Elisa entrou em seu apartamento com um sorriso bobo nos lábios relembrando o que tinha acontecido minutos atrás, foi tomar seu banho e em seguida seu merecido copo de coca cola que era seu vicio, foi para seu quarto e logo pegou o celular para checar se Carol tinha enviado alguma mensagem.

Mensagens:

Carol: Já cheguei ... mas confesso que passaria a noite, toda torta dentro do carro, só para ter mais tempo em sua companhia.

Carol: Boa noite Linda, durma bem e até amanhã. BEIJOS.

 

                Elisa estava deitada lendo as mensagens recebidas e não parava de sorri, parecia que seu rosto tinha congelado na mesma posição. Ficou muito feliz por Carol ter a chamado de Linda outra vez, pois como se percebe ela é muito insegura.

Mensagens:

Elisa: Que bom que chegou bem, obrigada pela carona! Rs

Elisa: Saiba que só sai do carro pois seria arriscado ficar mais tempo com você lá...

                Elisa percebeu que mandou a mensagem com um duplo sentido e tentou concertar.

Elisa: Acho que errei no que escrevi rs ... quis dizer que seria perigoso ...

                Releu o que enviou e deu um tapa na testa, - ai ... dei a entender errado novamente.

Elisa: Ah droga, dei a entender tudo errado rsrsrs ... arriscado e perigoso quis dizer em relação á assaltos rs agora ficou melhor rs ... até por mensagem você me deixa enrolada rs  Boa noite Carol, durma bem e até amanhã. BEIJOS.

                Elisa terminou de mandar as mensagens e ainda estava rindo de si mesma pela confusão, não importava se estava longe ou perto, se tratando de Carol, ela ficava confusa. Elisa tinha mania de fazer tudo com música, até dormir, por isso criava várias playlists, acabou colocando a de sempre para dormir e alguns minutos depois pegou no sono.

                Perto dali já a algum tempo, Carol entrava sorridente em seu apartamento e após seu banho enviou mensagem para Elisa e ficou pensando em como a loirinha tímida entrou em sua vida e em como a vida dá voltas, pois a meses atrás estava sofrendo ao terminar seu relacionamento com Geórgia que a traiu com muitas outras mulheres, e a algumas horas atrás Elisa não aceitava que gostava de mulheres, ou melhor, de Carol. E pensando no jeito que Elisa se portou com ela depois da conversa com Guto, do carinho, do jeito que estava, do beijo e outras coisas, Carol sentiu que no inconsciente de Elisa isso já era o que ela queria, ela só precisava que alguém a abrisse os olhos, que ela parasse de pensar no passado triste que teve e se desse uma chance, e Carol não iria desperdiçar esta chance, ficou lembrando de quando se abraçaram, do calor dos corpos, do cheiro, dos olhares e do beijo – Nossa, que beijo! – Carol pensou. Carol relembrou do beijo e que na hora se assustou um pouco, pois não esperava toda aquela energia, chegou um momento que não se lembrava mais onde estava e que só parou de beijar Elisa porque faltou ar para as duas.

- Ai Elisa, te beijei uma vez e já sinto que você irá me enlouquecer – Carol falou isso em voz alta e se acomodou para dormir.

 

 

                Carol acordou bem antes que Elisa no domingo, e assim que se levantou pegou seu celular para ver se Elisa tinha lhe respondido, e lendo as mensagens confusas dela gargalhou, desde que se conheceram Carol adorou o jeito “complicadinho” de Elisa.

Mensagem:

Carol: hahaahahahaha ... acredite eu ri muito com as mensagens, e acredite também que não quero te confundir, pretendo ser a solução ... rsrsrs

Carol: Bom dia Linda ! Dormiu bem?

                Após responder as mensagens foi fazer seu adorado café preto, geralmente de final de semana não acordava tão cedo, 9:30, a não ser que estivesse de plantão, ai madrugava. Mas estava animada, pena que Elisa não estava acordada, pois não respondeu suas mensagens ainda, pois já queria ver a loirinha outra vez. Tomou seu café na sacada de seu apartamento pensando em tudo que estava acontecendo com ela e sorriu, tinha terminado seu mestrado estava dando alguns plantões no hospital público e a clínica estava indo muito bem, tinha uma família incrível e amigos também, e pra completar o pacote tinha acabado de conhecer Elisa e estava encantada. Estava divagando sobre sua vida com seu telefone tocou e correu para atender achando que fosse Elisa.

- Jura que você me ligou antes das 10:00 de um domingo? – Carol

- Oi irmã linda que eu amo! Sim, porque tenho dois pestinhas perguntando da tia deles e não aguento mais estes dois me atormentando – Disse um bem humorado Carlos, irmão mais velho de Carol.

