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If I should fall, perpetual run por JennyB

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Palavras: 4000
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Capítulo 36. Who won?

-- Alice, eu quero que você fique comigo -- Emily olhou em seus olhos mais uma vez, vendo-os arregalar-se em um instante súbito assim que a ouviu.

-- Você o quê? -- Ela assustou-se tanto com aquelas palavras que chegou a engasgar.

-- Eu quero que você fique comigo. -- Repetiu pausadamente. -- Eu não quero ter que viver em uma vida em que você não esteja ao meu lado. -- Alice estava atônica, seus olhos sequer piscavam. -- Você é a única que sabe exatamente o que dizer e o que fazer para me deixar bem. Não importa como ou onde, você sempre está aqui para mim. Você é minha melhor amiga e talvez eu não saiba me expressar ou demonstrar como eu me sinto a respeito disso e... -- Ela foi interrompida.

-- Emily, você faz tudo ser perfeito, okay?! -- Alice engoliu seco, sentindo sua garganta dificultar a passagem de ar. -- Você também é a minha outra metade da laranja, e nós somos maravilhosas juntas... Como amigas. -- Sussurrou a ultima parte em tom tão baixo que a ruiva não pôde ouvir. -- A questão é que eu não irei a lugar algum, nunca. -- Alice olhou-a nos olhos, e aquele encontro fez com que seu corpo tremesse. Aqueles olhos azuis da ruiva estavam atentos a cada movimento dela, eles movimentavam-se diversas vezes, desviando de seus olhos até sua boca, e de sua boca novamente para seus olhos. A verdade é que Emily nunca havia reparado-a tanto durante todos esses anos de amizade, ela analisava milimetricamente cada parte daquele rosto pálido e delicado que a amiga tinha, transcorrendo em uma subida lenta de seus lábios finos e bem delineados, as maçãs do rosto traçadas em sua parte inferior, seu nariz empinado, e por fim atingindo o alcance daqueles olhos dourados tão intensos e profundos, que a aquela altura já estavam incrivelmente perto dos teus. Alice estava tão embriagadamente ligada à Emily naquele momento que mal teve controle sobre o seu corpo, que se aproximou inconscientemente do dela, deixando-a frente a frente com aquela mulher que deixava todos os seus sentimentos desnorteados e grandiosos.

            Olhos dourados e azuis travaram ali uma guerra de sentimentos ocultos e desconhecido de ambas. A ruiva não conseguia acreditar em como sempre foi cega a respeito de Alice, ou em como nunca havia reparado que sua amiga possuía tamanha beleza e tamanho poder de manipulação sobre seus olhos e seu emocional, ela sempre pegava aqueles sentimentos ruins que Emily acreditava que nunca passariam e transformava-os em sorrisos sinceros e motivos de risos, e isso deixava-a fascinada. Tê-la tão perto fez sua respiração vacilar, e mesmo que o motivo de tal fato lhe fosse completamente irreconhecível, ela sabia que poderia senti-lo todos os dias sem ter qualquer medo de que um dia esse sentimento pudesse machucá-la, e essa confiança era algo que apenas Alice conseguia passar a ela.

            Alice sentiu seu coração pular no peito, sua boca estava a poucos centímetros da mulher que ela tanto amava, e não beijá-la naquele momento era torturante. Conscientemente ela aproximou-se ainda mais, podendo sentir a respiração de Emily que se ofegava a cada centímetro percorrido por ela incidir em sua face. Alice pressionou os lábios em um sorriso de canto de boca tímido, sabendo que se tocasse os lábios da ruiva agora ela estaria completamente entregue e vulnerável a àquele sentimento, mas não só ela, Emily também estaria entregue, e embora isso fosse seu maior desejo, mais uma vez Alice colocou a razão acima de qualquer outra coisa. Em um movimento relutante, ela desviou seus lábios dos da ruiva, quase os roçando acidentalmente, e tocou a bochecha da amiga em um beijo delicado.

-- Não sem você. -- Ela desprendeu seus lábios daquele rosto macio que Emily tinha lentamente, atentando seus olhos ao rosto da ruiva, que estava tão incrédulo e ao mesmo tempo tão cheio de sentimento e com vestígios de autocontrole.

