-- Vovó? -- Agatha gritou já correndo em sua direção assim que avistou a avó ao sair do carro.

-- Minha pequeninha. -- Regina disse sorrindo alegre enquanto abraçava apertadamente a neta.  -- Eu estava com saudades meu amor. -- Confessou e deu vários beijos em Agatha.

-- Eu também, vovó. -- Sorriu olhando a senhora a sua frente. -- Cadê o vovô?

-- Está lá dentro na sala, querida. 

-- Vou lá. -- Disse já se dirigindo para dentro da casa em uma carreira.

-- Cuidado, filha. -- Samantha advertiu sorrindo. -- Oi mãe. -- Continuou dando um beijo e um abraço na mãe, que a recebeu com carinho. -- Tudo bem por aqui? -- Indagou ao afastar-se.

-- Tudo bem sim filha. -- Declarou sorrindo. -- Sua irmã está aí também.

-- Hum... Ainda não falei com ela hoje. Afinal, onde ela estava? -- Samantha quis saber.

-- Ah, ela passou o dia na casa da Cida, ela...

-- Da Cida, a minha Cida? -- Samantha estava surpresa. -- Mas o que que ela estava fazendo lá? E desde quando ela passa os dias na casa da Cida? -- Indagou curiosa e Regina riu, também tinha ficado surpresa quando soube e na verdade ainda estava tentando entender.

-- Não sei... Alex disse que foi a Cida quem convidou. -- Avisou. -- Ela está toda alegre desde que chegou.

-- Ela é alegre sempre mãe. -- Samantha notou sorrindo.

-- Não filha, ela está alegre sim, mas um alegre diferente sabe, ela está escondendo algo... Eu sinto. -- Regina declarou fitando Samantha.

-- Tipo o que mãe?

-- Ah não sei... Um namorado novo talvez. -- Observou. -- Ou o retorno da Vick. Ah sei lá...

Samantha riu. -- Já perguntou a ela dona Regina?

-- Já! Mas ela não diz nada concreto e muda de assunto. -- Explicou.

-- Ok. -- Samantha suspirou rindo. -- Vamos entrar, quero ver isso. -- Disse abraçando a mãe pelo ombro e ambas seguiram para a sala. Elas estavam na área da casa.

-- Ah filha e como está a Amanda? -- Regina perguntou lembrando.

-- Bem, mãe. -- Samantha sorriu a olhando. -- Muito bem. Terá alta amanhã.

-- Já? Ah que notícia ótima, filha.

-- Sim. Mãe, depois quero conversar com a senhora. Vou viajar com a Amanda para Florianópolis amanhã.

-- Viajar? Como assim?

-- Depois te explico, viu?

-- Grandona! -- Alexsandra disse com um grande sorriso nos lábios assim que a viu.

-- Olha aí. -- Regina notou. -- Eu disse que ela estava alegre demais. -- Proferiu olhando Alexandra aproximar-se e logo abraçar Samantha.

-- Ah dona Regina, a senhora devia era estar feliz por sua filhinha está feliz. --  Alexsandra disse a olhando depois de desvencilhar do abraço.

-- Mas eu estou filha, apenas queria saber o seu motivo de estar feliz. -- Regina explicou-se calmamente e ambas as filhas sorriram.

-- Só tenha mais um pouquinho de paciência mãe, e logo saberá, pode ser? -- Alexsandra pediu.

-- Fazer o que? -- Proferiu e logo foi beijada pela filha mais nova.

-- Logo saberá dona Regina, logo todos saberão. -- Afirmou sorridente.

-- É, vejo que a coisa é realmente muito boa, você está radiante. -- Samantha notou olhando a irmã sorrindo.

-- Si, estou radiante... -- Confessou e pensou em Laila, sorriu facilmente lembrando das horas que passaram juntas.

-- Olha a cara de idiota dela, mãe. -- Samantha disse rindo e levou um tapa de Alexsandra.

-- Grandona! -- Murilo disse ao vê-la.

-- Tio. -- Agatha logo gritou também o vendo.

-- Pequenina... -- Murilo disse já posicionando-se. -- Pronta?

-- Tô! -- Disse e começou a correr em direção ao homem, ambos sorriram. Murilo a pegou no colo e a jogou para cima e logo a aparando de volta em um abraço carinhoso. Samantha os olhava balançando a cabeça negativamente enquanto tinha a mão direita sobre o colo.

-- É nessas horas que eu torço pra Agatha crescer rápido. -- Samantha revelou ainda os olhando nervosa. Regina e Alexsandra riram divertidas.

-- Filha, seu irmão jamais derrubaria sua filha, fica calma e também já devia ter se acostumado. -- Regina proferiu.

-- Nunca vou me acostumar, mãe! -- Samantha revelou a olhando séria.

-- Compreendo. -- Sorriu.

-- Tudo bem grandona? -- Murilo indagou a abraçando com carinho e lhe dando um beijo no rosto.

-- Estou sim. -- Sorriu o recebendo também com carinho, amava sua família, e muito. -- E com você? -- Investigou o olhando sorrindo.  

-- Bem... -- Respondeu incerto.

-- Já vi que não muito bem... -- Samantha notou. -- Cadê a Jack?

-- Ah ela foi passar o dia com os pais dela e ainda não voltou. -- Murilo desviou o olhar triste.

-- Murilo, você não pode ficar brigando com a sua esposa por minha causa. -- Samantha observou sentida.

-- Sam, você é minha irmã poxa, e não é só por sua causa... Ela casou comigo sabendo quem eu era, quem minha família era e é, agora fica te ofendendo, ah isso eu não posso aceitar. -- Disse revoltado e triste.

-- Ela falou mais alguma coisa depois daquele dia na piscina?

-- Não, ela não disse e nem desdisse...

-- Não conversaram?

-- Conversamos, mas eu sinto que ela pediu desculpas da boca pra fora, só por pedir mesmo. E agora ela fica irritada por qualquer coisa. Hoje de manhã eu só comentei que você deveria passar o dia no hospital com a Amanda e ela se irritou, disse que eu só pensava em você e numa desconhecida, que não ligava mais pra ela... Ah eu gritei com ela e ela foi pra casa dos pais dela.

-- Murilo, ela precisa de um tempo, ninguém muda de uma hora pra outra, entenda. -- Samantha explicou. -- Além do mais ela está grávida, os hormônios estão a flor da pele, essas explosões de sentimentos é normal, você precisa ter paciência com ela.

-- Ah está sendo meio difícil, eu sempre falo de você, te todos, e se ela ficar irritada toda vez que eu comentar algo?

-- Ela não vai ficar pra sempre irritada, os sentimentos variam, você precisa ter calma, deixe ela sozinha, pensar, ela vai te procurar e se não o fizer o faça você depois de um tempo, tem que ser em conjunto. -- Samantha explicou calmamente. -- Já falou com ela depois que ela saiu?

-- Não... ah ela quem resolveu ir. -- Deu de ombros e recebeu um olhar reprovador de Samantha. -- Tá eu vou tentar ser mais paciente.

