Capítulo 51
Capítulo 51 - Amor Eterno
Dois anos depois...
-- Gabi, desce já daí - Jorge estava em pânico - Meu Deus mona seremos perseguido por essas pobres almas penadas até o fim do mundo. Essa menina já quebrou uns cinco vasos de flores.
Rafaela só ria.
-- Quem será que trouxe essas flores lindas Jorge?
-- Deve ter sido o opa. Ele vem sempre aqui... Gabi larga esse anjo. Rafa ela está tentando arrancar aquele anjo gigante daquele jazigo.
-- Deixa-a Jorge. Gabi adora anjos. Ela não vai conseguir arrancar.
-- Olha mona, não duvide. Sendo filha de quem é... Vem com o tio Jorge, vem loirinha - a menina correu e jogou-se no seu colo - Vamos embora Rafa, tenha pena desses defuntos que devem estar se revirando no caixão - fez o sinal da cruz.
Rafaela ajoelhou-se para fazer uma oração.
-- Mama lezando - a menina olhava curiosa para Rafaela.
-- Ela tá lezando porque é uma lezada - Jorge riu.
Rafaela levantou fingindo estar brava.
-- Vocês não me deixaram nem rezar. Vamos embora antes que bato nos dois - saíram rindo.
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Na boate...
-- Beta, seus pais conseguiram passagem para sexta-feira? - Claudia estava pendurada no pescoço de Roberta.
-- Conseguiram amor - deu um beijo em sua boca - A família Dumont estará em peso para o casamento.
-- Que bom. Meus pais também virão Beta, consegui convence-los. Estou tão feliz - fez um carinho no rosto de Roberta - Obrigada, muito obrigada por insistir comigo, por ter paciência e principalmente por me amar como tem me amado.
-- Não agradeça, você está pagando na mesma moeda - retribuiu o carinho.
Jorge e Eddie entraram dando gargalhadas.
-- Chegaram os meninos alegres - Roberta debochou.
-- Sempre queriiida -- sentou e cruzou as pernas - Quem diria hem galera, que em dois anos nos tornaríamos a melhor casa noturna da América do Sul.
-- Temos uma fila de espera imensa. Pessoas de todas as partes querendo conhecer a BOATE ALL CRAZY - Claudia falou e todos bateram palmas.
-- Eu e Eddie estamos vendo uma casa para comprar. Coisinha básica de frente para o mar, seis quartos, piscina...
-- Não temos inveja de vocês. Aonde vamos morar é o paraíso aqui na terra - Roberta sorriu com ternura.
-- Vocês vão mesmo? - Eddie sentou ao lado de Jorge no sofá.
-- A Claudia aceitou e eu amei a ideia. Não consigo ficar longe daqueles anjinhos loiros. Quando Gabi fala dinda Bé tenho vontade de espremê-la.
-- Eu entendo. O Samuel me chama de Jóge e eu me derreto. Falar nisso fomos ao cemitério hoje e levamos a Gabi. Menina do céu - colocou a mão na boca - Essa garota parece o super-tufão Haiyan. Aquele que devastou Filipinas - risos - Em questão de minutos ela passou e deixou um rastro de destruição.
-- Você queria o que Jorge? - Sendo filha de quem é daqui a pouco vai transformar uma pilha palito em bomba igual ao MacGyver - Roberta levantou e pegou a bolsa - Já o Samuel é tão calminho né gente?
-- Verdade. Mas é bravo. Ontem virou a mão na cara da maninha. Rafaela teve que ralhar - Jorge também levantou - Vai aonde Beta?
-- Estão preparando o jardim da mansão para o casamento. Quero estar presente para que nada dê errado - foi até Claudia e a beijou com carinho - Vem junto amor. Enquanto você conversa com a mana eu fiscalizo o pessoal.
-- Vamos todos então, já que somos os donos podemos isso - Jorge pegou no braço de Eddie e o puxou - Fim de expediente amor. Estou louco pra cair de cabeça na piscina.
Na mansão Rafaela chorava sentada no sofá. Os gêmeos brincavam sentadinhos no chão.
-- Mã Lafa - Samuel levantou e foi até Rafaela - Chola -- passava a mãozinha pelo rosto dela.
-- Mamãe tá com saudade da mãe Dú - beijou o pequeno com carinho e o abraçou.
