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Decifra-me ou Devoro-te por KFSilver

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Notas iniciais:

Meninas, esse cap ficou enorme!! Então para não deixar a leitura cansativa dividi ele em duas partes. ;)

Capítulo 7

Amélia

A lembrança do dia em que conheci Esther, era um pouco vaga. Éramos pequenas. Recordo do cheiro da chuva, que vinha da terra molhada, a movimentação constante dos carros, e das pessoas. Mamãe parecia um pouco agitada. Mas é assim mesmo, quando somos crianças, pouco prestamos atenção em algo importante. Mamãe havia me levado ao parquinho naquele dia. Já não chovia. Sempre adorei o cheiro de terra molhada, me faz sentir tão bem comigo mesma. Uma brisa refrescante, algumas folhas rodopiaram pelo chão. Com a curiosidade natural pela idade, fui atraída. Dei a volta numa imensa árvore, e vi sentada no balanço, uma garotinha; meio loirinha, que parecia triste. Ela olhava uma florzinha em suas mãos. A brisa tocava as minhas costas, como se empurrasse em sua direção.

– Oi. – Vozinha infantil.

A menininha parecia não se importar com a minha presença, continuava olhando para florzinha. Uma suave brisa tocou minha face, como se sussurrasse. Dei a volta, fiquei atrás dela. Empurrei devagar o balanço, despertando-a. Foi a primeira vez que nos olhamos, sorri travessa, enquanto ela não entendia bem o que acontecia.

– Meu nome é Amélia! – Continuei empurrando devagar.
– Esther… – A sua voz saiu abafada.

Não dissemos mais nada, fiquei ali, empurrando em um ritmo suave. Ouvimos vozes. Mamãe me chamava, ao seu lado estava um homem alto, e loiro. Caminhamos até eles. Mamãe agachou, parecia ter chorado.

– Oi, minha estrelinha! Como você cresceu! – Fez carinho em sua face, olhou para o homem e voltou a falar – O meu nome é Lúcia! Lembra da sua tia Lú? Sou uma grande amiga da sua mãe, e ela me pediu para cuidar sempre de você! – Segurando a emoção – Essa é minha filha! – Fiquei ao seu lado – Amélia. – Sussurrou em segredo – Mas, pode chamá-la de Mia, porque ela “ronrona” que nem uma gatinha enquanto dorme. – Riram – Sempre que você quiser, vou te levar para a minha casa, e você poderá brincar com essa minha gatinha linda! – Me abraçou, fazendo cócegas – Então, aceita ir tomar um copo de leite e comer um pedação de bolo com essa gatinha manhosa e essa mamãe gata, que está cheia de amor para dar? – Sorriu serena.

Achei graça do jeito que minha mãe falava, mas, sentia uma enorme alegria em poder brincar com aquela garotinha. Numa tentativa de fazê-la aceitar, dei o meu melhor sorriso banguela, levando a outra a risada. Esther, ainda sorrindo, abraçou forte a minha mãe. A partir desse dia, éramos a sua família.

Pensando nisso, observei Esther, conversando com as meninas. Estávamos na biblioteca, fazendo um trabalho escolar. Os anos pareciam ter voado. Era difícil de nós duas brigarmos, isso era mais frequente com o Edu, que vivia me provocando, sobrava para Esther nos separar. Ela era o nosso “elo” de equilíbrio.

– Ei, sabichona! Para de enrolar, e traz logo esse livro aqui! – Manuela reclamou mal humorada, estava com fome, e a professora não queria liberar para o intervalo.
– Shhhh! Silêncio Manuela! – Disse séria, Marta, a nossa professora de história.

Manuela, estava fazendo um trabalho de recuperação de nota. História como sempre, era o seu ponto fraco. Sorri, sentei ao lado de Esther, que ajudava a menina no que podia. Dani e eu, aproveitamos e adiantamos, o trabalho de inglês.

Em uma distração da professora, que conversava com a bibliotecária, Dani pegou com cuidado, na mochila de Manu; a bolacha recheada, distribuindo por debaixo da mesa. Disfarçamos o quanto podíamos, até que Manuela (gulosa como sempre), colocou mais do que podia na boca, engasgando. Esther, correu para distrair as mulheres, pois se descobrissem que tínhamos trazido comida para biblioteca, todas ficaríamos de castigo. Enquanto, eu batia nas costas daquela criatura desastrada, Dani trouxe água, numa tentativa para desentalar Manuela, que começava a ficar vermelha.

– Nunc… ca… mais… vou… comer… isso! – Falou num fio de voz, corada e com os olhos lacrimejados.
– Ninguém mandou você ser gulosa, Manuela! – Esther recriminou.
– Mas, eu tava com fome! – Fez beiço, ela sabia amolecer o coração da outra.
– Anda, beba devagar, para aliviar! – Dani ofereceu.

Momentos após o susto, a professora aproximou e percebeu o rosto de Manu.

– O que houve com você menina? – Olhou preocupada.
– Emoção “fêssora” – Gesticulou teatralmente – Aprendi a matéria! – Mentiu, descaradamente.
– Ah, é? – Estreitou os olhos, desconfiada.
– Uhum! – Manuela, arqueou as sobrancelhas.
– Então, vamos fazer uma prova oral! – Determinou.

