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  • Capítulo 33. Dark as night

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If I should fall, perpetual run por JennyB

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Palavras: 3882
Acessos: 7991   |  Postado em: 00/00/0000

Notas iniciais:

Segue em anexo o link da música que toca neste capítulo.

Desejo uma ótima leitura a todas! 

https://www.youtube.com/watch?v=LGVCI6OrHw8

Capítulo 33. Dark as night

A festa de ensaio do casamento de Robbert e Anne aconteceria neste final de semana, na fazenda da família. Muitos parentes e amigos iriam estar presentes, e sabendo disso, Emily e Alice acabaram decidindo ir antes de todos. Elas adoravam a tranqüilidade daquele lugar, e queriam poder aproveitá-la antes que todas as pessoas chegassem.

            “-- Essa com certeza é uma verdade. -- Alice sorriu. -- Mas não pense que irá escapar dessa conversa durante a viagem, Harley. -- Ela se levantou após roubar uma maçã do cesto de frutas. -- Vou buscar a sua mala e te encontro no carro. -- Informou, já levando a maçã até a boca. “

            Emily entrava no carro carregando um olhar divertido, seguido por um sorriso bobo nos lábios.

-- Que cara é essa Harley? -- Alice semicerrou os olhos para a amiga, desconfiada com aquele ar de felicidade inédita.

-- Podemos passar em um lugar antes de irmos?

            Alice arqueou uma das sobrancelhas, encarando a amiga.

-- E aonde seria este lugar?

-- Dois quarteirões atrás da boate pixy, é um apartamento que fica ao lado da padaria Tutti Pane -- Sorriu sem graça.

-- Eu não acredito nisso Emily! -- Entreabriu a boca, incrédula.

-- O quê? -- A ruiva se fez de desentendida.

-- Não acredito que você convidou a Mila para ir na festa de ensaio do casamento do seu antigo amor! -- "Se é que é antigo mesmo.” Pensou a jovem. -- Você quer mesmo foder essa relação antes mesmo de começar, só pode. -- Alice arfou, tentando controlar o timbre de voz antes alterado pela sua indignação com a atitude da ruiva.

-- Espera ai, como você sabia que eu tinha convidado ela?! -- Emily franziu a testa.

-- Para de ser desligada Harley! Você se esqueceu de que ela me levou para lá no dia em que passei da minha cota de bebidas?! -- Alice falava em um tom grosseiro, estava completamente irritada pela atitude errônea da amiga.

-- É verdade. -- Lembrou-se da confusão. -- Eu não tinha pensado por esse lado. -- A empolgação da ruiva se esvaiu aos poucos, percebendo o problema em que provavelmente havia se metido.

-- É claro que não Harley. Você nunca pensa. -- Alice virou a chave na ignição em um movimento brusco. -- Agora só nos resta rezar para que a louca da Anne não fique te provocando.

            A ruiva guiou o olhar para a janela do veículo, mas a paisagem não lhe chamava atenção nenhuma, apenas o medo do que poderia acontecer é que lhe tomava todos os pensamentos. Lembrou-se do dia anterior e sentiu um forte aperto no peito ao perceber que um simples deslize poderia acabar machucando Mila.

~~Flashback~~

            A música do celular de Emily tocava baixo, e ao som de “Regina Spektor- The call” Mila se distraia com o por do sol que deixava o céu alaranjado, refletindo seus últimos feixes de luz na água a frente do pier.

            A morena estava poucos passos à frente de Emily,na ponta do pier do parque estadual de uma cidade próxima à Porto Alegre. Elas tinham passado o dia juntas, fazendo piquenique, e aproveitando o ar livre para conversar amenidades e se conhecerem melhor. Passar todo esse tempo incrivelmente agradável ao lado da ruiva a fez esquecer-se do real motivo pelo qual havia a convidado para sair. Bastou o por do sol lembrar-lhe que o dia começava a chegar ao seu fim para que ela recordasse do triste fato que a levou até lá.

