No outro dia pela manhã Elisa estava chegando ao trabalho quando seu celular tocou.

- Alo.

- Oi Li, tudo bem ?

- Oi Lo, tudo e você? – Era Lorena irmã de Elisa.

- Tudo! Soube que a mamãe te ligou, e que a conversa não foi das melhores ...

- Não, não foi mesmo...mas tudo bem, e parabéns! Soube que está noiva! – Elisa disse sincera.

- Obrigada Li, depois de tanto tempo – risos – acho que ele se tocou de que era o certo não é?

- Sim! E saiba que eu irei, por você eu irei, e fique tranquila que não entrarei no jogo da mamãe, não estragarei sua festa por nada!

- Eu sei Li, nunca duvidei disso, e sua presença para mim é muito importante. – Elisa sorriu ao escutar isso e sentiu saudades de sua irmã.

- Sinto sua falta maninha, por mais que tenhamos visões diferentes você nunca deixou de ser minha maninha.

- Eu também mana, agora vamos parar senão iremos chorar e logo mais tenho uma audiência. – riram.

- Ok, então sem ser o próximo final de semana, no outro é o noivado?

- Isso! Vai ser em casa mesmo principalmente para poder ter o vovô por perto.

- Que ótimo Lo, eu irei, hoje mesmo já resolvo sobre as passagens.

- E você vai ficar em casa, seu quarto está lá, ok?

- Tudo bem Lo.

- Ta bom Li, tenha um ótimo dia, te amo mana, beijos.

- Também te amo muito, beijos.

                Elisa desligou o telefone e já estava em frente ao elevador que levava ao andar da construtora, antes de entrar escutou um bom dia bem mal humorado.

- Bom dia Elisa.

- Bom dia Rogério.

                Cada um seguiu para seu setor, e em seguida Elisa foi até a sala do Guto pois precisava falar com o amigo sobre Rogério e também sobre o jantar com Carol.

- Bom dia amoré! – Elisa se aproximou para abraçar o amigo.

- Bom dia Li, tudo bem? Bom humor logo cedo, estranho. – riram.

- Estou bem sim e você? Lorena me ligou, me convidando para o noivado dela, conversamos sem nenhum atrito e me senti bem com minha irmã.

- Que ótimo Li, e quando vai ser?

- Daqui duas semanas.

- Que bom, preparada para ver sua mãe?

- Ah, para isso nunca estarei, mas tenho que ir.

-Sim, mas vai dar tudo certo.

- Ah Guto, conseguiu ver aqueles relatórios em relação ao Rogério?

- Não, mas falei com a Márcia e ela vai pegar até os mais antigos e me trazer para analisar. Pensei em contratar alguma empresa terceirizada para fazer uma auditoria, mas que só nós soubéssemos, o que acha?

- Acho perfeito! Tenho quase certeza que é ele, odeio acusar alguém, mas algo me diz que é ele, principalmente na reunião quando ele queria por tudo pegar a obra da Clínica Montes.

- Jamais! Principalmente com amigos nosso! Não mesmo, você fica responsável e se ficar pesado até tem liberdade para contratar um estagiário, mas ele não finaliza este orçamento. E falando nisso, e você e a Carol hein? – disse sorrindo.

- Ai Guto, cada dia melhor! – ele percebeu o sorriso que sua amiga deu ao perguntar da Doutora.

- Me conta!

- Eu fiz uma “surpresa” para ela – contou sobre o almoço e depois sobre o jantar em sua casa – e depois que ela foi embora ela também me deixou uma carta, tão linda. E me convidou para ir jantar hoje...na casa dela.

- Hum, entendi, jantarzinho romântico! Que lindo Li! Já escolheu a roupa? Sai mais cedo e vai se arrumar hein!

- Calma!Já estou ansiosa e você fica ai me acelerando!

- Só estou ajudando porque você pra se arrumar é uma lástima.

- Nosso amigo também te amo! Quer saber vou trabalhar!

- Calma Li, desculpa, mas tira um tempo para você antes de ir encontrar com ela ok?

- Tá!

                Elisa foi em direção a sua mesa e iniciou o seu dia de trabalho, mas ansiosa para que a noite chegasse e fosse se encontrar com Carol.

                O dia pareceu passar se arrastando para as duas, se falaram por mensagens, ambas ansiosas pelo jantar. Carol saiu antes da clínica, pois ainda teria que ir ao mercado e em seguida para casa e cozinhar. Resolveu que faria uma massa que sabia que Elisa gostava, optou por spaghetti ao molho pesto e um ótimo vinho que seu irmão tinha lhe dado da última vez que veio para o almoço mensal da família e de sobremesa sorvete, pois mesmo no frio Lisa adorava.

