Chegou a hora.
Capítulo 31. A batalha vai começar.
Depois da conversa que Márcia e Andressa tiveram com Maura, a coronel decidiu que não iria mais esperar. Na quarta-feira da semana que seria o grande assalto, ela chamou os homens e ao reuni-los disse:
-- Senhores eu os convoquei para que viessem aqui até a minha sala, porque precisamos imediatamente traçar a estratégia para pegar o Neguinho e seu bando. De imediato aviso que não será uma batalha fácil, porém, temos todas as condições e a situação a nosso favor para que possamos ter êxito nessa operação.
-- E o que vamos fazer coronel? Perguntou um dos oficiais do batalhão.
-- Tenente Ascânio nós iremos agora traçar a estratégia para pegar esse sujeito. Em primeiro lugar, nós vamos continuar fazendo o patrulhamento como se nada estivesse acontecendo. Deixemo-lo pensar que está reinando e que a polícia é burra.
Logo o telefone da sala tocou e a coronel atendeu.
-- O que aconteceu capitão Nelson?
-- Coronel eu estou de folga hoje e recebi uma informação que vai deixar a senhora muito satisfeita.
-- E qual é a informação?
-- Chefe eu estou aqui perto da minha casa, aqui no Limão e o dono do bar que eu frequento me disse que ouviu um comentário de dois homens sobre um lance na Brinks. A senhora tem conhecimento disso?
A coronel pensou um pouco e respondeu:
-- Sim eu tenho conhecimento e será nessa sexta-feira, certo?
-- Positivo coronel e eles virão com armas pesadas. Portanto, é melhor a senhora ir com armamento pesado também.
-- Agradeço a informação capitão. Tenha um bom dia!
Depois que desligou o telefone a coronel passou para os demais, a informação que havia recebido.
Naquela tarde de quarta-feira, a coronel já estava com tudo pronto para a prisão dos meliantes. Chamou o sargento Yunes e perguntou:
-- Tudo pronto sargento para sexta?
-- Sim coronel, assim que aqueles pilantras chegarem nós os pegaremos. Mas a senhora sabe que haverá um grande tiroteio e tudo poderá acontecer porque eles não vão se entregar por bem nem por decreto de lei.
-- É eu sei sargento, mas agora não dá para voltar atrás!
-- E a sua esposa o que está achando disso?
-- Ela não gosta, mas não posso fazer nada. Eu não quero a minha mulher nesse fogo cruzado, aliás, nenhum dos meus parentes e amigos eu quero aqui. Isso é assunto do 13ºbatalhão e não da polícia militar inteira.
-- Ok coronel. E mais uma coisa que eu me esqueci de avisar, a sua sobrinha tenente Meire está ai, posso mandar entrar?
-- Sim sargento pode mandar.
A coronel quando viu a sobrinha, ficou muito feliz e ao abraça-la perguntou:
-- Meire minha sobrinha querida como você está?
-- Eu estou bem tia Márcia. -- E a senhora como está?
-- Bem minha princesa, estou bem. E a sua mãe melhorou?
-- Sim tia, graças a Deus ela se recupera a cada dia que passa e a minha avó também!
-- Isso sim é uma notícia boa. E a academia como está? -- Muito puxada?
-- Ai tia, tá muito puxada sim e tem uma sargento que é o demônio em forma de gente. Ela cismou de pegar no meu pé, nesse fim de semana ela não me deixou ir embora.
-- Por quê?
-- Porque ela disse que a minha prova de educação física não foi boa e por isso me deixou de “castigo” no quartel. Mas eu acho que é outro motivo.
A coronel escutava atentamente o relato da sobrinha e perguntou:
-- Sim e qual é esse motivo?
-- Ela namora um tenente de lá e deve estar achando que eu dou em cima dele, mas é ele quem não tira os olhos de mim! -- Só não desisto porque foi a senhora que me colocou lá e não seria justo depois de tudo o que fez dar esse desgosto para vocês!
-- E qual é o nome dela?
-- Sargento Correia, mas todos a chamam de Minnie Ranheta.
-- Pode deixar querida que eu vou fazer uma visita surpresa na academia. Quero conhece-la bem de perto e ensinar como se tratam os cadetes.
A menina ficou olhando para a tia e pelo jeito percebeu que falara demais. Mas ela não estava nem ai para o que fosse acontecer no fundo ela só queria que a sargento tivesse mais respeito por ela e pelos colegas.
-- Tia Márcia a senhora vai para alguma “missão” amanhã de madrugada? -- Ou seja, de quinta para sexta?
