Capítulo 11 - Reencontro
-- Oi não sabia que veria me ver? - Lígia disfarçou dando um selinho na namorada e sentando-se a sua mesa. - Podia ter me avisado, eu teria acertado minha agenda para que eu tivesse mais tempo para você.
-- Tempo para mim ou tempo para esconder estas fotos? - Veridiana perguntou nada amável.
-- Não sei do que está falando? - Lígia se fez de desentendida. Estava muito nervosa com que estava prestes acontecer.
-- Tem certeza que não sabe? Então me diga o que a Laísa está fazendo nesta foto contigo? E não tente me enrolar, eu não sou idiota!
Lígia ficou pálida, pensou no que poderia dizer, mas não tinha muitas opções. Chegara a hora de abrir o jogo e aceitar as possíveis consequências.
-- Antes quero que saiba que te amo muito Veridiana, desde que te vi a primeira vez, mas às vezes o medo de perder nos faz fazer coisas que nem sempre são vistas como certas. - Lígia tremia inteira. Veridiana cruzou as pernas e a olhou fixamente. - A Laísa ela é minha irmã.
-- O que? - Veridiana alevantou-se subitamente passando as mãos nos cabelos.
-- Eu me apaixonei por ti no dia que ela me enganou e me levou no restaurante que você trabalha. Naquele dia, naquela hora você tornou-se dona de meu coração. - Lígia tinha lágrimas nos olhos.
Veridiana estava sem palavras diante da tal revelação. Não sabia o que pensar e muito menos o que dizer.
Lígia diante de seu silêncio começou-se a desesperar-se. Alevantou-se e foi ao seu encontro.
-- Diz alguma coisa, por favor! - Pediu Lígia segurando as mãos de Veridiana que as retirou no mesmo instante.
-- Eu preciso pensar. Só me diz uma coisa.
-- Claro, pode perguntar.
-- Você se aproximou de mim por causa sua mesmo ou por causa da sua irmãzinha?
-- Claro que foi por minha causa, eu amo você! - Lígia a abraçou, mas Veridiana a afastou bruscamente.
-- Eu preciso pensar. - Veridiana continuava a passar as mãos nos cabelos. - Você me enganou, mentiu para mim!
-- Eu omiti fatos eu nunca menti a respeito de nada!
-- Omitir, mentir é tudo mesma coisa! Olha eu vou embora e te peço de todo meu coração, não me procure porque eu realmente preciso organizar minhas ideias. - Veridiana olhou a namorada com um ar decepcionado. A gente se fala. - Disse já saindo da sala.
Lígia ainda tentou argumentar algo, mas ela já havia fechado a porta com uma batida nada gentil.
************
Laísa dormia apoiando a cabeça na cama de Júlia quando o médico entrou no quarto.
-- Tenho notícias dos primeiros resultados dos exames do pessoal do time de vôlei. - O médico disse abrindo a pasta que tinha nas mãos. - Infelizmente os resultados foram muito incompatíveis com você.
-- Faremos o que agora? - Laísa se recompusera sentando-se direito na cadeira.
-- Continuaremos procurando doadores. Falem com seus amigos, parentes e peçam para que venham fazer os exames. - Aconselhou o médico. - Bem agora tenho que ver outros pacientes, qualquer problema é só tocar a campainha. - Disse saindo do quarto.
-- Não se preocupe amor vamos encontrar um doador. - Laísa acariciou o rosto de Júlia. - Na próxima olimpíada você estará lá brilhando e recebendo todos os prêmios e medalhas.
-- Você acha isso mesmo? Pois eu acho que na próxima olimpíada você estará levando flores ao meu tumulo, isso sim. - Júlia disse com um humor funesto.
-- Não fale assim amor, tudo vai dar certo. Mas eu preciso te falar uma coisa. - Laísa disse um pouco chateada. - Eu preciso ir ao Sul, surgiu uns problemas no escritório de lá e preciso resolvê-los pessoalmente.
-- Bem se somente pessoalmente pode resolvê-los eu não posso proibi-la afinal daqui eu não vou sair.
-- Eu vou hoje mesmo e amanhã à noite devo estar de volta. - Laísa beijou a então sua noiva agora. - A Renatinha vai ficar contigo, ok?
-- Certo, mas não precisava para isso tem os enfermeiros. - Júlia detestava ter de depender de outras pessoas, se sentia incomodando-as.
-- Então vou indo, afinal quanto antes for mais rápido retorno para teus braços. - Laísa a beijou nos lábios com amor e deixou o hospital.
**********
No Sul Veridiana estava em seu apartamento deitada no sofá da sala pensando em tudo que Lígia lhe dissera.
Por um lado acreditava nela e em seus sentimentos, por outro lado achava que o que ela fizera não era certo, sentia-se enganada, passada para trás.