Gabriela correu até eles e participou do abraço.
-- Hííí - Jorge e os demais invadiram a sala - Xô depressão.
-- Cadê os meus anjinhos? - Roberta se ajoelhou e abriu os braços para os dois se jogarem.
-- Tudo bem minha Deusa? - abraçou a amiga.
-- Vai ficar - secou as lágrimas com as mãos - A equipe de decoração está a todo vapor aí no jardim.
-- Vim para acompanhar mana. Vão brincar com o Bob Esponja - deixou os gêmeos sentados no chão.
Roberta, Claudia e Eddie saíram para olhar o jardim.
-- Rafa em algum momento em sua vida você imaginou tudo isso - abriu os braços como se mostrasse o mundo ao seu redor.
-- Nunca Jorge. Isso é um sonho. Esses bebês...
Rafaela e Jorge não viram, mas a pequena Gabi estava na pontinha dos pés tentando pegar algo na estante. E conseguiu.
-- Posso te dizer com toda a convicção. Comecei a viver depois que conheci a Dú. Ela me fez ver que havia um mundo lindo fora das quatro paredes do meu escritório. Conheci o mar, o fundo do mar, as ondas, os montes e as matas. E conheci o meu coração, a minha alma, o meu corpo.
-- Dá...
-- Meu...
Gabi e Samuel estavam agarrados disputando o objeto que a menina havia pegado da estante.
-- O que vocês têm aí... -- Rafaela correu, mas não deu tempo. O objeto caiu longe.
-- Mona o anjinho... Onde está a cabeça?
Jorge e Rafaela se ajoelharam para procurar.
-- Mã Lafa... - Samuel mostrou a cabeça do anjo em sua mãozinha.
-- E agora Jorge? - Rafaela estava inconformada - Olha o que vocês fizeram? - mostrou o anjinho sem cabeça.
-- Muel - Gabi apontou para o irmão.
Jorge deu uma gargalhada. Já havia vivido a mesma cena anos atrás.
-- Tem Super Bonder Rafa? Esse coitado já deve ter perdido a cabeça umas dez vezes.
Colaram o anjinho mais uma vez...
-- GAROTADA CHEGUEIIIIII...
As crianças deram um berro de alegria e saíram correndo.
-- A mamãe DUDAAA... - levantou os dois no colo, beijou, beijou e os colocou no chão novamente - SENTIDO - berrou e os gêmeos ficaram em posição de sentido - Agora olhem só uma coisa - correu até a porta e trouxe um troféu enorme - O que nós falamos agora?
-- HÚ HÚ... É CAMPEÃO... É CAMPEÃO... - Eduarda dava a volta olímpica pela sala e os gêmeos atrás gritando como loucos.
Rafaela correu, juntou-se ao grupo de torcedores e também saiu gritando: É CAMPEÃO...
Jorge observava tudo com lágrimas nos olhos e um sorriso bobo nos lábios. Lembrou que no passado no dia em que Eduarda atropelou o cachorro foi essa cena dela com as crianças loirinhas que havia visto como uma premonição.
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-- Que saudade de você amor - Eduarda deu um beijo demorado na boca da morena.
-- Também estava Dú. Da próxima vez vou junto. Esses campeonatos são demorados demais - falou manhosa.
-- Vai mesmo amor. Não tem graça sem você - sentou Rafaela em seu colo.
-- Como se sente como a mais nova campeã Mundial de surf?
-- Feliz em ganhar. Mas já fui pra lá como vencedora, amor. Deus já me premiou de todas as forma e a cada dia me premia ainda mais com a presença de vocês em minha vida - beijou a cabeça da esposa.
-- Dú, a minha família e a da Roberta chegam amanhã pela manhã. Seu pai e a namorada chegam hoje de Paris. O opa também vem hoje. Sabia que o safado está pegando a Serena?
Eduarda deu uma gargalhada.
-- Ele merece. Depois de tudo o que aconteceu; descobrir que a mulher com quem viveu há anos era uma doente assassina, que mesmo sem querer ajudou nessa armação, nada como o sex* selvagem para fazer esquecer.
-- Se é selvagem não sei, mas sei que é bem frequente ele vem todos os dias aqui buscar ela. Logo, logo perderemos uma empregada e ganharemos uma oma - risos - Estive visitando o tumulo de sua mãe e da oma. Orei por ela, pela paz de seu espirito.