            Mila se perdeu em seus pensamentos, sentia seu coração apertar dentro do peito, trazendo-a uma desgostosa sensação de medo e também de arrependimento. Ela tentava encontrar as palavras adequadas para dar a noticia quando foi surpreendida pela ruiva, que envolveu-a pelos braços e apoiou o queixo sobre o seu ombro.Mila a olhou de canto de olho, alcançando a linda visão daquele sorriso meigo que tomava os lábios da ruiva. Seus rostos estavam colados, permitindo que a morena sentisse a respiração calma da ruiva tocar seu pescoço. Ela depositou suas mãos sobre as de Emily e fechou os olhos, aproveitando cada segundo daquele momento de paz, antes que o estragasse.

-- Eu poderi...

-- Emily eu... -- Falaram juntas, o que as fez soltar uma breve risada depois.

-- Pode falar. -- Emily cedeu a vez, depositando um beijo suave no rosto da morena.

-- Você primeiro. -- Sorriu.

            Emily apenas fez um bico, insinuando que não falaria primeiro.

-- Você primeiro, por favor. -- A ruiva ouviu o timbre desanimado de Mila, sabendo que algo estava errado. -- Se eu falar primeiro eu provavelmente vou estragar esse nosso momento e eu realmente não quero isso. -- Os braços de Emily vacilaram pelo medo do que Mila poderia dizer, fazendo-a desprender-se dela.

-- O qu.. -- Emily sabia que as coisas estavam indo bem de mais para que pudesse dar certo. É claro que Mila tinha um defeito, ela tinha que ter. Mas pensar nas diversas possibilidades fez com que a ruiva voltasse a sentir aquele medo da rejeição que a afrontava durante seu relacionamento com Anne. -- O que quer dizer com isso?

            Mila sentiu sua respiração pesar.

-- Eu já estraguei, não foi?! -- Virou-se de frente para a ruiva. Mila tentou decifrar os pensamentos de Emily através de seus olhos, mas tudo que ela conseguia enxergar era desconfiança e medo. -- Emily, eu preciso te contar uma coisa.

            Aqueles dois corações batiam forte, cada um no seu ritmo, e cada um carregando sua maré de sentimentos confusos e intensos. Emily abaixou o olhar, tendo medo de que a morena pudesse desistir de falar ao vê-la antecipadamente preocupada. Mas era comum para ela reagir daquela forma, devido ao relacionamento transtornado e cheio de mentiras que havia tido com Anne, toda vez que as palavras “preciso te contar uma coisa” eram ditas, seus pensamentos e conclusões iam direto ao pior lado possível.

            Mila estava em estado de relutância com seus sentimentos. Ela precisava contar, mas não queria. Queria, mas não precisava. Era complicado.

-- Emily. -- A morena falou firme. -- Eu não acho que essa seja a melhor hora para vivermos alguma coisa, ter alguma relação... -- Sua voz vacilou mediante a dor que aquelas palavras causavam não só em Emily, mas também nela mesma.

-- Nós não precisamos ter nada, Mila. -- Aqueles olhos azuis foram de encontro aos castanhos. -- Nós podemos continuar como estamos. Podemos apenas nos ver e...-- Mila interrompeu.

-- Não Emily. Você não está entendendo. -- A morena tentou tocar o braço de Emily, mas conteve sua aproximação, sabendo que qualquer toque poderia fazê-la querer desistir, não de dizer à verdade para a ruiva, mas sim de fazer o que deveria. -- Eu... Eu vou ir embora. -- Ouvir aquelas palavras foi um choque para a ruiva. O ar que antes era absorvido com facilidade agora lhe causava um desconforto na garganta, como se a sufocasse.

-- Como assim ir embora? Ir para onde? -- Emily gesticulava e falava com rapidez, deixando claro o seu nervosismo.

-- Eu vou para Nova York. -- Os olhos azuis da ruiva murcharam ao ouvi-la. -- Eu vinha planejando essa viagem há alguns meses, e essa é a hora perfeita para ir. -- Mila pressionou os lábios. -- Pelo menos era até algumas semanas atrás. Até eu te conhecer.