-- Comece ligando pra ela, pergunta se está bem, se quer que vá busca-la, poxa, cadê aquele homem carinhoso e cavalheiro que era? -- Samantha indagou sorrindo e ele também riu.

-- Está aqui! -- Sorriu.

-- Ótimo. E o que está esperando? -- Samantha investigou sorrindo.

-- Tá eu vou ligar. -- Disse já pegando o celular.

-- Vai lá. -- Samantha proferiu o olhando afastar-se delas.

-- Grandona tu é demais. -- Alexsandra disse contente. -- Eu tentei e ele nem aí pra mim. -- Confessou.

-- É filha ele estava triste desde cedo. -- Regina observou.

-- Mas eles vão se resolver vai ver. -- Samantha disse sorrindo enquanto completava o restante do caminho e alcançava o pai que assistia algo na TV. -- Oi. -- Disse e o beijou no rosto carinhosamente.

-- Hum, pensei que não viria falar com esse velho. -- Disse fazendo drama e todas riram.

-- Deixa de drama senhor Henrique. -- Samantha disse rindo, já estava sentada ao lado dele, a irmã e a mãe no outro sofá ao lado.

-- Vovóooo? -- Agatha chamou aparecendo de volta a sala correndo.

-- O que foi meu amor?

-- Cadê o Esnobel? Eu não tô achando ele. -- Confessou tristinha.   

-- Não sei meu anjo, ele, às vezes, se esconde mesmo. -- Explicou a olhando. -- Mas logo ele vai aparecer, tenha calma. -- Sorriu tentando animar a neta.

-- Meu amor, vem cá com a mamãe. -- Samantha a fez sentar em seu colo. -- Filha precisamos conversar. -- Proferiu a olhando séria.

-- Hiii, quando a senhora fala assim é porque vai falar alguma coisa que eu não gosto ou brigar comigo. -- Disse espontânea fazendo todos rirem.

-- Não, filha. -- Samantha falou rindo. -- Dessa vez a mamãe não vai brigar, nem nada do tipo, prometo.

-- Ah, assim tá bom. -- Sorriu e ganhou um beijo carinhoso da mãe.

-- Filha, amanhã eu e você vamos na delegacia...

-- Delegacia? Fazer o que? -- Henrique indagou curioso, seguido da esposa e de Alexsandra.

-- Calma, vou explicar... -- Samantha contou o que havia acontecido pela manhã surpreendendo a família. -- E foi isso, a Agatha precisa depor, e eu também, suspeito de uma coisa, mas preciso confirmar. -- Samantha disse lembrando de Paulo e logo sentiu uma raiva tremenda do ex-funcionário do hospital.

-- Suspeita de que, Sam? -- Alexsandra indagou curiosa.

-- Sabe o Paulo?

-- Sei, você demitiu ele, e bem feito era um vadio mesmo e ainda se achava. -- Alexsandra declarou.

-- Tá eu disse umas verdades pra ele, ele me ofendeu eu dei um soco nele...

-- Espera. Dessa eu não sabia. -- Alexsandra disse surpresa. -- Tu acertou aquele idiota? -- Indagou já rindo.

-- Sim.

-- Que nem diz a Samanthinha, maneiro! -- Alexsandra disse rindo. -- Bem feito!

-- Sim, enfim... -- Samantha suspirou. -- Ele ficou furioso e acho que quis descontar o soco sofrido o ego ferido, sei lá... Acho que ele está por trás de tudo isso que aconteceu. -- Samantha revelou pensativa.

-- Tem certeza filha? -- Regina indagou séria.

-- Infelizmente eu acho que foi ele sim, mãe. O cara lá disse o nome e o descreveu e tudo bate... Mas é como eu disse, preciso ter certeza... Minha vontade é de...

-- Samantha, não! -- Henrique a interrompeu antes que terminasse tal frase e na frente da filha.

-- Eu sei, pai. Desculpe...

-- Mãe e pra que que eu tenho que ir na delegacia? -- Agatha perguntou curiosa.

-- Filha você vai ter que responder tudo o que o delegado te perguntar amanhã de manhã, pode fazer isso? Eu vou estar lá com você, vai ser o Roberto aquele homem que veio aqui.

-- Ah, ele é legal. -- Sorriu. -- Vou responder tudinho, mãe.

-- Que bom meu amor. Eu te amo. -- Samantha a beijou com muito amor.

-- Mãe e a minha escola?

-- Amanhã você não vai, mas só amanhã. -- Avisou.

-- Tá bom!

– E filha, tem mais uma coisa... A mamãe vai viajar amanhã à tarde.

-- Viajar pra onde?

-- É, pra onde filha? -- Regina questionou a olhando, assim como os outros.

-- Filha, mãe... A Amanda vai ter alta.

-- Já? A graças a Deus filha. -- Regina disse e todos comemoraram pela boa notícia recebida.

-- Mas Sam, porque a viajem e pra onde? -- Alexsandra indagou confusa.

-- A Amanda está sendo pressionada pelo pai para ir embora o quanto antes, entre outras coisas. -- Samantha suspirou levemente irritada.

-- Por exemplo? -- Alexsandra quis saber.

Samantha fitou a família e resolveu contar sobre a conversa que tivera com a namorada e o que haviam decidido juntas. Não podia e nem queria esconder nada de sua família. Já havia conversado com Olavo e o mesmo concordara em assinar a alta de Amanda somente para a tarde. Tudo o que mais queria era resolver todas as pendências, tanto as suas quanto as de Amanda com a família dela. Queria ter Amanda a seu lado o quanto antes e ficar curtindo seu namoro e sua amada, queria ser feliz e fazê-la feliz...

-- Credo do pai gente. -- Alexsandra disse revoltada. -- Eu hein, Deus é mais!

-- Filha, ela deve ter sofrido muito esses anos todo... e pelo que disse ela ainda vai sofrer... -- Henrique observou. -- Ela disse que o casamento era de fachada, ela contou tudo pra você? Digo, o motivo?

-- Pai, ainda não conversamos sobre isso, sobre a vida dela, falamos vagamente, mas ela já me deixou claro que o casamento é de fachada, que o Fabrício é apenas um amigo, ele mesmo já me disse isso, a Natelly já falou, enfim... Mas vamos conversar com calma, depois de toda esses problemas resolvidos, eu espero que logo.

-- Tudo vai se resolver filha, vai ver. -- Regina disse calma.

-- Assim espero mãe. Por isso eu vou com ela, ele pediu. Vai ter a conversa com o pai e a família, vai contar tudo. Não vai ser fácil e quero lhe dá o apoio que merece e precisa.

-- Faça isso filha, faça isso... -- Henrique concordou.

-- Cara, eu AMO minha família! -- Alexsandra disse contente olhando os pais e a irmã sorridente.

-- Mãe e eu, onde eu vou ficar? A senhora vai demorar muito? -- Agatha indagou a olhando tristinha e preocupada.

