--Gravida?

 

--Sim, amanhã eu faço dezesseis semanas.

 

Fernanda fez o cálculo na cabeça, era exatamente o tempo que ela estava longe.

 

--Como assim? Aliás, eu sei como se engravida não precisa explicar- colocou as mãos sobre o rosto e se jogou no sofá por medo de cair. A notícia a deixou enjoada e completamente tonta.

 

--Não é nada disse garota, o procedimento que fiz no hospital naquela época foi uma inseminação artificial. Era isso que eu queria te contar, agora não faz mais diferença.

 

--Porque não me disse no dia, você voltou do hospital e eu nem sabia o que tinha acontecido com você!

 

--Eu só comprovei na terça em que você foi embora, as chances de não conseguir eram enormes, não queria te alertar com uma coisa que poderia não se concretizar.

 

--Meu deus você vai ter um filho.

 

--Vou e se quer realmente ficar comigo, terá mais alguém junto, é uma decisão sua.

 

---Eu tenho que voltar ainda hoje para o Japão, tenho que estar lá para uma reunião amanhã à noite. Eu volto em 15 ou 20 dias. Assim a gente senta e conversa direito.

 

-- Melhor ainda, você tem 20 dias pra decidir o que quer da sua vida, e onde eu entro nela. E mais uma coisa eu não vou te esperar a vida inteira.

 

Fernanda estava sem chão e completamente atordoada, apenas deu mais um beijo em Luiza e voltou direto para o aeroporto. Sua cabeça estava a mil, era muita informação para ser processada.

 

Xxxxx

 

Os dias estavam se passando e Fernanda estava enlouquecendo, começar um namoro já seria complicado, manter uma relação com uma mulher gravida. Era muita responsabilidade e ela não queria isso pra sua vida. Por mais que estivesse louca pela Maria Luiza.

 

Mesmo assim não conseguia ficar longe de Malu, ligava duas vezes ao dia, pra saber como ela estava. Luiza estava passando muito mal, tinha enjoos o tempo inteiro, e mal estava se alimentando, o dia que não conseguia falar com a morena se sentia vazia, foram as duas semanas mais longas da vida dela. Estava louca pra voltar para o Brasil e ver a sua morena.

 

Chegava o dia do retorno de Fernanda, ela estava no aeroporto esperando o seu embarque e uma pequena lojinha lhe chamou a atenção, na sua vitrine tinha alguns sapatinhos e roupas infantis, eram tão pequenos, tão lindos, a vendedora vendo o interesse da empresaria logo se aproximou.

 

-- São lindos!  feitos artesanalmente! Temos todas as cores, e vários tamanhos. É uma menina ou um menino?

 

-- Não sei ainda.

 

-- Então leva um feminino e um masculino! A senhora só precisa escolher a cor! Seu sobrinho?

 

-- Não, filho da minha namorada.

 

--Parabéns para o casal então.

 

Fernanda não pensou no que disse, Luiza ainda não era sua namorada, não oficialmente. E as palavras da vendedora ficaram soando em seus ouvidos, casal? E porque ela me deu parabéns?

 

--Eu quero esse rosa e esse azul, - ela disse apontando-aliás, quero o lilás também, se for menina e puxar a mãe vai querer ter muitas opções de sapatos- as duas começaram a rir, a vendedora fez três embrulhos super fofos e Fernanda saiu com os sapatinhos do filho de Luiza, ou filha!

 

Entrou em mais uma loja, dessa vez o presente era para a sua morena. Embarcou e após várias horas de voo, só queria chegar em casa e dormir, na verdade ela queria chegar na casa da sua morena, abraça-la e dormir, não tinha forças nem pra fazer sex* de tão cansada que estava.

 

Avisou o horário de chegada e pediu para Malu comprar comida, passaria direto para casa dela, e estava com muita fome e muito cansada. Chegou em casa beijou a sua morena e ficou sentada observando ela terminar de cozinhar.

 

--Eu não falei pra você comprar comida? Você não pode se cansar!

 

-- Já ouvi essa história antes e a minha resposta é a mesma:  jantar não cansa ninguém, e eu estou gravida, não doente - ela tirou o avental e se aproximou de Fernanda- só naquele momento Fernanda percebeu o tamanho da barriga.

 

--Sua barriga cresceu, vinte dias e aumentou tudo isso, imagine quando estiver com nove meses.

 

--Eu já estou parecendo um balão- disse a morena fazendo biquinho.

 

--Você está linda, seu filho vai ser grandão.

 

--Vai sim, amanhã é a primeira ultrassonografia, você vai comigo?

 

-- Amanhã eu tenho uma reunião cedo no escritório, desculpa mais não vai da!

 

-- Tem problema não.

 

 Luiza estava triste e como sempre seus olhos acusavam isso, mas Fernanda estava com medo de se envolver além do que deveria nessa história, uma namorada ok, mas ser mãe... não ia rolar

 

-- Eu preciso de um banho.

