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Palavras: 6667
Acessos: 2323   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 4

 

Os dias estavam sendo os mais felizes possíveis.

 

Uma nova rotina se estabelecera.

 

Há muito Luciana não sabia o que era viver com tal sensação. O ato de acordar ganhara um novo significado: viver para seu grande amor. A primeira coisa que fazia era tatear a cama para sentir a presença macia de sua amada, quando não estivesse colada a ela. Desta forma, naquela manhã, percebera que estava sozinha na cama. Era algo raro, pois Rebecca dificilmente acordava primeiro, caso não tivesse compromisso. Aliás, quando os tinha, dormia em seu próprio apartamento. Na verdade, não eram compromissos que não pudessem ser assumidos na casa da doutora, mas ainda não havia a segurança para assumirem uma vida sobre o mesmo teto.

 

Saiu em busca de Rebecca pela casa e foi encontrá-la na cozinha. A cena era a seguinte: todos os empregados sentados à mesa do café e ela, em pé sobre uma cadeira, gesticulando e narrando alguma passagem épica de sua vida. O olhar deles era de puro divertimento e havia também carinho. Luciana ficou totalmente confusa: primeiro pensou no fato de Rebecca se envolver demais com os empregados; depois, que todos estavam ali, ainda tomando seus cafés, como se nada tivessem para fazer; pensou também no carisma de Rebecca e no sentimento manifestado pelas pessoas que a cercavam, pois o olhar delas era de respeito também, sem que ela precisasse ser rude. Luciana ficou mais confusa ainda com a reação de Rebecca ao perceber sua presença.

 

-- Bom dia, amor!!! Vem tomar café comigo. -- e o sorriso foi radiante e enternecedor.

 

A alegria dominante cedeu lugar a um certo pavor. Luciana percebeu que todos ficaram imóveis, uma vez pegos em atitudes que jamais seriam aprovadas por ela. Não gostou do que sentiu e, pela primeira vez, percebera que deveria ser um monstro para aquelas pessoas. Antes que todos os empregados na cozinha começassem a se dispersar, Luciana teve presença suficiente para dizer:

 

-- Do que todos estavam rindo? Continue contando, também quero saber.

 

Desta forma, coisa que nunca havia feito, sentou-se num canto à mesa e ficou ouvindo o resto da estória.

 

Rebecca era muito engraçadinha. Os olhos verdes ficavam marotos e ganhavam interpretações conforme a narrativa fluía. Luciana reparou que todos estavam realmente entretidos, ainda que um ou outro olhar recaísse sobre ela. Pensou que talvez todos estavam ali apenas esperando um gesto dela para serem dispensados.

 

Ao terminar a narrativa, Rebecca pediu delicadamente o café para copeira. Desta forma, todos pediram licença e foram cuidar de seus afazeres.

 

-- Você me chamou de "meu amor" na frente deles!

 

-- Ah, Luck, eles não são tolos. Sabem o que acontece.

 

-- Mas, eu nunca fui tão ...tão..."aberta" com meus empregados.

 

Recebeu um leve beijo nos lábios, que a enterneceu.

 

-- Luck? Gostei.

 

-- Você é a minha sorte.

 

Beijaram-se mais uma vez. Becky percebeu que a doutora não se preocupara  "em ser tão aberta" desta vez.

 

 

 

 

 

Certa vez, Luciana e Rebecca resolveram ir à cozinha pedir para a cozinheira fazer uma comida especial. Enquanto iam pelo corredor, Rebecca  na frente, Luciana fazia cócegas nela. Então ela pediu silêncio, tentando se livrar da brincadeira. Tal fato as fez ouvirem parte de uma conversa entre os empregados.

 

-- A dra está bem mais feliz agora. -- dizia a copeira de Luciana

 

-- Realmente, voltou a sorrir ...-- era a voz da cozinheira, uma senhora, que trabalhava há muitos anos com o marido de Luciana.

 

-- ..nada como uma boa influência! -- disse a secretária.

 

Rebecca olhava para Luciana e sorria, feliz com o que ouvia. Luciana enrubescera com os comentários e com a forma como escutavam atrás da porta.

 

-- Também, com uma loirinha daquela em minha cama, até eu ficaria mais feliz. Quanto será que custou tê-la?

 

Bruscamente a porta se abriu. Os olhos azuis buscaram o dono daquelas palavras. Estavam faiscando. Rebecca, logo atrás, segurava a mão de Luciana.

 

-- Retire-se já da minha casa. Não sei quem é você, como entrou e de quem é amigo. Aliás, nem quero saber, para não cometer injustiças. Mas, fora!! Já!!

 

-- Dra..desculpa...

 

-- Seu pedido de desculpa me irrita. Seja homem para sustentar suas palavras, porém meça--as antes de dizer e ofender pessoas inocentes. Cale-se e saia já!

 

Repentinamente, num gesto incoerente, o rapaz pegou uma faca na mesa e ameaçou Luciana. Melhor dizendo, tentou, pois rapidamente, com o primeiro golpe, ela atirou a faca longe, em seguida imobilizou  o rapaz e, sem muita dificuldade, o largou no chão. Tudo foi muito rápido e os seguranças entraram, chamados pela secretária.

 

-- Nunca mais volte nesta casa. -- ela estava irada, seus olhos duros e gélidos, como nunca Rebecca havia visto.

 

-- Quer que façamos algo com ele, dra.?