- São uns pestinhas mesmo, mas são lindos, e que eu amo demais !!!!

- E pra relembrar que hoje o almoço é aqui em casa, aposto que já tinha esquecido.

- Claro que não! – na realidade sim, preferiria ver Elisa, mas também não poderia ser tão grudenta logo de início e também tinha suas outras obrigações – Meio dia estarei ai, precisa que leve algo?

- Sua energia para aguentar estes dois – disse Carlos rindo e em seguida se despedindo.

- ok, até já! – Carol se despediu e foi arrumar umas coisas em casa e se arrumar para ir para casa do seu irmão.

 

                Elisa adorava dormir, acordou já passando do meio dia foi pra cozinha parecendo um zumbi tomou café e quando enfim despertou voltou correndo para o quarto atrás do celular, viu que tinha ligações e mensagens, desbloqueou o aparelho e sorriu. Depois de ler as mensagens de Carol ela sorriu mais ainda e respondeu.

Mensagem:

Elisa: Bom dia Carol, eu dormi sim e você? Dormi até demais, acabei de acordar rsrsrs

                Elisa ficou esperando alguns minutos, mas não obteve resposta e foi arrumar sua casa já que no sábado não conseguiu fazer quase nada, alguns minutos depois enquanto estava lavando louça escutou o som de nova mensagem, secou rapidamente as mãos e foi pegar o celular.

Mensagem:

Carol: Oi dorminhoca, dormi muito bem sim! Acho que foi porque tive uma ótima noite rs

Elisa: Concordo com você ... Foi uma noite ótima mesmo! Rs

                Ficaram sem assunto por alguns instantes, até que Elisa pensou que toda vez que conversaram Carol que mandava mensagem então ela deveria também demonstrar que queria maior contato.

Elisa: E o que está fazendo de bom no domingo? Rs

Carol: Estou na casa do meu irmão, com dois pestinhas gêmeos de 3 anos me atormentando rsrs adoro!

Elisa: rsrsrs imagino! Ah que bom! Então não irei incomodar, quando estiver menos ocupada pode chamar ... se quiser é claro. Rsrsrs

Carol: Não estou ocupada! E quero falar com você sim rs pode ficar ai rs não some não! Rs talvez eu demore alguns minutos a mais para responder, mas quero continuar falando com você se você puder também, está em casa?

Elisa: Ok, não irei sumir rs ... então seremos três pestinhas a te atormentar rsrsrs ... Estou em casa sim, preciso organizar umas coisas e me preparar pra uma semana maluca rsrsrs. E não tem problema você demorar a responder, sempre que posso eu olho o celular e também quero continuar falando rs ...

                Passaram alguns minutos e Carol não respondeu, Elisa não queria incomodar então foi se organizar para sua semana enquanto esperava por outra mensagem.

 

Carol já estava na casa de seu irmão com os dois sobrinhos correndo para lá e para cá com eles, Carol sempre gostou muito de crianças e quando seu irmão teve filhos ela se realizou. Todo mês a família dela se reunia na casa de um dos irmãos ou na casa dos pais para um almoço. Neste dia a única pessoa que faltava era Camila, irmã mais nova de Carol que estava fazendo intercâmbio antes de iniciar a faculdade de arquitetura. Estavam então reunidos: Dr. Osvaldo (pai de Carol), Dona Tereza (mãe de Carol), Carlos, Sueli (esposa de Carlos), os gêmeos Renan e Rafael, Cléber (irmão também) e Carol. Eram em quatro irmãos, Carlos, Cléber, Carol e Camila.

- Carol seu celular está tocando – gritou Cléber com o celular de Carol na mão e tentando ler as mensagens.

- Que saco Cléber, da aqui meu celular! – Carol se soltou dos sobrinhos que estavam em cima dela na sala e foi até seu irmão intrometido.

- Hum Carol, quem é Elisa?

- Nossa Cléber como você é inconveniente.

- Carlos, vem cá, Carol tá namorando e não nos contou! – Cléber gritou indo em direção do quintal onde Carlos estava na churrasqueira.

- Nossa, eu vou te matar! – Carol falou, mas em seguida se lembrou que não tinha visto as mensagens ainda, as viu e adorou as mensagens e respondeu para Elisa antes dos sobrinhos virem a puxar para almoçar.

                Carol chegou do lado de fora da casa e sentiu todos a olhando, Sueli que além de cunhada era uma amigona de Carol foi a primeira a quebrar o silêncio.