 

--Você sabe o caminho para o banheiro, tem toalha limpa lá, fique à vontade, vou terminar aqui o jantar.

 

Fernanda tomou banho no banheiro social, Luiza assim que terminou o jantar foi também para o banho, mas no outro banheiro, quando Malu saiu, Fernanda estava frente a um notebook e com o telefone na mão, falando em inglês e em um tom grosseiro, com raiva, de um jeito que Malu nunca tinha visto.

 

--Incompetente! --A empresaria jogou o computador com força no sofá!

 

--Eita, que estresse todo é esse? - Luiza sentou-se ao lado de Nanda e beijou uma das suas mãos que estavam sobre o rosto.

 

Fernanda abriu os olhos, tentando se acalmar e se acalentar nos braços da sua morena, Malu estava com um baby-doll branco de algodão, com rendas no seios e aberto até embaixo, a barriga estava toda a mostra, estava bem redondinha, aparentava uma gestação com muito mais tempo do que tinha. Fernanda estava encantada, abaixou-se deu um beijo na barriga e disse:

 

--Vamos comer amor? Eu estou faminta.

 

Luiza se arrepiou inteira, queria chorar naquele momento, foi a primeira vez que Nanda a chamava assim, e melhor ainda, ela tinha beijado sua barriga, A primeira demonstração de afeto pela criança. Sua sensibilidade estava aflorada, se olhasse mais um segundo para Nanda se acabaria em lagrimas.

 

--Vamos princesa!

 

Após o jantar foram direto para a cama, Fernanda estava exausta, Luiza se deitou ao seu lado conversaram por mais um tempo sobre os exames e em seguida elas dormiram agarradas. 

 

Quando Luiza acordou Nanda não estava mais na cama, em seguida ela saiu do banheiro vestida em um roupão e com uma toalha no cabelo.

 

--Bom dia princesa!

 

-- Bom dia minha linda, não queria te acordar, me desculpe!

 

--Eu tenho que trabalhar, já teria que levantar de todo jeito.

 

--Amor, Gabriel marcou uma consulta pra você com um obstetra lá do hospital, eu quero que você seja atendida por ele, quero saber como vocês estão.

 

--Eu já tenho uma consulta hoje, lá no psf, com um obstetra que eu conheço. Dona riquinha.

 

-- Deixa de ser cabeça dura mulher, é só uma consulta, e esse obstetra segundo o Gabriel é o melhor da cidade, eu estou preocupada com esses seus enjoos, só me deixa ficar tranquila!

 

-- Você vai ficar tranquila, depois te conto como foi a minha consulta no posto de saúde que eu trabalho.

 

-- Vai na consulta, por favor! Faz isso por me. Ela se jogou por cima de Malu dando beijos por todo o seu rosto. -daqui a pouco não consigo mais ficar por cima de você!

 

-- Quando não puder ficar em cima a gente faz de lado, fez uma cara de safada que deixou Fernanda louca no mesmo momento.

 

--Para de me provocar, eu já estou subindo pelas paredes e você ainda fica fazendo essa cara.

 

-- Que eu me lembre foi a senhorita que foi direto pra cama quando chegou.

 

-- A gente precisa saber se está tudo bem, e a gente só vai fazer amor depois que o médico lhe avaliar.

 

--Era só o que me faltava, nem que você tivesse um super p*nis não machucaria a criança, imagina só com esses dedinhos!

 

-- Esses dedinhos aqui fizeram a senhorita ir as nuvens se lembra? Ela passou da boca para o pescoço, e suas mãos percorriam o corpo da Luiza que já gemia de tesão, o gemido foi mais alto quando ela passou o dedo sobre a calcinha de Malu, tocando o seu clit*ris. Deu um sorrisinho de canto de boca e disse -- A consulta é as 14 horas, se levantou e foi se vestir.

 

 

-- Vai me deixar assim? Amor vem cá, deixa de maldade.

 

-- Já falei que só depois do médico.

 

--Está bem, está bem! Era bom saber que Fernanda se preocupava com eles e na verdade não custaria nada, aliás custaria alguns zeros em um cheque para Fernanda e era isso que incomodava a Luiza, além do fato de não se satisfazer como queria. -- Mas eu pago a consulta!

 

- Eu já paguei, e como já sei o que vai dizer você pode me pagar sim, mas eu escolho o jeito, continuou com um sorrisinho safado nos lábios.

 

 

Depois de um tempo ambas saíram para o trabalho, exercendo suas funções por toda a manhã, depois do almoço Luiza foi para a clínica, chegando lá foi muito bem recebida, e ela sabia bem que isso se devia ao possível pagamento extra que a Fernanda teria feito, já que o seu pre natal foi encaixado em horas, com um médico famosíssimo que tinha uma agenda super apertada.