 

Antes de responder, olhou para Rebecca e viu espanto nos olhos verdes. Fez um aceno de mãos e Rebecca não soube se era um gesto de perdão ou uma ordem. Simplesmente saiu do caminho, dando passagem para ela.

 

Nunca comentaram o ocorrido. Apesar de toda a sua ousadia, Rebecca sabia que poderia desencadear uma reação que faria Luciana por a perder o que conseguira mudar.

 

Presenciou Luciana dando ordens severas para sua secretária sobre segurança. Daquele dia em diante, nenhum tipo de pessoa poderia entrar na casa, sem identificação. Também a permanência seria controlada.

 

Rebecca investigou e soube que o rapaz era neto da cozinheira. Garantiu á ela que nada lhe aconteceria, mas que era bom ele não aparecer mais.

 

-- Rebecca, sei que você não me obedecerá, mas gostaria que não se envolvesse tanto com os empregados. Tenho que manter o respeito.

 

-- Respeito, eu concordo. Medo, não. Jamais poderia viver sabendo que alguém está comigo porque me teme. Nem viveria com alguém desta forma. Eu quero que você seja respeitada e não temida. Você não precisa de ódio.

 

Realmente, de nada adiantou. Poucos dias depois, Rebecca trouxe até Luciana um problema particular de uma de suas empregadas.

 

-- Rebecca, todos eles tem convênio com a minha empresa. Seus filhos são dependentes e têm direitos.

 

-- Mas eles têm os plano básico, que quase nada oferece. Mesmo que fosse o completo, a criança tem algo raro e o tratamento precisa de especialistas.

 

Luciana viu-se novamente confusa em seus sentimentos. Primeira ficou surpresa com o conhecimento de Rebecca sobre seus produtos e depois ficou envergonhada pelo fato de ver o quanto desprezava aquelas pessoas, oferecendo tão poucos benefícios. Nunca pensara nestas coisas antes.

 

-- O que posso fazer? Existem tantos casos idênticos nesta país. Não sou responsável por tudo...

-- Dra, não quero que salve o país, mas uma pessoa próxima. Sabe que pode ajudar. Você tem influência e conhece todos os figurões da classe médica. Deve tê-los até presos pelo rabo. Do jeito que vive fazendo seus...como é mesmo?  "lobbies"!?!?

 

Rebecca falava e Luciana mergulhava em emoções e sentimentos cada vez mais contraditórios e desconhecidos. Por um lado, sentia tanta vontade em agradar sua amada, que precisava de um esforço enorme para ser racional. Porém, quando era racional, conseguia ver que exagerava e, assim, beirava à total falta de sentimento. Via os olhos verdes radiantes e tão envolvidos com o desejo de fazer o bem e ficava em êxtase. Ela era totalmente franca e falava como pensava: sem medo de ofender, pois a quem palavras de amor e bondade poderiam ofender?

 

Levantou-se e caminhou até seu amor. Naquele momento, era a inocência que a emocionava e fazia querer tocá-la. Abraçou--a.

 

-- Que posso contra sua bondade? Não quero parecer cruel, mas tenho que dizer que não sou uma deusa para resolver tudo. Queria muito, assim talvez  poderia.....

 

Rebecca percebeu as palavras morrerem nos lábios de Luciana, porém a doutora retomou a fala e pediu que a sua funcionária viesse falar com ela.

 

Daquele dia em diante, mandou trocar todos os benefícios dos empregados da casa. Ampliou tudo o que pode, dentro da realidade em que viviam. Todos ficaram surpresos e, mesmo que Rebecca não gostasse, alguns a agradeceram.

 

-- Você está salvando a alma da dra., minha criança. -- disse a cozinheira.

-- Ela está se permitindo ser salva. É uma pessoa boa. Linda.

 

Rebecca percebia que havia algo a ser revelado naquela casa.

 

 

 

 

 

Estava tão feliz e nem se dera conta de que abandonara suas atividades. Quando as retomou, porém, começou a ficar longe de Rebecca. Às vezes dias se passavam. Assim cada noite de reencontro era aguardado com ansiedade.

 

Estavam deitadas, abraçadas, após o amor.

 

-- Arrumei um emprego.

 

Luciana levou um susto. Sem muita delicadeza, ergueu-se da cama. Os olhos de Rebecca percorreram seu corpo, demonstrando desejo. Ela sentiu uma ponta de satisfação pelo que provocou naqueles olhos verdes, mas não perdeu o foco de seus pensamentos. Colocou um robe azul e sentou-se na cadeira em frente à cama.

 

-- Você arrumou um emprego e....

 

-- ...E vou trabalhar, oras!

 

A naturalidade de Rebecca estava impacientando Luciana.

 

-- Luciana, chegou o momento d'eu caminhar com minhas próprias pernas. Você me deu isto e eu preciso. Sempre procurei ter uma ocupação. Quando eu estava nas ruas, eu me virava e sempre garantia meu dinheirinho...

 

Mais uma vez, estava presa em sua própria armadilha.

 

-- Rebecca, eu sei. Mas, por que você não espera. Prepara-se mais...

 

-- Já disse. Aquele rapaz, noutro dia, disse algo que bateu: quanto você tinha pago por mim? Eu não quero me sentir comprada.

 

-- Ah, não. Não diga que deu ouvidos  a ele! Você sabe que se alguém comprou alguém, foi a sua bondade e amor que me arremataram. Ele é um nada. Não tem importância.

 

-- Mas é a voz que deu som aos pensamentos de todos nesta casa.

