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  • Duas vidas, um amor inesquecível
  • Capítulo 24

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Duas vidas, um amor inesquecível por Enny Angelis

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Palavras: 10782
Acessos: 15278   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 24

 

 

-- Sheila tu conhece a Agatha, ela vai sair falando tudo que vier na cabeça! -- Samantha advertiu Sheila, quando ela a evitou de impedir a filha de entrar no quarto com Fabrício. -- A família dela tá toda lá! -- Samantha estava preocupada. 

 

-- Ah Samantha, deixa ela. Assim a Agatha fala tudo e a Amanda lembra logo de uma vez. Saco! Eu que não estou apaixonada pela Amanda já estou cansada desse lembra não lembra dela. -- Sheila disse séria olhando para a amiga que, riu. -- Que foi? É a verdade oras! 

 

-- Tudo bem... Eu também quero que ela lembre logo de uma vez! 

 

-- Afff. -- Sheila disse olhando para a frente, no corredor. 

 

-- Que foi? -- Samantha olhou para a mesma direção. -- Estava demorando. -- Notou vendo Marcela aproximando-se delas. 

 

-- Oi Sam, Sheila... -- Marcela disse sorrindo olhando de uma para a outra. 

 

-- O que você faz aqui, Marcela? -- Samantha investigou a contragosto. 

 

-- Eu vim acompanhar a Lisandra, ela tinha uma consulta, sabe da perna. 

 

-- Ah... Ela não está bem? -- Samantha interessou-se.  

 

-- Mais ou menos, reclama muito de dor e está inchado. -- Marcela disse calma a olhando.  

 

-- E onde ela está agora? -- Samantha quis saber, estava preocupada. 

 

-- Está tomando um soro, sei lá. O médico disse que é pra desinchar. -- Avisou. -- Eu soube que você estava aqui e também ouvi comentários de que você a Agatha sofreram uma tentativa de sequestro. É verdade? 

 

-- Foi sim! -- Samantha confirmou e viu a família de Amanda saindo do quarto. 

 

-- Podemos conversar em outro lugar? -- Marcela perguntou alheia.  

 

-- Claro. Vamos para a minha sala. 

 

-- Samantha! -- Sheila repreendeu. 

 

-- Sheila, fica aqui e de olho na Agatha, eu já volto! -- Samantha sorriu. -- Não se preocupe. Não é Marcela? -- Samantha indagou-a.  

 

-- Eu vim na paz! -- Marcela avisou. 

 

-- Sei... -- Sheila disse a olhando séria. 

 

-- Vamos, Marcela. -- Samantha a chamou e elas dirigiram-se para o consultório da morena. -- Sua irmã foi bem atendida? -- Investigou enquanto andavam lado a lado. 

 

-- Foi sim. Chegamos faz uma hora mais ou menos. Ela disse que a dor estava aliviando. Ficou no quarto tomando a medicação e assistindo. -- Sorriu.  

 

-- Que bom... -- Samantha sorriu e depois a olhou avaliadora. -- Você pintou o cabelo de novo. -- Observou. O cabelo dela estava num tom de loiro mais natural. -- Ficou melhor assim! -- Admitiu.

 

-- Obrigada! 

 

-- Marcela... você está diferente! -- Samantha a olhava. -- Está do mesmo jeito quando eu te conheci. -- Lembrou. -- Porque você mudou tanto? Não sei... Você ficou agressiva... Sempre com raiva de alguém ou alguma coisa. -- Samantha dizia agora sem encará-la. Elas chegaram a sala e Samantha abriu a porta, Marcela entrou e ela atrás. 

 

Marcela respirou fundo e sentou-se numa cadeira olhando Samantha a sua frente. -- Quer mesmo saber a verdade? -- Investigou pensativa. 

 

-- Quero! -- Samantha foi enfática. 

 

-- Ok! -- Marcela respirou fundo. -- Sam, antes de te conhecer eu não era entendida ainda, ninguém sabia que eu era lésbica...

 

-- Mas... 

 

-- Não diz nada. Deixa eu terminar. -- Marcela pediu e Samantha sentou-se na cadeira a sua frente, concordando. -- Ninguém sabia, nem a minha irmã. E olha que ela é a única pessoa que gosta de mim do jeito que sou, mesmo depois de saber a verdade. -- Riu fraco. -- Sam, eu perdi minha mãe quando eu tinha três anos, ela morreu de câncer, e meu pai... -- Riu irritada e levantou-se. -- Esse só liga para os negócios dele, a reputação. Conhece o grande empresário Mezzomo?

 

-- Mentira que tu é filha dele? -- Samantha também levantou. 

 

-- É verdade, Samantha. 

 

-- Gente, ele é famoso pela indústria farmacêutica. -- Samantha observou incrédula. -- Marcela como eu não sabia disso?

 

-- Bom... você não perguntou e eu também não tenho muito orgulho dele. -- Confessou rindo. -- Ele nunca ligou pra filha, pra nenhuma das duas, pra ser sincera... Eu vivia nas mãos das babas que mudavam a todo momento, ele vivia viajando, mudando de cidade e me levava junto, eu não conseguia fazer amigos e quando fazia, tinha que muda novamente, enfim... Sentia e sinto saudades da minha mãe. Ela sim me amava! -- Marcela segurava-se para não chorar. -- Cresci no meio dessa bagunça toda e aos dezessete anos descobri que estava apaixonada por uma menina. -- Sorriu. -- Eu achei que estava doida, foi difícil passar por tudo isso sozinha, e ela era hetero, então mais impossível ainda. -- Disse lembrando. -- Depois de me aceitar, tentei contar para o meu pai. -- Riu fraca. -- Quanta ingenuidade a minha, ele ficou possesso comigo, me bateu...