-- Eu a perdoei amor espero que Deus também a perdoe.
Ficaram em silêncio por alguns instantes.
-- Acho que o Schwarzenegger está arrastando as asinhas pra cima da Janete amor.
-- Será? Então é por isso que ontem ele se ofereceu pra levar ela de moto até o Shopping pra comprar uma sandália para ela usar no casamento?
-- Agora só falta a Lena amor - Eduarda parou para pensar.
-- Dú, nem adianta ficar pensando em um namorado para ela. Já disse que você não é cupido.
-- Todos os casais que dei uma ajudazinha acabaram no altar e ela até que é bonitinha.
-- Já vi tudo - levantou e a puxou pelos braços -- Vamos subir. Quero matar a saudade desse corpinho de surfista campeã - deu uma mordidinha na pontinha da orelha de Eduarda.
-- Já estou toda... Que susto...
-- Mã Duda... Culú - Samuel estava parado em frente às duas.
-- O que é isso Dú?
-- Ele quer que eu cante o sapo cururu. Vai indo na frente amor, depois que eles dormirem eu vou.
-- Vou com você, hoje nós vamos cantar o Culú em família - risos.
Depois de dez sapo cururu...
-- Finalmente amor - deitou na cama e puxou Rafaela para deitar também.
-- Eles dão um suador né Dú?
-- Tenho pena dessas babás amor.
-- Coitadas.
-- Agora me diz como foram os seus dias sem a loirinha aqui?
Rafaela deitou sobre Eduarda.
-- Dias tristes, noites tristes, sem amor... Sem beijos... Sem... - sentou sobre a loirinha.
-- Continua amor...
-- Dú - Rafaela encarou Eduarda - Quando você se apaixonou por mim?
Eduarda pensou por alguns segundo.
-- Antes de te conhecer eu já te amava Rafa... Só faltava te encontrar. Eu até acho que o nosso encontro naquela festa à fantasia já havia sido combinado pelas nossas almas.
-- No inicio tivemos medo, de se apaixonar perdidamente, desesperadamente, mas foi impossível né Dú.
-- A boca dizia não, mas a alma e o coração diziam sim. Todos viam que nos amávamos menos nós. Não éramos cegas amor, éramos teimosas e orgulhosas. Nossa história não terá um final feliz, porque nossa história não terá final. Será eterna.
Eduarda e Rafaela fizeram amor, como sempre fizeram. Uma mistura de sensações maravilhosas, uma química perfeita, uma cumplicidade muito gostosa. Eram insaciáveis na arte de amar, porque existia o amor e o amor às deixava assim.
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O sábado amanheceu ensolarado. Eduarda dizia que era o presente de casamento de Deus para Roberta e Claudia.
A mansão estava cheia. Os convidados se espalhavam pelos cômodos, pelo jardim, alguns sentados ao redor da piscina outros caminhando pela praia.
Eduarda andava entre eles com os gêmeos grudados em sua roupa.
-- Mã Duda sufe - Gabi pedia manhosa.
-- Gabi, hoje não dá pra surfar, o mar tá flat.
A menina abriu um berreiro e Eduarda a pegou no colo.
-- Duda vamos ensaiar uns passinhos? - Jorge se aproximou rebol*ndo no ritmo da música que tocava.
-- Vamos. Leva o Samuel e eu levo a Gabi. Começaram os passinhos, mas a música não agradou os gêmeos.
-- Culú, culú, culú...
-- Acho que vamos ter que deixar pra mais tarde Jorge. Não estou a fim de dançar sapo cururu.
-- Dú amor - Rafaela chamou Eduarda para junto dela - Olha quem chegou. Bethe e Mari.
-- Que alegria em ver vocês - Eduarda beijou as amigas.
-- Quanto tempo Dudinha - Mari beijou os gêmeos.
-- Dois anos pra sermos exato - Eduarda entregou os gêmeos para as babás - O que estão fazendo da vida?
-- Eu e Mari abrimos uma empresa de segurança particular. Estamos bem né Bethe?
-- Estamos muito bem - Bethe sorriu e mostrou a aliança.
-- Que fofo - Rafaela abraçou Mari.