 

Silêncio. Rebecca levantou da cama e caminhou, sentando-se no colo de Luciana. Beijou--a ternamente e depois ardentemente. Ajoelhou-se a sua frente, afastando seus joelhos e encaixando-se ali, no espaço entre aquelas pernas magníficas. Luciana sentiu o calor percorrer seu corpo.

 

-- Posso saber o que você vai fazer?

 

-- Não sabe, doutora! -- a frase foi extremamente maliciosa, seguida por beijos nas partes internas das coxas de Luciana e a resposta se perdera.

 

No dia seguinte, ainda sob o efeito Rebecca, Luciana a deixou dormindo e foi procurar sua secretária.

 

-- Você sabe em que a Rebecca vai trabalhar? Onde fica?

 

Os olhos da secretária denunciavam seu conhecimento sobre o assunto. Apesar da relativa participação naquele relacionamento, Clara mantinha sua habitual postura profissional, preservando mesmo o receio de desagradar à mulher que a olhava com certa confidência.

 

-- Por favor, Clara, conte-me. Preocupo-me com Rebecca.

 

O pedido de Luciana fez um efeito enorme. De repente, aquela figura que sempre parecia ter medo, iluminou-se como ganhando existência.

 

-- Fique tranqüila, doutora. Ela vai trabalhar em uma destas mega-livrarias. É algo sério. Ela foi atrás e conseguiu. Está feliz por tê-lo feito por seus méritos. Ela é muito esperta e meiga. Comentou que a deixaria orgulhosa com esta conquista. Estaria cumprindo a parte dela no acordo entre vocês.

 

Luciana, inconscientemente, largou Clara falando sozinha. Teve tempo de dizer "obrigada", mas automaticamente.

 

Voltou para o quarto, meteu-se sob as cobertas, passou o braço sobre o corpo de Rebecca e ficou assim, esperando--a acordar.

 

"A parte dela no acordo". Céus, ela levara tudo muito a sério mesmo, para seu desgosto. O relacionamento estava tão bom. Rebecca era só dela. Quando sozinhas no apartamento, viviam a vida tão simplesmente. Não tocavam neste assunto de dívidas, acordos, finanças. Até se esquecera que havia combinado com Becky apoiá-la enquanto ela não pudesse manter-se por si só.

 

Mesmo sendo firme em seus propósitos, não ficara feliz com a notícia. Sendo uma mulher vivida e escolada, Luciana sabia que o emprego levaria a outras vontades e estas poderiam afastá-las.  Novas pessoas, novos amigos. Seus pensamentos estavam levando--a para longe, quando sentiu o corpo em seus braços estremecer. Olhou para o rosto feliz e viu os olhos verdes tão amados.

 

-- Bom dia, amor. Que horas são?

 

-- Não faço idéia. -- respondeu sem interesse, enquanto a puxava para si.

 

Invariavelmente, faziam amor pela manhã e naquela não foi diferente. Enquanto tomavam banho, Rebecca resolveu falar.

 

-- Olha, Luciana. Eu consegui passar nos testes para uma vaga em uma mega-livraria.

 

-- Se você tivesse falado, poderia arrumar algo em um dos hospitais ou cen....

 

-- Fazendo questão de ignorá-la, sinto-me feliz de ter conquistado o meu trabalho. você não tem orgulho de mim? Devo começar amanhã.

 

-- você sabe como eu estou me sentindo?

 

-- você vai superar. -- Rebecca disse, dando um tapinha no ombro de Luciana, enquanto percebia a sobrancelha da doutora arquear-se, numa expressão característica de desaprovação.

 

 

 

 

 

 

A rotina mudou. Luciana dava sempre um jeito de almoçar com Rebecca. Ela trabalhava em um shopping próximo ao hospital, mas longe de casa.

 

Pedira para Clara informar-se sobre todos os benefícios que Rebecca teria e percebeu que as refeições seriam sacrificadas para ela.  Assim, com o pretexto de almoçarem juntas, ela pagava o almoço. Não demorou para Rebecca  perceber e ficar meio chateada, pois estava na berlinda, uma vez que não podia proibir seu amor de vê-la.

 

Após o primeiro mês de trabalho, com sua primeira remuneração, Becky começou a fazer suas compras de supermercado. A partir do terceiro mês, fez questão de pagar o condomínio do apartamento.

 

Rebecca era teimosa e Luciana não se conformava em vê-la acordando super cedo para chegar pontualmente no trabalho. Certa vez, exausta pela maratona sexual que se envolveram, Luciana dormira no apartamento e quis levá-la até o trabalho. Insistiu e conseguiu, porém teve que deixá-la longe, para que ninguém visse o suntuoso carro preto.

 

Durante a noite, falavam sobre o dia. Luciana sempre estressada com suas empresas. Rebecca cheia de estórias sobre as pessoas que atendia, os livros que indicava e vendia, as amizades novas. Mesmo cansada, não deixava Luciana sem afagos e o amor era sempre maravilhoso. Porém, quando a doutora percebia o cansaço, apenas estreitava sua menina em seus braços e a embalava, velando o sono profundo.

 

De repente, Luciana se dera conta de que estava vivendo um relacionamento e já estava comprometida. Era isto que realmente queria?

 

Ainda não gostava da idéia de ver Becky trabalhando em algo tão exaustivo. Comércio é algo que exige muito. E a única que deveria exigir alguma coisa, era ela. Sua exigência era mais tempo com sua amada. Ou vê-la menos exausta.