Saímos de fininho, segurando a risada, pois os olhinhos de Manuela, voltaram a lacrimejar.

***

Estávamos sentadas ao lado do refeitório. Aproveitando os minutos restantes do intervalo.

– Suas traíras! Foram embora, e me largaram sozinha com aquela bruxa! – Manuela acusou, sentando-se emburrada.
– Ué, bebê! Foi você que disse que “aprendeu a matéria!” – Daniele provocou.
– Poxa, estava dando cobertura para vocês! – Retrucou, magoada.

Eu estava prestes a retrucar, quando senti o olhar reprovador de Esther.

– Meninas, parem! Manu, está certa! Não devíamos tê-la abandonado. – Abraçou a garota – Desculpe, Manuzinha?! Afinal, somos uma equipe!
– Que bom que disse isso, Estherzinha! – Levantou do banco – Por que eu disse para a professora que vocês estavam prontas, e que, também gostariam de repassar a matéria com ela! – Manu, terminou de nos informar e correu em direção a sala.
– VOCÊ, O QUÊ?? – Uníssono.

***

– Poxa meninas, não fiquem bravas! Vocês tiraram nota; oito, e eu, que fiquei com os meus míseros; seis e meio! – Defendeu-se.

Nos três, olhamos de soslaio para ela.

– Estrelinha linda, você mesma disse que somos uma equipe. Então, estamos juntas para o que der e vier! – Manu, tentou justificar-se.

Esther estava mais propícia em cair novamente no papinho.

– Vamos, Esther! Antes que ela apronte novamente! – Chamei.
– Vai lá, morena arrasa corações! Sei que você se faz de difícil, mas, eu sei burlar as suas barreiras! – Piscou atrevida.
– Até amanhã, Manuela! – Bufei.

Sorri, ao ouvi-la dizer: “Agora somos só nós duas, Loirão!”.

Manuela, era atentada demais. Quase sempre nos colocava em alguma enrascada, e por mais complicada que a situação fosse, ela tinha um jeitinho todo especial de revertê-la. Esther suspirou, e deitou a sua cabeça em meu ombro. O dia havia sido puxado, logo os jogos começariam, e eu precisava praticar.

Chegamos em casa. Eu fui direto beber água bem gelada, depois segui para o quarto. Mamãe ainda não havia chegado, e meu pai almoçaria no escritório. Parei um momento, silêncio total. Sorri, Edu ainda não havia chegado do curso, o que era uma bênção. Aquele garoto, veio ao mundo para me tirar do sério.

Guardei o meu material, peguei uma troca de roupa e a minha toalha. Entrei no banheiro. Como estávamos sozinhas em casa, Esther, não trancava a porta. Dei de cara com ela nua, de costas, secando o corpo. Não era a primeira vez que a via nua, mas ultimamente, a visão dela assim, mexia demais comigo.

– Já estou saindo! – Ester, enrolou a toalha em seu corpo.

“Que cheiro bom!” Acompanhei a gotinha de água, que estava em seu ombro, escorrendo até seu o colo.

– Você está bem? – Aproximou.
– Hmm… Estou sim! – Pigarreei disfarçando – Estou faminta! – Tentei desviar o olhar.
– Tome o seu banho, que eu irei preparar a salada! – Passou por mim – Tia Lúcia já deve estar chegando com alguma coisa pronta. – Falou, retornando para o quarto.

Assenti. Tranquei a porta, comecei a me despir. De frente para o espelho. Lembrei da aula de biologia. Observei o meu pescoço, ombros e os meus seios, como tudo estava se desenvolvendo. Olhei o meu rosto, graças a boa genética, não tinha espinhas. Minhas sobrancelhas eram bem desenhadas (presentes de papai), o que deixava “sex” quando arqueava uma delas, pelo menos, era o que Manuela dizia. “Não me olhe desse jeito, que eu me apaixono fácil, nesse olhar 43!” cantarolava. Ri com a lembrança. Observei o meu sorriso, ligeiramente de lado; sarcástico e malandro. O meu nariz era reto e harmonioso. Gostava mesmo era dos meus olhos, negros, assim como os meus cabelos. Confesso que adorava quando alguém dizia, que eu possuía um olhar misterioso.

– Estou andando muito com a Manuela! – Sorri, indo tomar o meu banho.

***

Depois do almoço organizamos tudo, fizemos higiene bucal e fomos ver TV. Deitei na sofá pequeno, enquanto mamãe sentou no maior, acolhendo Esther em seu colo. Ficamos vendo uma série, até mamãe dizer que iria voltar para loja, deixando Esther, cochilando no sofá. Distraí vendo um filme, quando ouvi Esther murmurando algo. Desliguei a TV, e agachei ao seu lado.

Tirei a mecha que cobria o seu rosto delicado, ela parecia uma bonequinha de porcelana. Com os nós dos dedos, acariciei a sua face adormecida, sorri ao ouvi-la suspirar. Aproximei e beijei a pontinha do seu nariz, que era levemente arrebitado. A sua boca era pequena, e tinha um tom vermelho quase cereja. Encarei um instante a sua boca, umedecendo os meus lábios em resposta. Levantei de supetão, despertando-a.

