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If I should fall, perpetual run por JennyB

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Palavras: 4047
Acessos: 8789   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 20. O namorado da minha amiga

O dia começou cedo para Emily, a garota levantou com aquela sensação comum de ter fechado os olhos por poucos segundos. E ela estava certa por sentir-se assim, mal haviam se passado duas horas desde o instante em que pegou no sono. Sentou-se na cama, pondo as pernas para baixo e após esfregar o rosto diversas vezes ela tomou coragem para começar o dia. Emily tomou um banho demorado e a vontade de sair do quarto era tão pouca que a jovem passou longos minutos repetindo os movimentos da escova em seus dentes. Apoiou as mãos na pia e inclinou o corpo para frente, encarando-se no espelho.

-- Vamos Emily, suas pernas não vão andar sozinhas para fora desse quarto. -- Emily deu uma risada forçada. -- Estou falando sozinha agora?! -- A jovem pensou e balançou a cabeça negando a própria atitude.

            Emily vestiu-se com um short curto e um moletom branco do RedSox, calçou sua pantufa e desceu para a cozinha sem nenhuma pressa. Robbert e Katrien estavam em uma conversa inquieta, eles debatiam sobre coisas do casamento, mas logo que a presença de Emily foi notada o assunto cessou.

-- Bom dia querida. -- Katrien sorriu para a jovem, Emily apenas sorriu de volta.

-- Bom dia Emily. -- Robbert estava curioso com a resposta da irmã, mas controlou-se. -- Então Emily, o que você quer para o café? -- Robbert se dispôs a prepará-lo para a irmã. Mas antes que pegasse o leite sobre a mesa, Emily retrucou.

-- Silencio, será que rola? -- A jovem estava morrendo de dor de cabeça e sentia seus olhos pesados, efeitos colaterais da noite mal dormida.

Robbert se assustou com a resposta da irmã, recuou da mesa enquanto lançava um olhar sobre Katrien, mostrando para ela que estava surpreso com a atitude da irmã, que sempre fora tão educada.

-- Tudo bem, eu preciso mesmo resolver algumas coisas agora cedo. -- Robbert deu uma desculpa para poder se retirar da cozinha sem que sua mãe chamasse atenção de Emily pela atitude.

            O jovem já alcançava a porta que dava passagem da cozinha para a sala quando ouviu a voz de Emily.

-- E Robbert?! -- O irmão virou-se rapidamente para ela e notou que a jovem o olhava nos olhos, ela estava séria. -- A resposta é não. -- Emily não esperou por uma reação do irmão, ela apenas retornou seu olhar para a mesa e serviu-se um pouco de café.

            Robbert estagnou com a resposta da irmã, a frieza com que a jovem falou e a forma como olhava para ele fez sua garganta secar. Ele achava que depois da conversa que haviam tido na noite anterior tudo voltaria a ser como era antes, mas só então ele se deu conta de que Emily jamais seria a mesma pessoa. Seu coração estava quebrado, e os responsáveis por isso eram as pessoas que Emily mais amava. Robbert engoliu seco e respirou fundo, sabia que precisava sair sem questioná-la, e foi o que o jovem fez, porém não o fez sozinho. Katrien foi atrás dele.

-- Filho, espera. -- Katrien o alcançou quando ele já estava saindo de casa. Robbert olhou-a com angustia, fazendo com que sua mãe se sentisse mal por ele. -- Dê um tempo a sua irmã. Ela vai te perdoar.

-- Ela já perdoou mãe. -- Robbert ficou cabisbaixo e aproximou-se. -- A verdade é que eu entendo a Emily mãe. -- Robbert olhou nos olhos da mãe. -- Não acho que Emily conseguirá confiar em alguém de novo. E o grande culpado disso tudo sou eu. Você se lembra como a Emily era gentil com as pessoas, costumava ser rodeada de amigos e de pessoas com quem se relacionava? Ela confiava em qualquer um, e normalmente eram apenas nas boas pessoas... -- Robbert sentiu seu rosto ficar rubro, e seus olhos logo encheram-se de lágrimas. -- E agora o que ela tem? Nada. Eu acabei com tudo no momento em que a machuquei tanto. Emily agora é essa pessoa que tem medo de confiar nas pessoas e se protege disso mantendo essa frieza.