 

-- Espera... Mas você disse que ninguém sabia que você era lésbica até me conhecer. 

 

-- E é verdade... Samantha, eu não contei para o meu pai, eu apenas sondei o terreno. Eu perguntei sobre o que ele achava das pessoas homossexuais, se tinha algum amigo assim, se conhecia. Ele já veio com sete predas na mão. Me deu um tapa dizendo que eu o estava ofendendo com essa barbaridade. Foi quando descobri o pai homofóbico que tenho. -- Marcela deixava as lágrimas caírem soltas. -- Depois disso eu nunca mais toquei no assunto e ele também não... Tive algumas ficantes, nada sério, até você aparecer. -- Sorriu olhando Samantha. -- Eu realmente te amei, e ainda amo, mas... mas não soube aproveitar o seu carinho. -- Sorriu frouxo. 

 

-- Você assumiu que era lésbica quando estava comigo?

 

-- Sim. Contei sem vergonha, sem medo e levei mais uns tapas. 

 

-- Eu não acredito! -- Samantha estava irritada. -- Então aquele dia que você chegou com o rosto roxo, não foi um assalto não é?

 

-- Não! Foi o meu pai. -- Confessou. 

 

-- Marcela porque não me contou? -- Samantha estava revoltada com a descoberta. 

 

-- Não iria adiantar Sam! Desculpa, mas eu já tinha abandonado tudo, tinha deixado tudo para trás, para ficar contigo! 

 

-- Por isso insistiu tanto para morar na minha casa, por isso nunca tinha mais dinheiro para se bancar. -- Samantha entendia tudo agora. 

 

-- Era! -- Marcela não chorava mais. Apenas a tristeza por ter feito algumas coisas errado. -- E a minha implicância com a Agatha era... era porque você a amava mais que eu! 

 

-- Marcela!? -- Samantha a recriminou. 

 

-- Eu sei! Eu sei... Ela é sua filha, sua Vida! Como você diz. -- Sorriu admitindo para as duas. -- Eu nunca tive nem metade da metade do amor que você tem por ela, Samantha, nunca! De ninguém! -- Marcela voltou a chorar, dessa vez mais descontrolada. -- Eu tinha ciúmes... queria a mesma atenção, mas... mas você sempre se dedicava mais a ela... para tudo. Nós saímos sempre nós três, e eu... você tinha que ficar de olho nela e não sobrava atenção para mim.

 

-- Marcela, ela é uma criança! -- Samantha dizia em voz moderada. -- E eu sou a mãe, quem mais teria o dever de cuidar dela?

 

-- Ai é que está! -- Marcela disse fraco fitando a morena sorrindo. -- Quem mais poderia ama-la, teria o dever cuida-la, educa-la, protege-la, olha-la? Quem? Se não a mãe!? -- Marcela voltou a chorar descontroladamente.

 

-- Marcela... -- Samantha entendeu o drama da loira a sua frente, Samantha a abraçou forte. No fundo Marcela apenas queria atenção, ser amada, sentia saudade da mãe, do amor do pai, de ser amada por alguém, sentir-se segura, ter uma família. 

 

-- Eu sentia ciúmes da Agatha, porque no fundo eu queria, ser ela, pra poder saber como é ser amada como você a ama... Eu não lembro da minha mãe, não lembro nada, nada... só sei como ela era fisicamente por fotos. -- Marcela estava mais calma, mas ainda chorava abraçando forte Samantha.  -- Eu ficava com raiva da Agatha, porque mesmo eu a ofendendo querendo bater nela. -- Riu lembrando de Agatha. -- A danada me respeitava! -- Disse rindo olhando Samantha que, também não pode deixar de rir. -- Isso só me deixava mais irritada ainda, pois só provava a educação, o amor, o carinho, o respeito pelos outros... tudo que você a ensinou e ensina! 

 

-- Marcela, eu... eu não sabia de nada disso. -- Samantha enxugou as lágrimas da mulher ainda em seus braços. -- Também reconheço que não me dediquei mais a você. -- Samantha confessou. 

 

-- Foi sim! -- Marcela confirmou. -- Mas foi mais culpa minha que sua. Eu perdi você por muitos motivos, mas o pior deles foi por causa da Agatha. Não, por ela em si, mas por eu a ofender, querer bater, essa coisa...

 

-- Eu sei... 

 

-- Não, fica assim! -- Marcela impediu Samantha de desvencilhar-se dela. 

 

-- Marcela...

 

-- Juro que não vou tentar nada.

 

-- Tudo bem... Marcela, eu jamais permitiria que você batesse na minha filha. Eu não me acho no direito de bater nela, nunca fiz isso e nunca pretendo fazer! E não seria você e muito menos outra pessoa a se achar nesse direito. -- Samantha disse calma. 