- Então, porque não a trouxe? – disse sorrindo

- Meu deus! Desde quando vocês acreditam no Cleber?

-Nem foi preciso, você ficou toda nervosinha – disse Carlos servindo a todos na mesa, os pais de Carol só olhavam para seus filhos e sorriam, adoravam este clima de reunião familiar.

-Não estou namorando ... pelo menos não por enquanto ...

- SABIA!!! – Cléber.

- Cala boca Cléber – Disseram Carlos e Carol ao mesmo tempo.

                Em seguida todos caíram em uma gargalhada, e iniciaram o almoço, algum tempo depois Dona Tereza não aguentou e perguntou:

- Conheceu alguém então filha? – Perguntou Dona Tereza um pouco ressabiada pois sabia de quanto Carol tinha sofrido pelo que passou com Geórgia.

- Sim mãe, mas estamos nos conhecendo ainda ... não falei nada porque quero ir devagar não quero começar errado como foi com Geórgia.

- Filha a única coisa errada que fez com Geórgia foi ter aguentado ela tanto tempo.

-Concordo com sua mãe, e se esta pessoa que conheceu te trouxe este sorriso e bom humor que está hoje, assim que ficar mais sério queremos conhecê-la, pois já gostamos dela. – Disse Dr. Osvaldo dando um beijo na testa da filha.

- Obrigada mãe, obrigada pai, assim que eu souber o que está mesmo acontecendo – riu – prometo que serão os primeiros a saber ok? Menos o Cleber, parece criança, trinta anos nas costas e ainda me atormentando. – falou mais alto para o irmão que estava com os sobrinhos jogando bola poder escutar.

- Só te ajudei! Assim a hora que tiver certeza ficará mais fácil para falar para todos – falou e continuou jogando bola com os sobrinhos. Não adianta, Cleber era um crianção.

- Irmã, mudando de assunto você falou com o Guto sobre a reforma da clínica? – Carlos perguntou.

- Nossa Carlos, esqueci, amanhã ligo para ele ok?

- Tudo bem.

                O almoço seguiu e já era tarde quando conseguiram arrumar tudo e fazer os gêmeos descansarem, era quase cindo da tarde quando Carol foi para casa, estava acabada de cansaço e pra ajudar a bateria do seu celular tinha acabado e queria chegar logo em casa para responder Elisa.

Mensagem:

Carol: Elisa? Me desculpe, fiquei no almoço com minha família e os gêmeos acabaram comigo também rsrs acabei de chegar em casa, não respondi antes porque minha bateria acabou.

Nem um minuto depois Elisa respondeu para felicidade de Carol.

Elisa: Tudo bem rs ... eu adiantei umas coisas aqui e depois vim assistir um filme. Como foi o almoço com sua família ?

Carol: Que bom que está ai rs Que filme? Rs .... Foi ótimo como sempre, todo mês fazemos um almoço com a família toda, meus pais adoram, confesso que eu tbm rs ...

Elisa: Still Alice, já viu? Pra variar chorei igual um bebê rs ... Deve ser ótimo reunir a família e ter ótimas risadas, algumas vezes umas primas de terceiro grau que eu tenho faziam algo do tipo, era o mais próximo de família que eu tinha ... hoje tenho o Guto e o tio Pedro e a tia Marta, sempre que tem algo lá eles me chamam e eu adoro rs ...

Carol: Já vi sim! Nossa é muito bom, emocionante mesmo. E sim, ótimo mesmo reunir a todos, não sei se falei mas meu pai tbm é médico, Neurologista. Já minha mãe herdou da família dela uma vinícola no interior que meu outro irmão, Cléber, toma conta. E tem meu outro irmão que fui hoje o Carlos que também é Neurologista e minha irmã caçula Camila que está fora do país.

Elisa: Família grande então, são em 4, que legal Carol!!!, as reuniões devem ser festas mesmo rsrsrs

Carol: Sim rs e brigas né rs ... – continuaram trocando mensagens até tarde, sempre surgia algum assunto, deram risadas e descobriram mais uma da outra até que uma Elisa sem graça falou:

Elisa: Carol, a conversa está ótima e eu continuaria falando com você por horas, mas meus olhos estão fechando já rsrsrs

Carol: Nossa Elisa, nem vi o tempo passar também, já são 01:15 da manhã, vai descansar Linda, eu também vou.

Elisa: rsrsrs ... gosto quando me chama de Linda rs ... e provavelmente eu não consiga dizer isso ainda pessoalmente, mas sempre que me chama de Linda minha vontade é de dizer que LINDA é você, eu sou arrumadinha rsrsrs

Carol: hahahahhahahaha ... vc é Linda ...para mim você é LINDA, não só em relação a beleza exterior. Não esquece isso ok? Durma bem LINDA, até amanhã, BEIJOS.