-- Isso não é verdade Robbert. Emily não é essa pessoa. Ela nunca deixou de ser gentil com as pessoas.

-- Você não entendeu o que eu quis dizer mãe. Há quanto tempo você não vê Emily com alguém? Há quanto tempo ela não fala de uma grande paixão? -- Katrien finalmente entendeu o ponto que o filho queria chegar.

-- Ela vai encontrar alguém. -- Katrien depositou as mãos sobre os ombros do filho. -- E ela, sem duvida alguma, vai te perdoar e vai ser feliz. Dê tempo ao tempo. -- Katrien sabia que as palavras do filho faziam todo o sentido, desde que fora para ouro preto cursar a faculdade Emily não tinha se apaixonado por ninguém, não da mesma forma que havia se apaixonado por Anne. Mas mesmo conhecendo a atual situação da filha ela tinha que confortar Robbert com sua segurança de que tudo iria dar certo.

-- Eu espero que sim mãe. -- Robbert beijou seu rosto com carinho. -- Eu preciso ir. Anne está me esperando.

            Katrien sorriu para o filho mais velho e despediu-se.

---------------------------------       Horas mais tarde       ------------------------------------------

-- Alô, quem está falando? -- Uma voz suave surgia do outro lado da linha.

-- Isabela? -- Emily esperou até que a jovem falasse algo, mas como nada foi dito ela prosseguiu, identificando-se. -- Aqui é Emily. Você ainda lembra de mim?

-- Emily Harley? -- Isabela travou.

-- A única! -- Emily sorriu do outro lado da linha. -- Quanto tempo! Como está?

            Isabela era uma das antigas amigas do colegial. Elas não se falavam desde o dia em que Emily foi para ouro preto. A amizade delas não se resumia apenas em festa, embora elas fossem em muitas festas juntas. As jovens sempre tiveram o mesmo grupo de amigos e por isso sempre mantiveram um ótimo convívio uma com a outra. Até o momento em que Emily deixou de prestar noventa e oito por cento do seu tempo para Anne e começou a cultivar as outras amizades que mantinha.

            Isabela não conseguiu falar, a ligação havia pegado ela de surpresa.

-- Isabela, ainda está na linha?

-- Hã? -- Pigarreou. – Quero dizer, estou. Desculpa. Eu não esperava por uma ligação sua. Já faz tantos anos.

-- Não queria te pegar de surpresa desse jeito, mas não sabia como falar com você senão pelo celular.

-- Bom, eu não sei qual surpresa seria maior, você na porta da minha casa ou me ligando. -- Isabela deu uma risada breve. -- Estou feliz que tenha ligado. Como estão as coisas ai em Ouro Preto?

-- Não estou mais em Ouro Preto. -- Emily hesitou.

-- E onde está agora? Você prometeu que arranjaria um tempo para me visitar durante a faculdade, mas eu nunca recebi nem o espírito dessa visita. -- Isabela lembrou-se os meses em que passou esperando por uma ligação.

-- Eu posso ir agora se ainda quiser que eu cumpra essa promessa. -- Emily sorriu boba, esquecendo-se de que Isabela não podia ver sua expressão.

-- Como assim? Você voltou? -- Isabela estava incrédula. -- Porque ainda não veio me visitar?

Emily se calou enquanto tentava buscar por um bom argumento, mas a ligação começou a falhar enquanto ela tentava explicar.

-- Eu... fazer... coisas... mas...você... -- Isabela não conseguia entender nada do outro lado da linha.

-- Emily, não estou te ouvindo, Emily?! -- A jovem falou sozinha ao celular, a ligação já tinha caído.

            Emily tentou retornar a ligação, mas ia direto para a caixa postal. Isabela estava sem sinal. Entre duas ou três tentativas falhas de retornar a ligação para a amiga, Emily decidiu ir até a casa dela, uma vez que Isabela havia dado a entender na ligação de que continuava morando no mesmo lugar.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------

            Chegando à casa de Isabela, Emily se deparou com a mesma mansão que costumava ir para planejar as festas, porém as paredes agora eram de um tom azul fosco e a parte frontal da casa continuava com as pilastras brancas gelo que destacava os detalhes arquitetônicos. As janelas que cobriam a maior parte das pares da casa permitiram a Emily ter um visão do interior da casa, que por sinal continuava o mesmo. A entrada da casa era repleta de grama e bem decorada com um jardim de gardênias.

