Capítulo 7
Serviu a irmã e encheu novamente sua taça.
- Vai abrir o quiosque?
- Não. Dei folga para o pessoal e depois do almoço vou estudar a possibilidades de comprar aquele restaurante abandonado há duas quadras daqui.
- Quanto o dono pediu? Perguntou Fernanda.
- No começo pediu cento e vinte mil em quatro vezes. O Julio ofereceu setenta à vista e ele aceitou.
- Poxa, que sorte!
- Não foi sorte. O Julio explicou que há vários anos que o imóvel está abandonado e se deteriorou e que gastaríamos muito dinheiro para reformar. Você sabe como o Julio é persuasivo quando quer.
- Vocês têm todo esse dinheiro?
- Não, Fernanda. Temos quarenta. Vou vender o barco e depois eu compro um menor com o que sobrar. Explicou Sam.
- De jeito nenhum. Eu empresto o restante e depois vocês me pagam. Protestou Fernanda acendendo um cigarro.
- Quer ser sócia?
- Não, Sam. Obrigada. Não vou precisar do dinheiro agora. Quando o restaurante estiver sendo um sucesso vocês me devolvem o empréstimo. Ok?
- Tudo bem. Vou aceitar. Obrigada.
As duas brindaram e ficaram em silencio por alguns instantes. Foi Fernanda que o rompeu.
- E Eve?
- Está resolvendo alguns negócios pelo telefone e pelo jeito vai demorar.
- Poderíamos jantar fora como nos velhos tempos. O que acha? Convidou Fernanda.
- Vai ser ótimo.
Naquele momento Gil chamou-as para almoçar. Andy chegou logo depois.
- Olá, crianças! Cumprimentou ela beijando-as.
- Sozinha também? Indagou Sam.
- Pois é! Respondeu Andy sentando-se a mesa após lavar as mãos na lavanderia.
- Sam e eu combinamos de jantar fora. Quer vir também?
- Estou com vocês. Concordou Andy.
- Ótimo.
Depois do almoço, Fernanda foi para o quarto descansar. Andy e Sam pegaram caneca de café cada uma e foram para o escritório.
Discutiram durante muito tempo a compra e reforma do futuro restaurante. Juntaram todos os documentos da sociedade e guardaram em uma pasta encerrando assim a conversa.
- Vou descansar um pouco. Disse Andy.
- Eu vou até marina preparar o barco para sair com Eve mais tarde. Falou Sam se espreguiçando.
- Passeio de barco ao luar?
- É. Quero passar uma noite tranqüila com ela.
- Então até mais tarde. Despediu-se Andy.
- Tchau.
Andy saiu e foi para seu quarto. Sam ainda fumou um cigarro antes de sair.
Avisou Gil que estava de saída e pegou as chaves da moto.
Na marina encontrou com o rapaz que cuidava dos barcos e o cumprimentou alegre.
- Boa tarde, Pedro. Tudo bem?
- Olá, Sam. Tudo bem. E você?
- Estou bem. Como está minha belezinha?
- Acabei de abastecer como você me pediu. Só faltam os mantimentos.
- Vou deixar um cheque e a lista do que vou precisar e você providencia para mim.
- Claro. A que horas pretende zarpar? Quis saber ele.
- Depois das dez da noite. Respondeu Sam.
- Quando você chegar estará tudo pronto.
- Obrigada, Pedro. Até mais tarde.
- Tchau, Sam.
À noite as três entraram no carro de Sam e rodaram sem destino. Acabaram chegando a Santos. Escolheram um restaurante e sentaram.
- Boa noite! Cumprimentou o garçom.
- Boa noite! Cumprimentaram elas.
- Tomarão um drinque antes de escolherem o jantar? Perguntou ele.
- Três campari soda, gelo e limão, por favor. Pediu Fernanda.
Antes de se afastar o garçom entregou para cada uma um cardápio.
Ficaram conversando sobre a compra do restaurante e Andy perguntou para Fernanda.
- Você tem certeza que não quer ser nossa sócia?
- Tenho sim, Andy. Mal sei cozinhar, quem dirá ajudar a dirigir um restaurante. Respondeu Fernanda.
- Ora, você poderia ajudar a administrar as finanças e fazer a divulgação. Continuou Andy.
- Sou péssima nisso também. Nasci para viajar pelo mundo. Adoro ser livre. Disse ela rindo.