            Emily apertou os olhos durante um suspiro de completo êxtase, sentir-se dessa forma a respeito de Alice era totalmente inédito para ela, que sempre havia acreditado insanamente que toda essa onda de emoções agradáveis que a amiga lhe causava era algo exclusivamente relacionado à amizade que mantinham, mas talvez não fosse apenas isso e Emily apenas fosse ingênua de mais para perceber como realmente se sentia a respeito dessa mulher incrível que sempre esteve tão perto.

            Os lábios naturalmente avermelhados da ruiva pressionaram-se, formando um bico discreto em meio a um sorriso encantado, seus olhos mantiveram-se fechados por mais alguns segundos, encontrando aquele rosto angelical e tão cheio de compaixão a sua espera assim que os abriu. Alice olhava-a como se esperasse por alguma coisa.
A ruiva olhou-a e pôde perceber que seu busto movimentava-se intensamente devido a forte respiração que tomava o corpo da amiga. Seu olhar percorreu aquele corpo desprotegido, constatando que não era apenas a respiração dela que a acusava, mas também os pêlos arrepiados de sua perna descoberta.

-- Está com frio, Alice? -- Emily não desprendeu seu olhar dela em momento nenhum, analisando-a como se buscasse por algum vestígio do que tanto queria saber.

-- Eu...S...Sim. -- Gaguejou ao ouvir aquela pergunta tão direta e intimidadora, fazendo a ruiva lançar-lhe um sorriso indiscreto.

-- Vem cá. Vem olhar o céu comigo. -- Emily finalmente deu uma folga ao desviar o olhar da amiga, o que a fez soltar um suspiro aliviado. Ela recostou-se na espreguiçadeira e esticou um dos braços, esperando que Alice se deitasse ali, ao seu lado. E assim ela o fez, deitou novamente naqueles braços acolhedores da ruiva e por lá ficaram longos minutos em um silêncio que em momento nenhum foi desconfortável para elas, na verdade, aquele silêncio gostoso deixavam-nas livres para se perderem em seus próprios pensamentos.

            Emily dobrou seu antebraço, cobrindo-se junto à Alice, e sem que nenhuma das duas percebesse ou se importasse, acabaram pegando no sono ali mesmo.

            O barulho de vozes e caixas sendo colocadas ao chão de madeira fez com que a ruiva acordasse em um pulo assustado, dando-se conta que o sol já havia nascido e que sua amiga que antes estava deitada em seus braços e afagando-lhe o corpo não se encontrava mais ali. Mas para onde poderia ter ido sem dizer-lhe nada?! Emily olhou em sua volta com os olhos ainda apertados pelo incomodo do sol e avistou um grupo de homens carregando as encomendas feitas pela família, observou-os levarem e buscarem caixas e mais caixas enquanto outro grupo arrumava o espaço, esquecendo-se de que realmente precisava levantar dali e começar o dia.

-- Desculpe senhorita Emily, você dormia de forma tão pacata que eu não quis te acordar e liberei que eles começassem os preparativos por minha conta. -- Joana, a esposa do caseiro da fazenda informava-lhe ao se aproximar sabe Deus de onde. A voz surgida do nada fez com que a ruiva pulasse novamente em um susto. -- Desculpa senhorita Em...-- A ruiva a interrompeu.

-- Pode ir parando com essas desculpas Joana, você sabe que comigo não tem disso. -- Emily sorriu após brincar em um tom divertido com a caseira. -- Bom dia. -- Sentou-se na espreguiçadeira, puxando junto o cobertor. -- Vocês começam o dia bem cedo por aqui, não é mesmo?! -- Joana confirmou em um balançar de cabeça, dando uma brecha para que Emily brincasse de novo. -- Não me lembro sequer de ter ouvido o galo cantar ainda. -- Esfregou os olhos insistentemente.

-- É porque esse galo é meio da cabeça virada senhorita Emily. Ele canta antes do dormir apenas. -- Joana falava em um timbre tímido.

-- Apenas Emily, por favor. -- Ela percorreu o olhar pelo ambiente mais uma vez, e confirmou a ausência da amiga. -- Você sabe onde Alice está?

-- A senhorita Alice acordou cedo, já tomou o café e foi para os estábulos de novo. E a senhorita Mila ainda está dormindo.