Laísa era a escória para ela e pensar que Lígia era sua irmã lhe dava aflição de um dia ter de encontrá-la ou a Júlia.
Lígia tinha sido tão importante para ela, lhe ajudara a se afastar da bebida, lhe incentivava a crescer e acreditar em seus sonhos era uma pessoa fundamental em sua vida hoje em dia.
Talvez realmente ela ficara com receio de contar que era irmã de Laísa e ser rejeitada ou mesmo tivesse medo de uma reaproximação com Júlia.
Eram tantas possibilidades, tantos porquês ou se nãos.
Era melhor deixar de besteiras e esquecer o assunto e seguir em frente com seu relacionamento. Não iria mais uma vez abrir mão de ser feliz por causa de Júlia ou muito menos de Laísa.
Levantou-se e foi vestir uma roupa mais adequada para sair. Iria procurar Lígia e se acertar com ela de vez, talvez a convidasse para viver com ela em definitivo. Ela já passava a semana em sua casa mesmo.
Vestiu uma calça cargo preto com tênis All star branco, camiseta branca de gola em "V" e passou um pouco de gel nos seus curtíssimos cabelos loiros repicados e bagunçados.
Já no seu carro popular Veridiana dirigiu até a casa de Laísa, que agora ela sabia ser de Lígia também.
Por várias vezes quis ir a sua casa, mas ela sempre dizia que estava em reforma e por isso estava uma zona e impossível de receber alguém. Agora entendia o porquê de tudo.
Depois de vinte e cinco minutos chegou em frente à mansão dos Martins, havia dois carros estacionados na frente da casa, mas Veridiana não deu atenção.
Deu uma última olhada no visual e depois se dirigiu para a entrada da casa. Ao aproximar-se viu que a porta estava aberta, chamou por Lígia, mas ninguém atendeu. Resolveu entrar e ouviu vozes vindo de uma sala a esquerda da sala principal, devia ser o escritório, deduziu encaminhando-se para o local.
Ao chegar perto da porta ouviu a voz inesquecível de Laísa e gelou, já dava meia volta quando ouviu o nome de Júlia ser pronunciado e voltou-se para escutar. Isso não era nada ético ou educada, mas algo lhe dizia que devia ficar e ouvir o que falavam.
-- Lígia eu não sei mais o que fazer, ela a cada dia fica pior. - Laísa contava.
-- E os exames com o pessoal do time?
-- Todos deram incompatíveis, acredita?
-- E agora o que vão fazer? - Lígia estava deveras preocupada.
-- Sei lá querem que todos que puderem façam os exames, temos de achar alguém ou ela vai morrer!
Veridiana sentiu as pernas moles e o sangue parecia ter lhe sumido das faces. Elas falavam de Júlia com certeza, mas o que acontecia a ela?
-- Calma minha irmã, vamos encontrar um doador, acredite!
-- Precisamos de alguém com sangue tipo "O" para poder fazer os exames de compatibilidade. Laísa estava sentada no sofá do escritório desolada.
Sangue tipo "O", este era seu tipo sanguíneo, pensou Veridiana. Mas doador de que ela precisa? Meu Deus que doença ela tem?
-- Você podia ir até o hospital em São Paulo e fazer os exames, seu tipo é "O" assim como o meu, mas você sabe que não posso ser doadora. - Pediu Laísa muito nervosa. - Eu a amo tanto minha irmã, estou com tanto medo de perdê-la! - Laísa abraçou a irmã fortemente como que buscando força para continuar lutando.
Ao ouvir aquilo Veridiana achou melhor ir embora dali, já havia ido além do aceitável. Laísa não merecia, mas ela iria respeitar sua privacidade. Mesmo que ela já tivesse sido um pouco invadida.
De volta a seu apartamento Veridiana pegou seu celular e buscou o número de Júlia, mas ao ligar deu que o número não existia. Claro ela devia ter mudado de número, pensou ao procurar pelo número de telefone de sua melhor amiga, a Renata.
-- Oi Renata! - Disse atendendo ao telefone.
Veridiana pensou se devia mesmo fazer aquilo.
-- Oi Renata, é Veridiana. - Falou finalmente respirando fundo.
-- Veridiana? - Perguntou Renata repetindo o nome em voz alta para que Júlia ouvisse.
Renata estava cuidando de Júlia no hospital a pedido de Laísa.
-- Eu mesma. - Veridiana sorriu sem graça.
-- Nossa quanto tempo. - Renata falava ao telefone, mas olhava para Júlia que fazia sinais com as mãos para que ela não falasse de sua saúde.
-- É faz um tempinho mesmo.
-- Mas então o que moveu a tua saudade? - Brincou Renata colocando o telefone no viva voz.
-- Eu queria saber da Júlia, sabe dela?
-- Você querendo saber da Júlia?