- Não adianta tentar convencê-la, Andy. Minha irmã odeia ficar presa por muito tempo em um só lugar. Falou Sam tomando seu campari.
Enquanto conversavam foram servidos porções de salame e pão italiano com patê de salmão.
Para jantarem optaram por peixe grelhado, batatas na manteiga com ervas, arroz branco e salada de folhas. Para beber vinho branco gelado.
Já estavam para pedir a sobremesa, quando um grupo de oito pessoas entrou no restaurante e uma das pessoas estava Carol, a antiga namorada de Sam. Andy que a viu primeiro e comentou.
- A Carol acabou de entrar no restaurante e está vindo para cá.
Uma morena de cabelos longos pretos e olhos da mesma cor se aproximou da mesa. Sam levantou os olhos e encarou Carol que usava um vestido branco de alças finas e que modelava seu corpo com sensualidade. Cumprimentou-as.
- Estamos bem, Carol. E você?
- Também estou bem.
Alguém da outra mesa chamou-a e ela completou.
- Foi um prazer revê-las. Boas festas.
- Obrigada. Respondeu Sam. Para vocês também.
Ela se afastou e se sentou ao lado de uma mulher que cumprimentou Sam com a cabeça.
- Você conhece? Quis saber Fernanda.
- Ela era da turma quando morávamos aqui. Respondeu Sam.
- Nossa que mulher deliciosa! Comentou Fernanda.
- Tenho que concordar, mas vamos pedir a sobremesa que ainda tenho um encontro. Pediu Sam.
- Bom, vou querer um torta de chocolate. Falou Andy.
- Eu uma de limão. Disse Fernanda. E você, Sam?
- Morango.
O garçom anotou o pedido e se afastou.
- Eu não te contei Andy. Falou Sam.
- O quê, Sam?
- Sabe o que essa cara-de-pau fez hoje? Indagou-a apontando para Fernanda.
- O que ela aprontou? Quis saber Andy.
- Hoje à tarde ela beijou a Valeria. Disse Sam.
- Gente! Estou passada. Exclamou Andy. Por que fez isso, Fernanda?
- Foi um instante de insanidade. Mas confesso que estava de olho nela desde que a conheci.
- A Valeria não vive em nosso mundo. Você com certeza a assustou.
- Eu sei Andy. A Sam quase me arrancou o couro por causa disso.
- E com razão. A Nike me contou que antes de viajar para cá ela terminou um noivado, pois pegou o noivo na cama com a ex-namorada. Explicou Andy.
- Caramba! Que chato. Lamentou Fernanda.
- É melhor não se envolver com ela, pois talvez ela caia nos seus encantos por estar frágil.
- Ou por querer mudar de mundo.
- Fernanda!!! Repreendeu Sam.
- Estou brincando.
- Vamos embora. Disse Sam pedindo a conta.
Estavam esperando o manobrista trazer o carro, quando o celular de Sam tocou.
- Oi, meu amor! Tudo bem? Cumprimentou Sam.
- Estou bem. Onde está? Perguntou Eve.
- A Fernanda, Andy e eu viemos jantar em Santos. Já está pronta para nosso passeio?
- Ainda não, meu tesão. Vamos demorar um pouco mais. Estaremos livres só depois da meia-noite. Depois disso estarei pronta para ir até o fim do mundo e sem hora para voltar. Explicou Eve.
- Sem problemas. Disse Sam.
- Depois quero saber o que vocês três andaram aprontando.
- Contarei tudo. Prometo.
- Beijos, amor. Despediu Eve.
- Para você também.
Assim que desligou, explicou tudo para as demais e entraram no carro.
De comum acordo resolveram continuar o passeio. Rodaram pela orla marítima e pararam no antigo quiosque delas. Assim que desceram o atual proprietário às abraçou feliz.
- Poxa, quanto tempo que vocês não aparecem! Disse ele.
- Muito trabalho Jorge. Respondeu Andy. – E você, o que conta de novo?
- Hoje de manhã recebi a autorização da prefeitura para ampliar o quiosque. Respondeu ele sorrindo.
- Isto é muito bom. Fico feliz por você. Falou Sam com sinceridade.
- Como estão as coisas em Mongaguá?
- Estamos com um projeto em fase final de comprarmos um restaurante. Explicou Sam.
- Desejo o maior sucesso para vocês.
- Obrigada. Queremos você na inauguração. Disse Andy.
