Julia abraçou o corpo de Mel. A pistola ainda saia fumaça, estava nas mãos de Mel que inerte olhava o corpo caído de Linhares. Foi tudo rápido demais. Quando viu que ele puxaria a arma, foi mais rápida e acerou o peito do homem, que no começo achou que havia vencido e rindo alto, porem ao sentir uma dor dilacerante no peito caiu de joelhos. Havia perdido para ela. “ Maldita Mel Kibson”. Esse foi o último pensamento de Linhares antes de atingir a terra seca já sem vida, mergulhando no poço de seu próprio sangue.

- Mel amor acabou. Disse Julia ao ver o estado em que sua mulher se encontrava. A beijou e como por um encanto, Mel pareceu voltar ao seu corpo e olhou para Julia. Sorriu e a beijou novamente. Queria tirar do seu peito toda dor que sentiu ao presenciar aquela batalha pela vida. Apesar de não desejar a morte de Linhares estava aliviada por Mel ter saído vencedora.

Se afastaram um pouco para tomarem folego.

- Você ainda vai me prender? Gracejou Mel abraçando a morena pela cintura. Estava realmente feliz tudo havia acabado, apesar das perdas finalmente tinha conseguido sua vingança e tinha livrado Sant Louis das mãos daquele crápula.

Julia riu alto.

- Não poderia, você acabou de salva Sant Louis.

- Então estou perdoada? Perguntou rindo.

- Ainda não.

- Como?

- Tenho algumas coisas pendentes comigo para conseguir definitivamente o perdão. Julia fazia cara de safada e Mel a trouxe mais para si. A única coisa que queria nesse momento era estar com sua mulher em uma banheira com ague morna e fazendo amor.

Mas parecia que o destino ainda tinha algumas contas ainda para acertar com ela.

Jose estava de joelhos suas lagrimas ainda corriam pelo rosto. Viu quando Mel acertou Linhares e pode finalmente respirar aliviado, a vingança tinha acontecido finalmente parte da honra de sua amada esposa foi feita. Pensava quando ouviu um baque surto ao longe e uma dor intensa se fez em seu ombro fazendo ele cair no chão. Todos que estavam ali revidaram na direção. Mel correu para perto do amigo acompanhado por Julia. Viu a fase do homem se contorcer de dor.

- É ele Mel!

Mel olhou em direção de onde veio o tiro e viu Gustavo correndo e entrando em uma carroça, saindo em disparada para fora da cidade. Mel assoviou. Esperou e Anglus apareceu pronto para sua dona.

- Aonde vai Mel? Perguntou Julia segurando o braço de Mel que já saia em direção ao cavalo.

- Ainda não acabou amor!

- Mas Mel eu não posso te ...

Mel silenciou Julia com um beijo apaixonado.

- Não vai querida, cuide do Jose eu volto logo para você. Disse ao terminar o beijo.

Julia a soltou, sabia que ela iria até o fim, mas também sabia que ela cumprira sua promessa de voltar.

- Tome cuidado. Pediu sorrindo.

-Não se preocupe. Disse saindo e montando em Anglus saindo em disparada.

Mel sentia o vento forte no rosto, exigiu o máximo de Anglus. Ao longe já avistava a carroça que corria na estrada enlouquecida. Mel sabia que logo alcançaria.

Gustavo se desesperou ao ver que Mel o perseguia. Tinha tentado atirar em Mel, mas não conseguiu e direcionou para aquele velho idiota que sempre foi contra seu amor por Mel. Agora tentava uma fuga desespera. Pegou o rifle e atirou em direção a Mel.

- Que droga será que todo mundo quer atirar em mim? Falou Mel desviando dos tiros

Estava próximo da carroça, logo conseguiu emparelhar e num salto pulo para dentro da carroça, caindo praticamente encima de Gustavo que a agarrou dando o primeiro golpe acertando o rosto de Mel, sem se importar com a dor pela adrenalina do momento Mel revidou e acertou o queixo dele que perdeu o equilíbrio e por pouco não caiu da carroça que ainda corria em alta velocidade. Pela briga as rédeas caíram deixando o veículo sem orientação. Nesse meio tempo Gustavo se recuperou e partiu para cima de Mel derrubando- a e ficando por cima dela segurando seu pescoço com as duas mãos.

- Você não será daquela mulher. Gritava ele transtornado.

- Eu vou matar você, nunca deveria ter me traído nem matado meus amigos os mesmos que acolheram você quando não era ninguém. Falava Mel com esforço tentando se livrar das mãos dele.

- Mas nunca me amaram de verdade, tinham apenas pena de mim, nem mesmo você olhou para mim.

Nesse momento Mel sentiu que ele afrouxou a mão de seu pescoço e com muita força conseguiu tirar ele de cima de si fazendo com ele caísse novamente. Mel inverteu os papeis ficando por cima dele, e sem piedade golpes várias vezes o rosto dele que já esboçava reação nenhuma.

- Nunca poderia amar um homem como você. Tenho nojo de um dia ter lhe chamado de irmão.

Mel falava enquanto batia nele. Parou olhou o rosto bastante machucado. Saiu de cima dele. Olhou e viu Anglus se aproxima e emparelhar com a carroça depois de assoviar para ele.

Pulou e caiu exatamente encima de seu cavalo, aos poucos foi diminuindo até parar.

Gustavo acordou do leve desmaio devido a surra que levou de Mel e viu que a carroça estava indo em direção a um penhasco. Se desesperou. Olhou para trás viu Mel parada encima de Anglus. Correu e para tentar pegar as rédeas e com esforço conseguiu, desviando assim os cavalos da direção que o levaria a morte. Mas como tudo que vai volta, dessa vez tinha chegado a hora de Gustavo acertar suas contas.

Quando finalmente conseguiu desviar a carroça uma pequena multidão de índios surgiram em sua frente e ao seu lado, fazendo seu gritos e barulhos aterrorizantes, assustando os cavalos que puxavam a carroça e colocando novamente em sua rota da morte. Gustavo tentava a todo custo controlar os animais que assustados tomavam o único caminho livre. O penhasco. Um salto para morte.

Mel viu a carroça despencar precipício abaixo. Terminando assim a parte que faltava de sua vingança. Olhou para o chefe dos índios e viu que o mesmo acenou com a cabeça e seguindo seu caminho acompanhado pelos seus.

A dívida havia sido paga.

Fim do capítulo