores do Regimento de Cavalaria Nove de Julho, vocês sabem que passei uma fase muito difícil de minha vida há uns tempos atrás e, novamente eu passei por outra pior ainda. Achei até que não voltaria a revê-los, porém, como tudo é predestinado por Deus, eu estou de volta ao convívio de vocês. Agradeço de coração a todos os que oraram por mim, torceram e sentiram minha falta e aos que não sentiram também agradeço igualmente. Mas, uma pessoa aqui presente, me deu uma nova chance de viver e se eu não tivesse ela ao meu lado talvez, eu não estivesse aqui com vocês. Essa pessoa é uma mulher maravilhosa que me fez ver o quanto eu ainda podia ser feliz. Ela hoje como vocês sabem é minha esposa, amiga, amante, companheira e confidente de todas as horas e foi por causa dela e do seu amor que renasci novamente por duas vezes. Essa mulher senhores é a futura comandante de vocês, a capitã PM Andressa Pires Paiva Mantovani, que está aqui ao meu lado e, por gentileza eu vos peço que parem de mandar flores para ela e eu também, não quero saber de nenhum galo de espora alta ciscando no meu terreiro.
Os rapazes começaram a rir e Andressa ficou vermelha com a colocação da major.
Depois que a capitã dispensou a tropa, cada uma foi para a sua sala.
A major estava conferindo alguns relatórios e estava muito satisfeita com as mudanças que os rapazes estiveram fazendo enquanto estava ausente. Na hora do almoço, foram para o refeitório dos soldados, pois, a major gostava muito de almoçar com eles e a capitã também sempre almoçava com os rapazes quando a major estava no comando.
Depois que almoçaram, Andressa avisou ao sargento que ela e a major tinham alguns documentos para despachar e pediu para não serem incomodadas. Fechou, ou melhor, trancou a porta e sem que a major percebesse se aproximou e a abraçou por trás beijando-lhe a nuca. Um arrepio correu-lhe a espinha.
-- Aqui não amor, estamos trabalhando, disse a major.
-- Ah é, há alguns dias atrás, a senhora major bem que queria me seduzir e levar para aquele sofá que está ali no canto antes de tudo acontecer e agora quem te quer naquele mesmo sofá, sou eu.
Márcia não teve como recusar o convite da esposa e ali mesmo fizeram amor. No fim da tarde encerraram o expediente e foram para casa.
Fim do capítulo
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