Capítulo 39. One week, Alice.
A música chegou ao seu fim, mas as amigas mantiveram-se naquele abraço longos segundos a mais, até o momento em que a ruiva afastou seu rosto em um movimento calmo. Seus olhos foram de encontro aos de Alice, que estavam já tão fixados aos dela. Emily sentiu seu coração bater de maneira descompassada no peito, trazendo a ela um frio na barriga e uma sensação de completo nervosismo. O silêncio entre elas e toda aquela pouco iluminação dava a aquele momento um clima romântico, e a ruiva não foi a única a notar. Alice sentiu suas pernas ficarem bambas quando a amiga ameaçou se aproximar, permitindo-a sentir sua respiração tocar-lhe a superfície do rosto. A mulher de olhos dourados entreabriu a boca, mas a tentativa de dizer qualquer coisa foi falha. Sua voz não saia e seus batimentos cardíacos acelerados começavam a interferir na sua respiração que vacilava diversas vezes durante aquela troca de olhares intensa. Emily engoliu seco quando a vontade de beijar aquela mulher a sua frente tomou-lhe os pensamentos novamente. Ela não podia acreditar no que estava sentindo, Alice era sua amiga desde sempre e beijá-la seria completamente errado e colaria em risco toda a história que elas tinham, mas sua vontade era muito maior do que qualquer razão. A ruiva fitou os lábios demarcados pelo batom vermelho de Alice, e olhá-los tão de perto deixava-a completamente fora de si. Aproximou-se lentamente, mas antes que pudesse tocá-los com os seus próprios, a amiga se afastou, desfazendo todo o contato entre seus corpos e terminando de vez com todo o clima que estava acontecendo ali naquele orquidário.
-- Nós não podemos fazer isso. -- Afirmou em um tom fraco enquanto virava-se para o outro lado. Suas bochechas estavam completamente rubras, e por mais que tentasse falar com convicção, ela lhe faltava.
A ruiva ficou completamente sem jeito. Ela tinha achado que finalmente estava entendendo os sinais que Alice lhe deixava durante todo o tempo em que estiveram juntas, e principalmente nesse final de semana, mas talvez ela estivesse mesmo louca e esses “sinais” fossem apenas coisa da tua cabeça. Alice sempre fora uma amiga muito presente e extremamente carinhosa, e talvez esse mix de sentimentos que toda essa história de casamento estava trazendo a ruiva estivesse conturbando a sua forma de enxergar as coisas, fazendo-a acreditar que a amiga estivesse apaixonada por ela, quando na verdade, talvez ela só estivesse mantendo o papel de anjo protetor.
-- Alice me desculpa. -- Emily recuou um passo e evitou olhá-la, mesmo que Alice estivesse de costas para ela. -- Eu... Eu achei que...Ah, esquece. -- Arfou.
-- Você achou o quê Emily? -- A amiga virou-se para ela, fitando-a seriamente. -- Achou que só porque a Mila foi embora você podia chegar aqui e... -- Ela pressionou os lábios quando as palavras lhe faltaram. -- Afinal, o que você pensou que estava fazendo? -- Os olhos dourados de Alice encontravam-se perdidos e incrédulos. Como Emily podia sequer atrever-se a tentar beijá-la depois de ter estado com Mila horas mais cedo?!
-- Eu achei que você também queria. -- Emily sentia seu coração bater apertado no peito, a vergonha da própria atitude deixava-a completamente desconfortável.
-- Que eu queria exatamente o q-u-ê? -- Alice aproximou-se da ruiva, encarando-a com o olhar semicerrado.
Os olhos da ruiva seguiram minuciosamente todo o movimentar dos lábios da amiga.
-- Nós. -- Falou com certo receio.
-- Emily, nunca existiu e nem nunca vai existir esse “nós”. -- Aquelas palavras rudes e impensadas não machucaram apenas Emily, mas também a ela própria. -- Você está com a Mila, mesmo dizendo-me que não estava e eu... -- A ruiva a interrompeu.
-- Eu não estou com ela.
-- Como não? -- Alice alterou o tom de voz. -- Vai tentar me convencer de que aquela cena que eu vi no quarto não era uma visão clara de vocês duas juntas? -- Lembrar-se de Emily nos braços da morena apertou-lhe o peito.
