Capítulo 13 - Casamentos, desilusões...
Após a celebração, Laísa resolveu levar a sua esposa para uma saída rápida. O médico havia liberado Júlia por vinte quatro horas.
Com tudo que tinha direito e mais um pouco, Laísa reservou um quarto de um dos hotéis mais refinados da cidade Paulista.
Um jantar com o que há de melhor na gastronomia foi preparado, assim como o quarto que foi devidamente decorado com pétalas de rosas vermelhas e incensos.
Júlia ao se deparar com tudo aquilo a sua frente ficou mais uma vez boquiaberta e confirmou mais uma vez que Laísa era muito apaixonada por ela e que seria impossível se separar dela para ficar com Veridiana.
-- Então feliz? - Laísa perguntou enquanto servia um espumante sem álcool.
-- Você me pegou de surpresa, eu não imaginava que pudesse fazer algo dessa grandiosidade. - Júlia sorriu um pouco desconfortável com a situação.
-- Eu não fiz nem de perto o que você merecia. - Laísa aproximou-se da esposa tocando em seu rosto com a mão. - Você merecia muito mais, mas seu estado de saúde somente me permitiu fazer isto. - Ela abriu os braços mostrando o ambiente.
-- Eu acho que não mereço tudo isso Laísa.
-- Eu te amo e é isso que importa. Eu vou te fazer feliz custe o que custar. - Laísa a beijou de leve nos lábios.
-- Laísa! - Recriminou Júlia ao sentir a mão de sua mulher lhe invadindo as partes íntimas por baixo do vestido.
-- Ok vou colocar uma musiquinha, quer? - Laísa alevantou-se e pegou o controle remoto do aparelho de som e ligou. - Tem um playlist de músicas dos anos 80 e 90 que eu fiz para ouvir quando passo a noite no hospital contigo.
-- Hum... - Júlia olhava-a intrigada, não conseguia entender Laísa, não sabia o que ela faria dali a um minuto ou dali uma hora, ela era imprevisível.
Uma música começou a tocar, era a cantora Rosana que fez muito sucesso nos anos 80 com músicas como: "Amor e o poder" "Nem um toque" "Como uma Deusa".
Mas a que tocava no cd player era "Custe o que custar", que dizia na letra o seguinte:
"... custe o que custar
Nem que leve a vida inteira
Eu quero ter você
Custe o que custar
Só quem ama não
Se cansa de esperar
Como eu te amo
Te amo."
-- Essa música é linda não acha? - Laísa voltou a sentar-se ao lado de Júlia na cama.
-- É linda mesmo, a Rosana tem uma voz linda! - Júlia sentiu a indireta que a esposa lhe deu com a letra da música.
-- Posso te amar? - Laísa pediu olhando nos olhos da esposa.
-- Porque está pedindo? Nunca pediu para me amar antes.
-- Eu só quero fazer o que você quiser meu amor, não quero te forçar a nada.
Júlia teve vontade de dizer que o casamento tinha sido forçado, mas mudou de ideia beijando Laísa na boca com desejo.
O clima intensificou, Laísa retribuiu o beijo e começou a amar Júlia, primeiro tirando seu vestido, depois retirando seu sutien e beijando seus seios com vontade, acariciando-os com força, levando Júlia a gem*r baixinho.
Fazia tempo que não se amavam e Júlia estava ficando louca com os toques dela em seu corpo.
Laísa beijava seu pescoço, mordiscava sua orelha, e acariciava seus seios com vontade. Com jeito ela deitou Júlia na cama e deitou-se sobre ela acariciando seu clit*ris com o dedão, depois se afastou tirou seu próprio vestido e montou sobre Júlia, roçando seu sex* no dela vorazmente.
Júlia se entregava aquelas sensações por completo, sentia ardendo de desejo e próxima de um orgasmo maravilhoso.
Descendo pelo corpo de sua esposa Laísa a beijava inteiro, às vezes passando a língua sensualmente, logo chegando ao seu sex* e mergulhando nele profundamente.
Um grito foi o que se ouviu minutos depois. Júlia chegava ao clímax!
-- Laísa meu Deus do céu o que foi isto? - Júlia perguntava enquanto ainda tentava recuperar o folego.
-- Meu amor por você linda! - Laísa sorriu caindo ao lado de Júlia. Ela também havia chegado ao orgasmo junto de sua amada esposa.
-- Que amor! - Júlia caiu na risada. Estava aliviada, e por incrível que pareça estava feliz e não pensara em Veridiana um minuto sequer.
Seria Laísa realmente capaz de fazê-la feliz?
**********
Veridiana arrumou-se toda e encaminhou-se para o hospital, teria os resultados dos exames.
Ao chegar ao hospital foi direto para o andar do consultório médico do responsável pelo caso de Júlia.
