Capítulo 8 - E agora?
Os treinos se intensificavam a cada dia, e Júlia se dedicava inteiramente. Nem nas horas de folga ela parava de treinar. Suas colegas de time já estranhavam sua obsessão pelos treinos. Algumas que sabiam de sua opção sexual souberam do fim de seu casamento e lamentavam pelo estado emocional da colega.
-- Vai ter um colapso de jeito. - Avaliou Renata quando recolhia seu material e sua colega Júlia ainda continuava a treinar.
-- A Liga começa na próxima semana, não posso deixar minha chance. - Disse Júlia parando naquele instante de treinar seu saque.
-- Passar sua chance? Júlia se liga no que está dizendo, você é a maior pontuadora do campeonato há três anos. Ninguém tem conseguido te bater amiga.
-- Pode até ser, então preciso treinar para me manter.
-- Jú quando vai parar com isso e procurar a Veridiana?
-- Renatinha esquece isso assim como ela me esqueceu. Eu tentei nesse último mês todas as formas de comunicação. Ela até mudou os números de telefone e endereços de e-mail.
-- Você que sabe.
-- Além do mais a Laísa não me deixa sentir falta de nada.No último mês Laísa tinha vindo todos os fins de semana ver Júlia. Ficavam em seu apartamento e se amavam direto, não saiam para nada.
-- Bem foi somente um aviso, tenho medo que esse excesso de treino acabe te causando alguma lesão, só isso. - Renata sorriu amistosamente.
-- Obrigada amiga, mas está tudo bem. - Júlia falou voltando a treinar.
**********
No Sul Veridiana tentava se reerguer mais estava difícil. Havia dedicado suas horas vagas para beber até não aguentar mais.Tereza sua amiga do restaurante tentava afasta-la da bebida, mas a cada dia ela bebia mais. Muito preocupada ela procurou Laísa.Ouvia-se um burburinho nas redes sócias de fofocas sobre rumores de que a famosa jogadora de vôlei Júlia Stefanni estava tendo um tórrido romance com a mais nova promotora de justiça do Sul do país, Laísa Martins.Laísa tinha sido nomeada promotora no último mês e estava estampando várias capas de revistas de fofocas, já que ela não escondia sua orientação sexual. Tereza foi à casa de Laísa, já que no seu escritório ela recusava-se a recebê-la.Ligia com sua calma pediu a irmã, na verdade quase implorou para que ela recebesse a senhora que parecia desesperada.Para a irmã parar de lhe importunar Laísa recebeu Tereza.
-- Espero que realmente seja importante o que a senhora tem a falar para vir até minha casa. - Laísa estava muito mais arrogante desde que se tornara promotora.-- Laísa ouça à senhora primeiro. - Pediu Lígia que também quis participar da conversa.
-- Obrigada. - Tereza agradeceu a intervenção de Ligia que sorriu encorajando-a. - Eu como já adiantei por telefone venho aqui por causa de Veridiana.
-- Mas eu não tenho nada a ver com está Veridiana! - Laísa que vestia um Tailleur, o terninho feminino, de cor preta, parecia estar impaciente. Ainda naquela noite voaria para São Paulo para ver Júlia.
--Por favor, Laísa. Diga senhora o que acontece a Veridiana? - Ligia mais uma vez interviu.
-- Ela está se destruindo na bebida desde que Júlia foi embora. Eu tenho buscado ela em vários lugares barra pesado, acho que até drogas ela está usando. - Tereza contou preocupada, sabendo que se Veridiana soubesse disso a mataria.
-- Por mim! - Laísa deu de ombros. - Se ela morrer não vai incomodar minha Júlia pelo menos.
-- Laísa já chega! - Lígia gritou. - Você não estava atrasada para ir para o aeroporto? Pois vá logo! Eu resolvo isso aqui com dona Tereza. Laísa o olhou a irmã com desprezo e deixou a sala rapidamente. - Me desculpe dona Tereza, minha irmã anda cada vez pior. - Desculpou-se Ligia.
-- Tudo bem, eu sabia que ela era difícil de lidar. - Tereza sorriu sem graça.
-- Então a Veridiana está em um descida rápida? - Ligia perguntou preocupada.
-- É ela desse jeito não vai longe. Já andou faltando ao trabalho várias vezes, e acho que o nosso chefe não vai aceitar isso, apesar de ela ser uma chef maravilhosa.