-- Meu amor. -- Samantha a ajeitou em suas pernas. -- A mamãe vai viajar, mas vou te ligar todos os dias, toda hora na verdade. -- Sorriu. -- Espero não demorar meu anjo... E você vai ficar aqui na casa da vovó, com ela com o vovô, com o Murilo, a vovó Glorinha, olha que legal, não acha?

-- É, vai ser legal. -- Sorriu realmente contente com a ideia. -- Mas eu posso dormir no seu quarto? É bem mais legal que no meu. -- Pediu fazendo uma carinha irresistível.

-- Pode. -- Samantha concordou.

-- Ebaaa.

-- Mas comporte-se mocinha, ouviu bem?

-- Sim, eu vou me comportar. -- Avisou.

-- Tem mais. -- Samantha advertiu a olhando sorrindo. -- Hoje você já vai dormir aqui, pode ser?

-- Legal... A senhora vai dormir aqui também?

-- Não meu anjo, eu vou dormir lá em casa. Mas amanhã bem cedinho venho te buscar pra irmos falar com o Roberto.

-- Tá bom.

-- Eu não vou dormir aqui, porque eu ainda vou lá no hospital dá um beijo na Amanda e de lá é mais perto eu ir para a nossa casa, do que vir pra casa da vovó. -- Samantha explicou. -- Entende?

-- Entendo. -- Agatha disse sorrindo.

-- Essa é minha vida. -- Samantha a abraçou e beijou com enorme carinho e amor.

-- Vó eu vou ficar com a senhora e o com o senhor vovô. -- Disse alegre.

-- Vai sim minha pequena. -- Regina disse também contente, amava ter a neta por perto, poder cuidar dela...

-- Esnobel!? -- Agatha gritou ao ver o felino aproximando-se calmamente. -- Ei volta aqui! -- Disse pulando do colo da mãe e correndo atrás do pequeno animal de cor alaranjada, pois o mesmo assustara-se com a euforia da pequena e desviara o caminho.

-- Devagar filha! -- Samantha falou rindo, assim como todos ali presente.

-- Essa Agatha... -- Alexsandra falou ainda rindo. -- Mas me conta, que horas vocês vai sair?

-- Não sei ainda. Amanda ficou de falar com o pai e ver com o Fabricio sobre as passagens. Vamos de ônibus, pois a Amanda não pode viajar de avião ainda.

-- Sei, devido a cirurgia. -- Alexsandra notou. -- Maninha, boa sorte, pois pelo que nos contou, esse tal Carlos não é flor que se cheire. -- Constatou. -- Ah homofóbico dos... Esquece. -- Falou depois de pensar melhor. -- Sinto pela Amanda, deve ter sido difícil.

-- Pois é... Ela me disse que vai sofrer, pois tem certeza que o pai não vai aceita-la. -- Samantha disse sentida pela namorada.

-- E ainda assim está disposta a contar tudo? -- Henrique perguntou.

-- Está, pai. -- Samantha sorriu feliz. -- Ela me ama, e vai ficar comigo, o pai aceitando ou não nosso namoro... E eu estou disposta a fazê-la a mulher mais feliz desse mundo. -- Advertiu emocionada olhando os pais e a irmã.

-- Temos certeza que sim filha. -- Regina disse feliz por Samantha.   

-- O jantar está servido. -- Dona Gloria disse chegando à sala. -- Chega e nem vem dá um oi pra essa velha senhora né dona Samantha? -- Disse fingindo estar sentida.

-- Oh senhorinha revoltada. -- Samantha levantou-se e foi até a sua segunda mãe. -- Me desculpa Glorinha, é que eu fiquei por aqui, mas juro que já estava quase indo lá te dar esse beijo. -- Disse e a beijou com amor, logo em seguida a puxou para um abraço apertado. -- Te amo minha querida, muito.

-- Eu também te amo filha. -- Disse sincera a olhando sorrindo. -- Vai jantar conosco?

-- Vou sim, não resisto a sua comida. -- Sorriu.

-- Bem, vamos todos. -- Henrique disse levantando-se e logo todos estavam sentados à mesa de jantar.

 

* * * *

 

-- Oi filha. -- Lúcia disse entrando ao quarto acompanhada de Natelly, Carlos e Fabrício.

-- Oi, mãe. -- Amanda disse a fitando.

-- Oi, boa noite. -- Lúcia disse para a mulher que arrumava a mesa bandeja com o jantar de Eloá.

-- Boa noite, senhora. -- A mulher disse contida, mas simpática. -- Querem que eu providencie o jantar de todos? -- Completou e sorriu.

-- Oh não. Muito obrigada. -- Lúcia agradeceu. -- Nós estamos vindo da lanchonete, já comemos, não se preocupe. -- Sorriu explicando.

-- Sendo assim, com licença. -- Disse e em seguida dirigiu-se a saída.

-- Obrigada. -- Amanda agradeceu a mulher sorriu e saiu.

-- Tudo bem, mãe? -- Natelly indagou aproximando-se dela.

-- Sim, filha. -- Afirmou ainda sorrindo e pegando a mão da filha. -- Porque?

-- Não, não... Por nada. -- Sorriu contente. Pelo visto estava tudo bem entre a mãe e a médica.

-- Fabrício, eu preciso falar com você. -- Amanda proferiu começando a degustar seu jantar. -- Hum... Mas antes eu preciso dar uma notícia a vocês. -- Sorriu com certo nervosismo enquanto largava o talher e encarava o pai.

-- O que foi filha? Está meio assim. O que aconteceu? -- Lúcia indagou preocupada.

-- Não aconteceu nada de mais mãe, não se preocupe. -- Sorriu tentado tranquilizar a mãe e a si mesmo.

-- E qual é a notícia? -- Carlos investigou já impaciente.

-- Pai... A Samantha concordou em eu viajar.

-- Ótimo, filha! -- Carlos proferiu com um enorme sorriso de contentamento.

-- Mas, ela vai junto! -- Amanda complementou e logo viu o sorriso do pai se desfazer.

-- O que? -- Indagou meio exaltado. -- Como assim vai junto?

-- Pai, foi a condição que ela deu. Ou eu vou acompanhada de um médico ou não vou. -- Amanda falou séria o encarando decidida. -- Simples assim. -- Disse não contendo o riso de felicidade que tinha.

-- Quem essa... mulherzinha pensa que é, pra está exigindo assim?

-- Pai, ela é a pessoa que me salvou a médica que cuidou e ainda cuida de mim. -- Amanda disse começando a irritar-se com o pai. -- Portanto, tem o direito de exigir o que quiser. E ela está preocupada com o meu bem estar, coisa que o senhor não está fazendo.

-- Olha lá o que você fala, Eloá. -- Carlos disse irritado.

-- Não, pai. -- Amanda disse aumentando o tom de sua voz. -- Eu disse a verdade e já está decidido, ou o senhor aceita sem reclamar que a Samantha vá com a gente ou eu não vou. -- Declarou o olhando convicta.

Carlos a olhava surpreso, admirado e extremamente irritado, a filha não o olhava mais como antes, não aceitava mais as suas opiniões, seu mandato. Percebeu que Eloá tinha ganhado uma coragem, uma força, e principalmente autoconfiança que, nunca vira antes em seus olhos, expressão...    