– O que foi? – Olhou confusa e sonolenta.
– Desculpe. Eu, não quis te acordar! – Engoli seco, o meu coração descompassado – Vou sair para treinar no clube! – Respondi rápido.
– Quer que eu vá contigo? – Esther perguntou, ainda confusa.
– Não precisa! Vou passar a tarde treinando! Pode descansar, só quis avisar. – Desconversei.

“Eu não sou assim! Por que não consigo controlar o meu corpo?! Inferno!” Corri para pegar as minhas coisas, precisava esfriar à cabeça.

***

– Tempo! – Fiz sinal, precisava recuperar o fôlego.

Joguei água no meu rosto, e bebi o restante da garrafinha. Estava fazendo amistosos com as garotas. Havíamos combinado fazer os treinos no clube. Dani, sentou ao meu lado.

– Você está animada hein! – Encostando os nossos ombros – Faltam duas semanas para começar os jogos, e já está nesse pique todo! – Sorriu animada.
– Precisava extravasar! – Comentei, ainda ofegante.
– Algo está te incomodando! – Observou – Faz algum tempo que tenho notado. E, antes que diga que não é nada, pois eu sei que é, sabe que pode conversar sobre qualquer coisa comigo. – Confidenciou.

“Como vou conversar sobre algo, que nem eu mesma sei?” Assenti. Levantei, após alguns minutos e chamei as garotas para recomeçar o treino.

A semana passava devagar, e a ansiedade para o início dos jogos aumentava. Por duas vezes, ao longo da semana, eu fui abordada pela treinadora Cássia. Já havia tido aula com ela, apesar de seu trabalho dar resultado, eu não gostava do processo para alcançá-lo. Algo nela não inspirava confiança. Veio com o papo que precisava de mim, para fechar o grupo dela, que comigo no comando dele, ganharíamos todas, citando até o interclasse estadual. Luís, o treinador da minha turma, parecia possuir um radar, pois quando ela chegava perto de mim, logo ele aparecia. Mesmo com a minha recusa, ela insistia. Aquilo estava me deixando irritada.

– Deixa a menina responder, Luís! Está com medo dela escolher o melhor para ela! – Cássia, sorriu convencida.
– Para ela, ou para você? Cássia, deixe a menina em paz! Ela já disse não! – Falou firme.
– Vou dizer pela última vez! – Suspirei irritada – Agradeço a oferta, mas não! Gosto da minha equipe, e do trabalho com o treinador! – Falei controlada.
– Pois não haverá outra chance garota! – Cássia fechou o cenho – Quando você perder a chance em disputar o estadual, não venha implorar, para que eu reconsidere! – Falou entre dentes.

Senti que havia soado ameaçadora, o que me deixou mais irritada.

– Pois eu acho difícil! Afinal, a nossa turma têm os melhores resultados! – Retruquei arrogante.

Sai de lá, com a certeza que ela havia ficado de boca aberta, devido ao meu atrevimento, e que o treinador Luís, tentava conter o sorriso. Pedi licença, e desculpa pelo atraso. O professor de matemática, não pareceu nada feliz, mas me deixou entrar e ver a aula. Sentei no fundo, não estava afim de papo. Observei os olhares das meninas, ignorei, estava cada vez mais difícil controlar tudo o que comecei a sentir.

***

– Mia? – Esther, tocou meu o braço – O que aconteceu? – Perguntou preocupada.
– Aquela mulher, não sabe aceitar um não! – Falei, guardando o meu material na mochila.
– A treinadora Cássia? – Dani perguntou, apenas assenti.
– Podemos informar a diretora, que ela está sendo inoportuna! – Esther sugeriu – Ou, avisar a sua mãe… – Interrompi.
– Não sou mais criança, para ter que envolver a minha mãe no meio! – Esbravejei.

Esther olhou assustada, me arrependi na hora.

– Desculpa… – Passei as minhas mãos em meus cabelos – Desculpa! – Respirei fundo – Você está certa! Caso ela continue, irei informar a diretora! – Esther concordou cabisbaixa, afastando-se.

Despedi de Daniele. Manuela estava doente, por isso não foi a aula. Esther se manteve em silêncio, não consegui olhar para ela. Saber que fui o motivo em deixá-la triste, acabava comigo. Quando chegamos, ela foi na frente, fiquei sem saber o que fazer. Ter o silêncio dela, era pior de tudo.

– As minhas gatas lindas, chegaram! – Mamãe veio nos receber – Que carinha é essa amor?
– Indisposição Tia… – Esther disfarçou, pedindo: – Vou deitar um pouco, ta?
– Claro amor! Depois levo algo para você! – Franziu o cenho, preocupada.

Verificou a temperatura de Esther, olhando para mim. Assim que Esther subiu, mamãe acenou para acompanhá-la. Deixei o meu material sobre a mesa, e fui para o interrogatório.

– Então? – Questionou, voltando a preparar o almoço.
– Gritei com ela… – Falei envergonhada, abaixando à cabeça.
– Explique-se! – Disse, estreitando suavemente os olhos.