-- Sim minha princesa vou. Por quê?
-- Porque eu também quero ir com a senhora!
A coronel ficou assustada com o pedido da aspirante e falou:
-- De jeito nenhum Meire isso está fora de cogitação! -- Nem a sua tia eu permiti que fosse. E não ouse desobedecer a uma ordem minha. Volte para a academia, vá se formar e depois conversaremos.
-- Mas tia eu sou policial há muito tempo, a senhora poderia me dar uma chance. Afinal eu também sou uma Mantovanni e pelo que sei, o meu bisavô Genaro, o vô Giuseppe e a senhora sempre foram policiais destemidos e nunca tiveram medo de enfrentar bandidos. Eu também não!
A coronel riu com a colocação da sobrinha e para amenizar a decepção da moça, disse:
-- Meu amor eu prometo que quando for uma coisa mais light, eu te levo. Mas amanhã não. E você mostra que é mesmo uma Mantovanni de sangue, marrenta e teimosa igual ao meu pai, seu avô. E agora chega desse assunto, vou pedir para alguém te levar de volta para a academia!
Saiu da sala e logo em seguida o sargento Yunes veio até a sala.
-- Pois não coronel o que deseja?
-- Sargento por gentileza, leve a minha sobrinha para a academia, mas não demore. Vou precisar do senhor.
-- Sim coronel pode ficar tranquila. Tenente por gentileza queira me acompanhar.
-- Apesar de ficar chateada tia, eu sei que está fazendo isso pelo meu bem estar. Deu um beijo na tia e saiu acompanhando o oficial.
Quando a sobrinha saiu a coronel deu risada e pensou: -- Essa filha da puta é marrenta, tem mesmo o gênio do velho Giuseppe e da dona Carlota. Affff!!!!
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Ao retornar para o quartel, o sargento foi direto para a sala da coronel e depois de avisar que a sobrinha já se encontrava na academia, perguntou:
-- O que a senhora queria falar comigo coronel?
-- Reúna agora os homens na sala de conferência que hoje eu vou distribuir os lugares e os pontos estratégicos onde iremos ficar para pegarmos os meliantes.
-- Sim coronel!
Meia hora depois a coronel estava reunida com os oficiais e as coordenadas foram passadas.
Porém as perseguições aos marginais continuavam, mas as ameaças deles também. A coronel além de passar com o seu próprio carro pelas regiões que a quadrilha frequentava, começou também a observar a casa de uma das amantes de Neguinho que morava na zona Norte, Rose Bombom que já começava a ficar apavorada.
A partir dessa persistência, mesmo sem saber, a coronel estava apoiada pelos comandantes da Força Tática, Canil, Gate, Rota e Choque. O Regimento de Cavalaria também estava em alerta e todos já sabiam como se dariam as incursões tantos nos locais em que a quadrilha estava atuando, quanto no roubo a empresa.
Quando a coronel estava indo embora, Andressa vinha chegando e ao abrir a porta, Márcia deu de cara com a esposa. A tenente coronel foi empurrando a coronel para dentro da sala e sem esperar, Andressa a abraçou e lhe deu um beijo.
-- Amor o que aconteceu? Perguntou abraçando a esposa.
Andressa respondeu:
-- Eu vim te buscar para irmos embora juntas, não aguentei te esperar em casa. Sei que o dia de amanhã será muito importante para você e só te peço uma coisa meu amor, por favor, tome muito cuidado. Esse Neguinho quer a sua cabeça e eu não quero ficar viúva com cinco filhos para cuidar sem ter a outra mãe deles junto comigo.
Márcia abraçou fortemente a esposa e pedindo para Andressa olhar para ela respondeu:
-- Minha primeira dama se algo me acontecer vocês vão estar muito bem amparados. Eu vou fazer de tudo para que nada aconteça, mas se alguma coisa sair errada lembre-se que eu te amo e você assim como os nossos filhos, são a coisa mais valiosa que eu tenho. Quero te agradecer por todos esse anos que dedicou o seu amor a mim, pelos filhos lindos que me deu, pelas nossas brigas e por me mostrar que eu ainda podia ser feliz. Não quero que você esmoreça nunca porque eu vou estar sempre com vocês. Só te peço que se der tudo errado, siga a sua vida e procure alguém que possa te fazer feliz tanto quanto está sendo comigo. Sempre estarei iluminado vocês. Ensine aos meninos a serem homens e terem responsabilidade. Quanto às nossas meninas, oriente de acordo com o que sempre procuramos ensinar. Lembre-se que estamos criando homens e mulheres, não ratos e que meus netos não ficarão sem pai.
