Capítulo 5
- Nossa! Você está maravilhosa.
-Obrigada. Agradeceu Eve sorrindo.
- Sam babaria se pudesse te ver agora.
- Falando em Sam. Estou apaixonada por ela. Disse Eve.
-Mesmo? Você já contou para ela?
- Não. Acabei de descobrir.
- Nossa noite será de dupla comemoração. Falou Nike.
Eve parou o carro na porta do restaurante e o manobrista levou o carro.
No bar pediram dois Campari com soda, enquanto esperavam a mesa ficar pronta.
O jantar foi animado. Estavam tomando café, quando Nike falou.
- Poderíamos dar uma esticadinha em uma balada.
- Vou gostar disso.
Logo depois estavam dançando. Encontraram algumas amigas e se divertiram bastante.
Estavam voltando para a mesa, quando alguém falou alto nas costas delas.
- Enfim te encontrei Eve.
As duas olharam para trás e viram Carla se aproximando e pelo jeito estava bêbada.
- Precisamos conversar. Disse ela segurando o braço de Eve.
- Larga ela agora. Falou Nike entrando no meio das duas e empurrando Carla para longe de Eve.
- É com ela que você está dormindo agora Eve?
- Fique longe dela Carla. Não vou repetir. Ameaçou Nike.
- Você vai me bater? Indagou Carla rindo alto e chamando mais ainda a atenção para elas.
- Se for preciso sim.
Diante da resposta de Nike, Carla empurrou-a que acabou caindo sobre a mesa e derrubou alguns copos.
Eve socorreu a amiga e no mesmo instante os seguranças do lugar apareceram e seguraram Carla pelo braço.
- Fora, mocinha. Falou um deles.
Carla resistiu e acabou sendo arrastada para fora do lugar, mas ainda gritou.
- Vou te pegar Eve e nem imagina o que farei com você quando isso acontecer.
Nike abraçou Eve que chorava e falou.
- Calma. Já acabou. Senta um pouco.
- Quero ir embora Niki, por favor. Pediu ela.
Nike pegou a bolsa de Eve no chão e na saída pagou a conta e o prejuízo dos copos quebrados.
No estacionamento ela abriu a porta do passageiro para Eve e se sentou ao volante.
No caminho para casa Eve voltou a chorar encostada na porta do carro. Nike deixou-a chorar.
Parou na porta de sua casa e perguntou.
- Quer passar essa noite aqui em casa?
- Obrigada Nike. Vou para casa, tomo um calmante e tudo ficará bem. Respondeu Eve saindo do carro.
- Tem certeza? Insistiu Nike.
- Tenho. Qualquer coisa eu te ligo.
- Está bem então.
Niki beijou-a e fechou a porta do carro. Permaneceu na calçada até o carro sumir.
Em instante Eve chegou em casa. Ao fechar a porta ligou o alarme e foi para o quarto. Tomou um banho e quando estava saindo seu celular tocou.
- Tudo bem com você? Perguntou Nike.
- Estou bem Niki, só um pouco nervosa. Já tomou um calmante e logo estarei dormindo.
- Está bem. Beijos.
- Beijos.
Eve estava se deitando quando o celular tocou novamente. Sorrindo atendeu e falou.
- Nike estou...
- Estou indo te pegar. Falou Carla rindo.
Eve soltou um grito e desligou o celular. Correu para fora do quarto e desceu as escadas. Verificou o alarme e suspirou aliviada ao ver a luz vermelha piscando. Sabia que Carla não entraria ali, mas não quis ver para crer. Subiu correndo as escadas e voltou para o quarto. Seu celular piscava indicando que havia uma mensagem. Pegou-o e leu: “Você pensa que esse alarme pode me deter? Está muito enganada.”
Eve entrou em pânico. Vestiu a primeira roupa que achou no armário, pegou a bolsa e desceu indo para a garagem. Entrou no carro e só abriu o portão com o controle quando estava bem perto. Olhou para a rua que estava vazia e fechou o portão, saindo em disparada. Tentou ligar para Nike, mas a ligação caiu na caixa de mensagens. Desistiu. Desligou seu celular e se concentrou na estrada vazia naquela hora.
Só respirou mais aliviada quando pegou a Via Anchieta rumo ao litoral.
No momento que Eve tentara falar com Niki, essa conversava com Sam.
- Você tem certeza que ela ficou bem e em segurança? Perguntou Sam preocupada.
- Tenho. A casa é bem segura e tem alarme. Respondeu Nike.