-- Filha...

-- Se for ofender a Samantha ou dizer algo contra o que eu já disse, esquece pai. Eu não vou mais mudar de ideia. -- Amanda disse o interrompendo. -- O senhor queria que eu fosse não é? Pois então, eu vou. Mas segundo a Samantha, eu só vou ter alta e viajar se ela for junto, por segurança. -- Revelou calmamente olhando Carlos ao lado da cama. -- Essa foi a condição dela e eu aceitei!

-- Mas você tinha que ter falado comigo antes, Eloá. -- Carlos afirmou um pouco mais calmo, tentando esconder a sua aflição e raiva.

-- Pra que? Pai, eu sou maior de idade e posso muito bem tomar as minhas próprias decisões. -- Amanda sorriu, parecia ironia. -- Agora sim, eu sei que posso tomar minhas próprias decisões pai, agora sim... -- Sorriu pensando em Samantha, apenas pensar em seu amor lhe dava forças mais que suficiente para enfrentar tudo.  

-- Mas filha...

-- Carlos! -- Lúcia resolveu intervir. -- Quer parar de ficar colocando empecilhos nas decisões da nossa filha. Já chega, né? Você não quer que ela vá? Ela vai e pronto! -- Disse em apoio a filha. -- O que que tem de mais em uma médica a acompanhar? Pelo contrário, será muito melhor e mais seguro. Homem, pelo amor de Deus, deixa de paranoia e agradeça que nossa filha estava e está sendo bem tratada aqui nesse hospital.

-- É vovô, será bem mais seguro pra mamãe. -- Natelly resolveu se manifestar em apoio. Fitou a mãe e sorriu.

-- Obrigada mãe, filha... -- Amanda proferiu sorrindo.

-- E se ela não for? -- Carlos indagou num fio de voz olhando Amanda.

-- Eu não vou! -- Amanda respondeu de pronto o olhando séria. Observou que Carlos respirou fundo a encarando sério. -- Eu terei alta amanhã à tarde e...

-- Amanhã? Já? -- Carlos indagou surpreso. -- Não seria terça? Isso se estivesse bem.

-- Sim, mas já estou me recuperando rápido e como o senhor quer porque quer que eu vá para Florianópolis, Samantha disse que eu já posso ter alta amanhã, mas ela só permitirá a minha alta e principalmente a viagem se ela me acompanhar. -- Amanda explicou novamente. -- Vai querer que eu fique aqui no hospital mais dias ou aceitar que a Sam...

-- Está bem, está bem. -- Carlos rendeu-se, pois percebeu que não tinha muitas opções. -- A médica pode ir junto. -- Declarou e logo viu Amanda sorrir contente.

-- Obrigada, pai. -- Agradeceu, estava feliz.

-- Viu? Nem doeu. -- Lúcia disse aproximando-se do marido e fazendo um carinho com sua mão esquerda no ombro dele. Carlos a olhou, mas não disse nada. Eles foram interrompidos por duas batidas na porta e logo observaram a entrada de Marina.

-- Olá... -- Disse sorrindo. -- Boa noite. -- Disse e logo todos responderam. Marina aproximou-se da amiga e logo lhe deu um beijo no rosto. – Trouxe uma surpresa pra você. – Declarou sorrindo.

-- Hum... – Balbuciou, pois estava de boca cheia. -- Ah é? E cadê? -- Amanda perguntou curiosa depois de engolir o alimento.

-- Vou buscar. -- Sorriu e voltou para a porta a abrindo.

-- Eu não acredito! -- Amanda sorriu surpresa e feliz ao ver Caroline entrando toda sorridente no quarto. -- Cá... Ai que surpresa maravilhosa... Vem cá, me dá um abraço, um beijo. -- Amanda pediu já de braços abertos e um sorriso feliz nos lábios. Caroline aproximou-se e a abraçou forte, estava com saudades da amiga e os dias sem notícia dela tinha sido preocupantes, angustiantes...

-- O que essa... -- Carlos proferiu baixinho olhando Lúcia que, o interrompeu extremamente séria.

-- Fica quieto, Carlos. Elas são amigas, é normal que a Carol esteja com saudades e preocupada com a nossa filha oras, todos nós estávamos.

-- Está bem... -- Carlos voltou a fitar a filha e Carol, estas já haviam desfeito o demorado abraço.

-- Boa noite gente. -- Caroline proferiu olhando a todos.

-- Boa noite querida, que bom que pode vir. -- Lúcia disse sorridente e cutucou o marido levemente e logo este disse um “Boa noite” forçado.  

-- Porque não disse que vinha, Cá?

-- Ah eu queria fazer uma surpresa. -- Carol disse olhando Amanda sorrindo.

-- Eloá ela fez surpresa pra todos. Eu estava no hotel tentando dormir e ela me aparece batendo na porta. Eu fiquei uns dois minutos a olhando sem acreditar. -- Marina disse rindo.

-- Foi sim. E olha que nos falamos por celular e ela nem desconfiou de nada eu até perguntei se estavam hospedados no mesmo hotel que você tinha ficado. -- Caroline explicou rindo. -- Mas me conta linda, como você está? Quando vai ter alta? -- Caroline indagou agora um tanto séria.

-- Estou ótima Cá e vou ter alta amanhã. -- Amanda falou feliz.

-- Já? Mas isso é ótimo meu anjo.  -- Caroline sorriu eufórica. -- E quando vamos voltar pra Floripa?

-- Amanhã mesmo. -- Amanda revelou para a surpresa e felicidade da amiga.

-- Maravilha. -- Disse Caroline feliz. -- A Mary me contou que uma tal de Samantha te socorreu.

-- Foi sim. Não lembro como foi, mas foi ela. Acordei aqui no hospital e dei...

-- De cara comigo né amor? -- Fabrício disse a interrompendo, percebera que Amanda contava com tanta empolgação a história que não se deu conta que estava quase revelando a real história do acidente. Amanda o olhou agradecida, pois percebera a gafe que estava preste a cometer.

-- Foi sim, Fá. -- Sorriu grata. -- Eu acordei e o Fabricio estava do meu lado. -- Amanda disse olhando Caroline e, esta, por já estar um tanto a par do assunto, sorriu em entendimento.

-- Ai que bom Eloá. Nossa eu fiquei muito preocupada, todos nós ficamos. Você não aparecia, foi uma semana angustiante.

-- Verdade Carol! -- Lúcia concordou com a mulher loira. -- Você não faltou seu trabalho pra estar aqui não, né? -- Investigou.

-- Não dona Lúcia, estou de folga esses dias e como não aguentei de saudades eu resolvi vir e ver com meus próprios olhos se ela estava realmente bem. -- Sorriu olhando Amanda contente. -- E agora pude ver o quanto ela está bem, excelente na verdade, tem um brilho e uma felicidade no olhar. -- Constatou e ficou extremamente feliz por Eloá. Era notável a felicidade que estava em Amanda, nos olhos, nos sorrisos, nela.

