-- Que lindo, são três, que emoção, já sabem que eu sou a madrinha. Cecilia parecia uma criança dando pulos.

 

--Nada disso, deixa de egoísmo eu quero um também.

 

--Vamos fazer assim, como só estávamos esperando um, eu faço uma doação para cada um. Até dou o direito a escolha do sex*. - Fernanda estava fazendo piada da situação.

 

--Ei são dos meus filhos que vocês estão falando - Luiza deu um tapa no ombro de Fernanda.

 

-- Ta, ta, ta, acho que deveríamos tomar uma cerveja pra comemorar- vamos mulheres da minha vida - ah e uma coisa é certa, essa criança precisa de uma figura paterna e a única que existe nessa história toda... sou eu - falou se sentindo.

 

--Ou, como assim? Bastou essa ai aparecer com três na barriga e você quer me trocar por ela-todos riam das brincadeiras do casal.

 

-- Para onde vamos?

 

-- Tem um barzinho ótimo ali em Copacabana, eu só não me lembro direito do nome, aquele que fomos a uns meses atrás - Fernanda falava com mariana e Gabriel.

 

--Aquele que você pegou a garçonete?

 

Luiza fez uma cara feia, e colocou um bico enorme na boca que foi motivo de risos para todos.

 

-- Não teve graça mariana.

 

-- Teve sim, e a Luiza bem sabe que você não é nenhuma santa, aliás não era nenhuma santa.

 

xxxxx

 

Todos seguiram para o bar, até Ricardo se juntou ao grupo. O bar era simples, mas estava bem cheio para o horário, os amigos foram levados para uma mesa mais reservada, fizeram o pedido de shops e Luiza de um suco de morango, comeram alguns petiscos e se divertiam, as brincadeiras eram todas voltadas para os trigêmeos ou para a responsabilidade que a empresaria teria.

 

Luiza saiu do grupo para atender uma ligação demorou cerca de vinte minutos, ela tinha o rosto um pouco vermelho, e tentava disfarçar o choro.

 

--O que foi que aconteceu? Fernanda estava preocupada com a morena.

 

--Em casa a gente conversa, Luiza falava tentando não cair aos prantos na frente dos amigos.

 

-- Agora seus problemas são divididos só com a riquinha? Onde é que eu fico nessa história toda?

 

-- Deixa de ser ciumenta Cecilia- Gabriel chamava atenção da namorada.

 

Luiza estava vencida, na verdade ela queria conversar, precisava desabafar, e só não queria incomodar o grupo, percebendo que todos estavam interessados na história resolveu falar.

 

-- A advogada me ligou, ela disse que a Rafaela se recusou a assinar o divórcio, e pior ainda, como foi ela quem pagou a inseminação está cobrando direitos sobre as crianças.

 

--Como assim? O que mais essa mulher quer? Você saiu desse casamento sem nada, ela quer seus filhos agora? Cecilia estava indignada.

 

--Como assim você saiu sem nada? Mariana quem falou dessa vez

 

-- A casa era nossa, eu paguei metade dela, e por sinal eu comprei a maioria dos moveis, -- não por escolha da Rafaela, mas eu adorava comprar coisas pra o lar, então eu acabei montando a nossa casa, quanto ao procedimento, era um sonho meu bem antes da Rafaela, ela meio que se contagiou com a minha vontade, eu não tinha como juntar todo aquele dinheiro, o salário que eu ganho não é lá essas coisas, e eu ainda ajudo a minha família.

 

--O sonho estava ficando de lado, daí no ano passado quando a nossa relação estava começando a esfriar, acho que foi exatamente quando ela começou a me trair, ela chegou em casa com as datas das minhas consultas, ela pagou tudo. E foi por isso que eu não me senti no direito de pedir alguma coisa da casa, era meio que pra compensar o valor que ela pagou. - Luiza chorava enquanto contava a história.

 

-- E o procedimento foi caro?

 

-- Bem mais do que eu poderia pagar, mas esse não é o problema, não é no dinheiro que a Rafaela está interessada, ela quer me infernizar só isso.

 

-- Calma amiga, nós estamos aqui, vai da tudo certo, você pode contar com a nossa ajuda.

 

--E com uma advogada maravilhosa que faz jus aos seus honorários, não se preocupa não princesa a Caroline vai resolver isso. - Fernanda se levantou e saiu para atender o seu celular.

 

--Ela resolveria sim, se eu pagasse o mesmo valor que Fernanda paga pra ela, a mulher só me atendeu porque o Gabriel falou com ela, e ainda me deixou bem claro que eu não teria condições de pagar o que ela cobrava, que estava fazendo um favor.

 

-- Ela é muito metida mesmo, mas é uma boa advogada, e a Fernanda vai resolver essa situação.

 

-- Gabriel eu não tenho nada com a Fernanda, eu não quero ela se metendo nessa história, isso é um problema meu, e nem tudo se resolve com dinheiro não. A Rafaela só está usando isso como desculpa, eu sei bem o que ela quer!

 

O assunto foi encerrado assim que Fernanda voltou a mesa. Quando se deram conta já era noite, cada um seguiu seu caminho para suas respectivas casas.

 

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--Eu preciso de um banho. E essas princesas e esse príncipe também, vamos? - Fernanda beijava o pescoço de Luiza, e acariciava a sua barriga

 

-- Vamos sim. As duas saíram do seu chamego com o som da campainha tocando. - vai adiantando o banho que já chego, deve ser o porteiro, ele ficou de trazer umas correspondências aqui.