            Emily deixou a nostalgia daquela casa de lado e se dirigiu até a grande porta de entrada, interfonando logo em seguida.

-- Quem é? -- Uma voz masculina soou pelo interfone.

-- Emily Harley. Sou amiga da Isabela, ela está? -- Emily não obteve resposta. Interfonou uma segunda vez e ainda assim ninguém respondeu. Ela se virou para ir embora e quando estava descendo os degraus da curta escada da varanda ela ouviu o barulho da porta se abrindo e junto ao ruído ela pôde ouvir a mesma voz que atendeu ao interfone.

-- Emily? -- O rapaz fitou a jovem assim que ela se virou, como podia ser tão bonita?! – A Isabela está em uma consulta, mas deve chegar em breve. Quer entrar e esperar por ela?

-- E se ela demorar? -- Emily se aproximou e olhou o rapaz nos olhos.

-- Entre. Eu ligo para ela e caso ela avise que vai demorar você pode ir. -- Ele insistiu e lançou um sorriso para a jovem.

            O rapaz guiou Emily até a sala e durante todo o percurso, Emily se preocupou mais com os olhares que ele lançava sobre ela do que com as fotos atuais de Isabela que provavelmente teria pela casa. Eles se sentaram em uma sala onde havia um sofá conjunto que contornava as bordas da sala e um enorme televisor. Provavelmente esse era o cinema particular de Isabela agora.

-- Meu nome é Leonardo Dias. É um prazer conhecer você. -- Com todo o espaço que havia no sofá, Leonardo fez questão de se sentar bem próximo de Emily, deixando-a incomodada.

-- Eu deveria me apresentar de novo ou.. -- Emily se calou ao perceber que estava sendo grosseira.

            Leonardo soltou uma leve risada, buscando confortar a jovem.

-- Não Emily, não precisa. -- Ele tocou o ombro da jovem.

-- Bonita essa televisão. -- Emily argumentou para distrair o rapaz, que desviou seu olhar para o ponto de interesse da jovem, permitindo-a que se afastasse um pouco. Emily tentou disfarçar forçando um sorriso assim que o rapaz retomou seu olhar para ela.

-- Isabela escolheu. Ela está em uma fase de documentários ultimamente. -- Os olhos azuis do rapaz focaram-se em Emily e ele logo sorriu. -- Como se precisasse de algo desse tamanho pra assistir.

-- Faz tempo que não vejo a Isabela, como ela está?

-- Ela está ótima, E você não poderia ter aparecido em melhor hora. -- Leonardo parecia empolgado.

-- Como assim? -- Arqueou uma das sobrancelhas.

-- Isabela e eu achamos que ela pode estar grávida, por isso foi se consultar. -- O rapaz pegou o celular no bolso da calça e sinalizou para Emily, pedindo-a para aguardar um momento. -- Vou ligar para ela, como havia prometido.

            Somente no momento em que o rapaz havia se afastado é que Emily permitiu-se observá-lo com mais atenção. Leonardo tinha um porte esportivo e seus cabelos loiros e cacheados em um corte juvenil tocando a altura de suas orelhas, os olhos azuis do rapaz davam a ele um toque angelical.

Emily admitiu para si mesma que finalmente Isabela tinha encontrado um bom partido, Leonardo não se parecia nem um pouco com os garotos que ela costumava namorar quando mais nova.

Não demorou muito para que o rapaz retornasse com a infeliz noticia de que Isabela ainda demoraria para chegar.

-- Pode dizer à ela para me visitar assim que possível? Diga a ela que estou na casa da minha mãe. -- Emily sorriu e caminhou até a porta, sendo acompanhada pelo rapaz que havia consentido com o pedido dela.

            Emily havia se despedido e já estava no final das escadas quando Leonardo se pronunciou.