-- Demoraram hem. Mas que bom, estou muito feliz pelas duas. Misturem-se entre os convidados e divirtam-se - Eduarda pegou na mão de Rafaela e seguiram caminhando entre os convidados.
-- Tia - Rafaela abraçou a mulher.
-- Como estão meus amores? - abraçou Eduarda - Meu anjo, meu anjo. Quanto trabalho não é mesmo? - a loirinha só ouvia - Sua mãe não irá mais intervir no plano terrestre. É o momento de ela descansar.
-- Como assim não irá mais intervir? - Rafaela abraçou Eduarda.
-- Ela sempre esteve comigo amor. Orientou-me, me avisou, sempre que estávamos em perigo nos protegeu.
-- Rafaela, Eduarda carrega uma luz que nunca se apagará e eu a vejo tão nítida que quase consigo pegar. Você é amor, é divindade - beijou a mão da loira - Fiquem com Deus.
Eduarda beijou Rafaela e continuaram a caminhar.
-- Dudinha minha enkelin querida. Preciso lhe fazer um comunicado importante - opa Sven estava cheio de cerimonia - Você acaba de perder uma funcionária. Eu e Serena vamos casar.
Serena estava vermelha de vergonha. Eduarda riu da cara que ela fez.
-- Aí coroa - deu um tapa no braço do alemão - Se deu bem hem. Serena é um mulherão - a mulher agora estava roxa - Desejo do fundo do meu coração opa que sejam felizes muito felizes - abraçou o opa pela cintura.
-- Parabéns, sejam imensamente felizes - Rafaela beijou os dois.
-- Vamos amor - Eduarda lhe estendeu a mão.
-- Minha norinha loira, bichinho da goiaba - Milton como sempre espalhou os cabelos de Eduarda - Minha filha adorada tá vendo como está o seu pai? Sou outro homem depois da cirurgia. Agora trabalho, me divirto. Posso até pegar meus netos no colo - puxou Eduarda para falar ao seu ouvido - até dou uns pegas na Maria - caiu na gargalhada - Falar nisso, conta uma piada de sogra Dudinha.
Eduarda pensou por alguns segundos.
-- O sujeito voltava do enterro da sogra e resolve passar num boteco para comemorar.
Duas horas depois, já bastante embriagado, está voltando para casa e, ao passar perto de um edifício em construção, é surpreendido por um tijolo que cai a poucos centímetros de seus pés.
-- E não é que aquela desgraçada já chegou ao céu! - comenta consigo mesmo.
Milton dá aquela famosa gargalhada.
-- Dú vamos sair daqui - puxou Eduarda pelo braço - Ele vai ficar pedindo pra você contar uma atrás da outra.
Um pouco mais a frente Eduardo e a namorada francesa as esperavam para conversar.
-- Dudinha minha filhinha - beijou a filha na cabeça - Que saudade. Rafa como está?
-- Bem senhor Eduardo. Como vai Michele?
-- Bem - Michele falava muito mal o português.
-- Rafa - Eduardo tocou no ombro da morena -- Michele gostaria de conhecer os gêmeos. Seria possível?
-- Claro. Venha comigo - Rafaela pegou na mão da francesa e a levou até as crianças.
-- Você ainda está brava comigo minha filha?
-- Claro que não papai. Você foi enganado da mesma forma que eu fui.
-- Tenho tanto orgulho de você Eduarda. Chego a sentir inveja da sua determinação em proteger a sua família - uma lágrima rolou pelo seu rosto - Me perdoe por não ter tido coragem como você.
-- Não é a mim que você deve pedir perdão pai - sorriu - Você precisa pedir perdão a Deus é ele quem tem que te perdoar. Eu já te perdoei há muito tempo - beijou o pai no rosto.
-- Quando eu crescer quero ser igual a você Eduarda - sorriu.
-- Pai como está Bárbara?
-- Respondendo em liberdade. Está morando em uma casa na Baixada.
Eduarda lutou para não chorar. Era essa a mulher que a loirinha havia amado como a própria mãe por toda a sua vida.
- Amor vou subir e conversar com Roberta. Tudo bem? - Passou por Rafaela e avisou.
-- Claro Dú vai lá. Enquanto isso vou conversar com o Rogério -- beijou Eduarda e foi em direção ao irmão.
Eduarda bateu na porta e entrou.