Narrei todo ocorrido, desde das abordagens da treinadora. Mamãe olhou sobre o ombro, arqueando à sobrancelha, quando eu disse que não precisava dela para cuidar daquilo. Ela era calma e controlada, mas quando algo a aborrecia, apenas aquele olhar dizia tudo. Abaixei à cabeça novamente.

– Está arrependida? – Perguntou, secando a mão no guardanapo.
– Muito! – Falei sincera.
– Então demonstre isso a ela! – Acariciou os meus cabelos – Filha, vocês não tem o mesmo sangue, mas, eu criei vocês como se fossem irmãs. – Ergueu o meu queixo, para encará-la – Não quero saber que por causa de fulano, ou beltrano, vocês se desentenderam. – Acarinhou o meu rosto – Somos uma família, para estarmos sempre juntas! Estamos entendidas?
– Sim! – Refleti.
– O que foi?
– E sobre a treinadora? – Olhei com receio.
– Bom, se você diz ser capaz de lidar com ela, darei o voto de confiança! – Beijou a minha testa – Afinal, você é uma Montenegro! O seu avô estaria orgulhoso! – Sorriu – Agora faça as pazes, pois o almoço está pronto! – Incentivando-me.

Levantei, revigorada. Senti o tapinha em minha bunda, e ouvi ela dizer:

– É Dian, essa história ainda vai me dar muita dor de cabeça!

***

Encontrei Esther deitada, virada para parede. Entrei, e guardei o meu material. Pensei numa maneira de fazê-la sorrir. Fui até o guarda roupa, e peguei o violão encapado. Fazia muito tempo que ela vinha me pedindo uma música, e agora seria a minha rendição. Dedilhei as primeiras notas, esperando a sua reação. Toquei num ritmo que minha voz combina-se.

Mas é claro que o sol vai voltar amanhã

Mais uma vez, eu sei

Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã

Espera que o sol já vem

 

Virou, ficando de frente.

 

Tem gente que está do mesmo lado que você

Mas deveria estar do lado de lá

Tem gente que machuca os outros

Tem gente que não sabe amar

Tem gente enganando a gente

Veja a nossa vida como está

Mas eu sei que um dia a gente aprende

Se você quiser alguém em quem confiar

Confie em si mesmo

Quem acredita sempre alcança

 

Sorriu.

Mas é claro que o sol vai voltar amanhã

Mais uma vez, eu sei

Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã

Espera que o sol já vem

Encarei o seu olhar.

Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena

Acreditar no sonho que se tem

Ou que seus planos nunca vão dar certo

Ou que você nunca vai ser alguém

Tem gente que machuca os outros

Tem gente que não sabe amar

 

Sentou na cama, abraçando as pernas.

Mas eu sei que um dia a gente aprende

Se você quiser alguém em quem confiar

Confie em si mesmo

Quem acredita sempre alcança…

Quem acredita sempre alcança…

Quem acredita sempre alcança…

Quem acredita sempre alcança…

Quem acredita sempre alcançaaa…

(Mais uma vez / Legião Urbana)

 

Finalizei, deixando o meu violão sobre a cama, indo até ela. Agachei e toquei o seu rosto.

– Eu sinto muito, Esther! Dói demais magoá-la! E eu, fui estúpida com você! – Falei, olhando em seus olhos.

Envolveu o meu pescoço, abraçando forte.

– Morena turrona… – Sussurrou em meu ouvido.

Conversamos e fomos almoçar. Esther já estava mais animada. Passei o dia, mimando aquela baixinha.

***

Os dias seguintes, foram difíceis. Comecei a ter sonhos com Esther; com os seus toques, os seus abraços, o seu cheiro. Acordava no meio da noite, e passava o resto do dia mal humorada. Optei em ignorá-la quando o meu corpo reagia a sua presença, e com o tempo começou a ficar insuportável. Ela não tinha culpa, e eu, não iria causar outra tristeza daquela novamente. Evitei os seus toques, e procurei ser mais cuidadosa, ao entrar no banheiro.

Estava deitada, virada para parede. Não conseguia dormir, cada dia sentia uma tristeza se apossando do meu interior. “Eu não posso!”. Repeti várias vezes, em mantra. Ouvi ela chamando. Era noite de lua cheia, era o nosso momento favorito, quando podíamos ficar até mais tarde admirando a beleza lunar, enquanto trocávamos confidências.

Fingi estar dormindo, mas ela insistiu. Acabei dando uma resposta atravessada, que surtiu efeito, pois ela ficou quieta. Cobri a minha cabeça com o travesseiro, tentando sufocar as lágrimas que senti escorrendo.

Mais um noite mal dormida. Levantei, indo tomar um banho quente, precisava relaxar o meu corpo. Voltei para o quarto, Esther estava em um sono tão gostoso, que tive dó de acordá-la. Vesti o uniforme, e fui até a cozinha. Mamãe estranhou não ver Esther em pé.

– Bom dia, amor! – Beijei o seu rosto, e sentei para o desjejum.
– Bom dia, mamãe! – Preparei o meu prato.
– Esther? – Questionou.
– Dormindo… – Disfarcei.
– Jura? Nem percebi! – Estreitou os olhos, tentando entender a situação – Por que não tem acordado ela? Você sabe que ela é boa de cama.