-- Obrigada Joana. -- A ruiva levantou rapidamente, enrolando o cobertor em seus braços. -- Quando Mila acordar leve-a a mesa de café da manhã, por favor, e se eu ainda não tiver voltado quando ela o terminar, diga-a para me encontrar nos estábulos, tudo bem? -- Emily abraçou a mulher mais velha e mais baixa, dando-lhe um beijo no rosto.

-- Não vai tomar café senhorita Emily? -- A senhora olhou-a com um semblante preocupado.

-- Vou passar no pé de amoras e pegar algumas, apenas para enganar as lombrigas sabe?! Depois eu prometo que tomarei café. -- Sorriu.

-- Vou fazer aquele cappuccino com leite fresco que a senhorita tanto gosta. Fernando acabou de voltar do curral e trouxe bons litros de leite.

-- Obrigada, eu adoraria. -- Emily sorriu uma ultima vez antes de seguir seu caminho até o estábulo. -- E Joana? -- Chamou-a momentos depois de começar a se afastar. -- É bom finalmente te ver de novo, você continua a mesma gatona de sempre. -- Deu uma piscada para a senhora que sorriu contente pelo elogio.

-- A senhorita também, dona Emily. -- Observou-a afastar-se em passos animados, o que de certa forma lhe foi um pouco estranho, uma vez que estava tão acostumada a ver a cara emburrada com a qual a ruiva levantava toda manhã.

            Emily realmente passou no pé de amoras antes de ir ao estábulo, pegou tantas quanto podia carregar em uma mão e foi comendo-as até lá. A ruiva olhou todo o perímetro do estábulo, não encontrando a amiga por lá. Franziu a testa enquanto se perguntava aonde mais Alice poderia estar, mas não precisou se esforçar muito. Ela logo ouviu alguns galopes não muito longe de onde estava e se virou para vê-la, sabia que Alice com certeza estaria naquela égua branca de que ela tanto gostava.  O vento batia-lhe nos cabelos, jogando-os para trás em de uma maneira desordenada, porém incrivelmente bela, enquanto seu corpo quicava sobre a cela da égua em um ritmo freqüente. Os lábios de Alice encontravam-se em um tom avermelhado bem mais intenso que a noite anterior, talvez fosse pelo frio que fazia nessa manhã estranhamente ensolarada, eles estavam empinados, dando-lhe um volume e formato diferente do que Emily estava acostumada a ver, o que de certa forma não deixava de dar à amiga um fisionomia completamente sexy. Alice usava uma calça jeans justa e uma bota cano longo em tom marrom escuro e uma blusa xadrez mangas três quartos. A ruiva engoliu seco ao encontrar-se tão perdidamente focada novamente naqueles lábios que agora, após notá-la, formavam um sorriso largo que irradiava alegria. Mas como Alice podia ficar tão alegre e tão incrivelmente bela a àquela hora da madrugada?! Não deveriam sequer ter dado sete horas ainda, e a amiga já esbanjava disposição e bom humor.

            Alice reduziu os passos da égua e se aproximou da ruiva.

-- Tinha formiga na espreguiçadeira essa manhã? -- Puxou as rédeas da égua, fazendo-a parar em frente a amiga. Um sorriso divertido tomou seus lábios depois da primeira implicância do dia. Ela simplesmente não conseguia resistir a isso, pois sabia que essas implicâncias davam aos lábios da ruiva aquele sorriso gostoso que ela tanto gostava de ver, e mais uma vez ela estava certa, Emily sorriu.

-- Bom dia para você também. -- Ergueu uma das mãos e acariciou o peitoral da égua, fazendo sua couraça ouriçar-se em um tremer de pele.

-- Bom dia Harley. -- Seus olhos dourados foram de encontro aos da ruiva, que parecia esperar justamente por eles. -- Pegue um cavalo, vamos andar um pouco.

-- Não sei se tenho o mesmo pique que você, não a essa hora da manhã. -- Emily deixou escapar um murmuro de preguiça.

-- Agora que já está de pé não custa nada. Vamos Emily... Por favor. -- Alice inclinou-se, recostando a parte frontal do seu corpo sobre a égua.