-- Com licença noiva.
-- Entra Duda - Roberta estava pronta para descer.
Eduarda sentou na cama e ficou olhando para Roberta. Ela estava linda em um vestido tomara que caia bege.
-- Você está linda Beta. Claudia vai ficar encantada.
-- Obrigada cunhadinha - Roberta sentou ao seu lado na cama e fez um carinho em seu rosto - Sabe que eu te amo né. Você foi a pessoa mais importante em minha vida. Trouxe-me pra cá, cuidou de mim, me deu um emprego, me fez crescer e de quebra me deu uma forcinha com Claudia.
-- Nada que você não merecesse. Eu também te amo muito - pegou a sua mão levou até os lábios e beijou - Vocês duas serão muito felizes. Terão filhos maravilhosos e ficarão velhinhas juntas - Eduarda levantou para sair.
-- Duda me responda uma coisa. Um dia antes de você sair do coma eu vi quatro pessoas de branco ao lado de sua cama. Quem eram aquelas pessoas?
Eduarda sorriu.
-- Eu estava morrendo Beta e eles me trouxeram de volta. Quem eram? O bem, simplesmente isso - beijou Roberta no rosto - Estamos te esperando. Não vá fugir.
No jardim tudo estava pronto. O pastor aguardava as noivas e os convidados devidamente acomodados nas cadeiras em frente ao altar. As testemunhas de Claudia eram a sua irmã e o cunhado, de Roberta eram Aline e sua namorada Ester.
Claudia entrou de braços dados com o pai. O vestido dela era lindo, o caimento perfeito, o tecido maravilhoso. Era de cetim com aplicações de babados na lateral e em estilo sereia! Lindo lindo lindo!
Logo a seguir Roberta entrou de braços dados com o risonho Milton. O pai todo orgulhoso levava a filha com o seu lindo vestido bege tomara que caia com decote coração, com um drapeado lindo no busto e a cintura ajustada com um cinto de cristais. A saia bem volumosa terminava em uma pequena cauda.
Eduarda, Rafaela, Jorge e Eddie estavam sentados lado a lado. Eduarda segurava a mão de Rafaela sobre as suas pernas. Os quatro volta e meia secavam lágrimas que teimavam em rolar pelo rosto. Os seis eram unidos demais e a cada vitória de um deles era a vitória de todos, cada objetivo alcançado, cada sorriso de felicidade era comemorado por todos.
-- Somos uma equipe - Jorge falou chorando.
-- E Sempre seremos - Eduarda respondeu.
Após a cerimônia os convidados se dirigiram para o local reservado para a festa.
Os convidados foram direcionados para suas mesas, enquanto o fotografo fazia as fotos com as noivas.
-- Amor posso te revelar um segredo? - Eduarda chegou perto de Rafaela com Samuel no colo - Eu não suporto mais o sapo cururu.
-- Você cantou para eles quando eu estava grávida Dú. Eles gravaram a música - falou sorrindo.
-- Culú - Samuel só falava isso.
-- Acho que ele quer dormir - chamou uma das babás e pediu para que ela o fizesse dormir.
-- Sapinha se prepara, depois do jantar vamos fazer coreografias - Jorge estava louco pra ensinar o seu novo passinho para Eduarda.
-- Vamos sim, mas não me chama mais de sapinha, por favor, biba, porque já vem na minha cabeça o sapo cururu.
-- Tem razão, nem eu aguento mais. Porque você não ensina a galinha pintadinha?
-- NÃO - Rafaela falou brava e saiu.
-- As Catarinas odeiam a galinha pintadinha Jorge. Deve ser algum trauma antigo coçou a cabeça -- Vamos lá conversar com a Sheila e a Fabi? Estou com saudades delas - e foram se juntar ao grupinho de amigas.
A festa rolou madrugada adentro. Dançaram todos os estilos, fizeram coreografias e beberam horrores. Como nos velhos tempos.
-- Dú vou sentar, não aguento mais, tô morta - saiu do lugar improvisado como pista de dança e sentou em uma cadeira.
-- Não sei como você consegue dançar com esse salto alto amor - sentou na cadeira ao lado - Você é chique demais.
-- Sou uma Diva Dú? - passou a mão pelo rosto da loirinha.
-- Em todos os momentos amor - fez um biquinho para ganhar um beijo.