- Irei com o maior prazer. Venha se sentar. Vou servir um vinho que guardei para ocasiões especiais.
Elas se sentaram e Jorge voltou com uma garrafa de Carbenet e um pratinho de salame italiano. Serviu as quatro taças e brindou com elas, depois foi trabalhar.
Elas acabaram tomando duas garrafas, mas Jorge não quis cobrar. Ao se despedirem Sam deixou o dinheiro embaixo da garrafa.
Chegaram à casa um pouco depois da meia-noite. Encontraram os primos mais novos assistindo um filme.
- Por que ainda não foram dormir? Perguntou Sam.
- O filme é muito bom e já está terminando. Respondeu Franklin, um garoto de quinze anos com o rosto coberto de espinhas.
- Então assim que terminar quero que limpem toda a sujeira que fizeram.
- Poxa, Sam você não dá uma folga! Reclamou Aline, uma menina de doze anos de cabelos e olhos castanhos parecida com o irmão.
- Não fora vocês que sujaram? Acha justo a Gil chegar amanhã e ter que limpar a bagunça de vocês? Indagou Fernanda.
- Não. Responderam eles em uníssono.
- Então tratem de limpar.
- E a Vanessa? Perguntou Sam.
- Já está dormindo. Respondeu Aline.
Vanessa era a irmã mais velha e o oposto dos irmãos. Tinha os cabelos negros, olhos verdes e um corpo magnífico.
- Bom, gente! Vou dormir. Disse Andy.
-Ah, Andy! A Nike pediu para você ligar antes de dormir.
- Obrigada, Franklin. Boa noite.
- Eu também vou dormir. Falou Fernanda.
As irmãs subiram juntas.
Em seu quarto Sam tomou um banho e logo depois saiu.
No caminho ligou para Eve dizendo que estava chegando.
Quando encostou a moto, Eve saiu do prédio.
Beijaram-se e Eve murmurou.
- Estava com saudades.
- Eu também. Você está bem? Perguntou Sam.
- Estou sim.
- Resolveu seus negócios?
- Estou totalmente livre para você. Como foi o jantar?
- Foi ótimo. Encontramos muitos conhecidos durante a noite, até minha ex-namorada.
- E como foi? Quis saber Eve.
- Normal. Ela veio nos cumprimentar e desejou boas festas. Só isso.
- É bom saber que ela ficou bem.
- Bem, vamos passear?
- Para onde você vai me levar? Perguntou Eve subindo na garupa e colocando o capacete.
- É surpresa. Respondeu Sam também colocando o capacete.
Rodaram por alguns minutos e pararam no estacionamento da marina. De mãos dadas caminharam até o píer 13 onde estava ancorado um barco Ferretti de 40 pés, branco com duas listras vermelhas. Sam ajudou Eve embarcar e depois de soltar as amarras, pulou para a popa.
Entraram na cabine e Sam deu a partida.
- Nossa como é lindo! Exclamou Eve.
- Obrigada. Comprei-o em um momento de solidão. Falou Sam manobrando devagar para se afastar do ancoradouro.
- Solidão? Como assim?
- Era muito recente o meu rompimento com a Carol. Houve aquele incidente na Itália e eu estava me sentindo muito sozinha. Logo que cheguei da Itália e vi o anuncio no jornal e entrei em contato com o dono. Fiz uma contraproposta e fechei o negocio. Como era fora de temporada e a Andy estava na casa dos pais em Santos, arrumei uma mochila, abasteci o barco e fiquei fora durante duas semanas. Pesquei, nadei e tomei muito sol. Quando voltei estava cheia de energia e com a certeza que encontraria alguém que me completasse. Explicou Sam.
- E você encontrou a pessoa? Indagou Eve.
- Sim. E eu a amo demais. Respondeu Sam sorrindo.
Eve também sorriu e ficaram em silencio.
Depois de algum tempo, Sam desligou o motor e acionou a descida da ancora.
- Venha conhecer o barco. Convidou ela.
Por uma porta dentro da cabine, elas desceram uma escadinha de quatro degraus.
Entraram em uma sala com bancos estofados brancos, anexa tinha a cozinha bem equipada com geladeira, freezer, mesa com bancos em volta, um fogão e pia com armários embutidos em madeira cor de caramelo. Depois entraram em um quarto de solteiro com duas camas e um pequeno armário também embutido. Ao lado uma suíte com banheiro completo. Um pequeno corredor levava para um banheiro com chuveiro e uma minúscula lavanderia. Outra portinha ficava os motores e tanque do barco. Todas as madeiras dos quartos eram de mogno escuro. Havia também perto da sala uma saleta com TV, almofadas jogadas no chão e um aparelho de som.