-- Você entendeu tudo errado Alice. -- A ruiva finalmente olhou-a nos olhos. -- Mila vai embora para Nova York amanhã. -- Observou a feição de Alice mudar completamente. Ela franziu a testa, confusa com a informação recebida. -- E a cena que você viu mais cedo... -- Emily aproximou-se da amiga, reduzindo quase a zero a distância entre elas. -- Bom, definitivamente não éramos nós nos beijando.
-- Emily, você estava praticamente nua! -- Alice tentou se afastar, mas a ruiva segurou-a pelo braço.
-- Será que dá para você calar essa boca e me ouvir? -- O timbre suave da ruiva amenizou a maneira rude daquelas palavras. -- Eu tinha acabado de sair do banho e pedi apenas para que ela fizesse um curativo na minha cabeça. É verdade que ela tentou me beijar, mas eu não pude beijá-la. -- Emily buscou por aqueles olhos dourados, mas não os encontrou curvando-se de um lado para o outro, mas Alice desviava-os todas às vezes. -- E eu não conseguiria. -- A ruiva tocou no rosto da amiga com uma das mãos, trazendo aqueles olhos de encontro aos seus. -- Não quando eu penso em beijar apenas você.
Alice sentiu seu coração pular dentro do peito por mais uma vez, deixando sua respiração completamente descompassada. Ela não podia permitir que esse assunto fosse adiante, para ela Emily estava apenas confusa e nada disso era realmente sentido pela ruiva. Alice não simplesmente não podia se dar ao luxo de tentar, não quando sua amizade estava em jogo. Retirou seu rosto do contato da mão macia e calorosa de Emily ao virar para o lado.
-- Emily, por favor. -- Implorava em tom quase inaudível. -- Você não sabe do que está falando... -- Andou alguns passos para longe da ruiva enquanto afirmava mais para ela do que para a amiga. -- Nossa amizade sempre esteve e sempre estará em primeiro lugar, você não pode se deixar levar por um único momento de fraqueza e me falar todas essas bobagens.
-- Bobagens? -- Interrompeu. -- É isso que você acha? -- Semicerrou os olhos para a amiga. -- Eu estou aqui, admitindo para você o que eu tenho negado por dias e é isso que voc...
-- Ainda esse pé de guerra entre vocês?! -- Uma voz grossa e máscula eclodiu pelo orquidário, assustando não só a Emily, mas também Alice. Ambas sequer tinham notado a presença de mais alguém.
-- Essa é a voz do... -- A ruiva perguntou-se em tom baixo enquanto franzia a testa, incrédula e surpresa. Ela virou-se com certa ansiedade, acreditando conhecer o dono daquela voz tão bela. -- Não! -- Um sorriso espontâneo tomou conta dos lábios de Emily, ela sacudia a cabeça, negando-se acreditar naquela imagem diante de seus olhos. -- Não pode ser! -- Ela correu para os braços do rapaz, desprendendo-se completamente da conversa com Alice, o que de certa forma trouxe alívio para as duas, mas principalmente para a segunda.
O rapaz de cabelos escuros e pouco ondulados retribuiu aquele sorriso, seus olhos também em tom de azul seguiram os passos da ruiva até o momento em que ela se lançou em seus braços, apertando-o fortemente em um abraço.
-- Emily, quanto tempo! -- O rapaz afundou o rosto por entre o pescoço e o ombro da ruiva, espirando aquele cheiro gostoso que ela sempre tinha em seus cabelos. -- Olhou por sobre o ombro de Emily, avistando o olhar preocupado que os fitava.
Alice sequer conseguiu se mexer ao vê-lo adentrar naquela estufa. A presença inesperada dele trouxe-lhe um turbilhão de pensamentos e lembranças desagradáveis. Não que ela não gostasse do rapaz, mas o fato de ele ter sido estranhamente rude nas ultimas vezes em que haviam se encontrado deixou-a com o pé atrás.
-- E você? Não vem me abraçar? -- O rapaz de barba por fazer manteve Emily em um dos braços e abriu o outro, postando-o na direção da amiga enquanto esperava que ela se aconchegasse. E assim o fez, Alice forçou uma empolgação e correu para aqueles braços fortes, sendo acolhida naquele abraço a três.