Elisa: Obrigada Carol, você que é Linda por me achar Linda rsrsrs ....Durma bem Carol ... até ... BEIJOS!!!

                As duas foram dormir sorrindo e empolgadas pela semana que viria.

 

                Na manhã de segunda feira elas se deram bom dia e prometeram se falar durante o dia, Carol seguiu para a Clínica, mas antes ligou para o Guto.

-Bom dia amigo!

-Bom dia gata! Tudo bem?

-Tudo ótimo, segunda feira linda!

-Sei, acho que este linda tem outro nome – falou Guto rindo – mas que bom que está com este bom humor.

-Tem sim Guto, e ela é mesmo linda – falou Carol rindo e sentando na cadeira de seu consultório checando seu computador – mas te liguei para pedir um favor.

- Pode falar! Se eu puder farei!

-Queria saber se você não poderia mandar alguém para dar uma olhada aqui na clínica, precisamos fazer umas alterações em algumas salas pois irão chegar algumas máquinas para exames e queremos mudar o andar.

-Claro! Já estou vendo aqui e amanhã alguém irá até ai no primeiro horário tudo bem? – Guto falou olhando pela porta aberta de sua sala e vendo Elisa se aproximando teve a ideia de mandar ela até a clínica avaliar o projeto.

- Obrigada Guto, pede para procurar pelo Carlos ok? Que amanhã tenho uma cirurgia logo cedo e só vou chegar um pouco mais tarde.

-Ok gata, bjos

-bjos Obrigada.

                Guto observou a cara de poucos amigos que Elisa estava chegando em sua sala, e já viu que tinha coisa errada.

-Bom dia amoré – Elisa falou depois que fechou a porta da sala de Guto.

- Bom dia maninha, mas com esta cara, o que está acontecendo?

- Guto, estamos com um problema sério, alguém está superfaturando as obras, observei já três orçamentos com valores muito acima, o que nos faz perder a concorrência e quando fui detalhar o orçamento vi que muitos serviços não estavam com o valor de nossa tabela.

-Como assim, mas isso passa por mim, por você, pelo Rogério, e pela equipe de orçamentos. – os dois se olharam e pensaram.

- Guto, sinceramente nunca confiei 100% no Rogério, mas ele está aqui a anos e eu nunca iria dizer algo, e outra coisa ele que coordena os orçamentos temos 5 orçamentistas, mas quem trás os projetos são os engenheiros, correto?Ou eu, ou o Rogério, Danilo e Ceila. Bom, eu posso te mostrar todos os meus projetos e tudo está em ordem.

- Para com isso não é Elisa, além de acreditar em você piamente claro que você me contando já mostra que não está nos “sabotando”. Temos que pegar os projetos assim que eles chegam, identificar tudo, em seguida passar para o orçamento, identificar outra vez e só ai vamos saber onde está a pessoa que está superfaturando.

-Sim, essa era a minha idéia, pensei em você fazer um email pedindo isso, pois ai não vão ligar tanto, se for uma reunião ou individualmente eles ficaram mais cuidadosos.

- Combinado, farei isso agora. Ah queria te pedir um favor, amanhã tem como você ir até uma clínica de um amigo, ele se chama Carlos, te passo o endereço por email. Ele quer reorganizar um andar inteiro para novas máquinas e precisa de projeto.

- Claro Guto, vou sim. Ontem em casa adiantei umas coisas então estou mais tranquila esta semana. E com isso também vou olhar os projetos que fizeram este mês para ver se encontro mais alguma coisa.

- Obrigada Li, almoçamos ?

-Claro, 13h te espero lá embaixo.

-Ok.

 

                Elisa estava esperando Guto para almoçar e pensando em Carol, pensou em mandar uma mensagem desejando um bom almoço, depois desistiu achando que seria bobo demais e ficou olhando para o celular, quando ele começou a tocar e o nome de Carol surgiu.

- Estava pensando em você – Mas eu sou uma mula, nem pareci ansiosa pelo que falei em voz alta achando que estava só pensando, puta que pariu – hum .... oi ... tudo bem? – Elisa escutou a risada de Carol e deu um tapa na própria testa.

- Oi, tudo e você? E também estava pensando em você, por isso liguei – e riu outra vez – queria ouvir sua voz.

- Eu também, ia te mandar uma mensagem quase agora, e o celular tocou.

-Hum, mas então depois eu quero a mensagem mesmo assim – Como está sendo seu dia?

- Está sendo bom, meio conturbado por uns problemas na construtora, mas vamos resolver e o seu ?