-- Estou feliz mesmo Cá. Estou viva. -- Sorriu, pois agora sabia realmente que estava viva e queria viver muito mais e ao lado da mulher que tanto amava.

-- Ah agora eu lembrei. Lembranças do povo lá do batalhão, mas só dos amigos. -- Caroline advertiu rindo e Amanda riu também. – E da mamãe também. Do povo do meu prédio e da sua empresa e do café que você vai sempre... é acho que é isso. -- Carol fez cara de pensante, sorriu. -- Ah tem o do restaurante.

-- Todas essas pessoas sabem que ela sofreu um acidente? -- Carlos indagou surpreso. -- Quem deu permissão pra você sair contando tudo por ai pra qualquer um? -- Indagou irritado.

-- O que? -- Caroline indagou indignada. -- Eu não sai contando pra ninguém. As pessoas não são idiotas e as notícias correm. E pra sua informação quem disse algo lá na empresa foi o senhor e não eu. O senhor da com as línguas nos dentes e quer que eu arque com as consequências? Não mesmo!

-- Pai quer parar de pôr a culpa nos outros? O senhor disse o que na empresa?

-- Ah nada de mais. Comentei com algumas pessoas do seu desaparecimento, ah eu estava preocupado filha.

-- É e essas pessoas saíram espalhando e logo todos ficaram sabendo. E vem agora botar a culpa em mim? Ah vai pra...

-- Caroline Magalhães! -- Amanda a interrompeu sorrindo. – Não, por favor! -- Pediu.
Caroline respirou fundo e a olhou, sorriu. -- Ok.

-- Pai peça desculpas. -- Amanda pediu o olhando séria.

-- Eu? Pra que?

-- Como pra que? Pai o senhor foi injusto com a Cá, peça desculpas, hum?

-- Carlos... -- Lucia o incentivou.

-- Tá... Desculpa! -- Pediu contrariado.

Caroline o olhou e balançou a cabeça levemente em forma negativa e sorriu incrédula. Carlos não tinha jeito a seu ver.

-- Mãe e quando nós vamos pra Casa?

-- Ah sim... A Samantha disse que eu vou ter alta a tarde. E se já tivermos as passagens compradas podemos ir amanhã mesmo. Fá, era sobre isso que eu ia falar com você. Pode comprar as passagens de todos? Ou vocês vão querer ir de avião?

-- Posso sim amor. -- Fabrício afirmou sorrindo. -- E eu vou de ônibus com você.

-- Eu também vou. -- Natelly declarou.

-- E eu! -- Marina disse levantando a mão e encarando Carlos rindo. Este apenas desviou o olhar a fazendo rir mais ainda.

-- Fechou. Eu também volto de ônibus.

-- Tá bom a penca toda vai de ônibus. – Carlos constatou exaltado. -- Fabricio compra logo as passagens amanhã bem cedo.

-- Com todo prazer sogrinho. -- Fabricio disse contente.

-- Fá, compra a da Samantha também.

-- E porque ela não compra?

-- Pai! -- Amanda gritou o repreendendo.

-- Carlos! -- Lúcia disse ao mesmo tempo que a filha.

-- Calma eu só quis saber. Tudo bem, compra a da médica também.

-- É o mínimo né pai? -- Amanda disse irritada com as atitudes do pai.

-- Amanhã bem cedo eu já compro... Ei que horas eu marco?

-- Duas ou três da tarde. As três, é melhor! A Sam ainda vai ter que resolver umas coisas.

-- Tudo bem, marque para as três.  

-- Filha e o que tanto você e aquela mulher conversaram? Demoraram demais. -- Carlos não conteve- se de tanta curiosidade.

-- Carlos pelo amor de Deus! -- Lucia disse envergonhada diante da postura do esposo.

-- O que que tem demais em saber o que a nossa filha conversou?

-- Pai, conversamos sobre muita coisa. -- Disse lembrando dos momentos que passaram juntas. -- Falei que o senhor queria que eu fosse logo e ela ficou chateada, eu expliquei e ela aceitou somente com a condição que eu já disse, a de ir junto. -- Amanda falou calmamente o olhando. Não era totalmente tudo mentira, pensou. -- Foi só e depois ficamos conversando coisas corriqueiras... Nada demais.

-- Hum... -- Carlos balbuciou a olhando tentando decifrá-la. -- Tudo bem.

-- Então tia... que horas chegou?

-- Ela não é sua tia, Naty. -- Carlos advertiu sério.

-- Ah vô eu sempre chamei ela assim e não vai ser agora que eu vou parar.

-- Carlos já está na hora de irmos pro hotel. Chega de falar besteiras por hoje.

-- Está cedo... E quem vai ficar com a Eloá? Essa daí de novo? -- Se referiu a Marina.

-- Papai! -- Amanda disse perdendo a paciência. -- O senhor vai sim pro hotel e ver se se acalma.

-- Está me expulsando, Eloá?

-- Não. Estou sugerindo que vá antes que eu o expulse de verdade. -- Disse sincera. -- É melhor o senhor ir...

-- Mas filha...

-- Nada de mas, vai pai! -- Amanda disse em voz elevada. -- Vai ser melhor...

-- Vamos, Carlos. -- Lucia o chamou.

-- Eloá eu sou seu pai... você nunca me desrespeitou, mas agora...

-- Pai não estou lhe desrespeitando... Agora saia por favor. – Disse afastando o prato para o lado, havia perdido a fome.

-- Vamos Carlos... -- Lúcia disse o puxando pelo braço. -- Tchau e boa noite pra

vocês.

-- Mãe? -- Amanda a chamou abrindo os braços e sorrindo. Lúcia foi até ela e a abraçou forte e a beijou com muito carinho.

-- Fica com Deus meu amor.

-- Vai com ele, mãe. Não se preocupe estou bem e está tudo bem. -- Sorriu a olhando nos olhos.

-- Que bom filha, que bom... Boa noite. Tchau Naty. -- Disse e beijou a neta. -- Boa noite Marina e Carol, Fabrício.... Ué cadê? -- Indagou por não ver mais o marido no quarto.

-- Saiu zangado quando a senhora estava abraçando a mamãe. -- Natelly avisou.

-- Oh senhor dai-me paciência. -- Lúcia pediu olhando para cima em suplicar, respirou fundo e saiu sob risos dos demais.

-- Eloá do céu vai falando e fala TUDO! -- Caroline disse assim que a senhora saiu. E logo todos riram com vontade.

-- Calma aí loira. -- Marina disse rindo da amiga. -- Eu não te falei quase tudo?

-- É mas foi muito rápido e eu quero os detalhes e da boca da Eloá. -- Advertiu a olhando sorrindo. -- Vai mulher conta tudo e não me esconda nada. Nem os detalhes sórdidos. -- Riu. -- Naty linda, tape os ouvidos. -- Disse e todos riram com vontade.

-- Ah não! Também quero saber dos detalhes sórdidos. -- Confessou rindo.

-- Que seja. -- Caroline disse sentando-se ao lado de Amanda na cama.