            Emily engoliu seco. Em qualquer outra ocasião ela se sentiria grandiosamente feliz por ouvir essas palavras saindo da boca da morena, mas depois de saber sobre a sua viagem, aquelas palavras não lhe pareciam mais tão doces. Na verdade, elas desciam como lâminas cortantes, o que a deixava com os batimentos acelerados e com um frio desconfortável na barriga.

-- A passagem já estava comprada, o aluguel do loft... Estava tudo pronto.

-- Estava tudo pronto? -- Emily falou em um tom alterado. -- Como você se atreveu a se envolver comigo para depois me falar que vai ir embora? -- Cuspiu as palavras que estavam entaladas na garganta. Mila entreabriu a boca, mas antes que pudesse se pronunciar, a ruiva continuou. -- O que você pensava que estava fazendo? Você não pode brincar com uma pessoa assim e depois... -- A morena atirou sem corpo sobre ela, tomando-a em um beijo forçado e interrompendo suas palavras grosseiras e sem sentido. Ela segurou os braços da ruiva com força no instante em que ela tentou se afastar. Foi questão de tempo até que Emily se entregasse novamente a aquela mulher.

            Eventualmente Mila acabou libertando os braços da ruiva daquele aperto forte, e dirigiu suas mãos até a sua nuca, por onde passou as pontas dos dedos, arrepiando-a. Emily percorreu a cintura da morena com as mãos fazendo-a caricias por todo o caminho.

-- Mil... -- Emily tentou interromper o beijo.

-- Shhhh. -- Antes que a ruiva pudesse interromper todo o contato entre seus lábios Mila mordiscou o seu lábio inferior e voltou a beijá-la, trazendo-a para mais perto ao cercar seu pescoço com os braços. Suas línguas entrelaçavam-se com harmonia, trazendo à tona todos aqueles sentimentos bons que ambas conheciam tão bem, e passando sobre os sentimentos ruins que ambas queriam esquecer neste exato momento.

            Seus lábios se afastaram vagarosamente, deixando transparecer suas respirações ofegantes.

-- Eu jamais brincaria com alguém como você, Emily. -- Os lábios de Mila roçavam nos da ruiva enquanto as palavras eram ditas. Emily pôde sentir seu coração alternar entre momentos de batidas aceleradas e momentos em que ele parecia sequer bater. -- Mas eu infelizmente não posso te pedir que me espere.

-- Então porque me beija dessa forma? Você já havia me dito que... -- Emily hesitou, não querendo tocar no assunto da viagem novamente.

            Mila esperou pelas palavras da ruiva, mas nada foi dito. Seus corpos perderam o contato assim que a morena desprendeu seus braços do pescoço de Emily.

-- Eu volto em seis meses. Mas eu sei que em seis é muito tempo e que nesse tempo muitas coisas podem acontecer. -- O timbre da morena deixava transparecer a tristeza de suas palavras. -- Eu só não quero que pense que eu... -- Emily interrompeu.

-- Seis meses? Você vai ficar fora seis meses?! -- Emily soltou o ar, aliviada. -- Eu estava achando que esse era um adeus e..,-- Mila interrompeu a ruiva.

-- Mas esse é. Seis meses é... -- Emily impediu que a morena dissesse qualquer outra palavra, dando um selinho demorado em seus lábios.

-- Eu achei que nunca mais iria te ver. -- A ruiva sentiu seu coração se acalmar, alcançando o tão esperado equilíbrio. -- Você deveria ter dito logo que eram apenas seis meses.

-- Mas eu pensei que... -- Foi interrompida pela milésima vez.

-- Que eu não iria querer te ver depois que voltasse? -- Emily pressionou os lábios em um sorriso tímido. -- Mila, seis meses não é tanto tempo assim. -- Lembrou-se dos anos que havia passado longe de Anne, e que mesmo dessa forma não havia conseguido esquecer aquele amor. Como poderia esquecer os sentimentos que começava a suprir pela morena em apenas seis meses?! -- Seis meses não é tempo o suficiente para tirar de mim o que eu sinto por você. -- Suas bochechas coraram quando a morena fitou seus olhos. Ela tinha um brilho intenso, deixando o tom de castanho completamente diferente.