-- E oque exatamente quer de nós dona Tereza?-- Achei que poderiam falar com Júlia, quem sabe ela falando com Veridiana, ela melhore?
-- Acho difícil Júlia vir, e mais com minha irmã no seu encalço. Mas amanhã vou procurar Veridiana e tentar conversar com ela. Eu sou psiquiatra, talvez possa ajuda-la. - Ligia se ofereceu. Ligia era formada há cinco anos e trabalhava como psiquiatra em uma das maiores clinicas psiquiátricas do Sul do país.
-- Obriga moça, eu nem sei como agradecer. - Tereza sorriu feliz por ver uma chance se salvar sua amiga.
-- Não agradeça, eu faço isso porque acho a atitude de Laísa inadmissível, apenas por isso. - Ligia disse e logo se despediu de dona Tereza.Ligia iria a uma balada GLS famosíssima da capital gaúcha por isso assim que dona Tereza saiu ela foi se arrumar.Vestiu uma bermuda social preta, uma blusinha tomara que caia branca com alguns brilhos, uma sandália de salto alto preta, e seus cabelos loiros ela deixou preso em uma bela trança. Na balada ela chegou e logo encontrou suas amigas que a encheram de elogios por elegância.Depois dos elogios elas foram para a pista de dança e dançaram até cansarem.
-- Eu vou dar um tempo. - Disse Ligia às amigas.
-- Ih a doutora não é mais a mesma. - Riu uma amiga.
-- Cuida tanto de louquinhos que anda assim cansada. - Brincou outra amiga.Sem dar muito assunto às amigas ela se retirou da rodinha de dança e foi até o bar pedir uma água.Já havia feito o pedido quando viu uma pessoa no bar que lhe chamou a atenção. Um mulher loira, cabelos repicados que estava debruçada no balcão parecendo estar muito alcoolizada.Ela pegou sua água e aproximou-se da loira.
-- Oi? - Ligia falou tentando um contato.A mulher com dificuldade a olhou confusa.
-- Oi sou Lígia, lembra-se de mim? Irmã da... - Ligia preferiu não dizer que era irmã de Laísa, pois podia piorar a situação.Veridiana a olhou, mas mal conseguia manter os olhos abertos.
-- Acho que alguém aqui passou do limites aceitáveis de álcool no sangue. - Com um jeitinho carinhoso Ligia foi conquistando a confiança de Veridiana que se deixou até ser levada embora por ela. Por ter ouvido Laísa falar algumas vezes de onde Júlia morava com Veridiana, ela lembrou-se do endereço e a levou para casa.Depois de contar com a ajuda do porteiro que parecia já acostumado a ajudar Veridiana. Conseguiu leva-la até o apartamento. Com dificuldade pegou as chaves no bolso da calça dela e abriu a porta.Com esforço ela carregou Veridiana até o quarto e a colocou na cama. Depois a despiu e a cobriu com um lençol. Enquanto fazia isso não pode deixa de notar o belo corpo da loirinha a sua frente. E se recriminou por estar olhando o corpo de uma pessoa indefesa com desejo.Por desencargo de consciência ela dormiu no apartamento... no sofá para garantir a integridade física de Veridiana.Esta somente acordou quando já passava do meio dia.Veridiana viu que estava em seu quarto e nua. Deu-se conta que mais uma vez se excedera na bebida e que Tereza mais uma vez devia ter ido a seu socorro. Mas estranhou, pois Tereza nunca a despiu como ela estava agora. Sentiu a cabeça doer e sentiu também um cheiro gostoso vindo da cozinha. Levantou-se vestiu apenas uma camiseta e uma calcinha e foi até a cozinha. Não sabia se Dona Dulce já tinha voltado das férias que lhe dera.Mas quando chegou à cozinha levou um susto. Um jovem loira vestindo apenas lingerie estava cozinhado empolgadamente.
-- Quem é você? - Verdiana perguntou assustando Ligia que deixou cair o talher que tinha nas mãos.
-- Desculpa não te quis assustar, sou Lígia. - Apresentou-se após juntar o talher do chão.
-- E nós? - Veridiana novamente olhou para a vestimenta da jovem.
-- Ah não! - Ligia correu até a sala e vestiu sua roupa rapidamente sob olhar curioso de Veridiana. - Eu te encontrei no bar ontem e resolvi te trazer para casa, apenas isto. Você dormiu no seu quarto e eu aqui no sofá, te juro!Veridiana riu do jeito assustado da garota e da pressa em tentar se explicar que nada havia ocorrido entre elas.