-- Emily, você esqueceu de uma coisa. -- O rapaz se apressou ao pegar no pulso de Emily, fazendo-a virar-se para ele, ficando cara a cara em uma proximidade alta de mais para a jovem.

-- E o que foi que eu esqueci? -- Emily foi rude e afastou o rosto do rapaz, tentando evitar qualquer atitude que ele pudesse tomar.

-- Me liga qualquer dia desses. -- Leonardo aproximou-se e beijou o canto da boca de Emily, entregando-a um cartão logo em seguida.

            A jovem pegou o cartão da mão do rapaz e apressou-se para sair dali. Emily não podia acreditar no que estava acontecendo. O namorado de Isabela havia acabado de dar em cima dela. Repleta de constrangimento Emily jogou o cartão na primeira lixeira que encontrou pelo caminho e estava decidida a não voltar lá tão cedo.

-- Esse dia com certeza não amanheceu para ser bom. -- Pensou em voz alta.

------------------------------------  Naquela mesma noite    ---------------------------------------

            Emily estava vestida com uma calça skinny preta e uma camiseta justa branca, sem estampas. Como a noite estava fria, Emily optou por um cardigã cor grafite, usando-o aberto. Nos pés ela calçava um sneakers bege, e como acessórios apenas um cordão médio com uma ancora de pingente. A maquiagem era bem investida no preto do lápis de olho e na sombra em preto degrade, destacando o azul extremamente claro dos olhos, as bochechas estavam levemente rosadas pelo blush e nos lábios apenas um gloss.Emily estava terminando alguns retoques na maquiagem quando decidiu ligar para Alice e convidá-la para sair, caso ela não aceitasse, Emily estava decidida a sair assim mesmo, não queria correr o risco de ter que encontrar o seu irmão por algum cômodo da casa. Deixou o telefone no alto falante para que pudesse fazer as duas coisas ao mesmo tempo.

-- Alô? -- A voz de Alice estava agitada.

-- Alice, vamos sair? -- Emily foi direto ao ponto.

-- Que coincidência você dizer isso. -- Ela sorriu e sussurrou para a irmã que estava ao seu lado que era Emily ao telefone. -- Eu estou saindo com a antiga turma da faculdade agora. Allison também vai. O que acha?

-- Depende. -- Emily franziu a testa. -- Vai ter bebida?

-- Claro Emily! Nós vamos à aquela boate no centro, a que abriu recentemente.

-- Na pixyclub?

-- Essa mesmo. -- Alice calçava o salto enquanto segurava o celular entre o ombro e o rosto. -- Mas é melhor se apressar, estou quase saindo de casa já.

-- Te encontro lá. -- Emily desligou o celular, e após terminar os retoques ela se olhou no espelho, analisando sua escolha para a roupa. A jovem deixou um sorriso escapar ao aprovar a roupa que havia escolhido.

            A jovem descia as escadas e mexia no celular, organizando uma pasta de músicas para colocar no carro enquanto dirigia até o club, quando ouviu sussurros vindos da sala. Emily não reconheceu as vozes até que adentrou a sala para poder sair de casa, mas seus passos foram interrompidos pela terrível sensação que subiu por todo o seu corpo quando ela avistou Robbert e Anne aos beijos. Emily pretendia passar rapidamente pela sala, para que eles não notassem a sua presença, mas foi em vão. Quando estava prestes a alcançar a porta ela ouviu a voz de Anne soar fraca e assustada. Era tarde, quase meia noite, Robbert e Anne jamais imaginariam que Emily poderia sair de casa.

-- Emily?! -- Anne afastou-se de Robbert subitamente. Seus olhos fixaram-se na amiga, tentando capturar qualquer reação.

            Emily parou no momento em que a ouviu e virou-se para ambos sem animação nenhuma, arfando discretamente. Ela os olhou e forçou um sorriso, mas restringiu suas ações apenas a isso, não queria ter que falar com eles.

-- Emily eu... -- Anne travou, estava buscando por palavras que pudessem explicar a cena. -- Desculpa. Eu não achei que você fosse passar aqui a essa hora. É a sua casa, desculpa, eu já estou de saída... -- Emily retrucou.