 

-- Ei sei. Agora eu sei. -- Sorriu sincera. -- Sam, eu comecei a fazer terapia. Eu finalmente entendi que precisava, ou iria enlouquecer e devo isso a Lisandra, ela me incentivou, embora não soubesse do meu caso com você, nosso pai não contou e nesse período ela estava morando em Nova Iorque, enfim... Mas agora ela já sabe de tudo e só me incentivou mais ainda a continuar. 

 

-- Que bom que esteja determinada a tudo, a voltar a ser o que era...

 

-- Não, Sam! Não quero voltar a ser o que eu era. Quero ser melhor, não quero perder novamente as pessoas que amo, não mesmo. Eu amo você...

 

-- Marcela... -- Samantha tentou sair do abraço, mas Marcela não deixou. 

 

-- Me escuta. Eu amo você, mas sei que não tenho mais chances, vejo em seus olhos que você ama aquela, a... 

 

-- Amanda! 

 

-- Isso! -- Marcela sorriu fraco. -- Você a ama, como nunca antes me amou ou a outra mulher, eu vejo isso! 

 

-- Eu a amo muito, muito mesmo. 

 

-- Eu sei... E é por isso que eu quero ser melhor, para que um dia, talvez, alguém me ame desse mesmo jeito.   

 

-- Você vai encontrar essa pessoas, vai sim! -- Samantha sorriu em incentivo. Segurava com ambas as mãos na cintura de Marcela. Esta, a segurava da mesma forma, mas sem pretensão maiores. 

 

-- Eu tenho essa esperança... No momento eu tenho o amor da Lisandra, e isso me dá forças. -- Sorriu lembrando as irmã. 

 

-- Você só ama a ela não é? -- Samantha indagou.

 

-- É. Eu também te amo, mas não vem ao caso. Lisandra é a única pessoa que me ama do jeito que sou. 

 

-- Entendo... Mas olha, podemos ser amigas.

 

-- Eu quero sim, mas no momento não. Preciso me afastar de você, eu quero deixar de te amar desse jeito. -- Marcela afastou-se e lágrimas começaram a cair novamente. -- Me perdoa por tudo que te fiz passar, por tudo que fiz a Agatha? -- Chorava em silencio. 

 

-- Claro. Tudo bem, é passado! -- Samantha a abraçou novamente, pois via sinceridade nas palavras, no jeito, nela.

 

-- Tem certeza? -- Sorriu com a cabeça recostada no colo de Samantha que lhe fazia um carinho nos cabelos e costa. 

 

-- Absoluta!

 

-- Obrigada! -- Sorriu a olhando. 

 

-- Apenas seja melhor, como deseja! -- Advertiu Samantha sorrindo e limpando as lágrimas de Marcela.

 

-- Prometo!  -- Marcela voltou para a mesma posição! -- Seria muito, pedir um beijo de despedida? -- Riu ainda na mesma posição, pois já sabia a resposta. 

 

-- Seria! -- Samantha respondeu rindo. 

 

-- Eu já sabia mesmo! 

 

-- Marcela como você voltou a ser rica de novo? -- Samantha estava curiosa. 

 

Marcela a olhou e sorriu separando-se dela. -- Minha mãe é quem era a dona das indústrias, Sam.

 

-- Então o seu pai...

 

-- Casou com ela por interesse? Talvez, não sei... Mas ele não era lá essas coisas com dinheiro não. Ela era filha única e herdou tudo! 

 

-- Então porque você ficou sem nada durante o tempo que ficamos juntas? Ele tinha o dever de te dar a sua parte, mesmo que não fosse com sua cara por se lésbica, enfim...

 

-- Sam... -- Riu. -- Ele me expulsou de casa, me tirou os cartões de crédito, o carro, o apartamento, tudo, como já sabe. Mas ele não tinha esse direito, não por eu ser filha dele, mas porque Ele não tinha esse direito! 

 

-- Não intendi. -- Samantha confessou.

 

-- Samantha minha mãe casou com ele em separação total de bens! 

 

-- Quer dizer que...

 

-- Tudo é meu! TUDO! -- Marcela sorriu e Samantha também. 

 

-- Você é bilionária, Marcela.

 

-- Não exagera, só milionária! -- Riu. 

 

-- Que seja. Mas porque você não jogou isso na cara dele antes? Digo quando ele te tirou tudo. 

 

-- Porque eu não sabia. 

 

-- Como não?

 

-- Meu pai sempre disse que tudo era dele depois que minha mãe morreu, me escondeu o testamento até uns dois meses atrás, quando completei 25 anos. 

 

-- Mas...

 

-- O testamento dizia que tudo era meu, e que ele era o administrador até eu terminar a faculdade...

 

-- Que faculdade? Você nunca se interessou por isso. -- Samantha observou. 

 

-- Pois é. O que adiou eu saber de tudo, pois se eu tivesse seguido os estudos normalmente eu saberia com, sei lá 22 ou 23 anos de idade. Pois as cláusulas eram poucas, mas bem claras. Eu teria total posse de tudo ao término da faculdade ou quando completasse 25 anos. Simples assim. -- Sorriu. 

 

-- Ele deve estar possesso então. 

 

-- Está, quis entrar com um processo para impugnar o testamento, mas todos os advogados que procurou não o aconselharam a isso. 

 

-- E agora? 

 

-- Ele está comendo miudinho na minha mão. -- Sorriu eufórica. -- Ele abriu uns negócios próprios, mas não dão muito dinheiro como as indústrias, enfim... Não estão no padrão que ele está acostumado a viver.  