 

Estava aguardando, Gabriel, Cecilia e Mary chegaram em seguida e estavam lá discutindo quem deveria entrar com a enfermeira, ela estava super feliz em ter seus amigos ali do lado, a Mary já era considerada assim também, mas mesmo assim, ela não queria nenhum deles, era a Nanda que deveria estar com ela, mesmo não podendo cobrar era esse o seu desejo.

 

--Que mulher linda é essa? Disse a Mary brincando!

 

 Realmente ela estava linda, usava uma calça justa, uma blusa de botões vermelha com um leve decote, um salto alto, uma maquiagem fraca, seus cabelos ao vento e um óculos estilo aviador no rosto.

 

Ela mal cumprimentou os amigos com um aceno na cabeça e foi direto para a recepção, a recepcionista se levantou e voltou com um senhor, muito bem arrumado, eles conversaram por alguns minutos e em seguida Maria Luiza foi chamada.

 

-- Ela fez confusão não fez? - Malu perguntou para Gabriel.

 

--Logico que fez, você já tem uma hora esperando, você acha que Fernanda Aragão aceitaria isso?

 

--Pelo visto perdemos feio para a riquinha- Cecilia falou toda enciumada

 

--Deixa de ser boba.

 

--Vamos amor?

 

Os três pararam observando a frase da empresaria, eles estavam incrédulos, a morena realmente tinha fisgado a empresaria- ficaram observando as duas seguirem para o consultório.

 

-- Você disse que não viria.

 

--Eu terminei mais cedo a reunião. --Ela não assumiria o motivo, não tinha reunião nenhuma, era só uma desculpa pra não estar ali.

 

Elas entraram no consultório e foram atendidas por um médico já de idade, ele fez várias perguntas a enfermeira, fez algumas orientações e o papo estava um tedio, já não é legal uma consulta dessas normais imagine com dos profissionais de saúde, Fernanda não entendia quase nada.

 

Após alguns minutos ele pediu que Luiza se trocasse e que se deitasse em uma maca, ele começou a examinar suas mamas, e em seguida pediu para que ela se deitasse. Com o aparelho de ultrassonografia em mãos começou a fazer o exame.

 

O médico deu um sorrisinho, e Luiza estava com cara de quem viu um bicho, ela olhava assustada para a tela que ficava na frente delas.

 

--O que foi amor? Fernanda observava o olhar de desespero da morena!

 

--São... do, dois doutor? -

 

-- Na verdade são três.

 

--Quantos? - aquilo não poderia ser real, um já era muito, três era irracional, Fernanda estava nervosa, branca e sentiu na hora que desmaiaria.

 

-- Você está bem? Quer sentar? O médico se preocupou ao ver a acompanhante pálida.

 

--Não, eu estou bem sim doutor, ela continuou segurando a mão de Luiza, e se segurando na maca por medo de ir ao chão.

 

--Vamos ouvir os coraçõezinhos deles.

 

Luiza chorava de emoção por ouvir seus pequenas, Fernanda estava assustada para ela de forma alguma era um coração, aquilo parecia mais com três cavalinhos disputando uma corrida.

 

--Eles estão ótimos, são perfeitos, mas muito pequenos, vamos tentar ver os sex*s.

 

--O primeiro e maior é um... uma menina, olha como ela é linda

 

Que beleza que tinha ali? parecia um E.T., o médico falava em mãos e pés, mas Nanda não via nada disso.

 

--O segundo... um menino, você vai ter um casal, vamos ver o próximo? Bom é... Outra menina. Parabéns mamães, vocês terão 2 moças e um rapaz.

 

Luiza chorava de emoção, Fernanda que estava o tempo inteiro segurando a mão da morena, e só queria correr daquela sala, do tormento em ver aqueles três E.T.S misturados com filhotes de cavalo, Naquele momento presenciou a visão mais lindo de todas e que ela sempre quis ver. Os olhos da sua morena brilharem.

 

Luiza se trocou e voltou a mesa, o médico passou a explicar sobre os riscos de uma gravidez dessas.

 

-- Doutor o senhor pode explicar pra ela que sex* não atrapalha a gestação. Fernanda estava tão atordoada que nem ficou com vergonha da frase de Malu.

 

-- Pelo contrário o sex* faz muito bem, vocês só terão restrições caso você tenha algum sangramento ou perda de liquido.

 

Depois de mais algumas orientações e a marcação de novas consultas, as meninas saíram da sala onde seus amigos estavam ansiosos para saber o resultado.

 

--E ai como foi?

 

-- É menino ou menina?

 

--O bebe está bem?

 

Cada um fazia uma pergunta

 

--Calma, sim estão bem, são trigêmeos, duas meninas e um menino.

 

Todos comemoravam, estavam encantados com as bebes.

 

--Três? é minha amiga vai ter que construir muito prédio pra da conta desse tanto de menino. Um já é muito imagine três pestinhas. - Gabriel falou olhando para fernanda.

 

--Não fala assim dos bebes Gabriel!

 

 

Fim do capítulo