-- Ah sei. - Veridiana sorriu. - Então você socorre mulheres bêbadas em bares as leva para suas casa e depois no outro dia prepara café para elas?-- Mais ou menos. - Riu Ligia mais tranquila.
-- Sou Veridiana. - Apresentou-se estendendo a mão.-- Ligia como já havia dito. - E apertou a mão que lhe era estendida. E foi impossível não sentir um arrepio lhe percorrer a espinha com o toque daquela mão na sua.
-- Bem já que estava a preparar um café, adoraria provar dele. - Falou Veridiana sorrindo.
-- Ah claro o café! - Ligia voltou correndo para a cozinha. Pode notar que Veridiana estava apenas de calcinha e camiseta e ruborizou.
-- Sabe que sou uma chef? - Perguntou Veridiana sentando-se a mesa da cozinha. - Quero ver se tem dons culinários mocinha!
-- Eu vou tentar, mas com certeza não chegarei ao pés de uma chef. - Ligia serviu Veridiana de panquecas com calda de chocolate, café preto e suco de laranja. - Foi oque consegui fazer com oque achei na geladeira. - Riu.
-- Vem, sente-se comigo e prove da sua comida. - Convidou Veridiana provando da panqueca. - Nossa, minha carreira está em risco! - Brincou.
-- Não exagere. - Ligia mais uma vez ruborizou.
--Teu rosto não me é estranho, mas não me lembro de onde te conheço. - Veridiana apoiou os cotovelos na mesa e apoio a cabeça nas mãos cruzadas olhando diretamente nos olhos de Júlia.
-- Acho difícil ter me conhecido, eu estudava no exterior, voltei há pouco tempo para o Brasil. - Ligia disse se punindo por estar mentindo.Na verdade parte da história era verdadeira. Ela estudara no exterior, mas ela já estava no Brasil a mais tempo do que dissera.
-- Ah é? E o que você estudou? - Veridiana não entendia porque lhe interessava tanto saber da vida daquela estranha.
-- Sou Psiquiatra.-- Mas você parece normal. - Disse Veridiana.
-- Não te entendi.
-- Não dizem que todo psiquiatra é doido? - Veridiana gargalhou. - E você me parece uma garota normal.
-- Engraçadinha você. - Ligia estava se sentindo ótima na companhia de Veridiana.As duas seguiram naquele bate papo por horas. Veridiana falava de sua paixão por cozinhar e dos sonhos de conhecer a França e Itália para ver de perto os chefes cozinhando, e Ligia falava do quanto estes países eram lindos e do quando ela era sortuda por ter podido conhecê-los pessoalmente. Quando a noite chegou é que elas se deram conta de como o tempo passara rápido e elas nem tinham notado.
-- Nossa já é noite, preciso ir para casa. - Ligia se alevantou rapidamente indo para a sala.
-- Eu queria te agradecer pelo que fez por mim. - Veridiana baixou a cabeça envergonhadamente. - Ando meio sem rumo, e tenho feito uma besteira atrás da outra.
-- Olha eu não sei oque tem passado, mas se quiser conversar comigo como médica ou mesmo como amiga, aqui tem meu telefones. - Ligia abriu a bolsa e lhe alcançou um cartão. - Vou adorar conversar novamente com você. - Sorriu timidamente.
-- Doutora Ligia Aguiar? Bonito nome. - Leu Veridiana o cartão.Ligia era meia irmã de Laísa por isso usava o sobrenome de sua mãe, já que nunca se dera muito bem com seu pai.
-- Bem eu vou indo. - Ligia aproximou-se de Veridiana e foi lhe dar dois beijos no rosto quando suas bocas se encontraram.Veridiana automaticamente a beijou delicadamente nos lábios, sentindo a maciez daquela pele. Mas Ligia ao se dar conta do que ocorria se afastou e saiu correndo do apartamento de Veridiana que ficou sem entender a atitude da garota. No carro Ligia se recriminava por ter se deixado beijar. Não podia se envolver com ela, afinal ela era ex-mulher de sua cunhada, não estava certo. Mas o que era certo? Perguntava-se aflita enquanto dirigia de volta para casa.Veridiana era muito bonita, aquele jeito "Joãozinho" era irresistível.
-- Não posso pensar assim! - Ela dizia para si mesma. Já Veridiana pensava diferente. Achara a jovem muito legal, carinhosa, afinal não era todo dia que alguém encontrava um bêbado em um bar e levava para casa. Aquilo era uma atitude muito humana, mas perigosa.
