FINISH
Capítulo 32. A Guerra Terminou
Quando a coronel chegou ao quartel todos já estavam a sua espera. Ela sabia que não poderia perder mais tempo, pois a hora se aproximava e antes de terminar o dia, ela queria estar em casa com a família.
-- Coronel bom dia. O tenente Marcos e a guarnição que está sob o comando do mesmo e o sargento Yunes já estão de prontidão esperando a nossa chegada.
-- Ok capitão Bezerra, vamos em frente. Mas precisamos tomar cuidado quando chegarmos. As viaturas não podem estar com os faróis e o giroflex ligado para não levantar suspeitas. Quando chegarmos ao local desligaremos as mesmas e partiremos para o ataque.
-- Está bem coronel, todos estão a postos só esperando a sua ordem.
-- Então senhores vamos embora.
Quando a coronel estava saindo em sua viatura, outra parou na frente e dela desceu uma policial. A coronel reconheceu o emblema da escola de oficiais e viu que a sobrinha estava se dirigindo em direção a ela.
-- Aspirante Meire o que a senhora faz aqui?
-- Eu vou com a senhora coronel e não adianta espernear!
-- Mas nós já conversamos você é somente uma menina e eu não admito esse tipo de insubordinação. Isso é desacato a uma ordem superior.
-- Acontece coronel que eu não estou aqui como a sua sobrinha e sim como uma policial.
-- Eu posso mandar te prender por desacato a uma ordem e a um oficial superior.
-- Faça o que quiser coronel, eu sou uma Mantovanni e vou quer a senhora queira ou não!
A coronel pensou e viu que não tinha outra alternativa. Porém, rezou um sermão para a sobrinha.
-- Está bem você vai comigo, mas é para obedecer as minhas ordens. A senhorita entendeu aspirante?
-- Sim coronel! Disse batendo continência para a tia.
-- Então sobe ai antes que eu te dê uma surra!
Assim que todos estavam preparados a coronel deu a seguinte ordem.
-- Pelotão vamos em frente. Avante para a vitória!
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Quando a coronel chegou todos já estavam em seus postos de ataque. Só estavam esperando o momento certo de agir. Aguardaram por cerca de meia hora e logo o tenente Ascânio viu chegar um furgão preto com o emblema da empresa. Dentro dele estavam quatro homens fortemente armados com fuzis AR15, metralhadoras de longo alcance e uma bazuca.
-- Coronel!
-- Prossiga tenente!
-- Um furgão preto com o emblema da empresa acaba de estacionar no portão lateral da mesma.
Logo em seguida o sargento Yuri com o cabo Demétrius e os soldados Marcelo, Rogério e Demerval avistaram outro carro estacionando nos fundo da empresa.
-- Coronel aqui a coisa também está começando a esquentar. Há um Vectra preto que também acaba de estacionar pela parte dos fundos e olhando pelo nosso binóculo, ao que me parece o Neguinho não está entre eles.
-- Droga! Esbravejou a coronel. -- Fiquem de olhos bem abertos, esse meliante é muito esperto e perigoso. Não quero nenhum de vocês feridos.
-- Coronel a um movimento dentro da empresa e o carro forte está se preparando para sair. Informou o sargento Duílio que estava em cima da árvore observando o interior da empresa.
-- Algum sinal do Neguinho?
-- Negativo coronel! Informou Ascânio.
-- Aqui também não! A mesma informação é dada pelo sargento.
-- E você Duílio vê algo?
-- Não vejo nada coronel e opa!!!
-- Prossiga sargento!
-- Coronel acho que o nosso tubarão chegou. A um Corolla que encostou junto ao Vectra. Acho que a festa vai começar.
-- Senhores creio que todos estão preparados. Assim que eu der o sinal com o farol da viatura, poderemos atacar. Mas eu quero cautela e muita atenção porque esse meliante não pode escapar. E se alguém reagir atirem com gosto mesmo. Se eles tem armamento pesado, nós vamos mostrar o que temos também! --Todos copiaram o recado?
Depois dos policiais terem reportado que haviam entendido o recado, a coronel deu por encerrada as ordens. Depois virou para a sobrinha que estava no banco de trás e disse:
-- E quanto a você aspirante Mantovanni ficará aqui na viatura. Fique alerta a tudo e tome cuidado porque se algo te acontecer além de eu não me perdoar por isso, vou arrancar a cabeça de um desgraçado e pendurar no Marco Zero na Praça da Sé. E você sabe que para fazer isso não preciso de muito motivo. Portanto, se comporte!