-- Mas eu terei que selar o Bartolomeu e... -- Alice interrompeu.

-- Você colocou o nome de Bartolomeu naquele lindo cavalo? -- A sua expressão de completa reprovação fez a ruiva soltar uma risada.

-- Sim. Ele é tão lindo quanto o nome. -- Emily balançava a cabeça a cabeça em negação, questionando a reação da amiga. -- Não gosta do nome Bartolomeu?

-- Me abstenho dessa resposta desnecessária Harley. -- A cara de Alice não escondia a sua vontade de gargalhar. Bartolomeu era um nome terrível para um cavalo com um porte daquele.

            Emily semicerrou os olhos para Alice e dirigiu-se ao estábulo sem retrucar aquelas palavras tão cruéis, e é claro que isso fazia apenas parte do drama que a ruiva gostava tanto de fazer para implicar com a amiga.  

            Bartolomeu era um cavalo comprado recentemente pela família, ele era um cavalo de pêlos tão negros que chegavam a brilhar quando exposto ao sol. Bartolomeu era um cavalo recém saído do ramo de corridas apostadas, uma vez que uma queda tinha o feito se machucar, o que na época atrapalhou todo o espetacular rendimento que o cavalo tinha. O seu preço estava em baixa devido a questão do tempo que ele demoraria para se recuperar, se é que se recuperaria. Mas isso não impediu que a família Harley comprasse o cavalo sem nenhum receio e cuidasse dele até que ficasse cem por cento bom. A ruiva apaixonou-se por ele no primeiro momento que o viu, e desde então só cavalgava nele.

            Emily o selou e caminhou junto dele até Alice, que esperava-os de forma impaciente.

-- Não sabia que demorava tanto assim para selar um cavalo. -- Resmungou.

-- Fale por você, que nem sequer sabe como se faz isso. -- Implicou enquanto finalmente o montava. -- Quem chegar por ultimo no pomar vai ser...-- Antes que a ruiva terminasse de falar, Alice movimentou seus pés dando um suave cutucão na égua que partiu em disparada.

-- Eiiiii! -- Emily esbravejou. -- Isso é trapaça. -- A ruiva apenas viu a amiga virar-se para olhá-la de rabo de olho, Alice carregava um sorriso esperto nos lábios. -- Sua... -- Ela resmungou o restante em sua mente e só então despertou seu cavalo para que ele também disparasse.

            Seus olhar tão focado na amiga mal pôde perceber a rapidez com que Bartolomeu se aproximou da égua que Alice montava, ultrapassando-os momentos depois. Emily não resistiu à tentação de implicar com a amiga que aparentava estar tão lenta. Fitava-a mesmo após estar a sua frente, o que a fez perder o foco da direção que seguia.

-- Vai comer poeira só para deixar de ser tão... -- Alice gritou seu nome, interrompendo-a, mas antes que a ruiva pudesse sequer compreender o que a amiga estava falando ela sentiu um forte impacto na sua clavícula e só avistou alguns borrões em tons de verde e marrom antes de apagar.

            Emily havia ficado tão empolgada com o fato de deixá-la comendo poeira mesmo após trapacear que esqueceu-se de guiar Bartolomeu e conseqüentemente de desviar-se de um galho com o qual colidiu. Alice tentou alertá-la, mas a velocidade em que estavam e a percepção atrasada que teve da proximidade que a ruiva estava do galho impediu que ela evitasse o acidente. Ela sentiu-se completamente inútil ao ver o corpo da amiga ser parado durante o galope e depois arremessado ao chão, caindo de costas em um impacto consideravelmente forte. Sua primeira reação após o acidente foi a de parar a égua em um puxão brusco das rédeas, mas isso acabou lhe rendendo uma queda também, uma vez que a égua, que também corria a todo vapor, pinoteou.

            Porém a sua queda não foi de um susto tão grande, e nem de tamanha gravidade, uma vez que puxar as rédeas daquela forma com certeza causaria descontrole na égua, e ela sabia disso.

-- Emily? -- Alice arrastou as mãos pela grama úmida, buscando apoio para que pudesse se levantar o mais rápido possível, e ela o fez de forma atrapalhada e ágio que mal se importou com as dores que sentia nos cotovelos ralados. O fato de ver a ruiva caída ao chão sem mover-se deixou-a completamente desesperada. Ela avançou em sua direção e ajoelho-se próxima à cabeça da amiga.