Dei de ombros, entretida com as panquecas. Mamãe deixou a xícara sobre a mesa, e foi acordar a outra. Não estava com apetite, mas, hoje iniciaria os jogos esportivos e eu, precisava de energia. Retornou minutos depois, pegando a sua xícara, lavando-a.

– Pensei que estávamos entendidas! – Secou as mãos e ficou do meu lado – Pelo menos foi o que você concordou.

Assustei com o que disse. Senti os meus olhos arderem, fui acolhida em seu abraço protetor.

– Meu amor, o que há contigo? – Falou preocupada.

Nada disse, envolvi forte a sua cintura, abraçando-a. Só queria colo.

– Quer faltar hoje? Posso ligar para diretoria, explicar que você está indisposta.

Disse, tocando o meu rosto, verificando a minha temperatura.

– Não precisa, mamãe. Só uma dor de cabeça chata, já tomei remédio para aliviar.
– Tem certeza Amélia? – Desconfiou – Qualquer coisa, ligue para o meu celular que iria buscá-la, ok? – Franziu a testa, preocupada.

Esther entrou na cozinha. Assenti. Conversaram rapidamente, e mamãe foi trabalhar. Cumprimentei ela, e comemos em silêncio. Ficamos assim até chegar no colégio.

– Bom dia, meninas! – Falei com falsa empolgação.
– Está tudo bem? – Dani, perguntou em meu ouvido quando nos abraçamos. Apenas forcei um sorriso.

Como de costume, Manuela reclamava da prova, e entramos uma discussão casual, procurei não pensar no que estava sentindo, focando nos jogos. Olhei de relance sobre o ombro, vendo Gustavo trombando com Esther, já ia ajudá-la, porém, a mesma parecia não precisar. Pressionei as mandíbulas. “Por que ela ainda está nos braços daquele garoto?!”. Engoli seco. “Resposta óbvia, gênio! É um garoto!”. Recriminei, a minha vontade de arrancá-la deles. Me contive, ao perceber Daniele me observando com atenção. Ignorei e entrei na sala.

Queria que a prova acaba-se logo, precisava extravasar a raiva que senti daquela palhaçada toda. “Fica fria!”. Fiz mantra, até perceber que Esther, trocava olhares com o “talzinho”.

“Só pode estar de brincadeira comigo?”. Olhou para mim, não escondi nenhum pouco, o meu descontentamento. A prova era ridiculamente fácil. Terminei e fui direto me trocar, assim que tocou o sinal.

***

Alonguei o meu corpo, antes de trocar de roupa. Fui até a pia, e joguei água em meu rosto. “Foco!”. Despi a minha camisa uniforme principal, ficando apenas de jeans e top, ouvi um assobio.

– Nossa, você é linda! – Falou de braços cruzados, encostada no armário.

Fiquei em silêncio, terminei de vestir e troquei a minha calça pelo shorts. “Era só o que me faltava!”. Ignorei os olhares lascivos.

– O que você quer Bruna? – Falei impaciente.
– Além de você?! – Disse quase babando, sem desviar o olhar – Você já sabe! Poderia facilitar a minha vida. – Sorriu safada.

Encarei aquela garota. Bruna deveria ter altura de Daniele. Os seus cabelos eram castanho escuro; ondulados. Possuía olhos claros, verdes ou azuis; nunca soube definir. Era uma garota bonita, porém, eu detestava o jeito que falava comigo. Após colocar a minha roupa na mochila, guardei ela no armário, fechando-o sem delicadeza.

Sentei no banco e coloquei o meu tênis. Fiquei aturando a ladainha dela. Levantei, e por um instante, achei ter visto o reflexo de Esther, voltei a minha atenção para Bruna. Trocamos meia dúzia de palavras, até ela tentar me beijar. Desviei. “Esther!”. Tinha certeza que ela estava ali, cortei aquela conversa e deixei Bruna para trás.

– Ei, morena! Cadê a baixinha? – Manuela perguntou, com Dani ao seu lado.
– Não sei… – Menti, desconversando – Vou me aquecer! – Fui ao encontro do meu time.

O primeiro set, estava tranquilo. Eu alternava nos saques, atenta à Bruna, que me rodeava que nem urubu.

Assim acabou o primeiro set, Dani me trouxe uma garrafa de água.

– Ainda bem que essas meninas são ruins. Você não está concentrada! – Falou atenta.
– Laís, não saca direito, e Amanda, mantém o seu peso somente numa perna. Então, é fácil adiantar os saques delas. – Desconversei.
– Por que aquela garota não para de te encarar? – Daniele comentou, observando, para onde estava indo a minha atenção.

Olhei para arquibancada e pisquei para as meninas, respondendo a loira.

– Ela não resiste a minha beleza! – Sorri sarcasticamente.
– Palhaça! – Riu suavemente – Ganha essa hein, não da mole! – Piscou, retornando para junto das meninas.

O segundo set, foi um pouco mais movimentado, mas ganhamos. Fui encontrar com as meninas, Manuela, parecia ter sentado em um formigueiro. Sentei entre as pernas de Esther, após Bruna passar por nós e destilar veneno. Eu só queria um pouco de sossego. Consegui focar na vitória e esquecer as minhas emoções, até receber uma bomba. “Como assim encontro?”. O meu corpo reagiu na hora. Parei de ouvir, ironizando e menosprezando a empolgação delas. Sentei no colo de Dani, sentindo o seu olhar. Ela sabia que tinha algo errado comigo.