                Iniciou o preparo do jantar pensando no rumo que as coisas estavam tomando, estava gostando muito de Elisa, na realidade – Ok, eu assumo eu estou apaixonada por ela, foi rápido, mas foi gostoso, espontâneo – Carol depois de falar ao telefone com Letícia na hora do almoço assumiu para ela e para a amiga seus sentimentos e escutou da amiga – Carol, para de pensar que pode ser como foi com a Geórgia, ela é louca, e a Elisa não. Se dê uma chance e se é ela que você quer então vá em frente, eu super aprovo – riram.  Com quase tudo preparado Carol foi se arrumar para buscar Elisa, mas assim que acabou de se arrumar e pegar o celular para ligar para ela o interfone tocou e o porteiro falou que Elisa estava pedindo para subir e Carol espantada autorizou.

- Eu iria te buscar! – Carol falou parada em sua porta vendo Elisa sair do elevador, e em seguida ficou surpresa em como ela poderia sempre ficar mais linda. – Nossa, você está linda!

- Obrigada! – Elisa falou parando em frente a sua doutora e sorrindo para ela – Você também está muito bonita, e não achei certo além de me propiciar o jantar ainda ir me buscar fora que você deve estar cansada também e... – Carol puxou Elisa para dentro de seu apartamento pela cintura e a beijou para impedi-la de falar mais, estava muito feliz e com mais certeza ainda sobre hoje.

- Hum ...oi...primeira vez que venho aqui e sou recebida assim, espero que nas próximas vezes seja da mesma forma, posso me acostumar com isso. – Lisa falou beijando Carol e rindo.

- Se depender de mim será recebida sempre assim e até melhor – riram.

- Hum, promessas, promessas ....

- Olha só a senhorita está duvidando de mim?

- Jamais! – Desta vez Elisa que se aproximou passando os braços pelos ombros da Carol e a abraçando e beijando.

- Estou muito feliz que você esteja aqui! – a doutora falou assim que se separaram, fazendo Elisa ficar na sala enquanto ia até a cozinha buscar o vinho.

- Adorei o seu apartamento, a decoração tem o seu jeito, lindo – falou pegando a taça de vinho que Carol lhe dava. – E também estou muito feliz de estar aqui – encostaram as taças se olhando e degustaram o vinho – Mas confesso que estou com medo, uma médica que cozinha? Já experimentei as coisas que o Be “tenta” cozinhar, e tenho dó do Guto – riram.

- Ah então está receosa? Irá se surpreender.

- Você me surpreende sempre, e sempre de um jeito bom.

                O jantar seguiu de melhor maneira possível, Elisa adorou a massa e Carol se sentiu ótima sabendo que a agradou. Surgiram diversas conversas, mas nem Carol falou de Geórgia e nem Elisa de Rogério, decidiram curtir o momento que estavam tendo.

- Ca, minha irmã me ligou, conversamos um pouco e parece que ela me entende um pouco mais.

- Jura Lisa? Fico muito feliz, eu disse que você precisava conversar com elas, para que você se sinta melhor – Carol falou voltando da cozinha trazendo mais uma garrafa de vinho.

- Eu sei, mas você percebeu que com a minha mãe não tem jeito, mas confirmei que irei para lá no noivado dela, e vai ser bom que também vejo meu avô, sinto muita falta dele. – falou tomando mais vinho.

- Entendi, e quando que será?

- Sem ser final de semana que vem no outro.

- Hum, entendi. – Carol ficou um pouco chateada pois seria o domingo do almoço em família e ela queria muito levar Elisa desta vez.

- Que foi Cá?

- Nada...

-Fala Cá ... Fala ... – Elisa deixou sua taça na mesa de centro e voltou em direção da Carol fazendo cócegas nela, até que ela falou que diria.

- Ok...ok...ok...Para não aguento mais rir....é que...é aquele almoço mensal da minha família, e queria que você fosse comigo – Ela disse tudo isso segurando as mãos de Elisa, já estavam de lado no sofá sentadas de frente uma para outra.

- Você está falando sério? – perguntou uma Lisa receosa.

- Claro que sim, por que não estaria?

- Eu...eu não sei...eu nunca tive isso Cá, e agora você me chamando para ir conhecer toda sua família e também passar este tempo de vocês que tem toda aquela atmosfera de cumplicidade, carinho, alegria, amor...eu...acho que não sei participar disso.... – Lisa falou tudo isso sem olhar para Carol.

