Capítulo 2 - O que que está acontecendo?
Capítulo 2
Melanie chegou em casa, depois de ter combinado com os amigos que iriam jantar com seus pais para depois saírem, mas dariam um jeito de beber em casa, já que o esquenta que tinham combinado não iria mais acontecer. Mauricio era loiro dos olhos azuis, porém com 1,65 de altura, os quais lhe traumatizavam, estudavam juntos desde criança. Gay, nenhum pouco assumido, só Melanie e Gustavo sabiam, por morarem em uma cidade pequena o preconceito era muito grande e ele preferia sempre a discrição, e passava-se facilmente por hetero.
Gustavo, era alto, moreno, dos olhos verdes, era um ano mais velho que Melanie e Mauricio, os três eram inseparáveis há uns 5 anos, quando Gustavo chegou na cidade, filho de um bancário, morou em diversos lugares, porém o pai prometeu que fixaria residência dessa vez, e até então estava cumprindo sua promessa. Era totalmente mente aberta, o que facilitava sua “amizade colorida” com Melanie, volta e meia eles ficavam mas sempre levaram numa boa, quando ambos não pegavam ninguém na balada, se pegavam na volta pra casa ou quando não estavam “fazendo nada”, como diziam.
O sonho de Beatriz era que a filha se casa-se com Mauricio, já que este, era filho de uma das suas melhores amigas, Fernanda.
Estava pronta, calça jeans preta, camiseta larga branca deixando o ombro amostra e os olhos bem pretos, e all star no pé. Assim, que sempre ia para as baladas, não gostava muito de se enfeitar, mas saía de casa deixando rastros de perfume por cada cômodo.
Chegou ao fundo da casa, próxima a piscina, onde estavam seus pais, Marcelo, e alguns amigos dos seus pais que já tinham chego, claro Mauricio já estava. Sentou perto do pai e já estava servindo um copo de whisky quando seu pai a reprimiu:
- Garota, você ainda é menor!
- Pai, - pensou em dizer sem hipocrisia, please, mas era o dia dele. – também preciso comemorar o seu sucesso! Afinal, é a 3ª filial fora da cidade! Meus parabéns. – se corroeu para completar dizendo que o dinheiro que ganharia iria suprir sua falta constante, mas não o fez.
- Ok, mas não “comemore” muito! Você ainda vai sair hoje, não quero mais confusões!
- Papi, para com isso! Vou ali com o Mauricio, coitado, já deve estar com tédio.
- E você e o Mauricio? - perguntou o pai com esperanças.
- Tchau!
Embalaram em uma conversa banal, logo, Gustavo chegou e se juntou a eles, bebendo. Uma hora depois seus olhos congelaram. Ju tinha acabado de chegar e cumprimentava Beatriz e Heitor, estava com um vestido branco, que ressaltava sua cor maravilhosa, todo colado, mostrando as curvas de mulher, os cabelos molhados e espalhados, e um salto básico preto no pé, estava deslumbrante, não entendeu porque a observava e muito menos ainda porque sentira uma raiva fora do normal subir na cabeça quando olhou para seus braços dados para Renato. Ele trabalhava na Apae também, era professor.
Não entendeu porque, mas levantou-se afim de chamar sua atenção, e dirigiu se ao encontro dos pais, abraçou a mãe e perguntou no ouvido:
- A janta vai demorar? Estou com fome! – virou se para Ju – Oi ju! Oi RE-NA-TO! – todos perceberam seu tom, mas ignoraram, porque ela sempre era assim, falava o que queria, a hora que queria.
- Oi – disse apenas ju, cordialmente encantada com a menina a sua frente, sentia o frio na barriga que há tanto tempo não sentia, uma tremedeira tomou conta do seu corpo. “não posso me sentir assim, mas meu Deus ela está tão linda, com esse jeito muleca-mulher.”
- Filha, meia hora! – disse a mãe e voltando pra Ju começaram a andar- adorei esse vestido amiga, você está belíssima – sussurrando disse- e o Renato? E deram risinhos.
O sussurro, foi o suficientemente alto para Melanie ouvir e sair brava. Porém, um par de olhos azuis brilhava ao ver o casal.
- Quem é aquele G-A-T-O? – perguntou Mauricio, assim que ela se aproximou.
- Você só pode estar de palhaçada comigo, não é Mauricio? Ele é um ridículo, aquele professorzinho de merd*! – disse, enfurecida de ciúmes.