-- Essa casa também é do Robbert e ele pode trazer quem quiser. E quem está de saída sou eu, pode ficar a vontade. -- Ela virou-se e retomou o seu caminho até a garagem.

            Emily estava sem saco para aturar as desculpas esfarrapadas de Anne. Ela adentrou ao carro e pôs sua playlist para tocar, começando pela música BO$$ – FifthHarmony. A jovem morava relativamente perto do centro e não demorou muito para que chegasse ao club. Ela e Alice tinham combinado de se encontrar na entrada do club, mas sua amiga se atrasou tanto que ela acabou entrando antes e indo direto ao balcão do bar.

            Emily se sentou em um dos bancos e apoiou os cotovelos sobre o balcão, usando suas mãos de apoio para o seu rosto. Seus pensamentos retornavam a cena vista momentos atrás, ver eles juntos de novo era completamente doloroso para a jovem, e mesmo que Emily se mostrasse forte, só ela sabia o quanto a machucava saber que a mulher que ela amava se casaria com seu irmão.

            O som estava alto, uma música eletrônica tocava, mas Emily mal prestava atenção na multidão que dançava animada e nas pessoas que estavam a sua volta no bar, apenas querendo se embebedar.

            Não muito distante de Emily, uma garota olhava-a intrigada. Porque alguém viria em uma boate com um humor daquele?! Era completamente visível para ela que Emily estava chateada com alguma coisa. Ela pensou em maneiras distintas para se aproximar, e acabou se aproximando da forma mais comum possível.

-- E você o que vai beber? -- Uma voz feminina surgiu, próximo ao ouvido de Emily, despertando-a do transe em que estava.

-- Uma dose de vergonha na cara e auto consciência por favor. -- Emily respondeu sem pensar, deixando escapar apenas o que sabia que precisava para se recompor daquele relacionamento horrível que havia tido com Anne. Ela nem sequer teve a reação de olhar para a bartender que segurava e chacoalhava uma coqueteleira em suas mãos.

-- Eu não sei se estou autorizada a servir esse tipo de bebida por aqui. -- A jovem ouviu uma leve risada que Emily havia deixado escapar.

-- Desculpa. Eu não queria ser rude ou mal educada. É só que... -- Emily levantava o olhar para poder identificar a mulher com quem conversava, mas no momento em que seus olhos encontraram-se com os dela sua voz falhou e as palavras lhe faltaram. Seus rostos estavam bem próximos, deixando-a corada. A garota sorriu e Emily encantou-se por aquele sorriso que formava covinhas tão delicadas nas bochechas.-- Eu não te conheço de algum lugar? -- Emily perguntou mais para si mesma do que para a jovem.

-- Eu acho difícil. Não costumo me esquecer de um rosto. -- A jovem agora sorria sem graça, não sabia se Emily estava tentando cantá-la, como muitas pessoas naquele club faziam, ou se realmente a reconhecia de algum outro lugar ou festa.

            Emily olhou-a com mais atenção, os cabelos castanhos claros e levemente ondulados eram compridos, as curvas do rosto bem demarcadas e os lábios finos e delicados. Os olhos dela eram em um tom castanho claro, e de uma interação intensa. Emily se sentia presa naqueles olhos. Ela podia jurar que já havia visto essa mulher antes, mas não insistiu no assunto.

-- Você tem razão, deve ser algum devaneio maluco da minha cabeça.

-- Eu não quero parecer uma bartender intrometida nem nada, mas você está bem? -- A jovem retribuiu o olhar de Emily, ela tentou ser atenciosa, uma vez que Emily não aparentava estar bem.

-- Está tão fácil de ver assim? -- Emily sorriu sem muito ânimo, ela não costumava deixar seus sentimentos transparecerem dessa forma.

            A jovem recostou sobre o balcão. Ela ainda mantinha seu olhar sobre Emily.

-- Um pouco. -- Ela foi delicada com as palavras.

-- Eu não pretendo te ocupar com aqueles papos de bêbados no fim de festa, não precisa se preocupar. -- Emily fez uma graça.

-- Eu não estou preocupada. -- A bartender pressionou os lábios e sorriu.

