Capítulo 12. No repouso do lar.
Após chegar à rua onde morava Márcia parou em frente à garagem esperando que essa se abrisse totalmente e estacionou o carro. Estava por demais cansada e não estava bem. A dor era física e interna. Nada que um banho relaxante não resolvesse.
Entrou em casa e sentindo uma tristeza muito grande se pôs a chorar. Olhou ao redor se recordando de tudo o que já acontecera naquele que um dia foi um lar feliz. A major mesma havia projetado a casa, pois, além de advogada formada, era também engenheira. Porém, poucos sabiam. Fechou os olhos e viu Celina.
-- Oi anjo, já chegou? Celina sempre perguntava.
-- Sim querida, já estou aqui, demorei?
-- Não, você sempre está ao meu lado na hora que preciso.
Só não estive ao seu lado quando mais precisou, pensou intimamente.
-- Mas como foi o seu dia meu amor? Como foi o patrulhamento de hoje?
-- O mesmo de sempre. Você sabe que a nossa profissão sempre é a mesma coisa, ela não muda. Na realidade amor trabalhamos da mesma maneira só que, você faz a patrulha a cavalo e eu de carro.
Sempre era assim. Os assuntos eram tratados na hora do jantar e depois de um bom banho e um vinho quando não saiam de casa, o quarto era o caminho preferido.
Márcia e Celina se amavam até a exaustão total. Fosse no banheiro, no quarto, na sala e até na mesa da cozinha. Naquela casa, não havia limite para o amor.
Foi em uma noite dessas, após fazerem amor que Celina pela primeira vez tocou no assunto sobre filhos. Márcia tomou um susto com a conversa, mas depois se refez.
-- Um filho? Perguntou assustada.
-- Sim querida, eu quero ter um filho para coroar o nosso amor. O que você acha?
Após pensar um pouco Márcia respondeu:
-- Bom diante desse pedido, seria ótimo. Um filho para nós nesse momento seria maravilhoso já que o nosso casamento é perfeito, apesar de brigarmos de vez em quando. Mas o problema será seu pai.
-- Por que amor? Você acha que ele não vai gostar de mais um netinho?
-- Claro que não é isso amor, mas tenta explicar para ele, o velho vai entrar em parafuso. Ainda mais se falarmos que será por inseminação artificial, ele vai pirar, disse sorrindo. Já estou até vendo o velho coronel falar:
-- Mas como, filho? E quem vai ser o pai? Coitado do meu sogro.
-- O importante é que ele terá duas mães maravilhosas. A não ser, que você queira ser o pai! Celina exclamou sorrindo.
-- Ah vai ser lindo, no dia do batizado posso usar bigode e cavanhaque para disfarçar. O que você acha da ideia?
-- Você vai ficar uma fofura, comentou Celina para a esposa.
Retornou ao mundo real quando o celular tocou. Ainda estava encostada na porta de entrada. Pegou o telefone e viu capitã Andressa chamando. Um misto de alegria e medo tomou conta do seu coração e resolveu atender.
A voz do outro lado da linha falou:
-- Alô! Major desculpe incomodar, mas a senhora já está em casa?
-- Sim capitã estou. Aconteceu alguma coisa?
-- Não, mas eu estou próximo de sua casa e gostaria de conversar um pouco. É claro se isso não incomodar.
-- Claro que não incomoda, anote o endereço e venha para cá afinal, amanhã é sábado e estamos de folga.
-- Ok, daqui a pouco estarei ai.
-- Claro venha sim, estarei esperando.
Olhou o relógio e viu que ainda eram oito horas. Tomou um banho, trocou de roupa e esperou Andressa chegar. Apesar de apreensiva, uma sensação gostosa tomava conta do seu ser. Novamente elevou seu pensamento em Celina. A major por sua vez, nem em sonho imaginava que a sua querida e amada esposa estava no mundo espiritual assistindo a cena e torcendo por sua felicidade. Ela sabia que apesar de ainda amá-la muito, Márcia estava apaixonada por Andressa e isso a deixava feliz, pois sabia que de agora em diante o seu grande amor não estava mais sozinha.
O interfone tocou e Márcia foi atendê-lo. Era Andressa que havia acabado de chegar. Educadamente abriu a porta e a convidou para entrar.
Ela usava um vestido azul curto com alguns detalhes em branco e sandálias de salto baixo. Márcia por sua vez estava de shorts e camiseta, pois estava em casa e se sentia muito a vontade.
Fim do capítulo
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