Capitulo 48 - Dias de paz e Muito Amor

 

-- KKKKK... Ridículo - Roberta chegava a rolar na areia de tanto rir de Jorge.

-- Roberta pára. Ele está tentando aprender a surfar só para quando o bebê tiver idade, surfarem juntos - Claudia chamava a atenção de Roberta, mas por dentro estava explodindo em risos.

-- Essa cena bizarra não vou permitir nunca que meu sobrinho veja. Ele vai ficar traumatizado.

-- Tadinho Beta. Ele tem se esforçado muito - Rafaela deitou na espreguiçadeira.

-- Esse seu biquíni não é muito pequeno Rafa?

-- Nem fala isso perto da Dú. Por favor, Beta.

Eduarda e Jorge chegaram junto a elas.

-- Mona estou ficando fera - tentou enterrar a prancha, mas não conseguiu, então jogou no chão mesmo - Aihh brother.

Eduarda pegou uma toalha e tampou Rafaela.

-- O que é isso Dú? Jogou a toalha de volta na cabeça dela.

-- Vou contar uma piada malcriada posso?

-- Pornográfica Duda? -- Roberta perguntou.

-- Mais ou menos.

Uma loira estava grávida e perguntou pro médico:

- Como que eu faço para não ter o bebê?

O médico disse:

- Beba bastante água, que ele vai se afogar.

Passaram vários meses e chegou no dia do parto. O bebê nasceu e disse:

- Gugu dada! Tomou no cú que eu sei nadar!

-- DUDA - falaram juntos.

 

 

Duas horas da madrugada na mansão.

-- Amor... Dú...

-- Oi princesa - Eduarda abriu os olhos sonolentos.

-- Estou com desejo de comer doce de leite com jiló - Rafaela sentou na cama.

-- Que horror!!! - Eduarda colocou a mão na boca.

-- Você já viu um jiló Dú? Ele é bem feiozinho tadinho. Pensa o nosso filho com cara de jiló loiro.

Eduarda levantou rápido e vestiu a primeira roupa que encontrou.

-- Já volto amor.

-- Dú... Te amo.

Eduarda a olhou com ternura.

-- Também te amo princesa - e saiu atrás do jiló.

 

 

Mais tarde na boate...

-- E ela comeu aquela mistura horrorosa como se fosse a coisa mais deliciosa do mundo.

-- Éca Duda. Você tirou uma foto? - Roberta fazia cara de nojo.

-- Tirei e vou guardar. Estou tirando foto de tudo o que ela faz. Vou fazer um slide bem legal.

-- Que fofo.

-- O que eu acho engraçado é que ela vomita até quando olha pra mim e disso ela não tem nojo.

-- Vai entender mulher grávida.

-- Beta deixa eu te ajudar a preparar uma noite de amor com a Claudia. Deixa vai...

-- Não sei não. Você é muito exagerada...

-- As minhas ideias sempre deram certo.

-- Tá bom me convenceu. Conta o seu plano então.

-- Olha só. A gente vai fazer o seguinte...

 

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-- Olha Dú não tenho condições nem de pensar. Acho que acabei de vomitar o meu cérebro. Só não aprontem, por favor.

Rafaela estava deitada, passou um dia terrível com náuseas e vômitos.

-- Posso fazer algo por você amor? - passava a mão pelos cabelos da morena.

-- Pode. Não inventa arte Dú. Do jeito que estou não posso tirar ninguém da cadeia e nem do hospital.

-- Dessa vez é um planinho básico amor. Sem risco algum - Eduarda mantinha um sorriso safado que não enganava Rafaela.

-- Tá bom - virou para o lado para tentar dormir.

Eduarda cobriu Rafaela, beijou sua cabeça e saiu do quarto.

 

-- Até que enfim loirinha - Jorge estava estirado no sofá.

-- A Claudia está vindo - Roberta espiava para fora.

-- Vai lá pro seu quarto e espera - Eduarda empurrou a garota - Jorge levanta vamos começar o nosso teatro.