- Está ótimo também, hoje só tenho atendimentos, então o dia passa rápido e a cada momento um paciente. Amanhã que terei uma cirurgia então terei que madrugar.

- Além de dormir mais cedo ainda porque fiquei te enchendo ontem à noite – Elisa falou rindo.

- Claro que não, falar com você só me faz dormir melhor com uma sensação boa.- Elisa não conseguia responder, ficou sorrindo sem conseguir falar. – Está ai?

- Estou, Carol, como estou a 10 meses aqui e só te conheci agora? Como você pode ser tão incrível assim comigo? Me faz sentir tão bem.

- Sorte ou destino? Lembra? É o que te disse, o destino. Acredito que o agora foi o momento perfeito para nos conhecermos. Só tem um problema, agora que te conheci vai ficar difícil você se livrar de mim. – Carol falou e riu.

- Me livrar? Pelo contrário, quero mais e mais estar presente em sua vida, agora que acordei para a vida. E claro que eu disse isso em voz alta e agora estou rosa- riu

- Ai Elisa- Carol riu também- você me disse que falava sozinha, mas estou adorando estes rompantes de inconsciência quando você solta algo que iria guardar para você, além de me divertir fico muito feliz em saber que não quer que eu me afaste.

- Não mesmo Carol, demorei muito para entender muitas coisas que aconteceram e aconteciam comigo, e agora não quero regredir, quero continuar meu caminho de mudanças e ser feliz.

- Se depender de mim, farei tudo para te ver feliz. Mas que conversa séria para se ter por telefone não?

- Sim – Elisa riu – mas você me faz ficar inspirada – riu outra vez – e falar estas coisas.

- Pode ser loucura, mas estou com saudades de você.

- Eu também, ver seu sorriso lindo está fazendo muita falta. – Elisa disse isso e logo ficou vermelha.

- Olha só, Elisa está me xavecando – riu muito imaginando Elisa toda vermelha – você está parecendo um tomate não é?

- Sim ... ai que vergonha.

- Não fica assim Linda, adorei, espero que com o tempo você consiga ficar mais a vontade comigo e sempre vou tentar te deixar com vergonha pois adoro te ver vermelhinha.

- Você vai me enlouquecer – soltou Elisa.

- Pretendo, mas de uma forma muito boa.- passou um minuto e Carol só escutou a respiração de Elisa mais rápida – Elisa? Desculpa, não resisti. – riu

- Tudo bem, irei me acostumar, me desculpe também por parecer uma idiota.

- Quando nos vermos, vamos conversar sobre você ficar se chamando de idiota Dona Elisa, não gosto disso. Agora preciso desligar, tenho paciente, mais tarde nos falamos?

- Claro, assim que eu chegar em casa te ligo, pode ser?

- Pode sim, fico esperando então, bjos Linda.

- Bjos Carol.

                Desligaram e Elisa ficou olhando para o celular desligado até que Guto apareceu a tirando de seus pensamentos. Já Carol estava sorridente e chamando o próximo paciente.

- Guto, eu  ... a Carol ...

- Fala Li, está tudo bem?

- Sim, eu só ... você me acharia louca se eu dissesse que estou me apaixonando por ela? É loucura eu sei, acabamos de nos conhecer, mas não ficamos sem nos falar, disse coisas a ela sobre mim que nunca disse a mais ninguém, disse também coisas a ela que nunca pensei em dizer para alguém que estaria interessada por ter vergonha, mas com ela acaba saindo, mesmo que depois eu fique parecendo um tomate. Parece que toda a insegurança de uma vida toda está perdendo um pouco de sua força e me deixando viver.

- Sabe, eu queria ter filmado isso, para você ver o quanto você mudou em tão pouco tempo, o seu semblante antes sisudo agora está calmo, ansioso, mas calmo ao mesmo tempo. E loucura? Porque loucura? Conheço a Carol e se ela não tivesse sentindo a mesma coisa não estaria fazendo tudo isso. Li, seja livre, seja feliz, viva sem pensar no passado.

- Obrigada Guto, não sei o que seria de mim sem você. – Elisa já tinha deixado escorrer uma lágrima enquanto Guto falava e agora outra.

- Ai chega, nós dois juntos só choramos, cruzes, vamos pagar este almoço e ir trabalhar. – riu enxugando os olhos também.

- Vamos maninho.

- Ah Li, já te mandei o email com o endereço do projeto de amanhã da clínica ok?

- Ok, deixa comigo.

 

                Guto sorriu, queria ver a cara da amiga ao ver que a clínica era de Carol.

Fim do capítulo