***

Na volta para casa, fiquei em silêncio. A minha cabeça parecia querer explodir. O meu pai estava preparando o almoço, como era bom estar no aconchego dele. A sua presença, me trazia segurança. Ele avisou que o almoço estava quase pronto, mandou tomarmos um banho pra descansar o corpo. Peguei um biscoito e fui obedecer. No quarto, estava me sentindo nojenta, acabei tirando as roupas ali mesmo, enquanto Esther, arrumava as suas coisas. Ao retornar para o quarto, peguei em flagrante, mexendo nas minhas coisas, recordando o episódio mais cedo, no vestiário.

– Agora deu de mexer em minhas coisas?! – Questionei.
– Ai, que susto! – Arqueei  a minha sobrancelha – Não me olhe assim! Só estava recolhendo as suas roupas, você sabe que a sua mãe, odeia que você as deixe por aí! – Justificou.
– Ah, jura? Recolher roupas também vem embutido, a tarefa de fuçar nas mesmas?! – Ironizei, foi mais forte que eu.
– Não seja grosseira! – Disse sentida – Não fiz por mal, só estava recolhendo.

“De novo não!”. Apertei forte as minhas mandíbulas, tentando controlar o meu gênio.

– Desculpa! – Peguei as minhas roupas, e levei ao cesto – Obrigada!
– O que está acontecendo, Mia? – Aproximou tocando o meu rosto.

Precisei disfarçar, o seu toque me arrepiou inteira.

– Não é nada. Sinto muito, não estou sendo a melhor das companhias! – Desconversei.

“Preciso me vestir rápido!”. Pensei angustiada com a reação do meu corpo.

– Não pode ser nada! Você tem agido de maneira estranha, nunca foi tão…
– Tão? – Desafiei a completar a frase.
– Sisuda! – Franziu a testa, pensativa.
– O que foi? – Estreitei os olhos.
– Você está de TPM? – Arriscou.
– NÃO! – Corei – Claro que não! Só ando pilhada com as provas finais e o torneio acontecendo… Enfim, é melhor você ir para o banho! Mamãe, já deve ter chegado.

Ela foi tomar banho, deixando um bilhete sobre a cômoda. Terminei de me vestir, e peguei o papel, fui ao telefone, discando para o número. “Não me lembro disso.”

– Alô? – Aguardei.
– Pensei que não fosse ligar! – Voz suave.

“Bruna!” Desliguei. “Quando foi que ela colocou isso nas minhas roupas?”.

– Quem era? – Meu pai, olhou para o telefone e para mim.
– Ninguém! – Desconversei – Foi engano! – Amassei o papel, colocando no meu bolso.
– Venha almoçar, Esther já desceu. – Chamou.

Apertei as minhas têmporas, indo almoçar. “Preciso me livrar dessa garota!”. Joguei o papel, assim que tive oportunidade.

O almoço foi bom. Estar rodeada das pessoas que amo, até mesmo de Eduardo, me fazia muito bem. Roubei de mamãe, a última garfada da torta, estava uma delícia. Não demorou muito, a campainha tocou. Esther suspirou, indo buscar as suas coisas. Fui ajudá-la.

– Que desânimo, garota! – Provoquei – Ele é seu pai, que eu saiba, não é monstro de sete cabeças. – Tentei fazer graça.

Suspirou, encarando-me.

– Eu sei, é que difícil ficar na casa da minha vó e com ele… É estranho! Parece que eu não faço parte daquela família. – Confidenciou.

Eu entendia perfeitamente. “Nós somos a sua família!”. Pensei. Aproximei, ignorando as reações do meu corpo, abraçando-a forte.

– Os dias passarão rápido, você verá. – Confortei – Assim que Fernando voltar com os ritmos das viagens, você volta! Ai, não escapara dos meus terríveis ataques em massa! – Aproveitei a distração, para lhe fazer cócegas.

– Nãoooo!! HAHAHA… – Fugia como podia de minhas mãos – Para! Não vale! Não estava preparada… – Ela tentou correr, então a joguei na cama, imobilizei as suas mãos e torturei aquela pequena.

Não sei como, mas ela conseguiu soltar as suas mãos, e as infiltrou por baixo da minha camisa. Gelei na hora. “FICA FRIA! FICA FRIA!”. Aproveitando a minha guarda baixa, trocou as nossas posições. O toque de suas mãos em meu corpo, estava causando de tudo, menos cócegas. Consegui prender as suas mãos, a minha respiração estava ofegante. “Ducha fria, agora!”. O meu corpo estava quente, muito quente.

– Chega! – Tentei controlar a minha respiração – Tudo bem! Dessa vez, eu me rendo!

Sorriu vitoriosa, era algo raro, eu me render. Ela continuava sentada em minhas pernas, de repente, debruçou sobre mim, pegando o meu rosto fazendo carinho com o dela. “Acho que vou precisar de um cardiologista”. Ouvia o meu coração bater tão rápido e forte, que parecia explodir. Os meus olhos ficaram presos em seus lábios, despertei com o que disse.