 

O ruim era que Becky estava gostando. Estava se sentindo bem. Produtiva. E se esforçava para não deixar de ser a amiga, amante, confidente, conselheira. Luciana tinha que admitir que sentia orgulho de sua companheira.

 

 

 

 

 

Sempre tão atenta, Rebecca não se deu conta de que seu aniversário estava chegando.

 

Luciana nunca havia sabido por Rebecca, mas certa vez vira nos documentos.

 

Incumbira Clara de lembrá-la, mas para espanto da secretária, a médica já estava com todos os preparativos esquematizados.

 

Despediram-se de manhã e Luciana fez questão de fingir desconhecimento. Rebecca jamais havia lhe dito e nem imaginara que ela, sempre tão ocupada e racional,  se preocuparia em perguntar. Por amar demais a doutora, não cobraria dela gestos tão sentimentais. Não agora, depois...

 

Antes do final do dia, sem que Rebecca esperasse, Luciana resolveu ir até a livraria. Ouviu e escolheu alguns cd's, folheou livros e ficou no cybercoffee. Depois, sem ser percebida, observava Rebecca. Ela estava sempre envolvida com algo. Quando não atendia, recolocava os livros e revistas nos lugares, brincava com a criançada, lia estorinhas. Ela gostava de lidar com o público e tinha jeito. Porém, sempre tem as pessoas chatas.

 

Por um motivo besta qualquer, duas crianças se estapearam. Rebecca não estava perto, mas ao ouvir o choro, veio acudi-las. De repente, apareceu a mãe e começo a maltratá-la. Disse que ela não tinha tomado conta das crianças, que a filha estava chorando e assustada, que ali não era lugar seguro e ela uma irresponsável. Fez um tremendo barulho e o gerente apareceu.

 

Luciana, que até então ficou observando, foi na direção da discussão e parou alguns passos atrás de Rebecca.

 

-- Desculpe-me, sra. Tem toda a razão. Eu deveria ter sido mais atenta.

 

Por mais que Rebecca se desculpasse, a mulher ficava mais imponente. O sangue de Luciana estava fervendo. Pior ela ficou com a reação do gerente, ainda que ele a tenha tido apenas para agradar a mulher.

 

-- Ela será reorientada.

-- Deveria ser mais bem treinada e só trabalhar quando fosse capaz...

-- ...capaz de olhar a insuportável da sua filha que levou o que mereceu?

 

Todos olharam para Luciana. Como ninguém, ela sabia marcar presença. Lá estava ela, toda de branco, cabelos presos com uma tiara, os olhos azuis demonstrando superioridade e frieza.

 

-- Quem é você...

 

-- ....você precisa educar melhor a sua filha, pois ela estava irritando todas as crianças e, se não fosse a mocinha aqui, acho que ela iria levar mais alguns safanões. Acho que quem deveria ser reorientada é você sobre como educar uma criança.-- e olhando para a garota, que estava mostrando a língua para Rebecca -- ...ela até é bonitinha, se for domesticada.

 

-- Gerente, ela está me ofendendo.

 

Luciana passou o braço pelo pescoço da mulher, em uma atitude camarada, e a "arrastou" para a porta de entrada. Esta, por sua vez, puxava a menina. 

 

Quando voltou, Rebecca e o gerente, que Luciana percebeu serem amigos, estavam rindo. Ele não entendeu, mas por postura, disfarçou e deu uma "ralhada" para manter as aparências. Olhou para Luciana e retirou-se.

 

Os olhares se cruzaram. Disfarçadamente, Luciana apertou a mão de Rebecca e fez uma expressão de "que dureza, hein?".

 

Foi para o café e de lá ligou para Rebecca.

 

-- Sabia que você fica uma gracinha com esse uniforme? Embora eu prefira sem ele. Fico aqui olhando você e imagino o que faremos mais tarde.

 

Rebecca enrubescera e olhava para Luciana, que estava com o olhar mais maravilhoso e sensual que jamais vira.

 

-- Estou com saudade de seu beijo. Quero sentir sua língua em meu corpo, quero sentir seu gosto...você nem imagina como estou agora....ou imagina?

 

Rebecca só respondia com monossílabos e cada vez mais sentia seu rosto arder. Resolveu não olhar para Luciana. Sabia que podia simplesmente desligar, mas estava gostando. Mesmo que a doutora não soubesse, aquele era o seu aniversário e ela faria dele o melhor dia. Sabia que poderia tirar o que quisesse de Luciana. E aquelas palavras só faziam acender sua imaginação.

 

-- Eu já estou de saída, amor. Mais uns quinze minutos....

 

-- ...estou contando...nem um minuto a mais.

 

Quando olhou, não viu mais Luciana no café. Quinze minutos depois, estava  no estacionamento e viu o carro

 

Como sempre, Becky, como Luciana acostumara-se a chamá-la, tinha muito que contar sobre seu dia. E aquele tinha sido especial, com a intervenção da própria doutora. 

 

Ao entrar no carro, ia desandar a tagarelar.

 

-- Incrível, mas uma colega pediu para trocarmos as folgas, então estou livre amanh......

 

Luciana não poupou sua boca de um guloso beijo. Foi como se um longo período as tivesse separado desde a última vez que haviam se visto e tudo tivesse que ser recuperado naqueles poucos minutos. Luciana não deu a partida.