-- Talvez devesse procura-la para conversar sobre Júlia, quem sabe ela me ajuda? - Pensou enquanto olhava novamente o cartão.
**********
Em São Paulo, Laísa chegara de muito mau humor. A viagem tinha demorado mais do
que ela esperava e ainda tivera problemas com sua mala no desembarque. Júlia estava no seu apartamento quando Laísa entrou furiosa.
-- Nossa que bicho te mordeu? - Júlia perguntou ao vê-la tão irritada, jogando a mala longe.
-- Nada, nada. - Respondeu Laísa atirando o molho de chaves sobre a mesinha de centro da sala.
-- Dia ruim? - Júlia aproximou-se de Laísa e a beijou na boca calorosamente.
-- Não dá para ficar viajando de um lado para o outro assim Júlia! Eu não aguento mais.
-- E o que pretende fazer? Terminar comigo? - Júlia fez beicinho.
-- Isso nunca você é minha! - Laísa disse aquilo e Júlia sentiu um arrepio desagradável no corpo, como um mau agouro. - Estou pensando em me mudar para cá. Posso pedir transferência, que acha?Júlia abriu e fechou a boca rapidamente.
Laísa queria se mudar para São Paulo, então isso significava que ela queria uma relação mais séria.E ela parecia ter lido seus pensamentos.
-- É eu quero me casar com você. - Disse olhando nos olhos de Júlia.
-- Casar Laísa? Não acha muito precipitado? Estamos juntas há pouco tempo.
-- Sei disso, mas não vivo sem você e não quero ficar nesse vai e vem todo o final de semana.
-- Vamos fazer assim, vamos esperar a temporada terminar e ai voltamos a falar disso que acha? - Sugeriu Júlia.
-- Está bem amor, se quer assim. - Laísa a puxou para seu colo e a beijou com desejo. - Agora vamos fazer aquilo que fazemos de melhor? - Convidou fazendo cara de safada.
-- Vamos sua tarada gostosa! - Disse Júlia a puxando pela mão para irem para o quarto.Júlia podia não amar Laísa, mas não podia negar que na cama ela era fantástica. Proporcionava-lhe cada orgasmo que deixava ela de pernas bambas.
*******
No dia seguinte fez um belo domingo de sol e Veridiana resolveu sair para caminhar no Parque Farroupilha, também conhecido pelos gaúchos de Redenção.Ela caminhava tranquilamente olhando os casais de namorados trocando carinhos, as crianças brincando, quando avistou Ligia sentada sob um pequeno pano de estampas florais lendo um livro. Aproximou-se discretamente.
-- Preciso marcar hora ou podemos conversar sob essa paisagem maravilhosa? - Perguntou Veridiana tirando os óculos escuros do rosto e mordendo a haste do óculos.
-- Posso abrir uma exceção. - Ligia olhou-a com um sorriso nos lábios que faria qualquer um se desmanchar na mesma hora.
-- Posso? - Veridiana pediu para sentar-se.
-- Claro. - Ligia notou o modo descontraído que Veridiana estava vestida.Uma bermuda cargo na cor marrom, regata preta, chinelos e óculos escuros daquele modelo tipo aviador.Na opinião de Ligia ela estava irresistivelmente bonita e sexy.
-- Curte o parque, então? - Veridiana sentou-se no estilo meditação, sentando-se sobres às pernas dobradas.
-- Venho para cá quando quero organizar minhas ideias. E hoje o dia está tão lindo. - Falou Ligia que vestia um vestidinho leve na cor verde claro, rasteirinhas na cor branca e um chapéu preto, uma espécie de viseira contra o sol.
-- É o dia está lindo hoje mesmo. - Veridiana deu duplo sentido a sua frase. - Eu gostava de vir aqui antigamente com minha... - Ela parou de falar e olhou ao longe como se lembrasse de algo que vivera.
-- Tudo bem? - Ligia perguntou ao vê-la sair do ar por alguns segundos.
-- Esta sim, apenas me lembrei de uma pessoa que foi muito importante em minha vida.
-- E hoje não é mais?
-- Não. Tem coisas na vida da gente Ligia que é melhor virar a página e esquecer, pois lembrar dói mais que uma ferida aberta.
-- Você foi casada? - Ligia puxou o assunto. - Pergunto, pois tem a marca no dedo.Veridiana olhou sua própria mão e viu a marca de que ela falava.