-- Adoro entrar em cena. Quanto glamour!!!

A campainha tocou e Janete foi atender. Claudia entrou como um furacão.

-- O que aconteceu? - a advogada colocou as mãos na cintura.

Eduarda chorava.

-- A Roberta e a Rafa brigaram feio... - Eduarda colocou as mãos nos olhos.

-- Praticamente rolaram pelo chão, se tapearam, se esgoelaram, se... - Jorge pra variar exagerou na encenação.

-- Mas ela está gravida. Como a Roberta... - Claudia desesperou-se.

-- Foi de levezinho Claudia - Eduarda tentou consertar - Eu vou levar as malas da Roberta para o carro. Ela vai voltar pra Santa Catarina ainda hoje. Sobe lá e se despede dela. Tadinha ela está arrasada.

-- Foi a maior injustiça do mundo - Jorge colocou as mãos na cabeça - Como Rafaela foi maldosa, ingrata, aquela bruxa ...

-- Jorgeeee... Menossss... - Eduarda o puxou pelo braço - Me ajuda a levar as malas.

-- Tem câmeras por aqui Duda? Se tiver quero uma cópia... - Jorge saiu arrastado.

Claudia subiu a escada chorando. Estava triste, angustiada. Ela não podia ir embora. Não agora que sua vida estava começando a criar cor novamente

Bateu na porta e entrou. Roberta estava parada olhando ao redor como que estivesse se despedindo do lugar.

-- Você vai mesmo embora? - Claudia secou as lágrimas.

-- Não tenho mais clima pra ficar aqui.

-- O que pode ter acontecido de tão grave pra vocês terem brigado assim?

-- Não quero nem tocar no assunto. Amanhã você pergunta para a própria Rafaela - chegou até a engolir em seco só de pensar o que a irmã vai fazer quando descobrir que a estavam metendo nessa armação.

Claudia se aproximou de Roberta e a abraçou forte.

-- Não vai embora Beta - quase suplicou.

-- Me dê apenas um motivo Claudia para que eu tenha ânimo de permanecer nessa cidade.

-- Eu não sou um bom motivo Beta? - afastou-se para encara-la.

-- Você seria o único e o melhor motivo do mundo, se eu tivesse certeza que o que  sente por mim não é só amizade.

Claudia a fitou demoradamente antes de fazer um carinho em seu rosto...  Não conseguia conter os soluços e chorando falou:

-- Eu te amo Roberta -- continuou fazendo carinho em seu rosto - Percebi isso hoje quando soube que iria embora. Eu quero você pra mim. Eu quero sentir o calor do seu corpo...

Roberta estava com tanto desejo de beijar, agarrar, apertar aquela mulher que não esperou ela terminar.

Chegou mais perto, fixou seus olhos no olhar brilhante de Claudia e finalmente encostou seus lábios nos delas. Seu beijo era quente, a mão que percorria a sua cintura era macia. O desejo enfim falou mais alto e as duas despiram-se lentamente.

Claudia tirou a blusa e a jogou no chão. Imediatamente sentiu as mãos de Roberta escorregando pelo seu corpo. Jogaram-se na cama. Roberta beijou cada parte do corpo dela e Claudia fez o mesmo no seu. A advogada se sentiu amada em cada toque de Roberta.

Iniciaram um novo beijo. As mãos de Roberta tocavam o corpo de Claudia com nervosismo e desejo ao mesmo tempo. Seria a primeira vez que fariam amor, tinha que ser especial, seus corações batiam acelerados naquele momento.

Roberta deitou sobre Claudia e com os corpos encaixados uma dança sensual iniciava-se. Roberta rebol*va, mexia a cintura para os lados e Claudia apertava-lhes os seios os deixando durinhos de tesão.