 

Ainda bem que o carro preto era totalmente protegido contra invasões. Era loucura e ousado. Estavam no estacionamento de um shopping. Um lugar super movimentado e a doutora resolvera saciar seus desejos logo ali. "Eu nunca fui a parte sensata deste relacionamento". A idéia excitava a loirinha.

 

Rebecca se entregou. Luciana simplesmente dava-lhe um banho de língua, deixando um rastro molhado da nuca até a barriga, onde se deteve em explorações mais intensas. Os botões da blusa branca da doutora estavam todos abertos, enquanto a camiseta de Becky mais  parecia um colar, dependurada em seu pescoço. Ela sempre usava saia, o que facilitou as coisas. Luciana estava sempre com calças, porém sem calcinhas. Ainda bem que o carro era espaçoso.

 

A barriga de Becky era o ponto alto e fetiche da doutora. Explorava com satisfação a pele alva do quadril. Por sentir o desejo de Luciana, a loirinha a deixara conduzir tudo. Os dedos imersos na umidade entres suas pernas, deixavam--na cada vez mais quente e ofegante. A língua de Luciana era uma serpente a fazer caminhos sinuosos e nunca imaginados. O corpo estava tremendo e, por  pensar onde estavam, ela esforçava-se para ser silenciosa, o que aumentava a excitação e a agonia. Luciana percebera e fazia de tudo para provocá-la. Dizia coisas como : se formos pegas, imagine que estão nos observando; ao mesmo tempo em que a torturava, esfregando sua carne molhada nos joelhos e coxas de Becky. Foi intenso, molhado e completamente enlouquecedor o êxtase que tomou conta do corpo de ambas. Foi mais fácil para Becky  ter acesso e abrir caminho entre as pernas da doutora e sua língua foi o mais letal de todos os objetos de tortura.  Numa atitude até engraçada, Luciana levou as mãos de Becky até sua boca e mordeu a parte mais polpuda da palma, tentando abafar os gemidos. Quando, julgando-se saciadas, Becky pensou em parar, foi novamente pega em um estonteante beijo.

 

Totalmente descompostas, com as roupas arrancadas, peças de lingerie enroscadas em lugares poucos convencionais dentro do veículo, sabiam que tinham que parar.

 

-- Amor...eu quero mais, mas não aqui, estamos nos arriscando muito.

 

-- Teremos mais e ....com certeza, não será aqui. Vamos.

 

*********************************

 

 

Percebera que o caminho era para a casa de Luciana. O tempo de trajeto foi  torturante. O trânsito da cidade era algo extremamente difícil. O apartamento era mais perto. Porém, já estavam mais recuperadas, menos afoitas. Faziam comentários aleatórios, quando passaram pelo caminho do hospital, aquele trecho costumeiro e familiar para ambas. Becky olhou com certa nostalgia. As coisas mudaram para ela. Estava ali, no carro que sempre atiçara sua imaginação, ao lado da mulher mais maravilhosa que já conhecera, sendo amada e cuidada por ela. Num gesto instintivo, pousou as mãos na coxa de Luciana, como querendo ter certeza de que ela era real. Por sua vez, Luciana pegou a mão e beijou, de uma forma terna. Era feliz e sentia que sua amada também.

 

-- Você sente falta das ruas, Becky? -- em outra época de sua vida, Luciana jamais faria tal pergunta, mas sabendo que os valores de Becky eram diferentes...

-- De viver a esmo, não. Das pessoas? ...conhecia poucas. Liberdade? Sou tão livre em minha escolha atual, que estou presa em minha própria vontade: ficar sempre ao seu lado. Definitivamente, não sinto falta.

 

Após refletir um pouco, ela emendou:

 

-- Mas, se você me perguntar se eu era feliz, mesmo daquela forma, digo que sim. A maior perda foi a minha  separação de meus pais, mas sei que vou revê-los.

 

Carinhosamente, Rebecca beijou o rosto de Luciana.

 

Ao chegar em casa, enquanto Clara vinha atender Luciana, Rebecca correu para a cozinha. Estava morta de fome, após o "exercício" no carro. Para sua surpresa, a cozinha estava literalmente limpa: tudo arrumado, a cozinheira não estava, parecia que ninguém habitava aquela casa. Mesmo quando era a folga da D. Luíza, ficava uma ajudante.

 

Pegou uma fruta e foi para o quarto. Pensava se deveria ou não falar para Luciana que aquele era o dia de seu aniversário. Não havia motivos para ocultar a data. Ela nunca mencionara e, como já era meio tarde, não pareceria fazê-lo só para receber atenções especiais. Depois da tórrida experiência no carro, não era uma data que a faria especial para Luciana. Todos os dias eram dedicados a ambas. Pensou o que seria uma noite especial para ela, de forma  a tornar seu aniversário inesquecível?

 

Precisava de um bom banho e o queria com Luciana. Quando entrou no quarto, ele estava vazio. Chamou por ela e  não obteve resposta. Frustrada,  foi para o seu próprio quarto. Ainda sentia fome.

 

***********************************************

 

Tentou achar Clara e não conseguiu. Os ramais que a chamavam não atendiam.

 

Foi para o quarto de Luciana e novamente o achou vazio.

 

Embora não mais fizesse tal coisa, resolveu procurar Luciana nos outros quartos. Desistiu, pois estava tudo deserto.

 

Estava tudo escuro e quieto.

 

-- Meu Deus, que será que aconteceu?!?!