- Hey, olha pra mim... – Cá puxou o rosto de Elisa para sua direção e se aproximou – Lembra que conversamos e eu falei que estarei aqui para você? Você me contou tudo linda, sei de todos os seus medos em relação a família e a se envolver e acabar se magoando. Mas me dá uma chance? Deixa eu te mostrar que não são todas as famílias que não sabem ser carinhosos e amáveis com seus filhos, deixa eu te mostrar que existe um mundo mais colorido atrás deste cinza que você vê, me dá um voto de confiança e prometo que não irá se arrepender porque eu quero te ver sorrindo como vi todos estes dias, quero ver sempre você soltando suas frases inconscientemente e ficar vermelhinha enquanto eu me divirto e acho lindo. – as duas riram – Quero escutar você falando que quer dormir de coala mesmo que eu ache que seja conchinha – mais risos – quero ver as discussões engraçadas entre você e os meninos, quero me surpreender com você dia-a-dia, quero poder ser seu porto seguro e estar com você nos momentos bons e ruins e quero muito, mas muito mesmo que você esteja comigo em todos estes momentos também.

- Cá...- Elisa já deixava lágrimas escorrerem.

- Deixa eu terminar, que agora eu não posso parar – sorriram entre lágrimas – resumindo, eu quero você na minha vida, e não de uma forma passageira eu quero que você seja minha...minha namorada... – Elisa abriu mais os olhos e Carol continuou – sei que é pouco tempo, praticamente um mês que nos conhecemos, mas eu não preciso de mais nenhum dia pra saber que quero construir algo com você que.....

- Sim! quer dizer, você não me fez uma pergunta, mas se tivesse feito a pergunta a resposta seria Sim, a partir do momento que você falou que gosta de dormir de coala, quer dizer você também não disse isso, mas sei que gosta, quem não gosta?  - Carol estava rindo do falatório sem sentido de Elisa – eu...eu quero você na minha vida de qualquer forma, independente de tempo, quando começamos a nos conhecer melhor eu percebi que eu esperei muito tempo para conhecer você, e que a decisão mais inteligente da minha vida foi ter me mudado para cá e te conhecido, e não sei se foi sorte, acaso ou destino, eu só sei que eu quero você na minha vida também e farei de tudo para não te decepcionar...posso estar sendo um pouco apressada mas a cada dia que passa eu me vejo me apaixonando por você..

- Eu já estou apaixonada por você, eu só quero você!

                Após esta última frase Elisa ficou olhando para Carol com um sorriso enorme no rosto e foi se aproximando dela até tocar seus lábios.

POV CAROLINA

                Quando vi Elisa saindo do elevador tive certeza absoluta que eu queria aquela maluquinha na minha vida, aquela mulher com jeito de criança, mas que se alguém desafiar ela briga mesmo, e que por mais que ela mostre ser forte eu sei que por dentro está morrendo de medo.

                Me senti tão bem quando ela elogiou o jantar, pois se que ela não tem papas na língua e se não estivesse bom ela diria, já estávamos na segunda garrafa de vinho quando ela falou de sua irmã e de quando seria o noivado, fiquei chateada pois seria no mesmo final de semana do almoço da minha família e queria muito que ela fosse comigo, por ser egoísta e querer ter ela comigo e também porque queria mostrar a ela que as famílias são todas diferentes mas que agora ela tem duas que a acolheram, a minha e a do Guto, e que todas as coisas ruins que passou seriam remediadas com muito carinho.

                Ela começou a me fazer cócegas quando eu não quis falar o que estava acontecendo, e logo percebi que o vinho já tinha nos relaxado um pouco, e isso foi ótimo, pois eu precisava falar tudo que sentia antes que eu sufocasse. Quando escutei dela que também estava apaixonada, tenho certeza que meu coração deu um intervalo maior nos batimentos para em seguida bater cada vez mais rápido. Aproximei-me dela sorrindo, ela estava tão linda sorrindo daquele jeito e com os olhos com lágrimas e eu só quero ver lágrimas nestes olhos se for assim de felicidade, me esforçarei para que nada mais a faça chorar com tristeza.