-- Vai Eloá, conta logo de uma vez. -- Marina incentivou. -- Essa daí foi me tirar do sono maravilhoso em que eu estava só pra me arrastar pra cá. -- Marina disse contrariada e jogou-se no sofá. -- Vou tirar mais um cochilo.

-- Ah, não reclama te deixei dormir umas meia hora a mais do que você prometeu acordar e eu queria ver a minha amiga. -- Caroline explicou-se. -- Pra você tudo bem não vir logo, já tinha a visto.

-- Ok, eu mereci ouvir essa. -- Marina confessou olhando Caroline sorrindo.

-- Merecia sim.

-- Meninas, por favor, querem parar de discursão?

-- Ok, parei. -- Marina proferiu.

-- Eu também. -- Caroline declarou. -- Sério Eloá, me conta, quero saber o seu ponto de vista disso tudo. Realmente ama essa Samantha? -- Caroline indagou calma.  

-- Sim, Cá, eu a amo e muito, muito mesmo.

Amanda relatou com calma o que havia acontecido desde quando acordou e viu Samantha pela primeira vez, contou sobre os momentos que passou na casa da morena, sobre Agatha, sobre as pessoas que conhecera... Contou o que lembrava, mesmo as lembranças ainda vagas que tinha, esforçando-se para lembrar-se logo de tudo. Caroline por sua vez a ouvia surpresa e feliz pela amiga, uma vez ou outra vazia uma observação ou pergunta e Amanda respondia com toda paciência, entre sorrisos e risos de todos ali presentes.

-- Eloá... -- Caroline estava extremamente surpresa com a rapidez de como tudo havia acontecido entre ela e Samantha, mas estava maravilhada e muito, muito feliz pela felicidade da amiga. -- Sei nem o que dizer... Não, eu sei, seja feliz, vai fundo! -- Disse empolgada. -- Ah eu quero conhecer essa Samantha.

-- Eu tenho fotos dela...

-- Eu quero ver, cadê? -- Caroline a interrompeu ansiosa. -- Cadê?

-- Calma, mulher. -- Amanda disse rindo enquanto pegava o celular e abria a galeria de fotos. -- Olha...

-- Me dá aqui. -- Caroline pegou o aparelho. -- Gente... Que mulher é essa?

-- Ei? -- Amanda fingiu irritação.

-- Com todo respeito claro. -- Caroline disse sorrindo. -- Nossa... Eloá ela é linda e essa é a Agatha?

-- É sim.

-- Gente que coisa mais fofa, linda e muito parecida com a mãe dela. -- Notou olhando as fotos. -- E essas aqui, quem são?

-- Ah, essa ruiva e a Julia e a outra é a Susan.

-- Ah sim... Essa loira de olhos azuis deve ser a Sheila, é?

-- É sim... Eu gostei das fotos e peguei... São pessoas maravilhosas Cá, você tem que ver. -- Amanda declarou sorrindo.

-- São sim. -- Marina concordou. -- Agora mudando de assunto, já está meio tarde e temos que ir para o hotel ainda. -- Lembrou.

-- Verdade, já é dez horas. -- Amanda disse olhando a hora.

-- É sim... Seguinte, quem vai ficar com nossa paciente? -- Marina investigou olhando entre Fabrício, Caroline e Natelly.

-- Eu fico. -- Caroline e Fabrício proferiam ao mesmo tempo e riram.

-- Fá eu fico com ela, posso? -- Caroline perguntou.

-- Por mim... -- Fabrício consentiu sorrindo. -- Ou quer que eu fique, amor?

-- Olha, sinceramente eu acho que nem precisava ficar ninguém, eu estou bem. -- Amanda explicou. -- Mas já que insiste eu aceito que você fique, Cá. -- Sorriu a olhando.

-- Faço questão.

-- Ótimo. -- Marina falou. -- Mas sugiro que durma no sofá. -- Riu lembrando de mais cedo.

-- Ué, e onde mais seria? -- Caroline indagou confusa.

-- Deixa pra lá. -- Disse fitando Amanda rindo. -- Pois é, onde mais seria, né? -- Investigou fazendo uma careta e Amanda riu em entendimento.

-- Não estou entendendo nada.

-- Esquece loira. -- Marina sugeriu e logo escutaram duas batidas leves na porta seguido da entrada de Samantha.

-- Oi... -- Disse sorrindo ao ver de imediato Natelly e Marina. -- Ah... Oi. -- Disse simpática ao ver Caroline em pé ao lado da cama de sua amada.

-- Oi. -- Caroline respondeu a olhando de cima a baixo e constatando o obvio, mas para a loira Samantha era ainda mais linda pessoalmente.

-- Amor, que bom que veio. -- Amanda disse fazendo com que Samantha a olhasse e logo um sorriso carinhoso se desenhasse em seus lábios.

-- Eu disse que vinha não disse? -- Proferiu aproximando-se e dando um beijo carinhoso no rosto dela.

-- É, você disse. -- Sorria feliz. -- Sam, deixa eu te apresentar. Essa é Caroline, minha amiga. Cá essa é a Samantha minha namorada. -- Declarou sem conseguir esconder sua felicidade.

-- Muito prazer Caroline. -- Samantha disse sorrindo e estendendo sua mão direita que logo foi aceita pela loira a sua frente.

-- O prazer é meu, Samantha. -- Sorriu sincera. -- Você é linda. -- Disse espontânea ainda segurando a mão da médica. -- Com todo respeito, lógico. Viu Eloá? -- Disse soltando a mão de Samantha e fitando Amanda sorrindo, esta, sorriu também.

-- Ela é linda mesmo, Cá. -- Concordou pegando a mão de sua amada.

-- Você que é... -- Samantha sorriu e a beijou novamente no rosto.

-- Olha gente. -- Caroline sorriu olhando de uma para outra. -- Elas não são belíssimas juntas? Olha só... Mulheres, se vocês pudessem fazer um filho juntas iria está acima do deus grego mais belo do universo, muito acima! -- Caroline disse e todos riram com vontade.

-- Loira? -- Marina aproximou-se dela e a fez olha-la de perto. -- Escuta quem é você e o que fez com a Carol sensata?

-- O que? -- Caroline riu.

-- Desde quando você é de bajulação, hein Magalhães? -- Marina continha-se para não gargalhar da cara confusa de Caroline a sua frente.

-- Mary, tu está doida? -- Investigou e Marina gargalhou.

-- Samantha essa aqui é outra que você terá que aturar. -- Advertiu rindo. -- Mas não se preocupa viu, ela está fora de si no momento, mas logo volta ao normal... Ai, peste. -- Reclamou ao receber um tapa de Caroline. -- Doeu.

-- Bem feito... E para de ficar falando merd* cabelo repique. -- Disse fingindo seriedade. -- Olha Samantha ela é que é a doida não eu. -- Declarou.

-- Sam, amor... -- Amanda disse rindo. -- Essas são minhas amigas, que não sei porque amo tanto. -- Confessou olhando as duas de volta.