-- Sei que pode parecer estranho, mas tenho tido sonhos com ela e ela nos meus sonhos não parece nada bem.
-- São somente sonhos Veri, a Júlia está ótima e... - Júlia mostrou sua aliança e pediu para que ela mencionasse seu noivado. Renata balançou a cabeça negativamente, não concordava com aquilo, mas fez o que a amiga pedia. - E ela ficou noiva da Laísa está semana.
-- Noiva? - Veridiana sentiu a garganta secar e o estômago doer.
-- É elas estão muito felizes, portanto desencana que a Júlia se facilitar está melhor que nós duas juntas.
-- É com certeza. - Veridiana sentia-se péssima, por que fora ligar se questionava.
-- E você como está? - Renata perguntou interessada.
-- Eu estou levando, comprei uma parte daquele restaurante que trabalho. - Contou Veridiana.
-- Meus parabéns sei que é seu sonho ter seu próprio restaurante.
-- É minha namorada me incentivou bastante.
Júlia ao ouvir aquilo sentiu uma ponta de ciúme lhe abatendo.
-- Ah, você está namorando? - Renata se fez de desentendida.
-- A vida tem de seguir, não Renata?
-- Claro amiga.
-- Bem se está tudo bem com a Júlia então, vou parar de te incomodar e vou trabalhar que eu ganho mais.
-- Certo, mas vê senão some de novo, eu gosto muito de você e ainda acho que o que aconteceu entre você e Júlia devia ser repensado. - Disse Renata sinceramente, mesmo sendo alvo de um olhar fulminante de Júlia.
-- Mas pelo visto agora é tarde demais para isso, ambas já deram novos rumos em suas vidas. Se cuida Ruiva! - Disse Veridiana desligando o telefone.
-- Meu Deus, ela anda sonhando comigo Renata. - Comentou Júlia surpresa assim que a amiga desligou o telefone.
-- Vocês são muito ligadas amiga, sempre achei que vocês são alma gêmeas.
-- Não exagera Rê, ela me chutou longe sem ao menos me ouvir, que alma gêmea é essa?
-- Uma alma gêmea que pensou ter levado uma "galhada"!
-- A voz dela continua tão doce! - Júlia mordeu o lábio.
**********
Lígia deu um calmante cavalar à irmã e foi ver Veridiana, precisava falar com ela. Ver a que conclusão chegará a respeito delas.
Ao chegar ao prédio de Veridiana o porteiro por conhecê-la liberou sua entrada. Ela foi direto para o apartamento de Veridiana e tocou a campainha.
-- Oi. - Disse assim que Veridiana abriu a porta.
-- Oi. - Veridiana foi seca.
-- Posso entrar? - Perguntou dando seu melhor sorriso.
Veridiana nada respondeu apenas se afastou dando passagem.
-- Eu vim por que quero saber o que decidiu a respeito de nós duas. - Lígia foi logo ao assunto.
-- Não posso te julgar, você mesmo disse que fez tudo por amor, não? - Veridiana aproximou-se dela.
-- Por muito amor Veridiana. - Lígia respondeu com o olhar mais apaixonante possível.
-- Pois então vamos esquecer isso tudo e seguir daqui para frente. A Laísa já destruí minha felicidade uma vez e não vou permitir que faça isso novamente. - Veridiana a enlaçou pela cintura e lhe deu um selinho nos lábios. - Mas não quero mais mentiras ou omições como você disse.
Lígia cruzou os dedos e beijou-os sorridente.
-- Então vamos comemorar?
-- Vamos, o que você quer fazer? - Lígia estava radiante de tão feliz.
-- Vamos jantar no meu restaurante. - Disse Veridiana beijando-a.
-- Legal, vamos sim... você disse SEU restaurante? - Agora que Lígia se dera conta do que a namorada falava.
-- Eu comprei uma parte do restaurante, agora também sou dona dele. - Contou feliz. - Segui teus conselhos e deu tudo certo, eu consegui!
-- Ah amor, que bom estou tão feliz! - Lígia estava muito contente.
-- Então vamos comemorar! - Veridiana puxou Lígia pela mão para a porta de saída.
Veridiana tinha decidido que por enquanto não iria perguntar nada sobre Júlia, mas aos poucos iria tentar descobrir o que de fato acontecia com sua ex. Renata nada quisera contar, mas ela escutara Laísa falando e sabia que ela com certeza estava doente.
*********
Dois meses depois e Veridiana nada descobrira. Lígia disfarçava, mas continuava a atender seus telefonemas se afastando para longe. Até viajar para São Paulo ela foi dizendo que iria ver a irmã.
Tudo era muito suspeito, mas ela não sabia mais como descobrir a verdade. Então um dia enquanto Lígia tomava banho Veridiana resolveu procurar algo na sua bolsa. E o pior é que ela encontrou.