Roberta beijou o pescoço da advogada e foi descendo a boca até os seios a fazendo gem*r de prazer. Continuou aquela viagem dos seios até a vagin* aonde passou a pontinha da língua a deixando louca. Com a língua de Roberta em sua vagin* Claudia começou a rebol*r bem devagar para sentir o prazer que aquele movimento causava.

Roberta penetrou os dedos e voltou a beija-la. Claudia agarrou-se ao corpo da garota e começou a sentir espasmos que a faziam gem*r e logo em seguida amolecer nos braços de Roberta. Foram alguns segundos de pausa para que todo aquele bailado reiniciasse com Claudia também querendo provar cada pedacinho do corpo de Roberta.

Foi tudo em câmera lenta...

Foi perfeito, foi fantástico, foi especial.

 

 

Eduarda e Jorge continuavam sentados na beira da piscina.

-- Será que aquelas duas vão ficar colando velcro a noite inteira?

-- Claro né Jorge. Elas estavam mais na seca que os paulistas - risos.

-- A última trans* delas foi com você, sua galinha.

-- Eu tive uma ideia... Já que tem o BBB vou criar o CCC.

-- O que é isso maluca?

-- Carioca comendo Catarina - falou séria e levou um tapa na orelha.

-- Deixa a minha deusa ouvir isso, sua safada.

-- Não sabe o que é brincadeira sua biba excêntrica? Falar nisso você quase estragou tudo com o seu excesso de interpretação.

-- Meu papel era muito pequeno. Não sou ator para pequenas participações - fechou os olhos e fez bico.

-- A Rafa não pode saber Jorgete, se não eu apanho. Tá me ouvindo?

-- Do jeito que você fala até parece que sou uma fofoqueira.

Eduarda preferiu nem comentar.

-- Vamos entrar e dar uma olhada na Rafa. Ela não estava muito legal - entraram abraçados.

 

 

 

Dia seguinte...

Quando Eduarda levantou Rafaela já estava na sala tomando café. Beijou a morena na boca e deu outro beijo na sua barriga.

-- Bom dia bebê!!! - sentou ao lado da arquiteta sorrindo - Amor a operação Represa seca foi um sucesso. As duas saíram daqui parecendo aquelas carinhas para Facebook, os emoticons.

Rafaela não entendeu.

-- O que significa operação Represa seca?

-- Sabe aqueles nomes legais que a policia federal dá nas operações deles? Exemplo: "Operação Lava-Jato", "Operação Papel Furado", "O Bem Amado"... Eu sempre quis batizar uma das minhas com esses nomes - sorriu realizada.

-- Posso saber o porquê do nome? - Rafaela estava de queixo caído.

-- Porque as duas estavam numa seca de dar dó amor. Por isso.

-- Dú meu amorzinho, meu anjinho - respirou fundo - Deixa as duas se entenderem sozinhas. Você não é um cupido.

-- Agora é tarde amor. Já me meti.

Rafaela só balançou a cabeça. Não adiantava falar pra loirinha.

 

Na clínica Rafaela se preparava para o seu primeiro ultrassom.

-- Doutora o que a gente vai conseguir ver hoje? - Eduarda estava a ponto de desmaiar de tensão.

-- Rafaela e Eduarda - Doutora Julia estava séria - Olhem só isso... - mostrava no visor - Dois sacos gestacionais - apontou para a imagem.

-- O que isso quer dizer? São gêmeos? - Rafaela arregalou os olhos. Eduarda ficou pálida.

-- Prestem atenção meus amores - Julia falou calmamente -- Não é incomum que nesse comecinho sejam identificados dois sacos gestacionais, mas apenas um bebê acabe se desenvolvendo.

-- Quer dizer que o outro vai ficar alí? - Eduarda estava chocada.

-- Sim Eduarda. É uma situação que pode gerar sentimentos contraditórios: você está feliz porque vai ter um bebê, mas não consegue deixar de pensar no outro.

As duas se olharam assustadas.