-- Ah meu bem isso é fácil. -- Marina proferiu. -- Somos simplesmente amáveis!

-- Entendo... -- Samantha proferiu rindo. -- Amanda, agora eu lembrei, como foi a conversa com seu pai? -- Samantha quis saber.

-- Um pouco tensa... -- Amanda suspirou sentida. -- Mas ficou como combinamos, você vai. -- Disse sorrindo.

-- Que bom, amor. -- Samantha respirou aliviada e muito feliz. Amanda não cedera a vontade do pai. 

-- Olha o papo está bom. -- Marina interrompeu. -- Mas precisamos ir.

-- Verdade. -- Fabrício concordou.

-- É... Você veio pra dormir com ela? -- Caroline perguntou fitando Samantha.

-- Eu queria, mas não vai dar, vou pra casa, tenho que acordar cedo, buscar minha filha na casa dos meus pais e ir na delegacia, ainda tenho que organizar algumas coisa para a viagem... Aliás pra que horas decidiram marcar?

-- Vou comprar para as três, pode ser? -- Fabricio falou.

-- Claro, está ótimo. -- Samantha concordou e olhou Amanda. -- Quem vai ficar com você?

-- Ah hoje vai ser a Cá. -- Marina foi que se adiantou em responder. -- E ela vai dormir no sofá! -- Advertiu rindo e Samantha não pode deixar de rir também.

-- Mas que papo é esse de sofá? Mas é claro que eu vou dormir no sofá? Onde mais seria criatura? -- Perguntou olhando Marina que apenas ria. -- Ele não está aqui pra os acompanhantes dormirem nele?

-- É isso aí, mas alguém quebrou as regras e foi quase morta por um olhar de fúria. -- Marina disse e gargalhou ao fitar Samantha e lembrar-se do momento de tensão que passou pela manhã ao acordar e deparar-se com a médica a olhando com raiva.

-- Caroline, fica tranquila o sofá é para os acompanhantes mesmo, fica à vontade. -- Samantha explicou sorrindo. -- Amor eu queria ficar, mas realmente não vai dar, desculpa.

-- Sam, eu entendo. Vou ficar bem. -- Sorriu.

-- Bem... Nós vamos indo. -- Fabrício manifestou-se.

-- Tchau mãe. -- Natelly disse e aproximou-se lhe dando uma abraço e um beijo carinhoso. -- Até amanhã, te amo. -- Sorriu.

-- Até amanhã filha, e eu também te amo, muito mesmo. -- Sorriu fazendo um carinho no rosto da filha. -- Boa noite... Boa noite, Sam.

-- Boa noite.

-- Tchau linda. -- Marina despediu-se com uma abraço e um beijo também.

-- Boa noite, Eloá. -- Fabricio fez o mesmo e logo saíram.

-- Bem... Eu vou dar uma voltinha e depois eu volto. -- Caroline disse e logo deixou Amanda e Samantha a sós.

-- Gostei dessa sua amiga. -- Samantha confessou sorrindo. -- Ela percebe rápido as coisas. -- Declarou e Amanda riu.

-- Como o que por exemplo?

-- Como a vontade louca que estou de te beijar. -- Samantha confessou e sem esperar uma reação de Amanda a beijou com saudade e vontade. Beijo que de início foi ávido, mas que logo ganhou um rumo lendo e delicado. -- Delicia... Eu te amo. -- Disse entre um beijo e outro.

-- Te amo muito amor. -- Amanda declarou a olhando enquanto lhe fazia um carinho com ambas as mãos sobre a nuca e cabelos de Samantha. -- Quero mais um beijo, dois, três, vários... -- Confessou e puxou Samantha para mais beijos amorosos, hora forte hora calmo, mas sempre apaixonados.

-- Quero tanto que tudo se resolva... -- Samantha confessou a olhando com carinho.

-- Eu também meu amor. -- Suspirou. -- Quero viver tudo com você, sem mentiras, sem esconder nada de ninguém principalmente da minha família. Sam, vou resolver isso assim que chegarmos em Florianópolis, prometo.

-- Eu tenho certeza que sim. -- Samantha sorriu feliz. -- Confio em você.

-- Obrigada. -- Sorriu e a beijou.

-- Ah agora eu lembrei. -- Samantha disse séria. -- Nada de convidar essa loira para dormir com você, ouviu bem moça?

Amanda riu. -- Prometo! -- Concordou.

-- Sei que ela é sua amiga, mas mesmo assim, não quero ninguém além de euzinha aqui dormindo com minha mulher. -- Declarou e sorriu.

-- Hum, isso é ciúmes?

-- Sim, muito ciúmes, sou muito ciumenta! -- Samantha disse fingindo seriedade.

-- Olha eu arrumei uma mulher ciumenta e possessiva.

-- Não, uma mulher que cuida do que ama! -- Samantha advertiu e sorriu. -- Eu te amo, Amanda.

-- Eu também te amo, Sam.

Samantha a beijou com muito amor e carinho e foi retribuída à medida.

-- Tenho que ir. -- Samantha lembrou.

-- Já?

-- Sim... Sinto, mas tenho que acordar cedo e ainda tenho que arrumar a mala. Me desculpa por não ficar com você?

-- Claro meu amor, nem precisa se desculpar eu entendo. -- Sorriu. -- Quero mais um beijo antes de ir.

-- Com todo prazer. -- Samantha concordou e a beijou calmamente, saboreando cada sensação e sentimento que lhe era despertado no beijo.

-- Me manda uma mensagem quando chegar em casa?

-- Mando sim. -- Samantha concordou. -- Tenho mesmo que ir, amor...

-- Eu sei. -- Sorriu e a beijou, mas esse foi um beijo mais rápido.

-- Boa noite e durma bem. -- Samantha desejou lhe fazendo um carinho no rosto.

-- Boa noite e durma bem também.

-- Tchau. -- Samantha deu mais um beijo em Amanda e saiu antes que mudasse de ideia. -- Oi, eu já vou, boa noite. -- Disse ao ver Caroline na sala de espera.

-- Boa noite pra você também. -- Sorriu. -- E desculpa qualquer coisa.

-- Nada. -- Samantha sorriu. -- Cuida dela.

-- Pode deixar! -- Caroline concordou, bateu continência e Samantha riu. -- É que sou meio que movida a ordens, então... -- Riu.

-- É do exército ou coisa assim? -- Samantha indagou curiosa.

-- Sou policial civil.

-- Ah sim... bela profissão, tem seus riscos claro, mas enfim... -- Sorriu.

-- Verdade. Eu amo o que faço, é até legal.

-- Fico feliz... Bem, boa noite.

-- Boa noite. -- Disse e ficou olhando Samantha lhe dar a costa e andar em direção ao elevador. -- Que rebol*do é esse Jesus? Que mulher! -- Disse e riu lembrando de Eloá. -- Melhor calar a boca ou a Eloá me mata. -- Lembrou e encaminhou-se de volta ao quarto. -- Eloá meu anjo. -- Falou aproximando-se da amiga. -- Sua namorada tem um rebol*do de tirar o folego! -- Declarou e recebeu de Amanda um olhar repreendedor e logo gargalhou da cara que Amanda fez. -- Calma aí, linda. Eu falei com todo respeito... Sério Eloá, sua namorada é belíssima. Mas ela também teve sorte você és belíssima, baixinha, mas belíssima também... Ai! -- Gritou ao levar um tapa de Amanda que riu. -- Ei?