Jorge se jogou na cadeira se abanando.
-- Bombinha, bombinha - imitava Eduarda - Estou ficando uma bicha velha mesmo.
As duas riram do amigo.
-- Isso se chama sedentarismo Jorge. Você precisa praticar algum esporte meu amigo - Eduarda aconselhou séria.
-- Me lembre disso segunda feira sapi... Desculpe... Duda.
-- Agora é tarde. Lembrei-me do sapo cururu.
Roberta e Claudia, já sem os vestidos de noiva, também se juntaram ao grupo.
-- Caramba, como estou cansada - Roberta sentou e tirou a sandália.
-- Aonde vai ser a lua de mel? - Eddie sentou ao lado de Jorge.
-- Fernando de Noronha - Roberta respondeu.
-- Eu e a Dú estamos planejando viajar para lá nas férias. Ela disse que é o melhor lugar para mergulhar.
-- E é amor. Água clarinha, golfinhos, é deslumbrante.
Alguns minutos de silêncio.
-- Eu estava pensando em como tanta coisa aconteceu nesses últimos anos - Rafaela olhou com carinho para Eduarda.
-- Eu ainda me lembro do dia em que te conheci Duda. Você achou que eu não fosse capaz de tocar a boate não é mesmo? - Jorge deu um tapinha na loirinha.
-- E você me achou mimada e irresponsável - risos - Sabe Eddie ele estava morrendo de vergonha de se chegar em você, então tive que arrasta-lo até o bar.
-- Pior foi o dia que a Sheila brigou no estacionamento da boate e você foi presa por engano - Claudia dava gargalhadas - Jorge me chamou e eu fui te soltar.
-- E nós brigamos não é Claudia - Rafaela lembrou com pesar - Quero que saiba que foi um dos piores dia de minha vida. Perdoe-me minha amiga.
-- Eu quem devo pedir perdão Rafa. Hoje eu sei que nada em nossa vida é por acaso. Foi necessário passarmos por isso.
-- O aniversário do opa foi divertido né pessoal - Roberta lembrou - Foi lá que criei coragem e pedi um emprego aqui no Rio pra você não é Duda?
-- Foi Roberta. Foi lá também que a Rafa me deixou a pé em plena crise de asma.
-- Desculpa amor e desculpe também pelo tapa que te dei aquele dia lembra?
-- O tapa não doeu amor, suas palavras doeram muito mais - Eduarda parecia lembrar cada palavra dita pela morena.
-- Eu fui uma tremenda FDP naquele dia. Chorei por dias a fio arrependida do que havia falado. Falei que as amizades dela eram conquistadas através do dinheiro e que vocês estavam com ela só por isso.
-- Credo mona... - Jorge colocou a mão na boca. Todos estavam chateados - Você falou isso?
-- Não achava isso de vocês, mas falei para ferir a Eduarda que havia acabado de trans*r com a minha irmã - Rafaela olhou para Roberta.
-- Eu achava que era apaixonada pela Duda - todos olharam para Roberta - Ela era linda, surfista, toda moderninha, boa de papo...
-- Beta inclui aí gostosa, inteligente - Eduarda falou brincando.
-- Até posso - risos - Foi muito bom, mas foi só isso né Duda. Eu amo minha cunhadinha de todo o coração. Como amo a Rafa e o Rogério. Ela é o meu anjo e percebi isso naquele dia.
-- Também te amo - Eduarda jogou um beijo para Roberta -- Vocês não podem imaginam a cena engraçada que foi quando eu, Valquíria e Schwarzenegger raptamos o Kenedy e lhe obrigamos a vestir-se de mulher.
-- Foram vocês então - Jorge levantou e deu um beijo no rosto de Eduarda - Te amo ainda mais agora - risos.
-- Aconteceram tantas coisas que se for para comentar tudo, passaríamos dias aqui conversando e ainda esqueceríamos algo - Claudia abraçou Roberta.
-- É verdade minha amiga - Rafaela concordou - O importante é que estamos todos aqui e bem. Muito bem!!!
-- Olhem que amanhecer lindo gente - Eddie apontou para o horizonte.
-- Segundo Chico Xavier - Eduarda abraçou Rafaela com carinho - Cada dia que amanhece assemelha-se a uma página em branco, na qual gravamos os nossos pensamentos, ações e atitudes. Na essência, cada dia é a preparação de nosso próprio amanhã.