- Mesmo assim vou ligar para ela. Obrigada. Beijos.
- Beijos.
Sam desligou e não conseguiu falar com Eve. Seu celular estava desligado.
Fechou o quiosque e foi para casa. Tentou varias vezes, mas sem sucesso falar com Eve e isso a deixou muito preocupada.
Em casa sentou-se no sofá e de cinco em cinco minutos tentava ligar para Eve. Nada.
Andy preparou um café e as duas ficaram esperando.
O interfone tocou assustando as duas que cochilavam no sofá. Sam deu um pulo e atendeu.
- Sam abra o portão. Pediu Eve.
Apertou o botão e antes mesmo de Eve estacionar o carro já estava esperando. Assim que Eve saiu, ela a abraçou. Eve começou a chorar agarrada em sua cintura.
- Calma, meu amor. Eu estou aqui.
Esperou alguns segundos e depois delicadamente a conduziu para a porta da sala. Andy esperava preocupada. Deu um beijo nela e foi pegar um copo de água. Eve bebeu e enxugou o rosto.
- Obrigada Andy. Estou melhor.
- Vá descansar Andy.
- Não precisam de nada.
- Não, obrigada.
Andy beijou-as e foi para seu quarto.
- Vem comigo. Pediu Sam.
Juntas subiram as escadas e entraram no quarto de Sam. Apática Eve permitiu que Sam tirasse suas roupas e a deitasse na cama.
- Me abrace, Sam. Não me deixe sozinha. Choramingou Eve.
Sam tirou o tênis e deitou-se ao seu lado abraçando-a.
- Descanse. Falou Sam.
- Você não vai sair de perto de mim? Indagou-a.
- Não. Ficarei aqui o tempo todo.
- Promete?
- Prometo. Agora durma.
Sam beijou delicadamente os lábios de Eve e a cobriu com o lençol. Ficou acariciando seus cabelos até ter certeza que ela dormia profundamente. Depois se levantou para tirar as roupas e voltou a se deitar. Pegou o celular e ligou para Nike.
- Sam? Não consigo falar com Eve. Ela sumiu.
- Não se preocupe. Ela está aqui comigo, dormindo.
- Quando ela chegou?
- Faz quase uma hora. Estava estranha e chorando muito.
- Deve ser o efeito do calmante que ela tomou. Ela conseguiu falar algo?
- Não. Só chorava.
- Vou receber as mercadorias e desço em seguida.
- Está bem, Nike. Avise todos que ela está bem aqui em casa.
- Ok, Sam. Beijos.
- Beijos.
Sam desligou e abraçou Eve que mesmo dormindo murmurou.
- Não me deixe sozinha.
Sam beijou seu rosto e também adormeceu.
Nike chegou logo após o almoço. Foi direto para a casa de Sam. Encontrou Andy no escritório fazendo a contabilidade da noite se cumprimentaram com um longo beijo e depois Nike perguntou.
- Eve está bem?
-Está sim. Ela e Sam continuam dormindo. Respondeu Andy.
- Nossa que alivio! Pensei que havia acontecido o pior, quando não consegui falar com Eve.
- O que aconteceu, meu amor?
Nike contou o ocorrido com Carla deixando Andy indignada.
- Essa cretina deveria ser presa.
- Com certeza. No caminho falei com o Ricardo e ele disse que iria tomar algumas providencias. Com certeza ligou para o pai da Carla.
- É melhor mesmo ele tomar as providencias, pois se a Sam encontrar aquela cretina tenho certeza absoluta que a Carla vai parar no hospital.
- Não quero nem pensar.
Um grito arrepiante veio do andar de cima, assustando-as que correram para as escadas. Gil veio logo atrás.
- O que está acontecendo? Ela perguntou.
As três subiram as escadas e entraram no quarto de Sam.
Eve se debatia e gritava, Sam tentava acordá-la chamando-a.
- Eve acorda. Sou eu, Sam. Você está segura.
Sacudiu-a com mais firmeza e ela acordou atordoada.
- Sam!
-Tudo bem, meu amor. Ninguém irá te machucar. Está tudo bem.
Eve abraçou-a e começou a chorar. Sam olhou para as pessoas assustadas e falou.
- Está tudo bem, gente.
- Vocês precisam de alguma coisa? Indagou Andy.
- Não obrigada.
- Estaremos lá embaixo se precisarem. Falou Nike.
Saíram fechando a porta e voltaram para a sala.
Sam continuou embalando Eve até ela para de chorar. Alguns tempo depois só restavam alguns soluços.