 

-- Entendo... Ele está pobre agora...

 

-- Pobre não, mas digamos que não pode mais bancar carros luxuosos como gosta de comprar a todo ano. 

 

-- Ah... E o que você pretende fazer com ele, ou já fez?

 

-- Samantha eu não sou tão idiota, eu não sei dirigir uma empresa desse porte e também não sou tão burra a ponto de deixar nas mãos dele assim novamente, comigo já sabendo de tudo, ele abriu os “seus negócios”. -- Marcela fez aspas. -- Desviando dinheiro das empresas. E agora que eu sei de tudo ele iria me tirar tudo novamente, mas não vou deixar. O advogado que me procurou com o testamento e me disse a verdade, era o melhor amigo da minha mãe, ele está me ajudando em tudo, eu confio nele, sei que posso cofiar, ele me demonstrou isso, enfim... Eu estou indo na empresa todos os dias tentando aprender, e tudo mais, o papai também vai, afinal não quer perder o trabalho dele, o que restou, tem uma mulher e uma filha para sustentar. -- Riu. -- Ah, você está olhando para a presidente. -- Marcela riu abrindo os braços e apontou-se. 

 

-- Sério? Mas você disse que não sabe dirigir. 

 

-- Não sei tudo ainda, mas já aprendi bastante, e eu aprendo rápido. Estou fazendo a faculdade também, Administração! 

 

-- Menina! -- Samantha estava admirada e orgulhosa. -- Parabéns!

 

-- Obrigada, Sam!

 

-- Você merece. -- Samantha estava sendo sincera. -- Mas você vai deixar a Lisandra desamparada?

 

-- Claro que não! Nunca! -- Disse incisiva. -- Lisandra está morando comigo, já que o pai... enfim, ele não quer gastar com ela, então... Mas nunca que eu a deixaria desamparada. Ela ainda deve obediência a eles por ser menor de idade ainda, mas ano que vem, quando ela completar dezoito eu definitivamente não a deixarei fazer o que os pais a obrigam, ela sempre terá meu apoio, para tudo, e vai ficar definitivamente comigo! Ela quer e eu também, então até quando ela quiser vai ficar comigo. E depois lhe darei parte da empresa... Bem... -- Marcela fitou Samantha sorrindo, havia a perdido, mas lutaria para esquece-la e finalmente liberta-la e libertar-se. -- Posso usar o seu banheiro? Não posso sair com essa cara borrada e vermelha. -- Advertiu rindo. 

 

-- Claro, vai lá. -- Samantha concordou e logo viu Marcela pegar sua bolsa e ir para a outra sala. Samantha estava admirada da mudança da loira e estava aliviada e orgulhosa, no fundo, ainda sentia carinho, amizade por ela. Marcela, estava finalmente tornando-se uma mulher, uma verdadeira mulher, de todas as formas, era jovem ainda, e estava aprendendo a viver, a vida lhe tinha sido dura, sem a mãe, sem o amor do pai, que ainda era homofóbico, havia sofrido muito com todos os acontecimentos passados.   

 

-- Prontinho. -- Marcela disse voltando perfeitamente maquiada, mas ao contrário do que costumava fazer antes, era uma maquiagem leve, onde demonstrava realmente a idade que tinha, o rosto meigo, angelical. 

 

-- É... Você realmente está melhor! -- Samantha admitiu sorrindo. 

 

-- Se apaixonou de novo?

 

-- Bem, quase melhor! -- Samantha disse rindo. -- Precisa melhorar esse seu lado... Insinuante, quase cafajeste... 

 

-- Bom... -- Deu de ombros. -- Nem tudo é perfeito. -- Completou também rindo. -- Preciso ir, a Lisandra deve estar preocupada. -- Avisou. -- Obrigada por me ouvir, por tudo! -- Disse sincera aproximando-se de Samantha e pondo a bolsa na cadeira. 

 

-- De nada, você vai conseguir tudo que quer, vai ver! -- Sorriu feliz pela mulher a sua frente. 

 

-- Obrigada! Posso ganhar um abraço? -- Perguntou abrindo os braços sorrindo. 

 

-- Pode! -- Samantha a abraçou forte, realmente queria o bem de Marcela. -- Se cuida! -- Disse baixo. 

 

-- Vou sim! -- Confirmou. -- Promete que me convida para o seu casamento?

 

Samantha riu. -- Promete não querer bater na noiva, digo a outra noiva? 

 

-- Prometo! -- Disse a olhando sorrindo. 

 

-- Então o convite chegará até você! -- Advertiu sorrindo. -- Você será feliz com alguém que te ame... 

 

-- É o que pretendo! -- Marcela fitou a boca da morena, mas logo afastou-se, não queria mais fazer besteiras, e beijar Samantha, a força, custaria tudo que já tinha conquistado até o momento, e não queria isso. -- Bem... Então um até... Logo! -- Sorriu. 

 

-- Até logo! -- Sorriu de volta, Marcela estava segurando a maçaneta da porta a olhando. 

 

-- Sugiro que tome um banho e troque de roupa. -- Riu fraco. -- Meu perfume está em você, a Amanda não vai gostar! -- Marcela saiu apressada, mas Samantha ainda viu os olhos marejados da loira. 

 

 

 

 

 

* * * * 

 

 

 

-- Oi. -- Sheila disse entrando. Havia esperado um tempinho e entrou para ficar de olho na pequena. 