-- O que você está fazendo aqui, Matheus? -- Alice o questionou enquanto se afastava.
-- Alice! -- A ruiva chamou-a atenção pelo tom rude usado por ela.
-- O quê?! -- Arqueou as sobrancelhas ao fazendo cara de desentendida. -- Ele sumiu dizendo que ia até Ouro Preto falar com você, depois não deu noticias e agora está aqui, no casamento da Anne?! -- Alice fitava o rapaz, intimidando-o com um olhar desconfiado.
-- Mesmo assim, não seja tão grosseira! -- Implicou ao fazer uma careta para a amiga.
Matheus apenas observava aquelas duas que estavam sempre soltando faíscas entre uma discussão e outra. Mesmo com os anos, ambas simplesmente não conseguiam parar de implicar uma com a outra, era da natureza delas ter toda essa intimidade, fosse esta usada para o bem ou para o mal. Ele sorriu satisfeito, pois embora tivesse muito para contar, era bom ver que as coisas não tinham mudado tanto assim. Não ainda.
-- Emily? -- Aqueles olhos azuis de Matheus fitaram-na e posteriormente seguiram em direção a Alice. -- Ela está certa em me perguntar isso. -- O sorriso gentil que antes tomava seus lábios esvaiu-se, e aquele olhar antes tão acolhedor deixava um ar de mistério no ar. Ele estava sério, mesmo depois de ter encontrado Emily após anos sem vê-la ou sequer falar com ela, e isso de certa forma, surpreendeu Alice. -- Digamos que eu tenha repensado sobre a minha visita para Emily no tempo que fui à Ouro Preto. --Suspirou.
-- Repensado? -- A ruiva entreabriu a boca, incrédula. -- Espero que você tenha um ótimo motivo para ter ‘repensado’ sobre isso. -- Gesticulou as aspas com os dedos, encarando-o com um sorriso brincalhão nos lábios.
-- Ainda não era a hora de te ver Emily. Apenas isso. -- Conteve suas palavras em frente à amiga. -- Aliás, seria melhor quando estivéssemos apenas nós três. -- Olhou nos olhos de Alice, fitando-a como se ela soubesse exatamente o porquê dessas palavras.
A jovem engoliu seco, e embora não soubesse o que se passava na cabeça de Matheus, seu sexto sentido lhe dizia que coisa boa não era. Toda aquela seriedade ao encontrar com Emily não era normal, não para um rapaz que sempre fora apaixonado por ela e que, acima de tudo, havia procurado-a enquanto ela ainda estava em outra cidade para contar-lhe algo que obviamente não fez.
-- Tudo bem, tenho que concordar dessa vez. Mas só dessa vez. Até porque, Alice por perto realmente faz toda a diferença. -- A ruiva sorriu ao ser sincera com as palavras. Palavras essas que deixaram o rapaz confuso.
-- Essa é mesmo a Emily que nos deixou há seis anos? -- Riu irônico. -- Quero dizer, você elogiou mesmo a Alice? -- Matheus ainda mantinha seu olhar sobre aquela mulher estática e de olhos dourados.
-- Aparentemente nossa pequena Emily mudou muito de uns anos para cá, Matheus. -- Alice forçou um sorriso simpático e aproveitou a deixa das palavras do rapaz para cutucar a ruiva sobre o assunto que conversavam antes dele chegar.
-- Então vocês estão mesmo bem? Quero dizer, estão realmente dando uma trégua do pé de guerra em que viviam?! Porque quando eu cheguei aqui vocês... -- Emily o interrompeu.
-- Sim. Nós demos uma trégua. -- Os olhos da ruiva buscaram pelos de Alice, mas a amiga estava tão confusa e assustada com o aparecimento repentino do rapaz que mal conseguiu levantar seu olhar.
------------------------------- Alguns meses atrás --------------------------------------
-- Você vai me explicar o porquê de todas essas malas ou não? -- Alice observava o rapaz colocar várias peças de roupas dentro de uma mala desordenadamente e de maneira apressada.