- Você está melhor? Perguntou ela baixinho.
- Estou Sam.
Ficaram abraçadas em silencio, até Eve começar a falar devagar.
- Nosso jantar foi muito bom. Nike me convidou para uma balada perto do restaurante. Dançamos bastante até encontramos alguns amigos. Foi quando a Carla apareceu bêbada falando um monte de asneiras e segurou no meu braço tentando me levar para fora. A Nike me defendeu empurrando a Carla. Ela perguntou se eu estava dormindo com ela. Foi tão constrangedor. A Nike ameaçou bater nela, então a Carla empurrou a que caiu em cima de uma mesa, não sei nem se ela se machucou. Depois os seguranças chegaram e levaram a Carla para fora, mas antes ela me ameaçou dizendo que iria me pegar e eu nem imaginava o que ira acontecer comigo. Quando estava em casa ela ligou no meu celular dizendo que estava indo me pegar. Fiquei apavorada, então peguei o carro e vim para cá.
- Você tomou alguma coisa? Quis saber Sam
- Tomei um calmante assim que cheguei em casa.
- Você poderia ter sofrido um acidente se ficasse sonolenta.
- O pavor era enorme que nem pensei nessa possibilidade.
- Eu sei. O importante é que você está segura agora. Mas fique certa de uma coisa, se eu encontrar a Carla vou quebrar todos os ossos do seu nojento corpo. Sentenciou Sam séria.
- Não quero que você faça nada com ela. Jamais vou me perdoar se algo acontecer com você. Promete Sam?
- Não sei se posso prometer isso.
- Por mim, por favor.
- Prometo desde que ela não coloque as mãos imundas em você.
- Obrigada.
- Você está bem agora? Perguntou Sam.
- Com você estou sempre bem. Respondeu Eve abraçando-a.
Sam sorriu e beijou suavemente seus lábios.
- Oh, Sam! Nunca me deixe sozinha.
- Não deixarei. Pode ter certeza.
- Eu amo você.
Sam se afastou devagar para poder olhar em seu rosto e pediu.
- Fala de novo.
- Eu amo você.
Sam colocou a mão em sua nuca e puxou sua cabeça até seus lábios se encontrarem, beijou-a profundamente.
- Eu também te amo muito.
Ficaram abraçadas por muito tempo em silencio. Naquele momento não precisava de palavras. Apenas a certeza que estavam juntas e que se amavam.
No começo da noite, Sam levou Eve para casa. Assim que entraram Amanda abraçou a filha.
- Você está bem, meu amor. Perguntou ela.
- Estou mamãe.
- Obrigada Sam por tudo.
- Não precisa agradecer Amanda. O importante é Eve estar bem e segura. Disse Sam.
- Olá, Sam. Cumprimentou Ricardo entrando na sala. Tudo bem, minha alegria?
- Tudo, papai.
- Acabei de conversar com o Armando e ele prometeu tomar algumas providencias. Eu disse se a Carla importunar novamente chamarei a policia e vou denunciá-la.
- Espero que ele resolva mesmo. Retrucou Amanda.
- Vamos tentar esquecer o acontecimento e viver a nossa vida. Falou Evelyn.
- Aceita um vinho, Sam? Ofereceu Ricardo.
- Aceito com prazer.
Ele se levantou e abriu um vinho tinto. Serviu nas taças e distribuiu para todos. Naquele momento a porta se abriu e um rapazinho entrou acompanhado por outro bem alto loiro de olhos azuis.
- Encontrei esse camarada perdido lá embaixo. Alguém quer ficar com ele? Perguntou o mais novo.
Evelyn se levantou após beijar o mais novo, abraçou o loiro e beijou.
- Oi, meu amor! Esperava você amanhã.
- Não agüentei a saudades de você.
Evelyn apresentou o loiro para Sam. Rafhael Cerqueira era biólogo e namorava Evelyn há dois anos. O outro rapaz apresentado era moreno, olhos verdes claros e bem magro. Joshua era o irmão do meio de Eve. Todos se cumprimentaram e Joshua disse.
- Estou faminto mamãe.
- Quando é que você não está faminto? Caçoou Eve.
- Nem quando está dormindo. Completou Evelyn.
- Já vi que minhas amadas irmãs tiraram à tarde para me chatear.
Todos riram e Amanda disse.
- Vá até a cozinha que Ana prepara um lanche para você.
- Vou tomar um banho. Falou Rafhael.
- Seus pais estão bem? Perguntou Ricardo.