 

-- Sheila, vem aqui. -- Agatha a chamou. -- Amanda essa é a Sheila, lembra dela?

 

-- Não meu anjo. -- Amanda disse sem graça, olhando a loira a seu lado. -- Você é muito bonita! -- Disse espontaneamente sorrindo. 

 

-- Obrigada! -- Sheila sorriu correspondendo. -- Como se sente? 

 

-- Como se te conhecesse! -- Admitiu sorrindo. -- Estou com isso ultimamente. -- Avisou.

 

-- Normal, eu acho! -- Sheila disse, mas a vontade que tinha era sacudi-la e gritar “Acorda mulher, lembra logo de uma vez!” 

 

-- Tia cadê a mamãe?

 

-- Ela foi resolver um assunto e já vem aqui! -- Sheila disse olhando Amanda que, sorriu. -- Essa pequena aprontou alguma coisa? -- Investigou. 

 

-- Não! -- Amanda respondeu prontamente. -- Ela é uma amor. -- Completou abraçando Agatha que sorria. 

 

-- É tia Sheila, eu sou um anjo! -- Agatha disse descarada. -- A Amanda que diz isso, né Amanda?

 

-- É sim, meu anjo! 

 

-- Viu? -- Agatha inqueriu sorrindo e fazendo as outras duas sorrirem. -- Tia a mamãe vai demorar?

 

-- Acho que não gatinha... Amanda, você já comeu alguma coisa depois que acordou? -- Sheila indagou. 

 

-- Ainda não, mas o Fabrício vai trazer pra mim. -- Avisou.

 

-- Ah. E porque saiu todo mundo do quarto? Digo a Agatha expulsou foi? -- Perguntou sorrindo. 

 

-- Mais ou menos. -- Amanda respondeu rindo olhando para a pequena. -- Na verdade o Fabrício queria conversar com eles, ai foram para a lanchonete. -- Declarou. 

 

-- Ah sim, fico mais aliviada. 

 

E novamente ouviram batidas na porta e logo ela sendo aberta. 

 

-- Oi, atrapalho? -- Sophia perguntou ainda na porta. 

 

-- Não Sophia, entra! -- Amanda disse sorrindo. 

 

E o nome despertou a atenção de Sheila, Samantha havia lhe dito algo sobre o nome, Sophia. 

 

-- Está tudo bem? -- Sophia perguntou depois que deu um beijo no rosto de Amanda.  

 

-- Está sim. Essa é a Agatha e a Sheila. -- Amanda as apresentou. -- São amigas. Meninas essa é a Sophia, uma amiga. 

 

-- Oi. -- Sheila disse simpática.

 

-- Oi. -- Agatha riu. -- Você eu não tinha visto ainda. -- Lembrou. 

 

-- Mas agora está vendo. -- Sophia sorriu. -- Fofa ela, é sua filha? -- Perguntou olhando Sheila. 

 

-- Não. -- Sheila respondeu sorrindo. -- Da minha amiga, Samantha. 

 

-- É, Samantha é a minha mãe e a namo...

 

-- Agatha! -- Sheila a impediu de terminar, assustando Sophia. 

 

-- Ah tá bom! -- Agatha disse fazendo bico e cruzando os braços. 

 

-- Deixa ela. -- Amanda disse sorrindo, olhando para a pequena emburrada a seu lado. -- Olha pra mim. -- Pediu e foi obedecida. -- Desfaz essa carinha, vamos. Lembra do nosso segredo? -- Agatha sorriu consentindo. -- Então, eu vou ver isso mais tarde, está bem? 

 

-- Tá! -- Sorriu feliz e depois olhou para Sophia. -- Amanda ela é só sua amiga mesmo? -- Agatha investigou olhando Sophia com certa aversão. 

 

-- Agatha! -- Sheila gritou novamente. -- Mas será possível mesmo. -- Disse rindo. -- Desculpa. -- Pediu olhando Sophia. 

 

-- Tudo bem! -- Sophia também ria da espontaneidade da menina. -- Ela é... 

 

-- Impossível? -- Sheila indagou sorrindo.

 

-- Inteligente! -- Sophia notou. 

 

-- É sim! -- Foi Amanda quem disse, abraçando a pessoinha a seu lado. -- Ela é somente uma amiga mesmo! -- Sussurrou no ouvido de Agatha que, sorriu contente com a notícia. 

 

-- Mas porque, esse nome, Amanda? -- Sophia estava curiosa. 

 

-- Foi a minha mãe que deu pra ela, porque...

 

-- Ela não sabia o nome verdadeiro, enfim, ter como chama-la quando precisasse. -- Sheila completou antes que Agatha falasse demais. 

 

-- Ah sim... Eloá, cadê sua família? O Fabrício me disse que eles viriam. -- Sophia lembrou. 

 

-- Estão lá na lanchonete. -- Amanda respondeu. -- E você, está com pressa? 

 

-- Não, agora não. -- Sophia falou, ela estava do lado direito de Amanda, mesmo lado que Agatha. 

 

-- E sobre aquele assunto, com a... Fernanda, certo?

 

-- Sim... Eloá, me desculpa, de novo... -- Sophia pediu olhando Amanda. 

 

-- Agatha a Amanda precisa conversar com a amiga dela, vamos sair um instantinho, vem. -- Sheila observou. 