-- Não fiquem assim meninas. Estamos muito bem. Já é possível identificar, dentro do saco gestacional, a vesícula vitelina, estrutura que fornece nutrientes para o embrião. A presença do saco gestacional e da vesícula vitelina dentro do útero confirma a existência de uma gravidez intrauterina, descartando a possibilidade de uma gravidez ectópica, mesmo que o embrião ainda não consiga ser visualizado.

Rafaela sorriu. Eduarda ainda estava assustada.

-- Era tudo que queríamos ver nesse ultrassom - a Doutora se mostrava satisfeita.

-- E quando vamos saber do outro bebê Doutora? - Eduarda perguntou triste.

-- Vamos tentar semana que vem?

-- Vamos. Eduarda respondeu ansiosa.

-- Então está agendado.

 

 

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Para Rafaela e Eduarda a semana parecia ter trinta dias. Como a Doutora havia previsto tanto Rafaela como Eduarda não conseguiam parar de pensar no outro bebê.

-- Amor vem comigo. Vamos conversar com Deus? - Eduarda estendeu a mão para a morena e ela aceitou.

-- Vamos Dú - sorriu lindamente.

Caminharam pela praia, tomaram sorvete e beberam água de coco. Sentaram em um banquinho de frente para o mar.

-- O que você mais quer nesse momento amor? - Eduarda ficou de frente para Rafaela.

-- Queria que os dois bebês se desenvolvessem sadios - Rafaela devido a gravidez estava frágil emocionalmente por isso só de falar sobre o assunto começava a chorar.

-- Então pede para o mar, para o céu, para areia, para os montes, enfim para tudo o que estiver ao seu redor amor, eles são os representantes de Deus - beijou o rosto da morena -- As muralhas que eu puder eu mesmo derrubo, aquelas que não der, Deus põe no chão pra mim - sorriu - Fecha os olhos e só fala: O meu Deus é o Deus do impossível.

Rafaela sorriu, fechou os olhos e falou: -- O meu Deus é o Deus do impossível.

-- Viu... Fácil assim... Agora vamos tomar outro sorvete?

 

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Na sexta-feira Jorge, Roberta e Claudia estavam na frente da clínica esperando por Rafaela e Eduarda. As duas chegariam para a consulta com a Doutora Julia.

-- Poxa, como são fofos esses meus amigos - Rafaela achou linda a demonstração de carinho dos amigos.

-- Eddie não está presente fisicamente, mas está em espirito, alma e coração.

-- Obrigada. Vamos entrar.

 

Os amigos ficaram aguardando na recepção enquanto as duas entraram para o exame.

-- Como estão? Ansiosas? - a Doutora sentia a tensão que estava no ar.

-- Muito Doutora. Quero acabar com essa agonia - Rafaela falou nervosa.

-- Então vamos lá - A Doutora iniciou o exame - Como estão de enxoval?

-- Compramos pouca coisa até agora. Preferimos esperar - Rafaela tremia dos pés a cabeça.

-- Fizeram bem... Que tal começarem a comprar tudo em dobro daqui pra frente - a mulher sorriu. Sentia-se feliz pelas duas.

Eduarda que estava quieta e angustiada desde que chegou, conseguiu finalmente sorrir. Sentiu-se aliviada pelo bebê, por ela e principalmente por sua morena que sofreu muito na última semana.

Por noites seguidas a ouviu chorar e sem poder fazer nada se limitava a abraça-la e aconchega-la em seus braços.

-- A gente não vai precisar brigar pra ver quem fica com o neném no colo né amor?

-- É verdade... - Rafaela agora chorava de alivio, de felicidade, de agradecimento a Deus.

Nem seria preciso dizer que quando saíram da sala os três corujas correram em direção a elas.

-- E Aiii loira? - Roberta estava agitada.

-- Olha que demais Beta agora são três coraçãozinhos batendo por mim. Não tem inveja?

Eduarda levantou a morena no colo e a beijou, beijou, beijou...

 

Fonte:

http://drauziovarella.com.br

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fim do capítulo