-- E o que você sente por mim? -- Mila mordiscou o lábio inferior com descrição, em um simples ato de timidez.

-- Eu realmente não... -- A voz de Emily vacilou durante uma surpreendente pergunta que lhe passou na cabeça “O que eu sinto por ela?”. A ruiva buscou pela resposta antes que pudesse dizer qualquer coisa, mas toda essa espera deixou Mila impaciente.

-- Você não...? -- Incentivou-a a continuar.

            O coração da ruiva voltou a palpitar, trazendo-a uma dificuldade para falar enorme. Ela tentou começar algumas vezes, mas gaguejava antes de conseguir obter a resposta que tanto buscava em seus pensamentos. Puxou todo o ar que pôde, segurou-o por algum tempo e só após liberá-lo é que suas palavras começaram a fazer algum sentido.

-- Eu não sei o que eu sinto por você Mila. -- A morena surpreendeu-se com as palavras, arqueando suas sobrancelhas. -- Mas eu sei que...Não. Eu não sei de nada. -- Aproximou-se dela, cortando toda a distância entre seus corpos. – A verdade é que eu nunca senti me desse jeito antes. -- Emily pegou a mão da morena e colocou sobre teu busto, fazendo-a sentir toda a desordem que eram as batidas daquele coração. -- Não por apenas ver alguém. -- Emily lembrou-se do dia em que havia a visto dançando na festa de Arturo, lembrando com muita clareza o frio que tomou todo o seu corpo e a inebriou. -- Essas reações que você causa em mim, a alegria me faz sentir apenas por poder encontrar seus olhos ou ouvir a tua voz... -- Emily suspirou. -- É tudo novo de mais para que possa tentar dizer exatamente o que eu sinto por você, Mila. Mas eu gosto quando me toca aqui. -- Emily arrastou a mão da morena, que antes estava em seu busto, até a sua nuca, poucos milímetros atrás da sua orelha. -- Ou aqui. -- Levou-a até a parte superior de suas costas. -- Ou ali. -- Desceu a mão da morena pelas suas costas até alcançar sua cintura. -- Principalmente aqui. -- Emily tirou-a do contato com o seu corpo e apenas apertou suavemente a mão da morena, fazendo-lhe caricias com o polegar. Mila olhava para suas mãos entrelaçadas, seu coração estava tão acelerado quando o de Emily quando o sentiu, mas tentar tomar o controle nem sequer passou pela sua cabeça. Ela apenas queria permanecer ali, ouvir aquelas palavras que lhe traziam um sentimento gostoso e um frio na ponta do estomago, respirar aquele perfume inebriante que a ruiva usava, e quem sabe até beijá-la. Com certeza beijá-la, mas só depois de ouvir tudo que ela tinha a dizer, afinal, Mila não se atreveria a interromper aquelas palavras tão doces e sinceras. -- Eu gosto da sensação que o seus toques me trazem, e da forma como meu coração não se decide se bate ou se para de bater quando você sorri. -- Emily a olhou, não podendo conter o sorriso tímido de canto de boca. -- Exatamente esse sorriso. -- A ponta de seus dedos percorreu os lábios da morena, contornando o sorriso bobo que lhe tomava. Emily engoliu seco, sentiu seu coração palpitar de uma forma inexplicavelmente diferente ao pensar em três significantes palavras. -- A questão é, Mila, que eu gosto de tudo sobre você. Sobre nós. -- Emily franziu a testa, incrédula com o fato de ter dito isso sem ao mesmo já ter pensado sobre. Saiu de forma tão natural que ela não precisou sequer pensar.  -- E eu não quero perder isso. -- Mila curvou seu rosto para o lado, observando cada detalhe daquele rosto angelical, delicado, e completamente pacato. -- Você pode não me pedir para te esperar, e talvez eu não espere mesmo. -- Ela olhou nos olhos da morena. -- Mas eu não preciso esperar. Não quando se tem tantas formas de falar com você, mesmo que a distância. -- Emily viu um sorriso indecifrável se formar nos lábios da morena que dominava seus pensamentos. -- Prometa que não deixará de manter o contato comigo e eu realmente não terei que te esperar, porque você ainda vai estar aqui. -- Desviou o olhar para baixo ao colocar a própria mão sobre o peito.