- Tudo muito lindo. Era assim quando você comprou? Quis saber Eve.
- Não. Depois que cheguei do passeio, reformei algumas coisas. Diminui a sala e acrescentei a saleta e troquei os moveis da cozinha.
- Muito bom gosto. Parabéns.
- Obrigada. Está com fome? Perguntou Sam.
- Faminta. Respondeu Eve.
Voltaram para a cozinha e Eve sentou se no banco, enquanto Sam abria a geladeira e pegava uma garrafa de Chablis. Serviu-as e depois colocou sobre a mesa um recipiente fechado, fatias de pão, salame fatiado e cubinhos de queijo.
Comeram em silencio o delicioso marisco com vinagrete que estava dentro do recipiente, apreciando o suave balanço do barco.
Assim que terminaram, Sam arrumou tudo e pegou outra garrafa de vinho e perguntou.
- Vamos tomá-lo lá em cima?
- Quero aproveitar sua companhia regada com um bom vinho e banhado pela lua.
Eve subiu carregando o vinho e as duas taças, enquanto Sam foi pegar um colchonete para elas deitarem no deck.
Eve colocou tudo sobre uma mesa e se aproximou da amurada olhando o mar calmo onde a lua cheia se refletia nele. Sorriu ao ter um pensamento.
No momento que Sam colocou o colchonete na proa, Eve começou a desabotoar a blusa que vestia, tirando-a.
- O que você está fazendo? Indagou Sam surpresa.
Eve não disse nada. Retirou o restante das roupas e levantou os braços para cima rindo gostosamente.
- Te espero na água, meu amor. Falou antes de mergulhar.
Sam correu até a amurada e viu quando Eve voltou à tona e começou a nadar.
Rindo Sam também arrancou as roupas e mergulhou.
- Brrr! A água está muito fria. Reclamou Sam.
- Você se acostuma. Venha. Chamou Eve nadando para longe do barco.
Sam foi atrás. Nadaram por algum tempo. Depois Eve falou.
- Vem, quero você agora.
Nadaram de volta ao barco e foram se deitar no colchonete. Beberam o vinho.
Começaram a se tocar e no instante seguinte as duas gemiam em êxtase.
Quando Eve alcançou a plenitude do prazer deixou o grito rasgar sua garganta quebrando o silencio do lugar. Abraçaram-se e esperarem os corações acalmarem.
Eve estremeceu e Sam a convidou para descerem.
Tomaram um banho e deitaram. O amor dessa vez veio calmo, reacendendo a chama do desejo.
Dormiram abraçadas, embaladas com o suave bater das ondas no casco do barco.
Já havia amanhecido, quando Eve acordou assustada com o balanço do barco. Acordou Sam que riu da sua preocupação.
- Não tem perigo, meu amor.
Sam percebeu que mesmo falando que não tinha perigo Eve não ficou tranquila, por isso levantou e vestiu um roupão.
- Fique aí que já volto.
Instantes depois Eve ouviu o barulho do motor sendo ligado. Sam levou o barco para águas mais calmas e desligou o motor, abaixando a ancora em seguida.
Na volta passou na cozinha e colocou a cafeteira para funcionar. Ao entrar no quarto encontrou Eve adormecida. Retirou o roupão e deitou ao lado dela. Beijou suas costas.
- Hum, que delicia! Eve murmurou.
- Vamos tomar café e retornar para a costa. Disse Sam.
- Ainda é cedo. Vamos ficar mais um pouco, meu amor. Pediu Eve se virando de frente para Sam e beijando seus lábios.
- Vou pensar enquanto tomamos café. Respondeu ela.
- Ah, por favor! Insistiu Eve roçando seu corpo sensualmente no corpo de Sam.
- Você está me subornando? Indagou Sam.
- Esta é minha intenção. Respondeu Eve rindo gostosamente.
Rindo também, Sam deitou-se sobre Eve e começou a beijar seu rosto, pescoço e lábios. Sua mão acariciava suas costelas e depois desceu para o quadril. A língua substituiu a mão e percorreu o mesmo caminho até encontrar a fonte de prazer que estava quente e úmida. Eve acariciava seus cabelos e se agarrou a eles com força quando sentiu o primeiro espasmo de prazer. Amaram-se duas, três vezes e depois ficaram deitadas de costas exauridas de prazer.