O médico a recebeu sorridente pedindo para ela sentar-se à sua frente.
-- Bem Veridiana, acho que temos boas notícias para lhe dar.
Veridiana o olhou desconfiada por sua euforia contida.
-- Seus exames deram positivos, você pode doar seu rim para Júlia.
-- Isto é sério doutor? -Veridiana parecia não acreditar no que ouvia.
-- Não brincaria tendo a Júlia no estado em que está.
-- E quando posso doar? - Verdiana estava radiante.
-- Temos de fazer mais uns exames com a Júlia e logo poderemos fazer o transplante, claro assim que você assinar os documentos necessários. - Informou o médico. - Tem uma boa papelada pela frente. - Riu o médico.
-- Já contou a Júlia? - Veridiana perguntou, torcendo para que ele não tivesse feito para que ela pudesse fazer isso. Queria ser a primeira a dar está notícia.
-- Não ainda não contei por que ela hoje...
Veridiana já saia do consultório quando o médico tentava falar-lhe do casamento.
Feliz, radiante por poder salvar a vida de sua amada Veridiana correu pelas escadas mesmos, dispensando o elevador, tentando assim chegar mais rápido ao quarto do seu amor.
Ao chegar ao quarto abriu a porta toda sorridente e o que viu foi um local cheio de flores, uma mesa no centro do quarto arrumada com um castiçal e duas velas.
Ficou parada olhando o quarto sem entender nada. Onde estava Júlia?
Nesse momento o médico chegou ao quarto um pouco cansado, parecia ter corrido.
-- Doutor cadê Júlia? - Veridiana parecia preocupada.
-- Eu tentei te falar, mas você saiu correndo de minha sala.
-- Oque aconteceu com ela? Não vai me dizer que ela...
-- Não! Ela está ótima, apenas a liberei por vinte quatro hora para que ela pudesse curtir sua noite de núpcias. - O médico contou sorridente.
-- Noite de núpcias? Não estou entendendo doutor.
-- A companheira dela, a doutora Laísa fez uma surpresa para ela e trouxe uma juíza de paz e elas casaram-se aqui mesmo neste quarto de hospital. Aí achei que ela merecia uma pequena lua de mel, não concorda?
Veridiana ficou muda olhando o quarto a sua volta, lembrando-se que no dia interior ali mesmo naquele quarto declarara seu amor a Júlia e prometera lhe salvar sua vida. Agora ela casara com Laísa?
-- Deus é piada? - Perguntou em voz alta.
-- Como Veridiana? - O médico ainda estava no quarto e não entenderá a pergunta.
-- Nada doutor, eu que sou uma estupida e fiz papel de idiota mais uma vez. - Veridiana riu sarcástica. - Somente eu doutor cairia nesta armadilha mais uma vez. - Ela foi deixando o quarto calmamente.
-- Veridiana? - Chamou o médico, mas ela já não o ouvia.
Como havia sido tão tola? Como caíra nesse jogo de novo? - Ela se perguntava enquanto deixava o hospital desolada.
Havia um bar ralé próximo ao hospital, e ela resolveu ali entrar e beber, beber até esquecer que mais uma vez se deixara levar por seus sentimentos e tinha sido mais uma vez enganada.
************
Já era quase manhã quando o telefone celular de Lígia tocou. Ela havia ficado no apartamento de Laísa e Júlia. Decidira ficar mais uns dias até voltar para o Sul.
-- Alô? - Ela atendeu ao telefone sonolenta.
-- É Lígia? - A voz era de um homem ao telefone.
-- Sim, quem deseja? - Lígia sentou-se na cama.
-- Conhece alguma Veridiana? - O homem perguntou.
-- Conheço por quê? - Lígia se assustou. Teria acontecido algo com ela.
-- Ela bebeu demais e está aqui dormindo no bar, ela falou seu nome algumas vezes e eu achei seu número no celular dela. Olha moça eu preciso fechar o bar, mas não posso deixar ela na rua, a senhora não tem como vir busca-la?
Lígia levou a mão livre à testa, suava frio.
-- Tudo bem, me passe o endereço que vou busca-la. - Lígia pediu.
Ela anotou o endereço e logo vestiu uma roupa, pegou o carro de Júlia e saiu para o endereço indicado.
Ao chegar ao bar de quinta categoria, ela avistou Veridiana debruçada sobre uma mesa totalmente apagada.
-- Oi o senhor que me ligou? - Ela perguntou a um homem baixo e gordo que estava atrás do balcão.
-- Foi sim dona, a moça aí tomou todas falou um monte de besteiras e apagou ai na mesa! - Disse o homem limpando as mãos em um pano de louça encardido.
-- Obrigado senhor, ela é minha amiga, eu vou leva-la embora. O senhor me ajuda a leva-la para o carro?