-- A enrolada aqui é você, Emily. -- Mila não pôde conter o riso, mas não demorou muito para que ele fosse cessado, deixando espaço para uma feição entristecida.

-- O que foi? Não era isso que você esperava ouvir? -- Emily franziu a testa.

-- Não é isso Emily. Na verdade, foi muito mais do que eu poderia esperar ouvir. É só que...

~~ Fim do Flashback~~

            As amigas buscaram Mila como o combinado, mas a pouca conversa que se postou durante a viagem deixou Alice com um pé atrás, ela sabia que a ruiva estaria preocupada de mais para poder agir normalmente com Mila, e precisava dar um jeito nisso antes que a morena também percebesse o desconforto da amiga. Parou o carro em um posto durante a viagem, alegando que precisava ir ao banheiro, mas assim que foi até lá, ela enviou uma mensagem para Emily.

“ Vem até aqui, agora.” -- A ruiva leu a mensagem no smartphone e arregalou os olhos indiscretamente, sabendo que a mensagem não poderia ser um bom sinal. Ela informou que iria aproveitar para ir ao banheiro também e rapidamente saiu do carro, sem deixar brecha para que Mila falasse algo.

-- Alice? -- Emily entrou no banheiro, chamando-a em sussurros. -- Alice, cadê você? -- Usou de um timbre mais forte.

            Em um movimento repentino, Alice enfiou suas mãos pelo espaço estreito da porta de um dos boxes e puxou a ruiva para dentro, pela gola da blusa.

-- ALICE! -- Emily chamou-a atenção em um tom alto e assustado. -- Você está louca?! Quase me matou do coração.

-- Quem está louca é você! -- O corpo da ruiva havia se chocado contra o dela, que teve as costas jogada contra a parede. O fato de estar ainda estar segurando na blusa de Emily a fez trazê-la para cima do seu corpo, mantendo-os em um contato inesperado que lhe tirou todo o fôlego. Sem pensar duas vezes ela empurrou-a para longe com a mesma intensidade que havia puxado-a, evitando que aquela proximidade a deixasse vulnerável de mais para que pudesse ignorar seu sentimento. -- O que você pensa que está fazendo? Se continuar transparente desse jeito vai ser questão de tempo para que Mila perceba que alguma coisa está errada.

-- Ai. -- Emily resmungou ao colidir com a parede paralela à que Alice estava encostada. -- Eu não estou transparente. -- Falou, indignada.

-- Não, claro que não. Entre você e um vidro de copo, eu sinceramente não saberia qual seria mais transparente. -- Alice balançava a cabeça em negação.

            Emily arfou, sabendo que não tinha como competir com Alice. Às vezes a ruiva duvidava de quem a conhecia melhor, se era ela mesma ou a amiga teimosa.

-- Eu não sei o que fazer, tudo bem?! -- Admitiu.

-- Como assim você não sabe o que fazer? -- Alice atentou o olhar para a amiga, que parecia mais perdida do que nunca.

-- Eu só não sei. -- Os ombros da ruiva murcharam, dando-lhe um ar de insatisfação. -- Anne tem todo esse poder sobre mim e... -- Sentiu um sapo na garganta, impedindo-a de respirar tranquilamente. -- Eu não sei como será vê-la com ele, com o Robbert. -- Alice olhou-a, sentindo pena do estado emocional em que a amiga se encontrava. -- Eu não quero magoar a Mila. Não quero fazê-la sofrer.