 

Então, ela ouviu uma música. Um som estranho. Parecia música árabe, grega, enfim, eram sons estranhos que formavam uma melodia.

 

Abriu a porta para o jardim e se deparou com uma noite linda. Estrelada. Fresca.

 

Avistou uma luz ao longe e foi na direção. Poucas vezes andara pelo jardim. Sabia que era vasto, mas nunca fora até seus limites.

 

A luz na verdade era um rastro feito com velas. Era estranho e curioso. De repente, na sua frente, surgiu uma mulher envolta em véus, uma dançarina. Estendeu-lhe as mãos. Sem temer, Rebecca foi conduzida para uma enorme tenda. A decoração interna era deslumbrante: almofadas, véus, sedas, iluminação com velas, incensos e cheiros exóticos.

 

No meio, uma cama, envolta em véus, através dos quais, Rebecca divisou um vulto. Afastou--os e viu Luciana. Estava sobrenaturalmente linda! Os olhos azuis realçados por uma maquiagem extremamente bem feita, que valorizava todos os pontos marcantes de seu rosto.  O olhar era o mais sedutor que alguém poderia oferecer. Também era a única coisa que os véus deixavam ver. O resto do corpo estava envolto em véus negros e azulados, translúcidos, deixando delineados os contornos do corpo que parecia solto dentro dos tecidos.

 

Luciana caminhou na direção de Rebecca, contornando o corpo da garota, parando bem atrás. Com um dos véus, vendou os olhos verdes. Gentilmente, empurrou o corpo dela, para que caminhasse. O véu fora atado, formando uma venda. Mãos hábeis começaram a despir Rebecca e, ainda vendada, foi conduzida para uma espécie de divã.

 

A música, o aroma, a expectativa, estavam deixando a garota muito excitada. Sabia que estava em um cenário minuciosamente planejado por Luciana. Era delicioso apenas imaginar o que ainda viria naquela noite. Sim, já percebera que a doutora sabia que era seu aniversário.

 

Ao ser desvendada, Becky estava deitada ao lado de Luciana e estavam nuas. Eram massageadas por mãos suaves e seus corpos estavam sendo untados com óleos que produziam efeitos contraditórios, pois ora esquentavam, para em seguida causarem uma sensação de frescor.

 

Ficaram olhando-se por um bom tempo. O azul fundindo-se com o verde. Alternando o estado de contemplação. Não sabiam quem cobiçava e quem era cobiçado. A atmosfera era embriagadora, com as luzes das velas, a música hipnotizante, a sensação provocada nas peles de seus corpos. Becky não percebeu, mas perdeu os sentidos, por um tempo que para ela foi curto, mas o suficiente para abrir os olhos e não ver mais Luciana. Instintivamente, impulsionou o corpo e foi gentilmente interrompida. Sentiu o peso de um corpo sobre o seu, montado em sua cintura. Novamente fora vendada e então a tortura começou.

 

O corpo em cima do seu fazia-se presente em Becky. Com movimentos precisos, os dedos, um a um,  percorriam toda a espinha dorsal como se ela fosse um instrumento. Perdiam-se no vale entre as nádegas para mergulharem na profundidade úmida de seu sex*. Suavemente, sentiu os bicos enrijecidos dos seios de sua amada roçando todas as partes de seu corpo para logo depois ter o corpo cavalgado pela carne molhada de desejo. Depois, foram os lábios e estes foram mais exploradores. Luciana estava sendo criativa em suas carícias, beijando e mordiscando cada centímetro da bunda perfeita, enveredando pelas curvas abaixo dela, descendo pelas coxas, acrescentando leves arranhões ao beijos molhados, até atingir a parte interna dos joelhos.

 

Becky queria se mexer, mas não se atrevia. Luciana era mais forte e os toques a deixavam com reações apenas para excitação que sentia. Estava transbordando, sentia seu sex* totalmente dolorido e só queria que fosse sugado e devorado. Sentia o corpo da doutora, mas não mais sua língua. Ainda vendada, teve o corpo rolado e as mãos atadas acima da cabeça. Os seios rijos foram massageados por um longo tempo. Com as palmas das mãos, os bicos eram apenas roçados para em seguida serem apertados de uma forma firme, mas suave. Apenas a ponta da língua tocava as extremidades. Com o sex* sobre o de Becky, com movimentos lentos, Luciana invadiu a boca de sua amada, deixando a língua travar uma deliciosa guerra de sabores. Primeiro o gosto de morango, em seguida goles de champanhe foram passados para a boca de Becky. Vários sabores foram se alternando. Até mesmo um sabor ardido, que fez a língua de Becky ficar meio dormente e ela sentir como se uma corrente de fogo subisse por seu nariz até seu cérebro. Enfiou sua língua com força na boca da doutora e sugou aquele pedaço de carne, ch*pando todos os gostos contidos ali. Seus sex*s se esfregavam. Então, Luciana escorregou seu corpo e encaixou um de seus seios entre as pernas de Becky, de modo que o bico rijo tocou o clit*ris também intumescido. A sensação era indescritível. O gemido saiu do fundo da alma de Becky. Com maestria, a doutora beijava e ch*pava com paixão a barriga de sua loirinha. Era uma coisa maravilhosa aquela barriga: perfeita, musculosa, rija. Becky movimentava o corpo, querendo esfregar sua carne o máximo possível no outro corpo, também em brasa.