Andressa chorava silenciosamente e Márcia percebendo o estado em que a esposa estava nada falou, somente deixou que o destino decidisse pela atitude de cada um.
Quando chegaram em casa, as crianças estavam assistindo televisão e logo todos já estavam conversando. Gabriel não quis sair do colo da coronel. Andressa deu risada e falou:
-- Mas esse moleque está ficando muito safado! -- Desse tamanho já faz dengo?
-- Fala pra mamãe Andressa que você também a ama, senão ela fica com ciúmes!
As crianças se divertiam com as gracinhas do caçula dos Mantovanni e o clima na casa de Márcia era agradável apesar das horas estarem passando. Tanto ela como Andressa estavam preocupadas, mas não demonstravam para os filhos.
Depois do jantar em família somente com a esposa e os filhos, ficaram mais um pouco conversando e logo todos foram dormir. A coronel dormiu pouco e por volta de duas horas da manhã, já estava de saída. Foi ao quarto dos filhos e beijou cada um deles. Olhou os meninos e viu o quanto André estava parecido com ela, Nicola era a cópia do tio e ao olhar o pequeno Gabriel no berço, viu que ele tinha uma feição bem parecida com a do pai de Andressa. No quarto das meninas olhou Celina e Antônia. A filha mais velha tinha os cabelos iguais os da avó dona Severina, mas os olhos e a feição também lembravam muito à esposa e a caçula era a cópia idêntica da própria coronel quando pequena. Saiu do quarto e ao se despedir dos filhos pensou: -- É coronel você tem uma linda família! O que ela não percebeu é que o espírito dos seus avôs coronel Genaro e Manolo, pais de dona Carlota, estavam com ela. O que ela não esperava iria acontecer, a sobrinha também iria para a “guerra”.
Passou novamente pelo quarto do casal e viu que a esposa ainda dormia. Deixou uma rosa e um bilhete: “Minha querida primeira dama que Deus abençoe a todos nós. Lembre-se de tudo o que eu te falei e acredite que tudo sairá bem. Se algo não der certo, continue a sua vida junto aos nossos filhos e familiares. Peço a você que não fique sozinha, porque a solidão é ingrata demais para um ser humano. Eu amo você e assim como eu amei e amo a Celina, vou te amar sempre. Desculpe se te magoei com alguma atitude que não te agradou, saiba que o fiz, foi porque vocês são e sempre serão a minha vida e só pensei em proteger vocês. Seja feliz”.
Eu amo você!
Márcia.
Fim do capítulo
A coronel está indo para a batalha. Ninguém sabe o que poderá acontecer, mas o medo de não voltar para a família aflige a coronel. Mas ela não imagina que a proteção divina está ao seu lado e vem nos espíritos de seus avôs Genaro e Manolo. O que acontecerá?ijos a todas
Queridas amigas, eu espero que esse capítulo traduza um pouco sobre o que sente a nossa coronel. Será que ela vai embora?
Creiam que esse foi um capítulo que segundo a minha namorada a Patty_321, quase a fez chorar. Espero que vocês concordem. Mas também podem descordar.
Bjs.
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patty-321
Em: 25/11/2015
E o coração ficou na boca c esse final. Q nao seja uma despedida da coronel. Please. Parabens amor. A estoria ta otima e como e a sua marca muito bem escrita. I love you. Bjs.
Resposta do autor:
Oi meu amor.
Obrigada mais uma vez por tudo.Comemoramos um ano juntas mesmo longe. Mas o que impera em nós é o respeito, carinho, amor,,diálogo e compreensão.
Eu te amo.
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NANA1979
Em: 25/11/2015
Por favor não mate a coronel.... Ela e tudo nessa estória!!!
Resposta do autor:
Boa noite querida NANA1979.
É com muito prazer que recebo o seu comentário. Fico muito agradecida mesmo e espero que você continue acompanhando a história. E fique tranquila que a coronel não vai morrer.
Bjs milllllll.
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alany
Em: 24/11/2015
maravilhoso só espero que n aconteça nada com a coronel sem ela tudo fica sem sentido
Resposta do autor:
Boa noite querida Alany.
Em primeiro lugar agradeço por seu comentário porque fiquei feliz em ver que você está gostando da história. ais uma vez. Em segundo lugar, não sei o que acontecerá, mas creio que a coronel vai se safar apesar da batalha ser muito árdua.
Continue lendo e pode dar suas ideia e opiniões. Sou aberta a sugestões.
Beijos.
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