- Hey, qual é?! Está com ciúmes de mim, agora? Pode parar, esse lance de nós dois juntos é conversa dos nossos pais, não curto raxa não! ... Ai meu Deus, ele está olhando pra mim! É hoje que saio dessa seca!
- Como assim, olhando pra você? Ele está com a Ju! – disse irritada.
- Presta atenção, se ele está com ela, eu estou te comendo meu bem! Ele é mais viado que eu, pode ter certeza disso!
- Será? – disse Melanie abrindo um sorriso.
- Sim, senhora! E por que o stress todo?
- Nada, não! Só quero ir logo pra balada. – desviou o assunto, enquanto Gustavo apenas ficava alheio aquele papo todo.
Logo o jantar foi servido, vez ou outra trocava olhares com Ju, e viu seu amigo trocando com Renato, mas logo que comeram foram pra balada. Melanie e Gustavo pegaram metade da balada, não estavam nem ai com nada, e no final da noite como sempre, acabaram ficando.
O fim de semana passou voando, entre piscina, ressaca e risadas, os três amigos se divertiram horrores, sem fazer bagunça pela cidade, pois sabia que ainda estava encrencada e o Dr. Paulo estava no pé, fizeram programas mais tranquilos.
Segunda-feira, ao acordar não entendeu porque uma ansiedade tomou conta durante as aulas, seria a segunda que chegariam mais tarde e sairia mais tarde da Apae, mas não conseguiu dormir na cama após o almoço, estava ansiosa pra ver a Ju, só pensava uma coisa, “aai meu Deus, eu sou gay, o Mauricio vai amar, o Gustavo odiar, meus pais me deserdar, não pode ser, deve ser um engano, devo estar sob muito estresse, só pode”!
Quando chegou a Apae se dirigiu imediatamente para a sala de Ju, como sempre fazia, mas dessa vez estava diferente, as mãos suadas. Ao entrar, pode sentir que não era a única que estava nervosa, Ju lhe olhou fundo nos olhos, e por breves segundos parecia que conversavam em silêncio.
- Melanie, eu preciso falar com você! – disse, gaguejando um pouco.
- pode falar – Melanie respondeu, ansiando por algo que nem sabia o que era.
- Daqui duas semanas, será a Expomutum, você sabe, a festa mais esperada da cidade, e a Apae vai montar uma barraquinha lá, para arrecadar fundos, vamos fazer pastel, espetinho e vender bebidas. Minha proposta é o seguinte, você trabalha uma noite lá, porque é voluntário, e eu te dispenso dois dias a tarde.
- Tudo bem. – disse Melanie, apenas vidrada naqueles olhos negros, concordaria com qualquer coisa naquele momento.
- tudo bem? – perguntou surpresa, esperava que ela fizesse um discurso de como aquela festa era importante para os jovens de uma cidade pequena que nunca tem nada pra fazer, ou que discutissem por horas, mas não, apenas concordou.
- Sim, surpresa? – olhou dentro de seus olhos.
- Sim – disse sincera.
- Você não me conhece mesmo, Dona Ju, só queria te pedir algo.
- Diga – qualquer coisa que me pedir com essa carinha eu faço, pensou.
- Eu sei que meus pais todo ano ajudam, não me coloque no mesmo dia que eles, por favor.
- Está bem. Obrigada, sua ajuda será muito importante.
- Ok. Vou ir ver o que precisam por hoje. Tchau.
Ao sair se deparou com Renato entrando na sala de Ju, olhou pra ele e virou a cabeça ignorando o “boa tarde” animado.
Bateu e logo entrou, e se deparou com a amiga olhando pela janela.
- Que susto! O que você quer, sua louca? – disse Ju com a mão no coração.
- Fofocar, já descobriu alguma coisa sobre o Mauricio? – perguntou ansioso.
- Para bicha! Não vou descobrir nada sobre o filho da minha amiga, sossega, você tem idade pra ser pai dele, pode parar!
- E você pra ser mãe da Mel! – disse provocando.
- Que Mel, o que? Deus me livre, de ser mãe daquela doida, guria rebelde, louca, a Beatriz sofre muito com ela.
- Você sabe muito bem do que estou falando, mas já que você não está interessada, não vou te contar os babados que a Vitória me contou sobre a balada que ela foi com os amigos no fim de semana.
- Não precisa mesmo. Disse, mas ao ver o amigo se retirando voltou atrás, - Renato, tá que saco, me conta os babados, só porque você me deixou curiosa agora.