-- Isso quer dizer que você gosta dos papos de fim de noite? -- Emily arqueou uma das sobrancelhas.

            Antes que a jovem pudesse responder, um rapaz visivelmente embriagado esbarrou em Emily enquanto tentava chamar atenção da bartender.

-- Ei! Eu quero beber. -- O rapaz foi rude. -- Será que dá pra parar de papo furado e preparar o meu drink? -- Emily lançou um olhar irritado sobre o rapaz, mas ele pareceu não perceber.

            A bartender virou-se para o rapaz e forçou um sorriso, precisava continuar com o bom humor e simpatia, independente de como as pessoas falavam com ela, um dos desafios do ofício.

-- O quer beber? -- De longe Emily ficou olhando-a atender o rapaz, e o simples fato da jovem conseguir manter a calma deixou-a bastante surpresa. Emily não era uma das pessoas mais esquentadas do mundo, mas tudo tem seu limite. Esse provavelmente era apenas um de tantos outros que deveriam falar dessa forma com ela.

-- Impressionante. -- Emily falou assim que a bartender voltou a se aproximar dela.

-- A grosseria dele ou o meu espírito zen? -- Emily riu mais uma vez.

-- Os dois. Como você consegue? -- Estava curiosa, queria desvendar o segredo por trás de todo esse controle emocional.

-- Acredite, essa não é a pior parte desse trabalho. -- A bartender sorriu sem graça.

-- E qual é então? – Emily olhava-a, atenta a suas expressões, e principalmente à aquele sorriso incrivelmente lindo.

-- A pior parte é ter que agüentar cantadas a noite inteira, tanto de homens quanto de mulheres, e ter que recusar sendo educada, quando a maior vontade é mandar tomar naquele lugar. -- Emily riu da jovem, mas parou assim que percebeu que estava sendo analisada por ela.

-- Desculpa, eu não queria rir. Eu imagino que deve ser difícil, mas... -- Ela foi interrompida.

-- Eu sei, deve ser realmente engraçado para quem está de fora. -- A bartender sentiu-se mais a vontade com a conversa, agora que havia percebido que Emily não tinha a menor intenção de cantá-la.

-- Obrigada. -- Emily olhou-a nos olhos.

-- Pelo quê?

-- Por me distrair dos meus pensamentos com essa conversa. -- Ambas sorriram e a bartender retribuiu seu olhar. Um olhar que hipnotizou Emily, fazendo-a esquecer-se de respirar.

-- Acho que eu é quem deveria te agradecer. -- Emily arqueou as sobrancelhas assim que ouviu a jovem, ela não havia entendido o porque a bartender deveria agradecer à ela. -- Por não me cantar. -- Brincou.

-- Não há de quê. -- Emily riu.

            Elas ficaram se olhando por algum tempo, sentiram uma conexão que não conseguiam explicar nem mesmo para si mesmas. A conversa fluía como se nada as impedisse de confiar mutuamente uma na outra, Emily sentia-se bem pela primeira vez durante este dia e a bartender sentia-se contente por encontrar alguém com quem pudesse falar sem ser falsamente educada ou simpática. O silêncio se estabelecia entre elas e a troca de olhares já era inevitável, Emily sentiu seu coração palpitar quando a bartender deixou um sorriso de canto de boca escapar.

-- Com licença, eu quero um Martini duplo. -- A voz forte do rapaz interrompeu o momento das duas.  A bartender demorou alguns instantes para perceber que o rapaz estava se dirigindo à ela, mas assim que percebeu ela pediu para que Emily esperasse um pouco.

            Assim que retornou para perto de Emily, a bartender se apoiou no balcão e aproximou o rosto do ouvido de Emily.

-- Quer sair daqui? -- Ela afastou o rosto um pouco e olhou para Emily.

-- Eu achei que não era pra cantar. -- Emily deixou uma risada boba escapar, fazendo a bartender sorrir.

-- Eu não estou te cantando. -- Ela pegou na mão de Emily e puxou-a.

 

 

Fim do capítulo


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Comentários para 20 - Capítulo 20. O namorado da minha amiga:
lay colombo
lay colombo

Em: 12/05/2017

Confesso q shippava mas Ally >>>>>>>>

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