– Eu te amo, minha irmã! – Sorriu.

“Irmã! Irmã! É o que somos afinal”. Engoli seco, pensei tensa, determinada a parar de qualquer jeito todas aquelas sensações.

– Anda, diz? – Divertida.
– Dizer o quê? – Ainda estava atordoada com aquela aproximação.
– Diz que me ama! – Insistiu.

“Amo! Pior que amo! Mas, não como você gostaria…”. Confirmei angustiada. Estreitando os olhos, precisava disfarçar o efeito daquela frase sobre mim.

– Se você está dizendo… – Dei de ombros, começando a entender tudo.
– Besta! – Sorriu – Você não vem? – Chamou.

Permaneci deitada, olhando para o teto. “O que eu faço?”. Respirei fundo, sentindo um aperto em meu peito.

– Estou indo.

***

Passei restante da tarde em meu quarto, deprimida. Havia ligado para Daniele, disse que não iria treinar hoje. Concordou, sabia que ela estava preocupada, mas, como eu poderia dizer a ela, a verdadeira sobre tudo o que eu estava sentindo. Tentei dormir um pouco, foi em vão. Revirei na cama, até resolver tentar manter a minha mente ocupada, procurei estudar.

Já era noite quando mamãe ligou para Esther, queria saber como estava. Sabia da preocupação dela, Beatriz. Aquela mulher era ardilosa demais. Nunca fomos com a cara dela, e era recíproco.

– Vou passar para ela. – Mamãe passou o telefone, piscou.

Apesar da tristeza que se apossou de mim, durante a tarde, ouvir Esther, fez o meu coração aquecer, me trazendo alegria novamente.

– Obrigada! – Ela saiu, dando espaço para nós – Oi, estrelinha!
– Oi, gatinha manhosa! – Sorri, ao ouvir a forma carinhosa que me chamou.

Conversamos por pelo menos, meia hora. Até Beatriz, se pronunciar, e Esther ter que desligar. Nos despedimos.

Entrei na cozinha e mamãe terminava de arrumá-la.

– A megera já deu o ar da graça! – Resmunguei.
– Mia! – Riu – Não seja grosseira, Amélia! – Ralhou com falso desdém – Beatriz é uma mulher…
– Metida? – Completei.
– Complicada! – Sorriu.

O arrependimento bateu forte, por deixar Esther de lado todos esses dias, havia me esquecido daquela bruxa. Sorri com a ideia que me veio em mente.

– Mãezinha linda! – Abracei as suas costas, beijando o seu ombro.
– Ih, eu não tenho dinheiro, não! – Riu, sabendo do meu truque.
– Credo! Eu não tô valendo nada, hein! – Ri – Poxa, cadê o meu crédito nessa praça? – Me fiz de ofendida.
– Fala logo! – Cruzou os braços, arqueando à sobrancelha – Quando você vem com esse papinho, é que está querendo algo. – Encostou na pia.
– É que pensei num jeitinho para alegra a nossa estrelinha! – Sorri marota.

***

Estava ansiosa para vê-la. Perturbei o Michel (motorista da van), para chegarmos mais rápido. Ele resmungava, falando que eu, havia visto um passarinho verde, tamanho o meu sorriso. Fiquei de tocaia, até vê-la, parecia estar procurando alguém. Ri, quando ficou na ponta dos pés para enxergar melhor. Aproveitei e tampei os seus olhos, beijando-lhe a face. Sorrimos.

– Brilha, Brilha, Estrelinha.
Quero ver você brilhar;
Faz de conta que é só minha,
Só pra ti irei cantar…
– Cantarolei em seu ouvido.

Vê-la sorrir aquecia o meu coração. Naquela manhã, a única coisa que importava, era deixá-la feliz. Ela só faltou pular de alegria, quando entreguei o bolo. Beijou o meu rosto, corei na hora. Desejei que aquela manhã passasse devagar, pois iria aproveitá-la ao máximo.

***

Na hora do jogo, tomei posse do colo da minha estrelinha. Só queria curtir o jogo, que estava hilário. Daniele bufava, revirando os olhos, pois as meninas do outro time eram atrapalhadas. Manuela como sempre, era líder de torcida, fazendo alvoroço animando a loira. Senti algumas migalhas caindo em meu rosto. Esther, comia o bolo com gosto, estava entretida com o jogo. Havia um pedacinho de chocolate no canto de sua boca, limpei com meu dedo; ch*pando-o. Pisquei divertida, vendo ela se lambuzar, igual criança. Recebi um beijinho lambuzando em meu nariz e seu cafuné. “Como é bom estar em casa!”. Sorri com essa sensação.

– Ownt, que casal mais fofo! Incesto é pecado, sabia? – Cara debochada.

“Essa garota não dá sossego!”. Pensei irritada, olhando para Bruna e suas amigas.

– Morena… com essa pirralha, você nunca vai conseguir nada! – Sentei – Agora, nós duas… Poderemos nos divertir muito! – Falou próxima da minha boca.

Esther perdeu a calma, empurrando-a, não nego que adorei a sua proteção. Entrei na frente, quando percebi que queria avançar em Esther. A confusão se instaurou. Manu, pulava nas costas de Letícia, quase ri da cena, enquanto Bruna vinha para cima. Percebi o alvo dela, bloqueei o máximo. Foi quando ela consegui romper o bloqueio e atingir o rosto de Esther.