Segurou a mão de Rafaela e estendeu a outra para Jorge.
-- Deem as mãos - os amigos deram as mãos fazendo um cordão - Agora vamos escrever alguma coisa nessa página em branco?
-- VAMOS - responderam juntos.
Caminharam de mãos dadas até a praia e juraram diante do mar e do sol que aconteça o que acontecer aquela amizade seria eterna.
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-- Mã Duda quilo? - Samuel estava no colo de Eduarda.
-- Aquilo meu amor é a praia Dois irmãos: O Samuel e a Gabriela.
-- Quilo? - foi a vez de Gabriela apontar. Estava no colo de Rafaela.
-- Aquela é a praia de Ipanema e lá é onde nós moramos: O Leblon.
-- Sufe - Gabriela apontou para alguns surfistas que passavam.
Eduarda sorriu e a beijou.
-- Dú já deu pra perceber que a Gabi adora o surfe - Rafaela arrumava os cabelos compridos da loirinha.
-- E eu vou amar vê-la surfar.
-- Mã fulo - Samuel puxou o cordão do pescoço de Eduarda.
-- Meu querido esse é o medalhão de anjo da mamãe Duda. Ele tem esse amassado porque um dia uma mulher muito mau fez bum bum na mamãe Duda. Aí o anjo ficou na frente pra me defender. Por isso que ele está assim todo amassado.
-- Não chola - o menino fez beicinho.
-- A mamãe Duda tá chorando de felicidade. Porque se não fosse esse anjo aqui... - mostrou o medalhão - Hoje eu não estaria com esses anjos aqui - abraçou os três.
-- A mamãe Rafaela vai contar uma historinha...
Todos a olharam curiosos.
-- Um dia uma loira lindíssima trouxe a mamãe Rafa pra conhecer a pedra do Arpoador. Ela disse que Deus sentava aqui do nosso lado e ficava esperando junto com a gente o maior espetáculo da natureza acontecer. Foi ele quem criou, por isso queria aplausos - os olhinhos verdes brilhavam - Vamos aplaudir ele?
Foi só o Sol ensaiar seu sumiço para que todos se levantassem e aplaudissem a saída do ''astro rei''. As palmas eram um tanto exaltadas, gritos eram acompanhados por assovios daqueles bem altos. Os gêmeos acompanhavam entusiasmados. Eduarda abraçou Rafaela apertado e falou em seu ouvido: O nosso amor será eterno como eterno é o céu e o mar.
Anjos (Pra Quem Tem Fé) O RAPPA
Em algum lugar, pra relaxar
Eu vou pedir pros anjos cantarem por mim
Pra quem tem fé
A vida nunca tem fim
Não tem fim
Em algum lugar, pra relaxar
Eu vou pedir pros anjos cantarem por mim
Pra quem tem fé
A vida nunca tem fim
FIM
Fim do capítulo
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NovaAqui
Em: 25/02/2021
Eu tinha esquecido que era a oma que vinha roubar o bebê!
Reli mais essa.
Estou de férias e nos tempos vagos, estou relendo alguns romances. Aproveitando que é para ficar "em casa" estou matando as saudades de suas histórias finalizadas
Abraços fraternos procês aí
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MartaGamaAurelia
Em: 03/04/2020
Amei! Lindo demais!! 💖😘ðŸ˜ðŸ˜ðŸ™
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viiihellen
Em: 02/11/2015
História muito massa!!! Adoro finais felizes, o bem vencendo o mal... O amor acima de qualquer coisa.
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Cassandra Van Helsing
Em: 02/11/2015
Wow, passei ontem e hoje lendo sua história, e posso dizer que foi magnífica.
Parabéns
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Valelispresley
Em: 01/11/2015
Lindo e emocionante final, parabéns 😤
Vou sentir falta da Duda e da Rafa.
Um ótimo feriado
Fica com Deus
Val
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Sem cadastro
Em: 01/11/2015
Vandinha!
Lindo! Lindo! Lindo demais! Apaixonante.
Parabéns! Foi simplesmente perfeito.
Um beijo grande para você!
Obrigada por outro maravilhoso romance!
Beijos! Beijos e abraços quentinhos!
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