-- Emily? -- Suas mãos sujas de terra foram de encontro ao rosto da ruiva, ela levantou sua cabeça com cautela e colocou-a sobre suas pernas. -- Emily, meu amor, fala comigo. -- Alice apalpava o rosto da ruiva buscando por qualquer reação que pudesse mostrar-lhe algum sinal de que ela estava consciente, mas a queda desajeitada de Emily a fez bater com a cabeça no chão, deixando-a desacordada.

            Alice passou o braço pela própria testa, tirando-lhe o cabelo que começava a lhe cair sobre o rosto. Suas mãos estavam trêmulas e seus olhos logo começaram a pestanejar, deixando escapar as lágrimas preocupadas.

-- Emily... Não faz isso comigo. -- A voz da amiga soava com muita dificuldade, em meio a soluços constantes causados delo choro. Sentiu um aperto doloroso no peito, o que a fez abaixar-se a encostar a testa na testa da ruiva, enquanto implorava para que ela acordasse. -- Você precisa acordar. Não tem o direito de fazer isso comigo e... -- Alice fungou o nariz. -- Você e essa sua mania terrível de querer chegar sempre em primeiro lugar, sua inconseqüente e... -- Alice criticava a ruiva em palavras, mas em seus pensamentos tudo que ela queria era que aqueles olhos azuis olhassem-na mais uma vez e que aquele sorriso que tanto a encantava tomasse os lábios da amiga novamente. -- Emily, por favor...

-- Eu ganhei? -- Emily falou em um tom baixo e arrastado.

            Ouvir aquela voz doce e rouca da ruiva fez um choque passar por todo o seu corpo. Alice interrompeu o contato entre suas testas, afastando-se poucos centímetros,  aqueles olhos azuis e intensos de Emily, apesar de estarem claramente em dor, não podiam deixar de ser mais lindos.

            Alice soltou uma respiração pesada e entre os dentes, suas sobrancelhas em um contorno franzido demonstravam não só a preocupação que começava a diminuir, mas também o enorme alivio que foi ouvi-la. Ela deixou escapar um sorriso acompanhado de um riso breve.

-- Emily... -- A voz mansa de Alice soou gostosa aos ouvidos da ruiva. A amiga beijou-lhe a testa vagarosamente, aproveitando cada segundo daquele contato.

            A sensação que tomou todo o seu corpo ao ver a ruiva apagada daquele jeito trouxe-lhe uma agonia incomum e incomparável, e estar livre desse sentimento agora realmente a deixava mais leve.

-- Nunca mais me assuste desse jeito. -- Falou-lhe em um tom imperativo, instantes após afastar-se daquele beijo tão renovador.  

            A ruiva apenas assentiu em um movimento sucinto, resmungando algumas palavras de dor que não lhe fizeram sentido. Sua visão mesmo que ainda um tanto desorientada não puderam deixar de notar a preocupação nos olhos tão entristecidos da amiga, fazendo-a tocar-lhe o rosto com uma das mãos, sem sequer precisar levantar ou se mexer.

-- Você não deveria ficar tão preocupada, Alice. -- Acariciou a bochecha da amiga com o polegar. -- Não aprendeu ainda que vaso ruim não quebra? -- As palavras em tom divertido da ruiva fizeram-na sorrir, e isso trouxe à Emily uma grande satisfação, talvez Alice não fosse a única a conseguir trazer tantos sorrisos e sentimentos bons à tona.

-- Isso é verdade. -- Mordiscou o lábio inferior em um sorriso sapeca, fazendo com que a ruiva arfasse.

-- Poxa, não era para concordar. -- Seus olhos encontraram-se com os de Alice, e vê-los a fez ter certeza absoluta de que ela não falava sério, pois ao contrário daquele tom divertido que usara anteriormente, seus olhos deixavam transparecer todo o carinho que a amiga tinha por ela. Um olhar tão atencioso quanto aquele só poderia querer dizer uma única coisa, e Emily sabia exatamente o que era.