                Fiquei parada olhando para ela até que não aguentei mais e me aproxime tocando nossos lábios, senti naquele momento que tudo que importava para mim estava bem em minha frente, comecei a possuir aqueles lábios e senti o gosto do vinho o que só fez o beijo ter um sabor mais especial e sensual. Foi um beijo calmo, delicado, carinhos, perfeito até que escutei um gemido e ai já não pude mais me controlar. O beijo foi ficando mais intenso a cada minuto que passava, me deitei por cima dela no sofá sabendo que logo estaríamos no chão pelo jeito desastrado da “minha namorada”. Senti seus braços em volta dos meus ombros me puxando para ela enquanto aprofundávamos mais o beijo, eu poderia passar a vida toda beijando esta boca, preciso ir devagar, mas não consigo não quero assusta-la, mas quando dou por mim já estou entre suas pernas e com minha mão direita por baixo de sua blusa. Abaixo minha mão em sua cintura e a puxo pressionando nossos corpos, percebo que ela me beija cada vez mais sem receio e sem medos, com muita força me solto de seus lábios e vou em direção ao seu pescoço, sinto aquele cheiro que é tão dela e me deixa louca, começo deixando beijos molhados perto de sua orelha até o fim do seu pescoço em direção ao decote de sua blusa, sinto Elisa se agarrando em meus cabelos e chamando meu nome.

- Cá...hum...eu...

- O que?- Levanto meu rosto e pergunto, mas não a deixo responder logo volto a sua boca e aperto mais meu quadril de encontro ao dela a fazendo gem*r comigo. Subo outra vez minha mão sobre seu tronco por baixo de sua blusa, chego em sua barriga e sinto retesar ao toque dos meus dedos, subo um pouco mais e toco seus seios por cima do sutiã, nisso senti Elisa mordendo meu lábio inferior e em seguida o ch*pando, abri meus olhos e dei de encontro com aquele mar azul escuro que estavam os dela. Estávamos as duas ofegantes, me levantei um pouco mais e fui puxando a blusa dela até ver um consentimento em seu olhar e terminar de tirar, quando a olhei novamente senti que ela enrubesceu (mais ainda) e tentou desviar o olhar, mas não deixei e me aproxime dizendo em seu ouvido:

- Você é linda, de todas as formas e maneiras, nunca se esconda de mim, minha Lisa – mordi o lóbulo de sua orelha e escutei um gemido e suas mãos segurando minha cintura e me puxando para ela, senti suas mãos por baixo da minha blusa subindo e descendo me arranhando enquanto eu voltava ao seu pescoço tomando cuidado para não marcá-la. Mesmo que minha vontade fosse outra. Me ergui um pouco e tirei minha blusa também, senti Elisa me olhando e a vi morder seu lábio inferior, não aguentei mais voltei para aquela boca e a beijei com vontade enquanto juntávamos mais nossos corpos, toquei seus seios e não soube definir se o gemido era meu ou dela, tirei seu sutiã e desci beijando todo seu pescoço até seus seios a senti estremecer e chamar meu nome puxando meus cabelos, foi ai que me dei conta que estava no sofá do meu apartamento e iria ser a primeira vez com Elisa, por mais que eu a quisesse e quisesse muito eu não poderia pensar só em mim, subi para olhar para ela e quase desisti deste momento de lucidez, ela estava corada com a boca entreaberta ofegante e olhando fixamente para mim sem entender porque eu parei.

- Lisa, eu quero, quero muito, você não sabe o quanto estou sendo forte e parando aqui, mas não acho que tem que ser hoje, quero você totalmente lúcida para lembrar de tudo e não quero que seja no sofá com risco ainda de cairmos – ri.- Sei que será incrível mas quero que seja incrível para nós duas e principalmente para você.

- Eu...eu...ok...meu deus acho que agora que estou vendo que é real achei que estivesse sonhando – sacudiu a cabeça e eu ri, esta era a Lisa, minha Lisa. Peguei sua blusa e a cobri em seguida coloquei a minha.

- Vou na cozinha pegar sorvete para nós enquanto você se arruma ok? – sai de cima dela, mas antes a beijei e quando estava me soltando dela ela me segurou pela nuca e disse:

- Obrigada...eu fiquei perdida por alguns minutos...obrigada por ir com calma comigo...e nunca me senti assim com ninguém.

- Prometo te fazer sentir coisas maravilhosas – e a propósito, eu também nunca me senti assim. – sai sorrindo em direção à cozinha, abri o freezer e quase coloquei minha cabeça lá dentro para tentar esfriar o corpo todo, efeito Lisa, se só com isso já ficamos deste jeito, não quero nem ver quando for completo, ou melhor, quero e quero logo!

Fim do capítulo