-- Fui. - Respondeu sem dar detalhes.
-- É essa pessoa que foi importante e que hoje não vale a pena lembrar? - Ligia insistiu.
-- Realmente conversar com psiquiatras é foda, hein? - Veridiana riu.
-- Desculpa-me me empolgo.
-- Tudo bem estou precisando falar disso mesmo com alguém. - Veridiana respirou fundo. - Eu como já deve ter percebido sou lésbica e era casada há seis anos com uma mulher que eu achava ser minha vida. Veridiana narrou toda sua história de amor com Júlia até o rompimento que ela disse ter sido por causa de um caso que sua ex teve com um advogadinha cheia da grana como ela mesmo definiu. Ligia riu ao lembrar-se da irmã, que realmente era muito metida e arrogante.
-- É sua história é no mínimo interessante. - Ligia comentou após Veridiana terminar o relato.
-- Agora me conte de você, tem namorado ou namorada? - Veridiana a olhou curiosa.Ligia ruborizou como de costume, mas respondeu.
-- Eu sou solteira não tenho na-mo-ra-da. - Falou Ligia separando as silabas para que Veridiana a entendesse claramente.
-- Que mundo devagar, uma garota linda como você e sozinha, é até pecado. - Veridiana disse sedutoramente.
-- Assim você me deixa sem graça. - Ligia disse ruborizando.
-- Olha eu trabalho em um restaurante aqui perto, você não gostaria de almoçar comigo em uma hora dessas?
-- Nossa seria um prazer. - Ligia sorriu.-- Adoro esse teu jeito tímido. - Elogiou Veridiana já achando que talvez estivesse no caminho para reencontrar a felicidade.
********
Júlia acordou um pouco cansada naquele domingo. Laísa levantou-se um pouco depois e encontrou a namorada na cozinha preparando um lanche.
-- Oi linda! - Laísa a agarrou por trás pela cintura beijando seu pescoço. - Senti sua falta na cama.
-- Eu acordei cheia de fome, alguém me deu um cansaço ontem. - Riu Júlia enquanto passava maionese no pão.
-- Sabe que continuo cheia de vontade de ter você novamente? - Laísa sussurrou no ouvido de Júlia.
-- Eu preciso fugir de você, quer me matar? - Júlia riu e nesse instante sentiu uma dor insuportável na altura dos rins e caiu inconsciente no chão da cozinha, seu nariz sangrava muito. Laísa no mesmo instante a socorreu carregando ela para o sofá e logo chamando o resgate.Em quinze minutos o resgate chegou e levou Júlia para o hospital. Laísa usou de seu renome e prestigio e conseguiu manter-se informada o tempo inteiro do que acontecia com sua namorada. Os exames eram feitos em caráter de urgência e os médicos a cada resultado, pediam mais exames, oque estava preocupando Renata que tinha sido chamada por Laísa ao hospital.
-- Então Laísa alguma noticia? - Renata estava nervosíssima esfregando uma mão na outra.
-- Nada concreto ainda, mas não parece ser algo simples. - Laísa disse preocupada.O tempo passava e nada de noticias Laísa já armava uma confusão quando o médico a chamou em sua sala para uma conversa.
-- Finalmente temos um resultado dos exames de Júlia. - Informou o médico calmamente.
-- Então doutor oque ela teve? - Era Renata que perguntava aflita.
-- A Júlia teve uma crise renal, causada por uma Insufiência Renal Crônica que ela tem. - Disse o médico.
-- Oque? A Laísa tem problemas nos rins? - Laísa parecia não acreditar.
-- E mais... - O médico continuou. - Ela precisa de um transplante de rins o quanto antes.
-- Transplante de rins? - Laísa levou as mãos à cabeça.
-- Urgente ou ela corre o risco de morrer em pouco tempo. A doença avançou silenciosamente e está em um estágio muito avançado, os dois rins praticamente estão atrofiados. - O médico falou com propriedade.
-- Meu Deus ela pode morrer? - Laísa estava branca pelo susto da noticia.
-- Infelizmente senão tivermos um doador logo, ela pode sim vir a falecer. Vamos começar a hemodiálise imediatamente, mas isso não nos serve por muito tempo.Laísa alevantou-se da cadeira em frente à mesa do médico e saiu porta a fora
.-- Não, ELA NÃO! - Gritou Laísa desesperada ao sair da sala do médico. - ELA NÃO!
Fim do capítulo
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