- Estão sim, Ricardo. Virão para o Natal.
- Isto é bom.
Andy e Niki chegaram e completaram o grupo. Terminaram de tomar o vinho. Como já havia anoitecido. Sam e Andy se despediram e foram abrir o quiosque.
O movimento caiu muito depois da meia-noite devido uma festa que acontecia no centro da cidade e todos estavam indo para lá. Sam decidiu fechar o quiosque e de comum acordo todos foram para a festa.
Um conjunto da cidade estava no palco e convidava todos para dançar ao som de vários ritmos.
Todos entraram nas brincadeiras, dançaram e beberam. Vários amigos foram cumprimentar Andy e Sam e foram apresentados para os demais. Silvinha apareceu e logo que viu Sam, abraçou-a e beijou seus lábios demoradamente. Sam olhou constrangida para Eve.
- Assanhada sua amiguinha. Eve disse.
- A Silvinha é assim mesmo muito intensa. Respondeu Sam.
- Intensa demais para o meu gosto. Se ela fizer isso de novo, vou mostrar minha intensidade também. Retrucou Eve.
- Ficou com ciúmes? Perguntou Sam.
- Não se trata de ciúmes. Só não gosto da atitude de algumas pessoas. Respondeu Eve de cenho franzido.
- Se trata do que então? Indagou Sam com a voz mais áspera.
As duas se encararam sérias e Eve perguntou.
- Por que estamos discutindo?
- Não sei.
- Nossa! Que loucura! Exclamou Eve.
- Vamos parar com isso e vamos nos divertir.
- Me desculpa Sam. Não queria brigar com você.
- Eu também não, meu amor. Falou Sam abraçando-a. Perdoe-me.
Beijaram-se. E depois foram dançar.
A noite terminou em um barzinho na beira-mar.
Chegaram em casa com o sol quente. Gil recebeu-as com um sorriso.
- Bom dia, meninas! Cumprimentou ela. Divertiram-se?
- Bom dia, Gil! Bastante. Disse Eve.
- Querem tomar café?
- Não, Gil. Obrigada. Vamos dormir. Respondeu Sam.
- Dormir. Sei. Retrucou Gil voltando para a cozinha.
Sam beijou Eve e falou.
- Estou pensando seriamente em te trancar no quarto e só deixá-la sair quando formos para o quiosque.
- Não pense, faça. Murmurou Eve passando a língua na orelha de Sam, fazendo-a gem*r.
- Sua ultima chance.
- Não tenho mais chance.
Sorrindo Sam pegou-a no colo e subiu as escadas.
O amor foi calmo. Eve se surpreendia toda vez que fazia amor com Sam. Todas às vezes eram diferentes uma da outras.
À tarde Sam levantou sem acordar Eve e foi tomar banho.
Entrou na cozinha e pegou um suco.
- Sam, anotei alguns recados para você, estão lá na sala. Já estou de saída. Deixei comida para vocês no forno. Até segunda.
- Bom fim de semana. Tchau.
- Beijos.
Sam pegou o papel sobre a mesinha do telefone. A primeira era de sua fornecedora de frutos do mar, avisando que suas lagostas haviam chegado. A outra era de sua irmã Fernanda dizendo que chegaria no final de semana. A ultima era da Carla avisando que estava no litoral e que iria visitá-la no quiosque naquela noite. Amassou o papel e jogou-o longe.
- Droga! Resmungou furiosa.
- Qual o motivo dessa raiva toda? Indagou Eve descendo as escadas, vestida apenas com uma camiseta de Sam, cheirava a sabonete.
- Só recebi uma noticia ruim. Respondeu Sam.
- Posso de ajudar em alguma coisa?
- No momento não, meu amor. Obrigada.
- Ok. Concordou Eve abraçando.
Beijaram-se e Sam disse.
- Venha comer algo e depois preciso trabalhar.
Foram para a cozinha e Sam tirou do forno ainda quente carne assada fatiada com molho de cogumelos, arroz e na geladeira uma salada de legumes. Eve arrumou a mesa e se sentou enquanto Sam abria um vinho.
- Vocês têm algum projeto para expandir os negócios? Perguntou Eve.
- Há algum tempo nós estamos amadurecendo a hipótese de abrirmos um restaurante. Respondeu Sam servindo o vinho.
- Já escolheram um local?
- Tem um restaurante abandonado na beira da praia. Tem uma ótima vista e fica mais perto do centro da cidade. Meu papai acha a idéia boa, pediu para nosso advogado verificar toda documentação.