-- Então não faça. -- A amiga falou com firmeza, tentando passar alguma confiança. -- Se não quer fazê-la sofrer, não faça. Se não quer ver a Anne se casando com outro, não veja. Se você não quer continuar sentindo esse amor, não sinta. Se não quer sentir-se dominada por ela, não seja. Você é aquilo que escolhe fazer, e suas escolhas fazem quem você é. -- Alice tinha dado alguns passos em direção à amiga enquanto falava, mas ela só acabou percebendo o quanto estavam próximas quando sentiu a respiração pesada e sufocante de Emily tocar a sua face. -- E você Harley -- Alice respirou com dificuldade, sentindo o ar que respirava ser compartilhado com a ruiva, seu coração bateu mais forte no peito, o que ocasionalmente lhe fez sentir um frio na barriga. -- É mais forte do que pensa. -- Caixas de som instaladas nos cantos do banheiro tocavam uma música qualquer naquele momento, sem saber Alice que aquela música poderia se encaixar perfeitamente com o que estava sentindo.

“Cross your heart and say you're never giving up
That you'll carry on when every door will shut

That you'll live, you'll live with no regret!
We wear a smile to hide that we've been hurt before
Keep our disasters in a suitcase by the door
Cause you know, you know we're only human!”

            Alice não conseguiu evitar que seus olhos fossem de encontro aos de Emily, olhos aqueles que se encontravam tão azuis e tão surpresos. Seu olhar percorreu o rosto da ruiva lentamente, fazia anos desde a ultima vez em que ela havia olhado-a de forma tão detalhista. Os traços do rosto de Emily não pareciam ter mudado nada, fazendo-a perceber que mesmo após todo esse tempo, ela nunca se esquecera de detalhe nenhum. Nenhuma curva, nenhum desenho. Os lábios naturalmente avermelhados que Emily tinha eram perfeitamente demarcados e com um arco de cupido consideravelmente acentuados. Seus olhos ficaram longos segundos naqueles lábios.

“So lay your hands on the left behind
We all know how it feels to be forgotten for a while
In a crowded place trying not to feel alone
Just remember that we've all been broken once!
Let's love the broken ones, yea, yeah!
Love the broken ones!
”

-- Al… -- Emily sussurrou, em um tom baixo de mais para que pudesse ser ouvido pela amiga, que mal havia reparado o movimentar dos lábios dela. Seus olhos estavam lá, mas seu coração e mente estavam completamente perdidos em um mar de sensações e sentimentos que não lhe afrontavam a muito tempo. Alice apoiou uma das mãos na parede, poucos centímetros ao lado do rosto da ruiva. Seu coração palpitava incontrolavelmente. Ela pensou em se afastar, mas seu corpo agiu de forma contrária ao dar um passo à frente, aumentando a proximidade entre elas.

“Raise your glass to all the words we never say
We do our best, but still we look the other way
Cause sometimes it's easier to run
Cause after all, we're only humans!”

            Alice fechou os olhos por breves segundos, tentando recuperar a razão que parecia não estar presente ali. Ela queria beijá-la, sabia que poderia e teria coragem o suficiente para isso. Mas isso estragaria tudo, certo?! E ela não podia fazer isso, não depois de ter vivido tantas histórias ao lado de Emily. Perdê-la, ou ao menos correr esse risco, não estava em seus planos. Alice desviou o olhar, acabando com aquele momento tão intenso. Deu um passo para trás e retirou sua mão da parede, implorando em seus pensamentos para que Emily não tivesse percebido que se ela não o fizesse, acabaria beijando-a ali mesmo.

-- Nós temos que ir. -- Ela virou de costas para a ruiva, tocando a porta do Box para sair. Mas antes que o fizesse, completou. -- Lembre-se, seja escura como a noite Harley. -- Referiu-se ao fato de que a amiga deveria tentar ser menos transparente.

 

            Emily apenas observou a amiga se retirar, estava completamente confusa com o que havia acabado de acontecer, só caindo em si quando a porta pela qual Alice tinha saído bateu ao fechar.

Fim do capítulo


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Comentários para 33 - Capítulo 33. Dark as night:
lay colombo
lay colombo

Em: 12/05/2017

Tem como shippar mais ? Ally nasceu pra ficar com a Em

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