 

-- Ah não! -- Agatha reclamou. 

 

-- Meu anjo. -- Amanda disse a olhando. -- É só uns minutinhos, está bem? Ai você aproveita e vai procurar a sua mãe, e traz ela também pode ser? -- Amanda sugeriu calma e viu a garotinha concordar sorrindo. -- Perfeito! Agora vai lá com a sua tia Sheila. 

 

Sheila a desceu da cama e pegou a mochila a entregando e logo saíram da sala, deixando Amanda conversar a sós com a outra mulher. 

 

-- Pra onde a mamãe foi tia? 

 

-- Para a sala dela, meu anjo. -- Sheila respondeu atentando-se a Agatha que andava a seu lado. 

 

-- Então vamos buscar ela! -- Agatha estava determinada. 

 

-- Vamos. -- Sheila concordou lembrando de com quem, Samantha estava. -- Agatha, que segredo que você tem com a Amanda? -- Sheila investigou ao lembrar. 

 

-- É segredo! -- Agatha disse rindo cínica. 

 

-- Sei... -- Sheila não insistiu, mas sabia que não era coisa boba, tinha quase certeza que tinha haver com a memória de Amanda, só não sabia o que seria.

 

-- Oi Sheila, Agatha. -- Natelly as encontrou perto da sala de Samantha. -- Gente eu me perdi! -- Confessou rindo.

 

-- Normal por aqui! -- Sheila afirmou também rindo. -- Mas é só seguir aqui reto que achará o quarto da sua mãe. -- Avisou. 

 

-- Ela está conversando um uma amiga. -- Agatha revelou. 

 

-- Que amiga? -- Natelly indagou. 

 

-- Sophia. 

 

-- A Sophia tá ai? 

 

-- Está... -- Sheila confirmou desconfiada. 

 

-- Hum. Bem, eu vou lá tenho que levar esse lanche pra mamãe. -- Revelou mostrando as sacolas. -- Eu aproveitei pra fugir do clima tenso da reunião. -- Confessou sorrindo. 

 

-- Reunião? -- Sheila perguntou confusa. 

 

-- É que meu pai disse que a mamãe vai ter que ficar mais uma semana aqui, porque ela não vai poder viajar de avião e meu vô ficou meio com raiva e daí eu fugi. -- Assumiu. 

 

 -- Entendo...

 

-- Olha eu vou indo, já que me achei. Tchau. -- Natelly disse e começou a andar. 

 

-- Tchau. -- Sheila e Agatha responderam juntas e completaram o percurso até a porta da sala de Samantha. Sheila pensou em entrar, mas não ouviu nenhum vestígio de vozes alteradas, e isso a preocupou um pouco, Samantha não poderia ter caído na lábia de Marcela, pensava. 

 

-- Não vamos entrar tia? -- Agatha questionou.

 

Sheila fitou a porta pensativa, confiava em Samantha, ela devia estar apenas conversando mesmo e não seria ela a interromper, ainda mais por desconfianças que no fundo, sabia ser incabíveis, pois Samantha amava Amanda. 

 

-- Não meu anjo, vamos esperar a mamãe terminar a conversa, vem. -- Sheila levou a pequena para a sua área de trabalho e sentou-se com ela em seu colo no sofá de espera. -- A Sam, está conversando com a Marcela. -- Revelou. 

 

-- Porque? -- Agatha indagou a olhando receosa. 

 

-- Não sei, mas vamos esperar. 

 

-- Tá bom... Deixa eu jogar no seu celular? -- Pediu sorrindo. 

 

-- Toma. -- Sheila lhe entregou o aparelho. -- Se você perder é a minha vez. -- Advertiu. 

 

-- Aram. 

 

Elas ficaram revezando o aparelho por mais ou menos uns dez minutos, quando foram despertadas pela porta sendo aberta e Marcela sair, logo as vendo. Marcela sorriu fraco e caminhou até elas apressada. Sheila percebeu que ela chorava. 

 

-- Oi. -- Disse fitando Agatha sorrindo.

 

-- Oi. -- Agatha encolheu-se na perna de Sheila, estava com receio da mulher a sua frente. Mas a olhava de uma forma serena. 

 

Marcela ajoelhou-se a frente delas e tentou pegar na mão de Agatha, mas esta, a puxou de imediato. Sheila apenas observava a situação, estava surpresa. 

 

-- Por favor, deixa. -- Marcela pediu fitando a menina, e Agatha estendeu a mão para ela que, pegou sorrindo. -- Me perdoa por tentar de bater, por te magoar com palavras, por ter te machucado algumas vezes. Por tudo! -- Marcela fazia um carinho na mão dela. Enquanto chorava em silencio. -- Um dia, quando eu tiver uma filha, se eu tiver. -- Sorriu. -- Quero que ela seja como você, linda, inteligente, esperta, que respeita as pessoas, embora elas não mereçam... -- Marcela levou sua mão direita ao rosto de Agatha e sorriu feliz por ela não repeli-la dessa vez. Fez um carinho, era a primeira vez que fazia isso com vontade, sem medo, sem receios ou por se sentir obrigada a demonstrar algo para Samantha. -- Um dia, quando me perdoar, poderemos ser amigas, de verdade... -- Sorriu passeando sua mão pelo cabelo da menina. Nenhuma das três viram Samantha as observando da porta de sua sala, estava emocionada com a cena. Marcela viu Agatha sorrir em acordo e sorriu feliz também. -- Posso te dar um beijo? -- Investigou 

 

-- Pode! -- Agatha sorriu em acordo.