- Parece ser mesmo uma boa idéia.
- Estamos só passar as festas de fim de ano para resolver isso.
Terminaram o almoço em silencio. Depois limparam a cozinha e Sam levou-a para o escritório com a garrafa de vinho.
Ao entrar Eve olhou ao redor. Uma das paredes havia uma estante enorme de livros que cobria toda a parede, sofás confortáveis, uma escrivaninha de mogno escuro ficava em frente de uma vidraça, onde se podia ver o jardim e piscina. Alguns enfeites sóbrios como um cavalo de bronze e uma replica de um navio pirata. Dois quadros que retratavam a praia em dois lugares diferentes muito bonitos, pintados por Chris e outro que chamou mais a atenção de Eve que se aproximou dele.
- Nossa! Um Monet. Onde o comprou? Indagou-a.
- Não comprei. Ganhei de uma pessoa que conheci.
- Me conta essa historia. Pediu Eve.
Enquanto conversavam, Sam havia colocado a caixa do quiosque sobre a escrivaninha, caminhou para perto de Eve e abraçou-a por trás e falou.
- Viajamos para Roma em agosto de 97. Faltavam quinze dias para completarmos 22 anos. Minha irmã estava nos esperando no aeroporto. Foi uma alegria revê-la depois de dois anos. Fernanda havia preparado uma grande festa no salão do condomínio em que mora. Devido seu trabalho como repórter, muitas pessoas importantes estavam na festa. Eu circulava entre os convidados, quando reparei em uma mulher que acabara de chegar. Não era propriamente bonita, mas tinha uma sensualidade, um mistério que mexia com a gente. Todos os homens da festa a olharam. Chamei Fernanda e pedi informações sobre ela. Minha irmã me disse para eu ficar longe daquela mulher, pois era esposa de um dos banqueiros mais influente e respeitado da cidade. Perguntei que era o sortudo e quando ela o mostrou fiquei de queixo caído.
- Era bonitão. Disse Eve.
- Acho que ele tinha a idade do meu avô ou mais velho.
Eve gem*u e pediu para ela continuar.
- Tentei me manter afastada mais foi impossível. Durante a festa flagrei seus olhares em mim e apenas sorrimos uma para a outra. Logo após dos parabéns, ela me fez um sinal e eu a segui para a beira da piscina. Não conversamos. Ela apenas me entregou um pequeno pedaço de papel e se afastou. Abri e nele estava escrito um endereço e hora. Antes de a festa terminar o casal se despediu. No dia seguinte peguei um taxi e dei o endereço. O carro parou e em frente de um luxuoso flat no centro da cidade, entrei e a partir daquele dia passamos tardes deliciosas.
- Dá para pular essa parte? Perguntou Eve saindo dos braços de Sam.
Sam riu e continuou a narrativa.
- Em uma tarde esquecemo-nos da hora e fomos flagradas pelo marido dela. Não houve escândalos. Ele simplesmente me ameaçou de morte se eu não saísse da cidade o mais breve possível. Ainda bem que nosso retorno para o Brasil seria no dia seguinte. Não contei nada para ninguém do ocorrido. Estávamos no aeroporto esperando nosso voo, quando Marcelle apareceu acompanhada por um empregado que segurava um grande canudo. Ela se despediu de meus pais e irmão e me disse que aquilo era um presente, beijou-me na frente de todos e nunca mais soube dela. Tanto meus pais como Fernanda me repreenderam por causa da minha atitude e o assunto foi encerrado. Quando cheguei em casa, abri o canudo e fiquei surpreendida com o quadro, mas achei que fosse uma réplica, então comprei uma moldura bonita e coloquei ele e esqueci do assunto. Algum tempo depois fiz uma festa para comemorar a comprar dessa casa e reunir meus primos, quando o noivo de uma prima perguntou sobre o quadro eu disse que havia ganhado a replica e ele discordou de mim, dizendo que o Monet era verdadeiro, pois ele é especialista em obras de arte. Ele mesmo mandou verificar e fiquei convencida da autenticidade do quadro. Então comprei uma moldurada que fizesse jus à obra.
- Foi uma historia e tanto. Comentou Eve.
- Foi mesmo, mas agora preciso trabalhar. Fique a vontade. Disse Sam indo se sentar na cadeira.
Eve pegou uma revista e se deitou no sofá. Sam se concentrou nas contas. De vez enquanto tomava um gole de vinho. Às vezes Eve abaixava a revista que lia e ficava observando o rosto de Sam.
Fim do capítulo
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