Um folder do hospital e um cartão de visitas usados, onde tinha o nome do paciente, número do quarto e andar.
Era tudo que ela precisava saber. Tomou uma decisão iria a São Paulo averiguar tudo de perto com seus próprios olhos.
********
No hospital Júlia lutava pela vida com longas sessões de hemodiálise e muita medicação.
Estava muito debilitada, perdera quilos e estava muito deprimida.
-- Oi linda, hoje meu dia foi terrível, e o seu brincou muito de se chapar? - Laísa chegara ao hospital tentando animar sua noiva.
-- Eu queria entender porque continua vindo me ver? Já disse que não quero que ninguém venha me ver! - Júlia andava muito revoltada. - Vai viver sua vida, vai procurar uma mulher que te de o que você merece.
-- Eu já tenho a mulher que eu quero, esqueceu que te amo? - Laísa aproximou-se da cama e acariciou seus cabelos. - Não me tira de tua vida linda, eu te amo demais!
-- Mas não está certo você parar sua vida por minha causa, eu vou morrer!
-- Não diz isso! - Laísa alterou a voz assustando Júlia. - Desculpa, mas não diga isso pelo amor de Deus! Você vai viver e ainda vamos ser muito felizes.
-- Queria tanto acreditar nisso, queria tanto ter essa sua fé. - Júlia deixou as lágrimas escorrerem pelo seu rosto. - Mas estou tão cansada!
-- Não desista amor por que eu não vou desistir de você. - Laísa a beijou com desejo na boca. - Tive uma ideia.
-- Ideia?
-- Mas é segredo, logo você saberá do que se trata. - Laísa a abraçou com carinho. - Te amo, e te amarei sempre.
**************
Veridiana pediu uns dias de folga e disse que iria viajar a Bahia, pois queria participar de um congresso de gastronomia que aconteceria naqueles dias.
Lígia levou Veridiana no aeroporto, não pode acompanha-la, pois tinha muitos pacientes em um período difícil do tratamento.
O voo tinha conexão em São Paulo e Veridiana desembarcou na cidade indo direto ao hospital.
Conhecia a cidade por causas das vezes que viajara para ver Júlia ou assistir seus jogos.
Ao chegar ao hospital Veridiana percebeu que não seria fácil saber de Júlia. Então viu uma enfermeira trocando carinhos com outra menina meio às escondidas. Resolveu esperar ela entrar no hospital e tentar jogar um charme para cima da jovem.
Depois de um longo papo jogando charme Veridiana conseguiu tomar um café com a jovem em um barzinho ao lado do hospital.
-- Então você gostaria de sair comigo uma hora dessas com mais calma? - Veridiana perguntava fingindo um interesse que não havia.
-- Nossa você é tão linda, até parece que estou sonhando. - A enfermeira estava encantada com Veridiana.
-- Mas não está, e eu estou doidinha para ter um momento mais à vontade contigo. - Veridiana pegou na mão da enfermeira. - Mas me diz uma coisa, quando eu entrava no hospital vi aquela jogadora de vôlei a Renata Andrade, ela está doente por acaso?
-- Eu não posso falar nada sobre os pacientes é norma do hospital. - A enfermeira disse sem graça.
-- Mas eu só queria saber se ela está doente, sou super fã do time que ela joga. - Veridiana beijou sua mão com carinho. A enfermeira se derreteu toda.
-- Vou te contar, mas, por favor, não comente com ninguém senão posso até perder meu emprego.
-- Fica tranquila gata.
-- A Renata não está doente.
-- A que bom.
-- Mas sim a outra jogadora, a Júlia Stefanni.
-- A Júlia? - Fingiu desconhecimento.
-- Ela está muito mal a coitadinha, ela precisa de um transplante de rins, ou pode morrer. Está internada a mais de meses. - Contou a enfermeira.
Veridiana conseguira o que queria e apenas fingiu interesse mais um tempo, pediu o número da enfermeira prometendo ligar para saírem à noite e depois sumiu.
Somente no outro dia é que Veridiana voltou ao hospital, à enfermeira tinha dito que seria seu dia de folga.
Entrou discretamente no hospital e foi em direção aos quartos em um momento de deslize dos enfermeiros e atendentes.
De posse do número do quarto Veridiana procurou por ele. E quando achou respirou fundo parando em frente à porta.
Era chegada a hora de rever Júlia e encarar seus medos.
Ela abriu a porta do quarto e entrou, Júlia estava deitada na cama e parecia estar dormindo, ela aproximou-se e ficou ali olhando-a imóvel.
Apesar de pálida e cheia acessos no corpo, ela continuava linda, continuava sendo seu único e grande amor.
Sem querer ela soluçou por causa do choro que a consumia e isso acordou Júlia que ao ver quem estava no quarto se assustou.
-- Veridiana o que faz aqui? - Perguntou surpresa.
Fim do capítulo
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