-- Você sabe que eu não... -- Alice se calou. -- Você está bem, consegue se levantar? -- Olhá-la de tão perto dez seu coração palpitar, mas não de preocupação dessa vez. Ela sabia que precisava dar um jeito, qualquer que fosse ele, de se distrair e perder aquele contato senão acabaria fazendo algo do qual poderia seriamente se arrepender depois.

-- Eu acho que sim. -- Emily esperou que a amiga afastasse seu rosto para que finalmente tentasse se levantar, sentando-se no chão em meio a alguns resmungos de dor.

-- Aonde está doendo? -- Alice antecipou seus movimentos, aproximando-se novamente da ruiva. Suas mãos tocaram-lhe os ombros da amiga.

-- Meu tórax, minhas costas, minha cabeça...Minha vida? -- Emily riu após o drama.

-- Eu estou falando sério Harley. -- Alice segurou o riso.

-- Aqui. -- A ruiva colocou a mão sobre a região em que o galho havia incidido. -- E na cabeça também, talvez um pouco nas costas... -- Tentou movimentar o tronco e gem*u de dor. -- Não. Com certeza as costas. -- Alice não conseguiu prender o riso dessa vez.

-- Vai, deixa eu dar uma olhada nisso ai. -- Ela tentou puxar a gola da blusa da ruiva para baixo, mas como era usava um moletom, acabou não conseguindo.

-- Calma, deixa eu tirar isso... -- Emily pegou nas pontas inferiores do moletom e tirou-o lentamente enquanto resmungava dramaticamente a cada movimento mais intenso do seu corpo.

            Enquanto puxava o moletom, parte de sua camiseta vestida logo por baixo levantou-se junto, dando a Alice a total visão daquele abdômen bem delineado que a ruiva possuía, o que a fez respirar fundo em uma tentativa falha de desviar o olhar. Assim que a ruiva virou-se de frente para ela seus olhos arregalaram-se. A região da clavícula atingida pelo galho estava de um tom roxo brutal.

-- Emi... -- A mão de Alice foi automaticamente de encontro ao ferimento da ruiva, e embora o toque tivesse-lhe causado alguma dor, o que mais a surpreendeu foi a forma como seu corpo se arrepiou com o contato, mas ela não foi a única a sentir o efeitos desse contato, podendo ver claramente o breve recuo que a amiga teve com a mão. As pontas dos dedos de Alice vagaram pelo ferimento em um toque suave e superficial. – Isso deve estar doendo tanto. -- Seus olhos antes focados naquela região foram de encontro aos olhos da ruiva, olhos estes que expressavam claramente o quanto aquilo estava dolorido. -- Vira, deixe-me olhar as tuas costas... -- Alice nem esperou o consenso de Emily, ela já tinha pego na borda da regata e já começava a levantá-la lenta e cautelosamente. As pontas de seus dedos acidentalmente tocavam a superfície da pela da ruiva, causando-lhe arrepios pelo corpo e também um frio intenso na barriga. Emily não tinha como sequer esconder aquelas reações, uma vez que seus braços estavam completamente à amostra. Pensou em culpar o frio fazendo uma simples reclamação, mas quem sabe Alice não percebesse, preferiu se calar e rezar para que ela não notasse. Mas ela não era cega, e muito menos sonsa. Ela sentiu o exato momento em que o corpo da ruiva deu uma discreta contorcida, arrepiando-se inteiramente logo em seguida, e aquilo a fez sorrir.

-- Algum roxo? Alguma séria contusão? -- Brincou com a voz para tentar se distrair do nervosismo.

-- Harley, você está com algo muito estranho aqui. -- A voz da amiga parecia completamente assustada e preocupada.

-- O quê? -- Emily tentava virar a cabeça para olhar, mas seu corpo tinha um limite de visão muito pequeno de suas costas. -- O que é Alice? -- A ruiva quase berrou de preocupação com o próprio corpo.

-- Pêlos arrepiados. -- Ela mordiscou o lábio inferior, contendo ao máximo a vontade que teve de gargalhar ao ver o rosto da ruiva ficar tão vermelho quanto teu cabelo.

-- Idiota. -- Emily puxou sua regata de volta para o normal. Ambas gargalhavam a essa altura.

Fim do capítulo


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