 

-- Está bem, mais não demora. Se despediram com um selinho. E Luiza foi em direção a porta.

 

--Está de brincadeira com a minha cara não é? Quem te deu o direito de aparecer na minha casa Rafaela?

 

--Casa? Isso é uma espelunca, sua casa tá lá no Leblon, e o quarto do nosso filho é maior que essa sua "casa" - Rafaela colocou a mão na barriga de Luiza. Já sabe o sex* meu amor?

 

-- Não toca em me, não existe nosso filho, essas crianças são minhas, e eu não sou seu amor.

 

--Crianças? São gêmeos, assim fica mais fácil da gente dividir, já que é graças a me que eles estão ai dentro.

 

--Dividir? Você é louca, sai da minha casa Rafaela.

 

-- Eu ainda não terminei Luiza, já cansei dessa sua brincadeirinha, eu paguei por essa inseminação, eu tenho os recibos e tenho tanto direito quanto você, acha mesmo que se eu entrar na justiça você fica com a guarda dessas crianças? Você não é ninguém, e nem tem nada, olha pra essa casa, você trabalha em uma favela e não recebe nem um terço do que eu ganho por mês. Volta pra casa e evita uma guerra perdida pra você.

 

Luiza apenas chorava ao ouvir as palavras de Rafaela.  

 

-- Quem você pensa que é pra falar assim com a Luiza? Fernanda só ouviu o fim da conversa, mas foi o suficiente pra querer enforcar aquela loira, que mais uma vez fazia o seu amor chorar

 

-- Sou a esposa dela, você estava com ela no dia do nosso aniversário de casamento, eu me lembro bem de você.

 

-Que bom que se lembra, só se esqueceu de um detalhe, você é ex dela, e não se preocupe, o dinheiro que você pagou e que segundo você lhe dá o direito sobre essas crianças estará na sua conta amanhã mesmo.

 

-- Rafaela gargalhava ironicamente, eu não quero o seu dinheiro, e a Luiza vai ter que escolher, ou volta pra casa com as crianças ou vamos dividir os bebes.

 

-- Sim, e o terceiro você fica com o lado direito e a Luiza com o esquerdo, deixa de ser idiota, a Luiza não vai voltar pra você, e você não vai tirar nenhum dos meus filhos da mãe.

 

-- Seus filhos? Vamos ver quem fica com essas crianças, você não sabe com quem está lidando.

 

-- Você é quem não sabe, a Maria Luiza não está sozinha, anote esse nome: Fernanda Aragão, é com ela que você está comprando briga, e se você encostar ou passar na frente da Luiza ou dos meus filhos, eu acabo com você. Saia da minha casa agora! Fernanda empurrou Rafaela levando-a pelo braço para fora da casa e bateu a porta.

 

Rafaela estremeceu ao ouvir aquele nome, toda ramo empresarial sabia bem de quem se tratava essa mulher, a empresa era de um patrimônio gigantesco e cada dia crescia mais no seu ramo, procurar uma briga com aquela empresária era assinar atestado de homicídio. Rafaela só pensava em como Luiza conseguiu conquistar aquela mulher?

 

-- Vem aqui meu amor, para de chorar, ela não vai fazer nada.

 

-- Ela quer que eu volte pra casa, ou ela tira a minha guarda- dizia entre soluços.

 

-- Calma minha linda, isso não vai acontecer, confia em me, ela não vai querer encarar essa briga, e se comprar, eu contrato todos os advogados do mundo, mas ela não vai encostar nos nossos filhos.

 

-- Nossos filhos?

 

--Sim, vem, vamos tomar banho, quero te mostrar uma coisa.

 

 Luiza estava com muito medo, e Fernanda tentava confortar a sua amada, após o banho, Fernanda abriu uma das malas e tirou quatro sacolas de dentro dela, elas se sentaram na cama, e Fernanda começou a falar:

 

-- Amor, eu acho que vou apostar em algumas ações da bolsa, eu estou com o dom da adivinhação- falou dando risada e reparando na cara de desentendida da morena. - então, eu vi uns sapatinhos em uma loja no aeroporto e comprei, mas o interessante é que como eu não sabia o sex* pedi um rosa e um azul, ai eu pensei, se for uma menina vai querer ter escolhas, abre as sacolas!

 

-- Que lindos, amor eu amei, e eles também amaram. -- Ela continuou chorando mas agora escorria felicidade dos seus olhos.

 

--Amor eu tenho um presente pra você também, - era uma caixa preto aveludada, com aparência de coisa cara, Luiza se sentiu um pouco sem graças com o presente. Abre! E tenta descobrir a razão pra cada pingente.

 

Era uma pulseira de ouro com vários pequenos pingentes.

 

-- A ch*peta é pelos bebes, o estetoscópio pela minha profissão e honestamente só decifrei esses- ela dizia timidamente.

 

-- A calcinha é por que não achei um sutiã, aquele que eu rasguei lembra? Luiza confirmou e ficou vermelha lembrando da momento. - essa chave é a do meu coração, eu nem sabia que ele tinha uma, mas agora que descobri estou te entregando, cuida bem dela! E isso eu sei que não parece tanto, mas é uma aliança, eu acho muito clichê essa história de colocar uma no dedo- ela pegou a pulseira e colocou no braço da sua morena-Maria Luiza você quer ser minha.... Acho que passamos da fase do namoro, até porque esses três "etezinhos" precisam de um lar estável, então... Maria Luiza quer ser minha mulher?

 

-- Logico que quero meu amor, você chamou meus filhos de que?

 

-- Nada minha princesa, não chamei de nada.

Fim do capítulo