Quando dei por mim, estava sendo tirada de cima de Bruna, com Esther chorando em minhas costas, pedindo calma. Acabamos na diretoria. A diretora foi severa. Deu a todas as envolvidas, três dias de punição. Não prestei atenção, a minha cabeça estava explodindo. Tive gana de acabar com aquela garota, vendo o seu discreto sorriso, enquanto Esther foi obrigada a pedir desculpas. Se o treinador não estivesse segurando-me pelos ombros, o teria feito. Foi a minha vez de sorrir, vê-la engolir seco e pedir desculpas. Fomos dispensadas sobre aviso. Encontrei com Esther na enfermaria.

– Sinto muito! Foi tudo minha culpa! – Abraçava-me forte, escondendo o seu rosto em meu pescoço.
– Esther, olhe para mim… – Pedi.

Os seus olhos estavam vermelhos, havia chorado. Toquei o seu rosto, olhando o vermelhão nele, aquilo me entristeceu, acariciei o local.

– Jamais irei permitir, que alguém, toque em você desse jeito novamente! – Envolvi o seu rosto com minhas mãos e beijei – Beijinho para sarar! – Pisquei, afirmando a minha promessa.
– Ei! E eu?! Também estou toda desgrenhada aqui, e ninguém vem fazer promessa de proteção! – Manuela reclamou.

Dani riu divertida, nos olhamos, enquanto ela abraçou Manu. O treinador chamou, e conversamos a respeito de como montaríamos os times.

Passei o resto da manhã sobre os cuidados de Esther, era engraçado vê-la com tantos: “Mia faça isso! Mia, põe gelo nessa mão, garota! Mia? Mia, você está bem?”. E eu só respondia com: “Sim, mamãe! Ok, mamãe!”

Parei na porta de casa, e respirei fundo. “É hoje!”.

– Agora, vamos ter uma conversa muito esclarecedora, Amélia! – Minha mãe estava sentada, tomando seu o café, olhando-me séria.

 

“As lágrimas são o mais vivo do sentimento, porque são o destilado da dor; são o mais encarecido dos louvores, porque são o preço da estimação; são o mais efetivo da consolação, porque são o alívio da natureza.”

Padre Antônio Vieira

 

Continua…

Fim do capítulo

Notas finais:

Meninas e ai gostaram da visão de Mia? Demorei um pouco para postar, pois estava trabalhando com algumas cenas mais avançadas, aproveitando a onda de inspiração. rs


Então, meninas, quando montei a cena de Mia, que percebi um pequeno erro na ordem cronológica, desde já peço mil desculpas, fiz uma alteração sobre a data do aniversário de Esther (cap2). Gosto de fazer citações para vcs terem uma noção do tempo, e gosto muito de HP, mas falhei ao não verificar a data de lançamento no Brasil. O que não atrapalha em nada o andamento das coisas, apenas uma correção. Então mais uma vez peço mil desculpas por isso, corrigi antes de postar esse cap. 


Espero a compreensão de vcs, pois a autora que vós fala anda perdida no tempo tmb rs. Maravilhosa semana para vcs, até o próximo cap.

 

Meninas, eu procurei muito até achar um "timbre semelhante" ao que imagino para Mia, dando os devidos créditos pelo vídeo, para cantora (Yasmin Silva). Espero que gostem ;)

Música: https://www.youtube.com/watch?v=CPZ2vZjIS-M


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Comentários para 7 - Capítulo 7:
Runezinha
Runezinha

Em: 13/06/2018

Minha SemiDeusa (Dani) vai sofrer ja to vendo!! ... 

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rhina
rhina

Em: 12/06/2018

 

Confusa. .....

Mia gosta de fato da Esher......mas demostra um carinho e atenção acentuada para Dani. ....

Rhina

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Ana_Clara
Ana_Clara

Em: 09/12/2015

Por mais que a Esther diga e ache que o amor que sente pela Mia seja amor de irmã,  pra mim ela está redondamente enganada. É claro que é meio complicado, mas está na cara que ela tbem ama a Amélia como mulher. Bom, ela ainda é praticamente uma criança, mas logo vai descobrir o que sente. Espero que esse processo aconteça de maneira natural, sem muito dramada. rsrs


Resposta do autor em 09/12/2015:

:)

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Vih_Benic
Vih_Benic

Em: 10/11/2015

Que idade tem as duas atualmente????? 


Resposta do autor:

Com a correção, Dani, Mia e Manu tem 14, Esther fara 14 em dezembro

Responder

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Vih_Benic
Vih_Benic

Em: 10/11/2015

Que idade tem as duas anualmente??? 

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Mag Mary
Mag Mary

Em: 09/11/2015

Ah adorei esse capítulo com a visão da Mia, quero mais rsr

Bjus


Resposta do autor:

Que bom que gostou! Estou finalizando  a segunda parte hahaha e a coisa está começando a esquentar hahahaha surprise ;)

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graziela
graziela

Em: 09/11/2015

Adorei a visão da Mia. 


Resposta do autor:

Fico feliz que tenha gostado ;)

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