-- Claro dona. - O homem ajudou Lígia a coloca-la no carro.
-- Obrigada senhor. - Lígia agradeceu e partiu com o carro em direção ao apartamento de Laísa.
Chegando lá ela desceu do carro e com a ajuda do porteiro levou Veridiana para o interior do apartamento.
Com muito sacrifício ela levou Veridiana para o quarto de hóspedes e depois de despi-la a cobriu com um lençol e deixou o quarto.
Parecia uma reprise do dia que ela encontrou Veridiana na boate. Naquela noite ela tinha feito a mesma coisa com ela.
Porque que tudo se repetia agora? Porque fora busca-la? Ela lhe expulsou de sua vida, lhe tratou como a qualquer uma.
Mas ainda a amava muito e por mais que estivesse magoada não conseguia deixar de ama-la.
********
Quando amanheceu Júlia estava dormindo ainda, Laísa não dormira passara o restante da noite observando sua mulher dormir.
Não sabia explicar o porquê de amar tanto Júlia, mas a cada dia que passava gostava mais dela, precisava mais dela, tinha até medo do que podia acontecer consigo se Júlia a deixasse ou se a perdesse.
Com um raio de sol no rosto Júlia acordou e se deparou com o olhar de sua esposa a lhe olhar.
-- Bom dia linda! - Laísa a saudou sorridente.
-- Está acordada há muito tempo? - Júlia perguntou sentando-se na cama.
-- Tempo suficiente para saber que sou a mulher mais sortuda do mundo por ter como esposa uma mulher linda! - Laísa sorriu com lágrimas nos olhos.
-- Eu fico sem jeito quando fala assim. - Júlia disse ficando ruborizada. - Eu estou me sentindo tão cansada.
-- É está na hora de voltar para a realidade meu amor. Tenho de te levar de volta para o hospital, senão perco meu crédito com o doutor. - Laísa alevantou-se e foi pegar a bolsa com a roupa de Júlia. - Vem vou ajuda-la com o banho.
-- Não sei o que faria de minha vida sem você Laísa. - Júlia alevantou-se segurando a mão que Laísa lhe estendia.
********
Veridiana acordou e deparou-se com um quarto que não conhecia. Alevantou-se assustada, estava nua, sua cabeça doía.
Vestiu sua roupa que estava em uma poltrona no canto do quarto e saiu pelo corredor procurando a saída.
Foi quando encontrou Lígia na varanda. Ela estava debruçada na murada vendo a Avenida Paulista.
-- Lígia? -Veridiana chamou surpresa.
Ela virou-se lentamente e fixou seu olhar nos olhos azuis de Veridiana.
-- Tem comprimido na bancada da cozinha, deve estar com dor de cabeça. - Lígia voltou-se a olhar a avenida.
-- Como vim parar aqui? - Veridiana perguntou sem graça.
-- O dono daquele bar horrível achou meu número no seu celular e me ligou. Eu não devia ter ido busca-la, mas eu sou humana acima de tudo. - Lígia não a olhava no rosto.
-- Lígia, por favor, olha para mim! - Pediu Veridiana perdendo a paciência.
-- Oque você quer de mim Veridiana? - Lígia perguntou gritando. - Me faz um favor toma o remédio e sua água e saia, por favor. - Ela passou por Veridiana que a segurou pelo braço.
-- Não precisamos ficar assim desse jeito?
Lígia olhou para a mão prendendo seu braço.
-- Que jeito? - Ela perguntou.
-- Como inimigas. Apesar de tudo que me fez eu te perdoei. - Veridiana disse soltando o braço da ex-namorada.
-- Você me perdoou? Obrigado pela generosidade Veridiana, mas eu não a perdoo por usar meus sentimentos e depois na primeira oportunidade me chutar feito uma latinha vazia de refrigerante. - Lígia a olhou com desprezo e deixou a sala trancando-se no quarto.
Veridiana foi até a sala para ir embora e viu os porta-retratos com fotos de Júlia com Laísa em momentos de descontração e de felicidade.
Foi então que se deu conta que deveria estar no apartamento de Laísa e isso a fez sair imediatamente daquele lugar.
*********
Júlia voltou para o hospital e logo foi comunicada que Veridiana era compatível com ela e por isso podia doar-lhe o rim.
Ela ficou sem ação já que Laísa estava presente e não gostou nada do que ouviu.
-- Agora somente depende de ela vir assinar uns papéis e você fazer mais uns exames para podermos fazer o transplante. - Informou o médico.
-- E ela já sabe disso? Está disposta mesmo a doar o seu rim? - Laísa perguntou, mas o médico não pode responder, pois Veridiana entrou no quarto naquele instante.
-- Eu já sei que posso ser doadora de Júlia, mas quanto a doar...
Fim do capítulo
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