Sam acabou cochilando e não viu Eve sair da cama.
Vestida com outro roupão Eve foi para a cozinha e preparou o café da manhã. Voltou para o quarto e tomou um banho.
Sam acordou com o barulho do chuveiro. Levantou-se, arrumou a cama e foi para o banheiro.
- Tudo bem, meu amor?
- Tudo. Respondeu Eve desligando o chuveiro.
Sam entrou no chuveiro e logo após o café voltaram para a costa.
Duas horas depois, Sam estacionou a moto em frente do prédio de Eve.
Ao se despedirem, Sam notou a relutância de Eve em se afastar de seus braços.
- O que houve meu amor? Você está bem? Perguntou Sam encarando-a.
- Estou minha delicia. Só está ficando difícil a cada dia me separar de você. Respondeu Eve.
- Você sabe que quando quiser, minha casa estará sempre pronta para te receber em definitivo.
- Eu sei meu amor. O Natal me deixa muito emocionada. Deve ser isso.
- Logo estarei com você novamente.
- Está bem. Cuida-se. Despediu-se Eve beijando-a.
- Você também. Falou Sam sorrindo.
Sam ligou a moto e foi embora.
Assim que Eve entrou em casa e cumprimentou a família, Joshua perguntou.
- Quer um drinque, Eve?
- Vou me trocar e já volto. Prepare um campari com gelo e limão, por favor.
No quarto enquanto se trocava Eve ainda sentia as mãos e o cheiro de Sam em seu corpo. Sorriu feliz.
Estava calçando as sandálias quando alguém bateu na porta levemente.
- Entra. Pediu ela.
- Oi. Falou Valeria.
- Olá. Aconteceu alguma coisa? Você parece nervosa. Observou Eve.
- Estou mesmo e muito confusão. Respondeu Valeria sentando-se na cama.
- Me conta. Posso te ajudar?
- A Fernanda me beijou ontem e eu não estou sabendo lidar com isso. Desabafou Valeria.
- Como assim?
Valeria narrou o acontecimento do dia anterior para Eve que estava boquiaberta.
- Apesar de saber que você não pertence a este mundo você gostou do beijo.
- Muito. Você sabe que para mim sua condição é normal, mas comigo é diferente. Meu pai não veria com bons olhos se eu me envolvesse com outra mulher.
- E você quer se envolver com ela?
- Você sabe que sempre namorei homens, mas confesso que desde ontem não consigo parar de pensar no que aconteceu e isto me excita. Já pensei até em voltar para casa.
- Isto não resolveria em nada. Talvez fosse apenas um clima que aconteceu devido à carência de vocês duas por estarem sozinhas.
- Não acho que a Fernanda seja uma pessoa de se deixar levar por momentos. Percebi que enquanto a gente conversava, ela me encarava de um jeito diferente. Parecia que queria penetrar em minha alma. Não sei. Estou muito confusa.
- Já pensou em conversar com ela sobre isso? Indagou Eve.
- Vou dizer o que? Se não estou sabendo lidar com isso. Retrucou Valeria.
- Então é melhor esperar e ver o que acontece em seguida.
- Ainda bem que terei tempo em pensar no assunto durante a ceia de Natal já que não vamos nos ver hoje.
- Pense bem no que quer fazer. Se precisar estarei aqui. Disse Eve.
- Obrigada.
- Agora vamos almoçar que estou faminta.
- Me conta como foi sua noite. Pediu Valeria saindo do quarto.
Eve foi contando e voltaram para a sala.
Joshua estendeu um copo para Eve assim que ela entrou na sala.
- E você, Valeria? Perguntou ele.
- Uma cerveja.
Durante o almoço Ricardo bateu a faca no prato para ter a atenção de todos.
Quando conseguiu o que queria disse.
- Houve uma mudança de planos. Não passaremos o Natal aqui.
- Para onde vamos, papai? Quis saber Evelyn.
- O Arthur, pai da Sam, nos convidou para passarmos o Natal em sua casa. O que acham?
Todos concordaram alegres. Valeria olhou para Eve que sorriu.