Sentiu algo maravilhoso: Luciana derramou champanhe gelada em sua barriga e seguiu o caminho que o líquido traçou, lambendo todo o trajeto. Primeiro os pelos dourados, depois a mistura de champanhe e o suco de seu amor. Era uma tortura. Sentia a sua carne sendo sugada, ora mais abrangente, ora mais centrada. Os dedos da doutora, como se realizassem alguma cirurgia, penetravam dentro do corpo de Becky, em arremessos ritmados e permaneciam lá, fazendo movimentos circulares. Becky arqueava o corpo, erguendo em direção ao rosto de Luciana, que deveria estar ali. Porém, cada vez que a manipulação em seus órgãos parecia que se tornaria insuportável, a doutora parava. A súplica de Becky era para que a doutora deixasse seu corpo se entregar de vez. Então sentiu o aroma forte de menta e em seguida algo que não acreditou: Luciana a ch*pava e a menta passava uma estranha sensação de frescor, seguida de ondas de calor pelo orgasmo que se aproximava. Becky realmente chorou. O prazer era tão intenso, que seus olhos verteram lágrimas. Foi como um choque elétrico. Então o corpo estava pensando em relaxar, quando Luciana iniciou uma masturbação mais intensa e, ainda que mais demorado, outro orgasmo intenso atingiu aquele corpo. Luciana queria mais e desamarrou as mãos de Becky, tirando sua venda. Ela estava montada acima do pescoço de Becky, que pode ver os negros pelos que emolduravam o sex* úmido. Sem rodeios, colocou sua cabeça entre aquelas coxas magníficas e sugou com vontade. Luciana apoiou-se no espaldar da cama. Teve seu corpo invadido pela língua quente e maravilhosa. Esfregou-se, sem controle, querendo que Becky não perdesse uma gota sequer. Foi o primeiro orgasmo de uma série. Antes que pudesse dominar, sentiu as mãos pequenas forçando seus ombros para que ficassem deitadas lado a lado. Luciana teve o mesmo nível de tortura tão prazerosa.

 

********************************************

 

Meu presente de aniversário só estaria completo se eu sentisse toda a força da minha paixão e desejo transbordando daquele corpo forte, para mim um monumento de beleza e poder.

 

Quando Luciana desvendou meus olhos, antes de soltar minhas mãos, o que eles viram foi seu sex* acima de meu rosto. Se foi proposital ou não, jamais saberei, mas o efeito foi selvagem. Meu corpo que ainda tremia do último orgasmo, queria mais, muito mais. Seus pelos negros estavam brilhantes pela umidade e só pensei em lamber e beber direto daquela fonte. Senti o corpo contraindo-se ao meu toque. Sabíamos o que fazíamos e era bom demais. Meti minha língua dentro de seu corpo, sentindo a pele escorregadia, as texturas e o odor. Cheirávamos a desejo cru e isto nos alucinava. Era excitante ouvir a doutora Luciana gritando como um animal no cio. A mulher tão silenciosa, assim o era no amor, mas perdia-se quando perto do êxtase. Os sons vinham do fundo de sua alma, das entranhas, dos lugares onde meu desejo e fome ousavam tocar. E eu não poupava um milímetro de pele e carne.

 

Mais fácil para mim era tê-la sobrepondo meu corpo ao dela. Quando em êxtase, seu corpo ganhava muita força, agigantando-se. Desci seu corpo, passando toda aquele extensão por minha língua, que se afundou no umbigo, deslizou pelo abdômen, transpôs com dificuldade os seios imponentes, mexendo-se ferozmente nos mamilos rijos, para afundar novamente na cavidade do colo entre eles e, como uma espada que encontra sua bainha, alojar-se na boca mais gostosa e acolhedora que jamais experimentara. Gostava de ch*par a sua língua. Luciana já tinha atingido dois orgasmos e alternava suas súplicas. Tinha mais para ela. Levantei-me e observei o corpo perfeito, entregue, deitado,  e imaginei tudo o que poderia fazer. Beijei e abri as pernas magníficas, olhei demoradamente os lábios afastando--os, de modo a enxergar a abertura vermelha, o ponto mais avermelhado e totalmente inchado e molhado. Pedi para que ela virasse o corpo e continuei minha inspeção, porém com mais perícia.

 

Esfregando nossos corpos, enquanto fazia massagem no clit*ris inchado, introduzia meu dedo em mim mesma. Com os dedos úmidos, penetrei o ânus, fazendo Luciana soltar um longo gemido. Busquei sincronizar todos os movimentos e pensava que ela jamais esqueceria a forma como eu a possuía.

 

Com pouca delicadeza, virei seu corpo e, encaixando nossas coxas, forcei nossos movimentos, encarando os olhos azuis. Sentia nossas secreções se misturando e molhando a pele, o calor era intenso. Os cabelos de Luciana estavam grudados nas têmporas, pelo suor, bem como s gotas do mesmo eram sorvidas por meus beijos em seu pescoço. Nossos dedos nos invadiam.  Eu estava próxima da explosão de gozo. E, o mais excitante, ela também. Quase que ao mesmo tempo, nos apertamos, colando nossos corpos, tentando fazê-los um só. Caí sobre ela e nossos peitos subiam e desciam com a respiração. Senti seus lábios em meus ombros, ao mesmo tempo em que descansava meu rosto em seus cabelos. As mãos macias e fortes corriam meu corpo e ainda buscavam o centro dele, querendo mais. E eu estava pronta.

 

Não queríamos parar.