-- Sim senhora coronel, ficarei atenta!
-- E saiba que a nossa conversa não terminou. Porque eu ainda não engoli aquela insubordinação!
A sobrinha deu de ombros e nem ligou para o que a tia havia falado. Meire era tão topetuda quanto o avô e rebelde igual ao pai.
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No momento exato às quatro horas da manhã, o portão foi aberto e o primeiro carro forte estava saindo. Assim que os bandidos viram logo o interceptaram e os demais entraram na empresa. A coronel assim que viu se preparou e logo ouviu-se tiros. O sinal foi dado e logo as viaturas já estavam chegando junto do carro dos meliantes. A coronel desceu rapidamente e de arma já em punho atirou no primeiro ladrão que saia do carro com o fuzil pronto para atirar. Os seguranças do carro forte também atiravam e logo o tiroteio se tornava geral. O resto dos meliantes que haviam entrado na empresa também começaram a atirar. O tenente Ascânio foi ferido no braço, mas mesmo assim acertou um dos bandidos com um tiro na cabeça, o sargento Yunes veio em seu socorro e também acabou sendo alvejado com dois tiros nas costas. A coronel quando viu, tentou se aproximar dos dois oficiais, mas recebeu um tiro na perna. Meire até esse momento estava dentro da viatura e quando viu a tia ser atingida, desceu do carro arma da e começou a atirar nos meliantes que atiravam na direção da coronel. Com isso a comandante conseguiu chegar até os dois. Yunes estava muito ferido e logo foi socorrido, Ascânio, Mendes, Marcelo e o sargento Duílio que estava em cima da árvore vieram ajudar. Porém, o poder de fogo dos bandidos era bem maior e de repente Neguinho saiu do furgão e disparou com a bazuca na direção em que a aspirante Meire estava e ao atingir a viatura, acabou sendo mortalmente atingida pelos estilhaços. Quando a situação parecia estar perdida, o tenente coronel Trevisan chegou com as viaturas da Rota e então foi ai que a festa começou a valer. Os homens chegaram atirando e os bandidos que restavam ao verem que a polícia de elite havia chegado resolveram se render. O major Paiva Jr chegara juntamente com o tenente coronel Trevisan.
Enquanto isso depois de ter recolhido provas suficientes contra o doutor Antero Silva, a delegada Maura Mendes o prendeu ainda em sua sala dentro da delegacia. Outros policiais civis que tentaram reagir foram presos juntamente com outros que haviam sido pegos na fortaleza do bicheiro Zé Cajá pelo colega da delegada, o doutor Sérgio Montenegro. Ao todo foram presos oito policiais civis, dois delegados, quatro guardas metropolitanos e quinze policiais militares, que estavam detidos no Regimento de Cavalaria sob as ordens da tenente coronel Andressa.
-- Alguém viu a aspirante Mantovanni? Perguntou a coronel enquanto estava sendo socorrida.
-- Coronel, coronel a tenente está ferida próximo à viatura que explodiu!
A coronel ficou desesperada e com dificuldade caminhou até onde estava a sobrinha. Abaixou-se e abraçando a moça falou:
-- Minha princesa por que você fez isso? -- Eu falei para que você tomasse cuidado. Maldita hora em que dei permissão para que você viesse conosco. Eu devia ter mandado te levarem de volta escoltada e sob vigilância para a academia. Mais uma vez eu errei, assim como aconteceu com o seu pai, está acontecendo contigo agora. Por que Deus está sendo tão injusto comigo? Disse chorando abraçada à sobrinha.
Todos estavam consternados com a situação da moça e logo ela estava sendo socorrida por uma unidade de resgate do Corpo de Bombeiros. A coronel sentiu uma mão em seu ombro e quando levantou a cabeça, viu que era a esposa. Andressa se abaixou ao lado de Márcia e falou:
-- Calma meu amor, tudo ficará bem com a nossa princesa. Você não deve se sentir culpada pelo que aconteceu. O médico do resgate disse os ferimentos não foram tão graves.
-- Mais uma vez eu errei Andressa. Primeiro foi a Celina, depois o tenente Gonçalo, o soldado Magno, meu irmão, com o nosso Nicola, com você e as meninas e agora com a Meire. E se essa menina acaba morrendo o que eu vou falar para a mãe dela?
Andressa ficou abraçada na esposa e não respondeu. Ela sabia o quanto isso estava doendo na coronel. Chamou o cabo Reis e perguntou como aquilo havia acontecido. O rapaz contou como e quem tinha atirado. Nesse instante a coronel se levantou e perguntou:
-- Para onde foi esse vagabundo?