- Iremos logo após o almoço. Continuou Ricardo falando. – O Arthur disse que vamos ter muitas brincadeiras antes da ceia. Precisamos comprar várias lembrançinha porque terá amigo oculto. Levem roupas para se trocarem mais tarde.
- Que tipo de lembrançinhas, Ricardo? Perguntou Pedro.
- Como o Arthur disse bugigangas.
O almoço terminou e todos ajudaram Ana a arrumar a cozinha. Depois se arrumaram e saíram para fazerem compras. Valeria se aproximou de Eve e perguntou aflita.
- E agora? O que faço?
- Você tem duas opções: Primeira, você entra no elevador e vamos festejar ou fica sozinha no apartamento para se arrepender o resto da vida. Escolha. Disse Eve.
Valeria respirou fundo e entrou no elevador. Eve apenas sorriu.
Na casa de Arthur o almoço também havia terminado e todos estavam espalhados pela sala. Sam tomava café sentada em uma poltrona, quando Arthur pediu.
- Sam, daria para você ir até o supermercado e ajudar o Rogério fechar os caixas?
- Claro papai.
- Obrigado. Agradeceu ele beijando-a.
Sam pegou a chave da moto e saiu fumando.
Instantes depois, Sam chegou ao supermercado e cumprimentou Rogério, um rapaz loiro e forte.
- Vim te ajudar. Falou ela.
- Que bom. Respondeu ele sorrindo.
Havia ainda alguns clientes na loja, então Sam dispensou cinco meninas que trabalhavam no caixa e fechou-as. Ficaram apenas dois caixas abertos.
Na casa de Arthur, Ricardo e a família acabavam de entrar no imenso jardim florido. Ele e Chris estavam parados na varanda esperando para darem as boas vindas.
Todos se cumprimentaram alegres e foram Andy e Nike que fizeram as apresentações. Espalharam-se pela casa e ficaram conversando.
Valeria olhou ao redor e viu Fernanda na varanda dos fundos conversando com uma mulher linda e sem querer sentiu ciúmes. Eve percebeu o cenho franzido de Valeria e olhou na direção que a prima olhava. Aproximou-se e perguntou baixinho.
- Me corrija se eu estiver errada. Você está com ciúmes da Fernanda?
- É claro que não.
- Então qual é o motivo dessa cara feia?
- Nada não.
Naquele momento, Fernanda entrou na sala de mão dada com a moça. Sorriu ao vê-las. Andy havia se aproximado de Eve e Valeria.
- Nossa! As três mulheres mais lindas da festa. Falou ela.
- Deixe de conversa, Fernanda! Como pode dizer que somos as três mais lindas da festa se você está em companhia de uma beldade morena. Retrucou Eve.
- Me perdoem. Valeria e Eve, esta é Danny, minha prima.
- Muito prazer. Cumprimentou Eve.
- Eve é a namorada de Sam e a Valeria é prima de Eve. Disse Fernanda.
- O prazer é meu. Falou Danny. Vocês querem beber algo?
- Eu te ajudo. Ofereceu-se Andy.
- Vinho? Indagou Danny.
- Ótimo. Elas concordaram.
Logo elas estavam de volta com taças de vinho.
Elas brindaram e Fernanda ofereceu cigarros para elas, somente Valeria recusou.
- Você não fuma? Indagou Fernanda.
- Não mais. Parei faz quatro meses. Respondeu Valeria.
- Confesso que nem tento. Sei que não conseguiria. Disse Fernanda.
- Você precisa ter muita força de vontade.
- Uma coisa que não tenho muita para algumas coisas.
Elas não perceberam quando as outras se afastaram. Depois de alguns minutos se viram sozinhas e Fernanda convidou Valeria para irem caminhar pelo jardim.
Quando estavam longe dos ouvidos dos demais, Fernanda segurou o braço de Valeria e disse.
- Quero me desculpar pelo comportamento idiota que tive ontem com você. Se te ofendi não era minha intenção. Sei que você não pertence ao meu mundo e por isso eu não tinha o direito de te beijar.
- Sua atitude me deixou muito confusa. Pensei até em voltar para casa, mas não saberia explicar ao meu pai o que estava acontecendo.
- Eu não sou de agir por impulso, mas confesso que fiquei atraída por você logo no primeiro dia que nos conhecemos. Acabei assustando e ofendendo você. Perdoa-me.
- Vamos esquecer o que aconteceu. Está bem?
- Não sei se vou conseguir esquecer o gosto da sua boca
Fim do capítulo
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