-- Quer parar de me chamar de baixinha?

-- Mas tu é baixinha. -- Disse rindo e teve que afastar-se para não levar outro tapa. -- Tá bom... -- Riu. -- Já vai dormir?

-- Ainda não. Vou tomar um banho primeiro. -- Amanda disse já levantando-se da cama, mas fez apressadamente e sentiu-se tonta.

-- Ei? -- Caroline a segurou rapidamente. -- Que foi?

-- Droga, eu esqueci que tinha que levantar com calma. Fiquei tonta. -- Explicou ainda sendo segurada por Caroline.

-- O que eu faço? Chamo um médico?

-- Não. Já está passando, não se preocupe. -- Sorriu.

-- Tem certeza?

-- Sim... Estou bem, pode soltar, já passou. -- Avisou e Caroline a soltou. -- Viu?

-- Se você diz. -- Sorriu.

-- Vai ser rápido, já eu volto. -- Amanda entrou no banheiro e Caroline foi sentar-se no sofá ficando à espera da amiga.

Amanda despiu-se e em seguida tomou um banho rápido enxugou-se e vestiu-se, pegou sua escova de dente e vez sua higiene bucal e logo saiu do banheiro.

-- Quer banhar? -- Investigou vendo Caroline mexendo no celular.

-- Olha eu acho que sim. -- Declarou.

-- Vai lá então, tem toalha limpa no armário. -- Avisou.

-- Ok, eu já volto.

 -- Ah, pega um cobertor lá também. -- Lembrou.

-- Tá bom. -- Concordou e entrou.

Amanda arrumou-se na cama, iria dormir apenas quando recebesse a mensagem de Samantha, sorriu feliz ao lembrar da morena. Samantha lhe dava forças e vontade de querer viver uma vida nova, sem mentiras, sem submissões... Ficou pensando nos momentos que tiveram juntas e esforçando-se para lembrar-se das coisas que ainda não lembrava... Foi despertada de seus pensamentos, por Caroline que não demorou a voltar ao quarto já banhada.

-- Deixa a luz do banheiro acesa e apaga a do quarto. -- Amanda avisou.

-- Tudo bem. -- Caroline fez o sugerido. -- Boa noite, linda.

-- Boa noite Cá, te amo.

-- Também de amo. -- Caroline arrumou-se no sofá e ficou a mexer no celular.

-- Cá?

-- Hum?

-- Eu vou contar tudo pra minha família. -- Lembrou.

-- Já estava na hora, Eloá. -- Caroline virou-se no sofá e a fitou, estava a meia luz o ambiente, ainda dava para ambas se verem.

-- Nosso amor é imenso, e foi rápido... Eu quero ficar com a Sam e ser feliz ao lado dela mais que qualquer outra coisa. -- Amanda confessou olhando a loira que sorriu feliz.

-- Eloá, eu fico feliz por você, por vocês. Mas sabe o que me chateou um pouco... -- Analisou antes de contar.

-- O que?

-- Ah esquece, não vale a pena falarmos disso, não mais! -- Observou arrependendo-se.

-- Fala Cá...

-- Ok... Eu estou feliz por você e a Samantha, muito feliz mesmo e espero que dê tudo certo, de coração, eu te amo, e quero que seja muito feliz, muito mesmo... Mas senti certo ciúme, sei lá...

-- Ciúmes? Cá, nós nem...

-- Calma, não é o que está pensando. Eu estou falando que, durante os seis anos que ficamos juntas você sequer cogitou a possibilidade de contar tudo a sua família, eu te pedi algumas vezes, conversamos sobre isso e você foi irredutível.

-- Mas você concordou que fosse assim...

-- Eu sei, Eloá. -- Caroline levantou e foi até Amanda. -- Olha eu não estou te culpando de nada, foi em comum acordo, eu aceitei. -- Caroline suspirou a olhando. -- É que você conhece a Samantha a alguns dias e já está disposta a revelar o que escondeu durantes anos, e por mim, pela Marina, Sophia, você nunca quis contar nada... Olha o que eu quero dizer é que você a ama realmente a ama mais do que amou a nós três juntas. -- Sorriu com tal observação. -- E isso é bom, eu estou com certo ciúmes bobos, confesso. -- Disse e Amanda riu. -- Mas tudo isso quer dizer que você a ama muito, e está disposta a sacrificar tudo pra viver esse amor. Olha eu estou sendo sincera ao dizer que estou feliz por você, eu te amo e quero a sua felicidade, somos amigas.

-- Eu acredito em você, Cá. Olha eu sinto muito por não ter te assumido, nem a Mariana e a Sophia, mas é que eu tinha medo, e ainda tenho...

-- Mas seu amor por ela é maior não é mesmo?

-- Sim. -- Sorriu. -- Olha eu te amei...

-- Eu sei que sim. -- Caroline a puxou para um abraço. -- É passado e eu errei em tocar nesse assunto, nosso amor de transformou em um amor melhor, eu acho assim e você? -- Investigou a olhando.

-- Eu concordo. -- Sorriu.

-- Me desculpa por isso, mas é que você insistiu e eu também estou bem melhor agora. -- Confessou e ambas riram. -- Te amo, baixinha. -- Disse a abraçando de volta.

-- Ei... Você também não é lá essas coisas de alta não.

-- Mas sou mais alta que você e muito. -- Riu.

-- Ah só uns cinco centímetros.

-- São dez, minha querida, dez!

-- Aff. -- Amanda proferiu e jogou-se na cama, mas logo foi despertada pelo toque de uma mensagem no seu celular.

-- Pela sua alegria deve ser a Samantha. -- Caroline observou.

-- É sim. Ela chegou em casa.

-- Ok. Vou dormir. Boa noite. -- Disse e a beijou no rosto e foi para o sofá.

-- Boa noite, Cá. -- Amanda desejou e abriu a mensagem para ler.

“Em casa, amor sã e salva... Saudades de você aqui na nossa cama, saudades te beijar, te tocar, te amar todinha com paciência... Vou tomar um banho rápido e tentar dormir sem seu corpo quente e macio colado ao meu, te amo tanto... Boa noite minha vinda, sonhe comigo.”

Amanda leu mais de uma vez e em seguida mandou uma resposta.

“Que bom, meu amor... Também tenho saudades de te beijar, te amar, sentir seus gosto, seus toques que me causam arrepios, te amo tanto, tanto... Logo eu estarei aí na nossa cama, dormindo a seu lado, e colada a seu corpo moreno, quente e macio... Boa noite, amor, e sonhe comigo também.”

Sorriu feliz e arrumou-se na cama, estava com sono e não demorou a dormir.

 

 

Fim do capítulo