-- Ele correu para a favela do Sapo coronel.
-- Então é lá que eu vou buscar esse maldito!
Pediu uma viatura da Força tática emprestada ao cunhado e saiu sozinha em direção à favela. Enquanto isso a coronel Monteiro que havia presenciado o final da batalha, deu a ordem para os seus homens acompanharem a coronel.
-- Andressa você vai ao hospital ou vai até a favela?
-- Eu vou com vocês, já mandei avisar ao meu sogro e ele juntamente com a dona Carlota está indo para o hospital.
-- De jeito nenhum maninha, você vai para o hospital e eu vou acompanhar a Márcia. Vamos dar um fim nisso, já chega termos feito a besteira de deixar a Márcia cuidar disso sozinha.
-- Você e o seu marido deixaram André, eu não! -- Mas se você quer se redimir com a sua cunhada, vá em frente. Eu vou para o hospital e não se esqueça, que você tem esse soldo de major por causa dela!
Andressa saiu e deixou o irmão atônito olhando para o nada. A coronel Monteiro parou ao seu lado e disse:
-- Calma André isso passa. Vamos trabalhar porque temos um bandido para pegar.
A coronel chegou à entrada da favela e logo seus homens chegaram atrás.
-- Coronel como vamos achar o Neguinho? Perguntou o sargento Duílio.
A coronel analisou o local e disse:
-- Vamos olhar casa por casa, essa favela não é tão grande assim. E ao menor sinal de algo estranho a minha ordem é atirar.
-- Mas coronel desse jeito poderemos ferir inocentes!
-- Não me interessa, esse povo adora esconder bandido!
O sargento estranhou da sua comandante ter falado daquele jeito. No fundo ele sabia que era só da boca para fora que a coronel falara aquilo. O motivo era o estado em que a sobrinha se encontrava e naquele momento ela passava por uma cirúrgia.
-- Sim senhora coronel!
A coronel dividiu os homens em locais estratégicos na favela e logo começaram a revistar casas e becos. Ali algumas prisões foram feitas em sua maioria tudo por porte de drogas. Dois traficantes também haviam sido presos, Claudio Borges dos Reis (vulgo Centopéia) e Nelson Alves Amaral Santos (vulgo Borboleta). A coronel mediu os dois de cima a baixo e falou:
-- Eu vou fazer somente uma pergunta para vocês dois. Onde está o Neguinho Trêsoitão?
Os traficantes ficaram calados e não disseram nada. A coronel novamente perguntou onde estava escondido Neguinho.
-- Bom já que você parece que não falam ou perderam a língua, eu tenho um remédio maravilhoso para ensinar vocês a falarem. Sargento, trás o saco.
O sargento pegou dois sacos plástico e colocou na cabeça de cada um deles e começou a apertar. Primeiro foi em Borboleta e depois o tenente Zelder começou a fazer a mesma coisa com Centopeia.
-- Fala desgraçado onde está o Neguinho? Perguntava a coronel.
Depois de muito apanharem, os dois bandidos indicaram onde estava Neguinho. Porém antes de serem levados para a viatura, Centopeia olhou para a coronel e disse:
-- Eu sei quem é você.
-- Sabe? E quem sou eu?
-- A senhora matou o meu tio!
-- Sério e quem era o seu tio?
-- O Barbatana!!!
-- Moleque você deu sorte. Podem leva-los!
E agora coronel se ele resolver abrir a boca?
-- Fiquem tranquilos, ele não tem ideia de que a culpa toda parou em cima do coronel Gutierrez. E agora se me derem licença, eu vou buscar o Neguinho.
Depois de muito procurarem, chegaram a uma pequena casa de alvenaria que ficava quase no final da favela próximo a um matagal. A coronel sabia que se o meliante saísse por ali, nunca mais o pegariam. Mesmo ferida, com a perna inchada e muitas dores, a coronel foi ao encalço de Neguinho.
-- É aqui senhores! -- Eu vou pela frente, Duílio você e o Marcelo vão pelos fundos e os demais fiquem em alerta. Donizete, suba naquele telhado e fique atento a qualquer movimento suspeito.
-- Sim senhora coronel!
A coronel sacou o revólver e chegando em frente à casa, bateu na porta. Uma senhora que estava de camisola com um penhor por cima perguntou:
-- O que vocês querem a essa hora?
-- Bom dia senhora, mas nós precisamos saber se há alguém na sua casa.