 

*****************************************************************

 

Há muito que o aniversario tinha acabado. Estava quente. Acabáramos com a champanhe e resolvemos ir buscar mais. Não tínhamos mais empregados, pois dispensara todos, para termos mais privacidade. Na verdade, somente os seguranças estavam por ali.

 

-- Podemos nadar? -- os iluminados e inventivos olhos verdes não queriam uma resposta, pois Becky pulou na piscina sem mais questionamentos.

 

Fiquei observando. Como ela me encantava! A felicidade transbordante era tão sincera. Nascera para ganhar o mundo com sua bondade e franqueza. A cabeça dourada emergiu . Eu estava paralisada por meus pensamentos.

 

-- Está uma delícia, vem.

 

A água estava meio morna. Nadei até a outra extremidade e fiquei encostada no azulejo, na parte mais rasa, o que para Becky era fundo, dada a nossa diferença. Desta forma, ela entrelaçou meu pescoço e eu fiquei a ser seu único apoio. Estávamos nos beijando, quando um facho de luz nos acertou. Tendo nossa nudez protegida pela água, tive que ordenar para um segurança totalmente encabulado que nos deixasse, pois estava tudo bem.

 

-- Dra. Luciana?!?!? Desculpe, mas vi os vultos e o movimento...já é tarde...

 

-- Tudo bem. Estamos em paz. Pode ir.

 

Elas puderam observarem--no quando ele as olhou novamente e sacudiu a cabeça, num gesto de incompreensão.

 

Resolveram voltar, pois nem haviam tocada nas comidas e Becky estava se queixando de fome.

 

Aninhada nos braços de sua doutora, após saborearem alguns pratos encomendados especialmente para aquela noite, finalmente Becky ouviu:

 

-- Feliz Aniversário, meu amor!

 

Antes de se entregarem ao sono, ainda ficaram unidas, trocando carícias.

 

Beijaram-se por muito tempo. Longos beijos, ternos, vorazes, gulosos. Olharam-se como se nunca antes tivessem se visto. O amor que sentiam, por vezes, julgavam serem capazes de materializa-lo, mas ele permanecia intocável, pois não era possível dar-lhe forma. Passariam a eternidade a fazer amor, a exaurir os corpos, a sentirem seus gostos e odores e, mesmo assim, jamais poderiam tornar palpável o amor que sentiam. Mas, ele existia, doía quando pensavam nele e fazia-se latente, torturando--as. Não tinham mais paz, apenas válvulas de escape. Seriam sempre maravilhosas, jogariam com muita paixão o jogo que sabiam jamais venceriam. E não queriam vencer.

 

Dormiram. Ou melhor, Becky dormiu. Luciana geralmente esperava Becky se desvencilhar do abraço. Percebia os movimentos, a respiração, os tremores. Às vezes, ela sentia sobressaltos, como se alguma corrente elétrica percorresse o corpo. Após todas estas etapas, ela se entregava e aí ninguém a acordava. Com um último e terno beijo, Luciana se entregava ao seu sono. Quase sempre, exausta pela batalha do amor.

 

*****************************************

 

 

Acordei antes do que imaginava. Becky estava largada no meio das almofadas. Os cabelos loiros esparramados.

 

Pensei em todas as coisas que fizemos. Na nossa intimidade. Como ela sabia explorar meu corpo e eu me acostumara tão bem ao dela. Eu estava totalmente mudada. Pensei em tudo que fiz para dar a Becky aquela noite maravilhosa e em tudo que permiti a ela tirar de mim.

 

Eu, que sempre achei ter tudo que quisesse, da forma como bem entendesse; era só agora, depois de encontrá-la, que realmente sentia-me poderosa. Eu tinha amor.

 

Minhas lutas e batalhas para conquistar espaços. A perda das coisas mais queridas e preciosas mostraram-me um lado meu que jamais pensei existir. Endureci, fechei-me e desacreditei. Construí uma couraça instransponível. O que era uma imensa dor, virara ódio incondicional, tornando-se desprezo. Eu tinha tudo, pois nada importava e, para mim,  tudo era igual a nada.

 

De repente, estava tendo meu corpo e minha alma invadidos, de todas as formas, por um ser aparentemente frágil, mas que tinha a luz dos deuses. Uma imensa aura que ofuscava quem não estivesse preparado ou, talvez, somente aqueles que não eram dignos de olhá-la diretamente nos olhos, sem sentir vergonha da maldade e mesquinhez de pensamentos vis.

 

Como ela me fez acreditar em mim mesma? Acreditar que eu era capaz de receber todo o impacto de seus olhos, de luz verde como faróis que concedem passagem; e suportar a cisão que foram operando em minha couraça, sem oferecer resistência. Por ela e com ela não tinha vergonha de ser bondosa, não temia amar, nem fazer loucuras de amor.

 

Por outro lado, ela precisava da minha força e proteção. Infelizmente, para fazer o bem ainda é preciso ter malícia. A fragilidade dela era física e não em seus princípios. E eu era capaz de protegê-la. Com exércitos, armas, as mãos nuas, meu corpo, minha vida.

 

Naquela manhã, sentia-me como se todo o mal de dentro de mim tivesse sido arrancado. Olhei para o sol, sua luz, seu calor, o dourado. Olhei para cama, o ser no meio dela, protegido por almofadas, tão dourado e iluminado quanto o próprio astro--rei e muito, muito mais quente do que ele.

 

Tudo era tão lindo e possível.

 

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

segue o seco


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