-- Eu vou atrás da Emily! -- Falou entre os dentes, quase cuspindo aquelas palavras. Era notável a impaciência e a raiva de Matheus.
-- O quê? -- Alice arregalou os olhos ao ouvi-lo. -- Como assim você vai atrás dela? Sem mais nem menos? Matheus, já faz quase seis anos desde que ela partiu e depois de todos esses anos você vai procurá-la? -- A jovem segurou no braço do rapaz, impedindo-o de fechar a mala. -- Olha pra mim! -- Falou em um tom mais ousado e um tanto quanto grosseiro. -- Qual o motivo dessa viagem?
A respiração de Matheus estava pesada, toda a raiva, ansiedade, nervosismo e mágoa deixava-o completamente fora de controle, ele podia sentir suas mãos tremerem e o suor gelado tomar contar de seu rosto. Respirou fundo antes de dirigir qualquer palavra a aquela garota.
-- Sem mais nem menos? -- Semicerrou os olhos em sua direção, querendo gritar todos os motivos que o estavam levando a fazer essa viagem, mas ele simplesmente não podia. Matheus precisava fazer isso com a certeza de que ninguém o faria antes dele, afinal, mentir para Emily estava fora de todos os seus planos, e mesmo estando sem falar com ela por anos ele jamais permitiria que alguém a traísse dessa forma. -- Acredite Alice, eu tenho um grande motivo para ir até ela! -- Cuspiu aquelas palavras grosseiras e nervosas em sua direção.
A jovem fitou-o apreensivamente. Ela não podia acreditar que o rapaz ainda amava Emily ao ponto de querer ir atrás dela depois de tanto tempo. Alice sabia que ele se machucaria caso fosse até ela apenas para se declarar, e não podia deixá-lo ir sem ao menos tentar impedi-lo de tamanha burrice. Afinal, Emily gostava de garotas.
-- Matheus, você tem uma namorada, uma das boas. -- O timbre calmo e compreensivo de Alice, surpreendentemente deixou-o mais irritado. -- Você não pode simplesmente deixá-la aqui e ir atrás da Emily.
-- Eu posso e vou, Alice. -- Ele puxou o braço, soltando-o das mãos da garota. -- E minha namorada pode esperar.
Alice passou a língua por todo o interior da boca, incrédula com as palavras do amigo que sempre fora tão responsável e amável com a namorada. Como Matheus podia simplesmente deixá-la aqui para ir se declarar para outra pessoa?!
-- Não dá pra acreditar. -- Alice franziu a testa, preocupada. -- Quem é você? Porque sinceramente você não parece com o meu amigo, Matheus. -- A jovem sentou na cadeira ao lado da mesa do computador e o encarou, esperando que ele se explicasse de uma vez.
-- A pergunta mais correta aqui não deveria ser “Quem é você, Alice Butckovisky?” -- Olhou-a por breves segundos. Seu olhar não escondia a fúria e incompreensão que sentia naquele momento. Matheus pegou as malas de cima da cama e saiu rapidamente pela porta, deixando Alice sem nenhuma explicação e moral.
------------------------------ Atualmente-------------------------------------
-- Alice também não mudou nada, pelo visto. -- O desgosto naquelas palavras incomodou a ruiva, mas ela preferiu não questioná-lo, não agora.
-- O que quer dizer com isso, Matheus? -- Alice levantou o olhar, encarando-o como se o enfrentasse.
-- Você sabe o quê, Alice. E se não sabe, saberá em breve. -- Deixou escapar um sorriso discreto de canto de boca, um sorriso com ar de ironia.
-- Okaaaay... -- A ruiva franziu a testa, confusa com aquelas palavras e principalmente com a troca de olhares intensa e estranha entre os dois. -- O que está acontecendo aqui? -- Emily alternou seu olhar diversas vezes, indo de Matheus para Alice, esperando que algum deles começasse a se explicar.
-- Alice? -- O rapaz arqueou uma sobrancelha para ela, insinuando que ela devesse começar a falar.
-- O Q-U-Ê? -- Levantou as mãos como se realmente não soubesse do que o rapaz falava, e ela realmente não sabia, isso é o que preocupava-a.
-- Achei que talvez você devesse contar à Emily, ou prefere que eu conte? -- Semicerrou os olhos em sua direção, enfrentando aqueles olhos tão perdidos.