 

Marcela aproximou-se e beijou demoradamente a testa da menina, aproveitava as sensações boas que aquele ato, verdadeiro, lhe proporcionava. 

 

-- Obrigada! -- Marcela levantou-se pegando a bolsa e sorriu, saindo logo em seguida vendo Samantha a olhando, sorriu de volta, sem parar sua andada rápida.      

 

-- “Me colore que eu estou bege!” -- Sheila falou olhando Marcela afastando-se.

 

-- O que deu nela tia Sheila? -- Agatha perguntou confusa. 

 

-- Meu anjo, eu acho que foi Jesus na causa! -- Sheila disse sorrindo. 

 

-- Sheila, filha, entrem! -- Samantha as chamou, assim que viu Marcela sumir ao dobrar em um dos corredores do hospital. Sheila e Agatha rapidamente as obedeceram.

 

 

 

* * * * 

 

 

 

-- Carlos... O senhor não pode ir contra uma advertência médica. Pelo amor de Deus! -- Marina dizia entredentes fitando o senhor a sua frente, irritada. -- A Eloá acabou de sair de uma cirurgia e o senhor já quer enfia-la de volta naquela empresa, como fez a vida toda! -- Marina falava em voz baixa, mas com evidente fúria nos olhos. 

 

-- Carlos a Marina está certa! -- Lúcia advertiu em entendimento. 

 

-- Eu sei mulher! -- Admitiu num tom mais alto, mas logo moderou-se. -- Eu só não quero ter que ficar aqui por todo esse tempo. E a empresa já está sem ninguém de competência a uma semana e vai ficar mais uma? Assim não dá. Fabricio você vai ter que voltar para tomar as rédeas de tudo. 

 

-- Eu? Não mesmo! A Eloá precisa de mim e eu vou ficar com ela. E a empresa está em ótimas mãos sim, a Camila sabe muito bem lidar com tudo. A Eloá a treinou para isso! -- Fabricio também estava aborrecido. 

 

-- Eu posso ficar com ela! -- Marina avisou. 

 

-- Não! -- Carlos foi incisivo. -- Você não vai ficar com a minha filha, eu nem sei porque você veio. 

 

Marina apenas o olhou, estava sem forças para uma discursão desse tipo no momento, respirou fundo tentando acalmar-se. 

 

-- Olha, ela não pode viajar de avião, então na terça nós vamos de ônibus. O que eu quero é ir para casa, com a minha filha junto! -- Carlos insistiu. 

 

-- Olha, eu não vou submeter a MINHA ESPOSA a isso! -- Fabrício disse alterado, chamando a atenção de algumas pessoas ao redor. 

 

-- Fala baixo! -- Carlos advertiu. 

 

-- Tá. Olha o doutor advertiu e eu vou obedecer. A Doutora Samantha também disse que não deixaria ninguém leva-la antes do tempo. Portanto, tem três pessoas disposta a fazer com que a Eloá fique por aqui o tempo que for necessário, sendo eles dois médicos! -- Advertiu fitando o sogro com raiva. Estava cansado de se submeter a tudo que ele queria. 

 

-- Tem quarto pessoas, pois eu também estou disposta a isso! -- Marina falou sorrindo. -- E só acho que a Naty também está comigo, então somos cinco. O senhor pode voltar para Florianópolis agora mesmo se quiser. -- Indicou.

 

-- A minha filha não vai ficar em um hotel por aqui! Ela vai pra casa! -- Carlos disse exaltado. -- Eu vou falar com ela, e sei que ela aceitará ir de ônibus. -- Sorriu esperançoso, a filha nunca o decepcionava. 

 

-- Olha eu... -- Marina proferiu, mas foi interrompida. 

 

-- Você nada! -- Carlos disse sério a olhando. 

 

-- A Eloá aceitará ir embora, seja de que for. Eu a conheço e ela sempre me obedece. -- Carlos falou vangloriando-se. 

 

Marina e Fabrício fitaram-se com certo receio, pois o velho a frente deles, sempre conseguia o que queria de Eloá, nisso ele estava certo. Embora Eloá não concordasse com algo sugerido por Carlos, ela sempre aceitava, não o enfrentava como devia ser. 

 

-- Escuta... -- Marina disse calma. -- Porque o senhor não quer que ela fique aqui? 

 

Carlos a olhou meio assustado. Lembrou do dia em que pegara Natelly em uma conversa suspeita com uma tal de Sophia, por isso não queria que a filha ficasse em Curitiba. Os boatos de que sua filha tinha um caso com Ligia o estavam deixando louco a alguns anos atrás e ainda ouviu esporadicamente sobre essa tal de Sophia ser lésbica e ter procurado por Eloá algumas vezes na empresa, antes de mudar-se para Curitiba, soubera por um pequeno informante que tinha na empresa, as vezes, o inqueria sobre algumas coisas, principalmente sobre Eloá e a Lígia que infelizmente, ainda trabalhava como secretária de sua filha, pensava. Mas estava aliviado por ser apenas boatos, segundo esse informante. E isso o aliviava, mas não o suficiente, pois se mantinha informado sempre. 