- Sei – disse desconfiado. – Então, ela foi na festa também, e disse que a Melanie estava super bêbada, conversou com ela, e até arrumou um menino pra ela ficar, diz que ela e o Gustavo, amigo dela, pegaram metade da balada, saíam beijando todo mundo e foram embora juntos, diz que eles sempre ficam, que tem tipo, como dizem mesmo... “amizade colorida”.
- Como assim? E as pessoas ficam assim com eles? Tem muita gente interessada neles?
- Nela, você quer dizer? Enfim, lógico né?! Ela pode ser uma menina ainda mas é divertidíssima, todo mundo adora ela, do tipo super sincera, ela conhece a cidade inteira, e ele é um deus grego né?! Convenhamos.
- Que seja, espero que ela pare com essas criancices, porque vão acabar falando mal dos pais dela, vai sujar o nome da família.
- Você sabe que a Beatriz não está nem ai com essa pegação dela, todo mundo sabe, mas diz a lenda que ela não vai pra cama com ninguém, e ainda, ouvi dizer que só com o Gustavo, não entendo esse lance moderno de “amizade colorida”. – disse se sentindo todo faceiro com as informações.
- Pelo menos ela se preserva um pouco, eu também não entendo essas amizades ai, acho nada aver, ridículo! E o seu “príncipe encantado”? o que fez na balada? – perguntou desviando o foco para não demonstrar a irritação que sentiu com essas informações.
- Amiga, você falou certo! Ele é um príncipe mesmo, porque diz que não pega ninguém, mal bebe, fica cuidando dos loucos, você acha que ele é gay?
- Não sei, Renato, mas tira isso da cabeça, que falta de .. de .. de... ética! Pega menino tão novo.
- Ética? Sério? É o que você diz pra você mesma? Por que é falta de ética se ele não é meu aluno? – indagou tentando entender o que impedia a amiga de investir uma aproximação na Melanie.
- Renato, vamos voltar ao trabalho!
- Tudo bem, aaaa, só pra completar a fofoca, hora que eu estava entrando “ela” estava saindo, dei boa tarde e nem me deu moral, acho que ela ainda está com ciúmes porque fui contigo no jantar, a louca né?!
- Tchau, Renato! – disse em tom de brincadeira, mas no fundo tinha esperança, será que ela estava com ciúmes? Mas, que bobeira! Ela é filha da minha melhor amiga, não posso ter esses pensamentos! – se reprimiu.
Naquele dia, pensou nela o tempo inteiro, mas evitou dar afazeres em que ficassem próximas, para evitar qualquer sentimento que estivesse sentindo, se concentrou no seu trabalho que nem viu quando o relógio já passava das 20 horas, e não tinha quase ninguém na escola, estavam terminando de fechar.
Ao se aproximar da saída ouviu a voz de Melanie, e resolveu demorar um pouco a fim de ouvir a conversa.
- Porr* pai, você falou que ia me buscar todo dia cara! Sim, pai, está chovendo! A PÉ? Essa hora? Eu sei, eu sei, não, ela está sem carro! Tá tá, eu vou a pé mesmo, que saco! – dizia aos gritos uma Melanie irritada.
Resolveu sair logo antes que ela percebesse que estava ouvindo a conversa, realmente estava chovendo e nem havia percebido.
- Seu pai está vindo? – disfarçou.
- Não! – respondeu brava.
- Te levo.
- Ta. - disse ríspida.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
demi_A
Em: 07/12/2015
Guria ciumentinha! Kkkk
Enquanto ela se preucupa com o Renato, o cara ta mais preucupado com o Mauricio.. kkkkkk
Melanie é muito fodona, to amando conhecer!
Sua historia ta muito top, não papa não .. ja to mega curiosa para o proximo cap.
Bjs^-^
Resposta do autor em 07/12/2015:
E o ciúmes nada enxerga, né?!
pode deixar, que não irei parar!
muito obrigada,
continue acompanhando...
beijinhos
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olivia
Em: 06/12/2015
Meu Deus amenina ta pegando juizo,estou torcendo paraque ela cresça e mostre força e não decepiconar o promotore e interessados!!!!!!!!!!!!Amando cada paragrafo!!!!!!!!!!!Bjs
Resposta do autor em 07/12/2015:
Com certeza ela está crescendo e muito,
mas será que toma juízo da noite pro dia?
beijinhos
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