Nenhum dos dois ousou começar a falar, e todo aquele silêncio deixava a ruiva completamente inquieta e sem paciência.
-- Será que dá para desembuchar? Que saco! -- Emily praticamente gritou, irritada com aquele “segredo” evidente dos dois.
-- Olha, eu não vou me desculpar por ter falado aquelas coisas com você! -- Alice começou. -- Até porque, tudo que eu disse foi verdade. Matheus, você deixou a sua namorada aqui para ir se encontrar com a Emily! Isso foi completamente desrespeitoso e... -- A ruiva interrompeu.
-- Calma ai. Matheus está namorando? – Emily, que antes olhava atenta para a amiga, desviou o olhar rapidamente em direção ao rapaz. -- Quando pretendia me contar sobre isso?! -- Alice sentiu-se aliviada pela interrupção da ruiva.
-- Quando nós tivéssemos algum tempo para conversar?! -- Matheus fez uma expressão engraçada. Ele sequer tinha chegado, como Emily queria já saber dessas coisas?!
-- Faz sentido... -- Pressionou os lábios após o momento de clareza. -- Tudo bem. Podem continuar. -- Ela cruzou os braços e voltou a observá-los.
Alice franziu a testa enquanto Matheus lutava para segurar o riso, ele lembrava-se claramente do quanto à ruiva era tapada para algumas coisas, coisas como esta.
-- Emily, eu sei que você se preocupa conosco, mas eu realmente acho que essa é uma conversa minha e da Alice, será que você se importaria em... -- Emily bateu continência, entendendo perfeitamente aonde o rapaz queria chegar.
-- Espero vocês na festa então. -- A ruiva olhou para a amiga esperando algum sinal ou confirmação da parte dela, e assim ela o fez ao balançar a cabeça, alegando que estava tudo bem.
Matheus mal esperou que Emily saísse para que voltasse a intimidar Alice com aquele olhar misterioso e ameaçador.
-- Você não está esperando que eu me desculpe, está? -- Foi sarcástica.
-- Depende. -- Andou em direção a Alice, ficando a poucos centímetros dela.
A jovem levantou uma de suas sobrancelhas para o rapaz, interrogando-o com aqueles olhos dourados e curiosos.
-- De para quem essas desculpas serão.
-- Como assim? -- Alice mordiscou o lábio inferior, confusa. -- Eu por algum acaso insultei mais alguém?
-- Não se faça de idiota Alice! -- O timbre rude e firme do rapaz assustou-a, deixando-a visivelmente tensa. -- Ou você conta para Emily ou eu irei. -- O rapaz segurou forte em um dos braços de Alice. -- Quando eu fui para Ouro Preto encontrá-la eu iria contar a verdade a ela sem pensar duas vezes, mas por respeito a você eu decidi que lhe daria a chance de contá-la antes de mim ou até mesmo da outra PESSOA. -- Enfatizou a ultima palavra como se Alice soubesse exatamente de quem falavam. -- Respeito esse que eu sequer sei se você merece, não depois do que você fez. -- A jovem tentou soltar seu braço, mas Matheus não deixou que ela o fizesse. -- Você tem uma semana para contar tudo para ela. E eu não estou brincando, Alice. Já dei tempo de mais para que você tomasse vergonha na cara e admitisse os seus erros.
-- Do que você está falando Matheus?! -- Alice sentia seu coração pulsar aceleradamente dentro do seu peito, sua boca estava seca e suas pernas trêmulas, e embora ela não fizesse idéia do que o rapaz falava, sua pequena, quase nula, intuição e lembrança, lhe deixava completamente apavorada. Mas Matheus jamais soube disso, ele não tinha como saber, não tinha como ninguém saber. Ou tinha?!
-- Uma semana Alice. -- O rapaz soltou-a, o desgosto estava presente não só em suas palavras, mas também em seu olhar. Ele partiu em direção a festa, deixando-a com suas tão preciosas orquídeas e mentiras.
Fim do capítulo
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lay colombo
Em: 14/05/2017
Ala o babaca chegou, embora ele esteja certo em qrer q a Em saiba ele fez td de um jeito muito tosco
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