A mulher olhou e vendo outros policiais respondeu:
-- Aqui não tem ninguém policial, somente eu, meu marido e meus filhos!
A coronel tentava olhar para dentro, mas não conseguia ver nada. Então pediu para a mulher o seguinte:
-- Senhora, podemos revistar a casa, já que não ninguém além de vocês?
-- Mas a senhora não pode entrar assim, eu tenho três filhos pequenos e eles podem se assustar!
-- Mas entraremos assim mesmo!
Depois de revistarem a casa, viram que não havia ninguém mais além dos moradores. Quando a coronel voltou para a sala, sentiu uma saliência diferente embaixo do tapete. Ao levantá-lo ela viu que existia um alçapão com uma escada. Resolveu descer e quando chegou à outra ponta e abriu a tampa, recebeu um tiro que acertou o emblema da sua boina passando de raspão na cabeça mesmo assim surgiu um pequeno sangramento. Quando o bandido tentou novamente atirar, a coronel fez a visada e atirou, porém por causa da dor que estava sentindo e do sangue que escorria do seu rosto juntamente com o suor, ela não conseguiu acertar o bandido. Os outros quando ouviram os tiros correram atrás, mas o bandido conseguia se afastar deles. Assim que saiu do mato, Neguinho deu de cara com uma viatura da Força Tática e atirando tentou fugir, os disparos eram feitos, mas ele corria em zigue zague. Nisso a coronel vinha atrás e quando Neguinho parou para alvejá-la novamente, ela foi mais rápida e acertou o meliante com dois tiros no peito. A coronel sentiu fortes dores no peito e não aguentando de dor, desmaiou. Ela foi colocada na viatura da Força Tática e levada ao hospital da região. Neguinho também foi socorrido, mas morreu ao dar entrada no hospital.
Fim do capítulo
Olá gatas!
A coronel conseguiu vencer a batalha. Agora tudo ficará em paz e o próximo passo é se dedicar mais à família. E Meire como estará o seu estado de saúde?
No próximo capítulo vocês ficarão sabendo. E aviso que essa fase está chegando ao fime não sei se escreverei novamente alguma continuação. Vou terminar a outra história e também não tenho a intenção de escrever.
Agradeço a todas que leêm a história e aos poucos comentários que recebi, também agradeço.
Obrigada lindas, você são demais.
Patty linda, te amo.
Bjs e bom começo de semana a todas.
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Lili
Em: 30/11/2015
Por gentileza Andressa já passou por muita coisa, com à esposa e a sobrinha saía dessa, pois assim vamos ter mais uma temporada por favor.
Resposta do autor em 30/11/2015:
Olá querida bom dia e bom começo de semana para você.
Meu anjo você já ouviu a famosa frase: "SÃO OSSOS DO OFÍCIO?", pois bem, isso era tudo pelo que a coronel deveria passar. É verdade sim, a Andressa e os filhos já sofreram muito com tudo o que aconteceu até agora. Mas não é verdade aquele ditado que diz:"DEPOIS DA TEMPESTADE VEM A BONANÇA?", então agora é hora da coronel descansar e curtira esposa e os filhos.
E agora , quanto a terceira e última fase, vou decidir se escrevo ou não. Tudo vai depender da aceitação dessa temporada que se aproxima.
Beijos e obrigada por comentar.
Até uma próxima!
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KellyK
Em: 30/11/2015
Adorando a Montovanni, eletrizante a caçada ao neguinho. Pena que está chegando ao final.
Resposta do autor em 30/11/2015:
KellyK Bom dia.
É deu trabalho mas a coronel conseguiu eliminar o Neguinho. Tudo que começa tem meio e fim. O começo já foi, o meio também e agora vamos ao fim da história.
A próxima fase já envolverá as crianças, mas ela será desenvolvida se as nossas amigas leitoras acharem viável porque não quero algo cansativo. Até lá terei tempo para decidir. mas espero a opinião de vocês.
Bjs e aguarde os instantes finais.
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Lins_Tabosa
Em: 29/11/2015
Ufa! eletrizante esse capítulo, mas por favor que a coronel e a sobrinha sobrevivam dos ferimentos, sim?! e o neguinho já foi tarde!
abrs Catrina, o/
Resposta do autor em 30/11/2015:
Oi Lins_Tabosa
Eu estava com saudades da senhorita.
Fica tranquila que tanto a coronel como a sobrinha vão sair dessa. E como você mesma escreveu, o Neguinho já foi é tarde!
Mais uma vez, obrigada querida pelo comentário.
Bjs.
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