 

-- Oie... -- Marina passou a mão na frente do rosto de Carlos.

 

-- Me deixa! -- Respondeu baixo.  

 

Fabrício estava alheio, pois lembrou de Samantha e uma pontada se esperança o fez sorrir. Ela parecia ter gostado se Eloá, e a esposa parecia retribuir da mesma forma, pensava. Lembrou do café da manhã especial, dos cuidados direcionados a Eloá, de todos os funcionários do Hospital, a conta que a médica não o deixou pagar, uma series de fatores que o faziam pensar que, Samantha estava apaixonada por Eloá e que parecia ser correspondida, mas o que ele não entendia era como isso acontecera tão rapidamente, por parte de sua esposa, Eloá, das duas na verdade.  

 

-- Acorda! -- Carlos o despertou. 

 

-- Hãn? -- Fabrício despertara assustando-se. 

 

-- Paga a conta que eu quero voltar para o quarto e conversar com a minha filha! -- Disse ríspido. 

 

-- Vai de uma vez. Não é ele quem vai pagar? -- Marina disse exaltada o expulsando logo, não suportava mais olhar para ele.  

 

Carlos levantou-se e saiu a passos largos da lanchonete. 

 

-- Você também não facilita, Mary. -- Lúcia disse a olhando séria, mas logo sorriu. -- Deixa eu ir lá acalmar a fera. -- Avisou levantando-se e seguindo o marido. 

 

-- Fá, porque sorria igual um bocó ainda agora? 

 

Fabrício riu. -- Acho que aquela médica a Samantha, está apaixonada pela Eloá. 

 

-- Não brinca! -- Marina estava surpresa. -- A morena bonitona? 

 

-- Ela mesma. -- Sorriu. 

 

-- Gente, ela é um espetáculo de mulher! -- Afirmou abanando-se. -- Espera! -- Lembrou de algo. -- A Eloá que te disse isso?

 

-- Não. Eu que percebi, olha vou te dizer o que já aconteceu até agora... -- Fabrício disse tudo que sabia e observou. -- Agora me diga se não estou certo em desconfiar?

 

-- Gente... Está certíssimo! -- Concordou. -- Café da manhã na cama, nada de pagar a conta e os olhares... -- Marina repetia. -- Olha agora eu fiquei curiosíssima para saber os detalhes com a Eloá... Mas será que a Eloá disse pra ela sobre o casamento falso?

 

-- Não! Claro que não. Elas estão se curtindo, mas a doutora sabe da minha existência, isso é, como empecilho, mas ainda assim, não consegue esconder que gosta da Eloá. -- Fabrício relatou. -- Nem a Eloá consegue, ela olha pra médica com uma cara, que... só você vendo! -- Ele declarou. 

 

-- Vou prestar atenção também, quero ver isso. Ai, que legal. -- Marina estava animada.    

 

-- Vai com calma viu? O Carlos está de olho.

 

-- Saco! -- Marina lembrou. -- Ah estou nem ai! -- Riu. -- Vamos paga logo que eu quero voltar pra lá. 

 

-- Ok. -- Sorriu chamando uma moça. 

 

 

 

* * * * 

 

 

 

-- Sério que você está feliz por mim? -- Sophia perguntou olhando Amanda. Ela estava sentada na beira da cama segurando a mão da ex namorada e agora amiga. Sophia tinha narrado o que tinha acontecido entre ela e Fernanda na última semana.  

 

-- Claro que sim! -- Amanda confirmou sorrindo. -- Eu quero que você seja feliz. 

 

-- Eu também quero que você encontre uma pessoa que te ame muito, muito mesmo. 

 

Amanda pensou em Samantha e sorriu feliz. -- Eu vou encontrar sim! 

 

-- Vai! -- Sophia abraçou Amanda. 

 

-- Olá. -- Natelly entrou e as viu abraçadas. 

 

-- Oi filha. -- Amanda sorriu.

 

-- Naty. -- Sophia abraçou a garota. 

 

-- Oi, Sophia. -- Retribuiu o carinho, mesmo com as mãos ocupadas. -- Tudo bem? -- Perguntou depois de se separarem.

 

-- Está sim... Sua mãe está bem e me disse que estou perdoada. -- Olhou a mulher na cama sorrindo. -- E você? 

 

-- Estou bem também agora! -- Natelly foi até a mesinha e começou a arrumar o lanche da mãe sobre a bandeja. -- Mãe o papai disse que a senhora não vai poder viajar de avião, mesmo depois da alta médica. -- Natelly avisou e arrumou a bandeja mesa sobre a cama. 

 

-- Como assim? -- Indagou curiosa. 

 

-- O médico, o Olavo disse que devido a cirurgia na cabeça a senhora não pode viajar de avião, sabe por causa da pressão, não sei direito. Ai a senhora vai ter que esperar um tempo, tipo uma semana, depois de terça-feira, depois da alta. -- Explicou olhando Amanda começar a comer o lanche. -- O vovô não gostou muito não...

 

-- Rum. -- Amanda resmungou, sabia o pai que tinha. -- Como sempre, claro. Mas dessa vez não rola filha, ele não vai me arrastar de qualquer jeito pra casa, só porque ele quer! -- Amanda advertiu, para as duas ali presente e para si própria. 

 

-- O papai e a madrinha já compraram essa briga. -- Sorriu avisando. 

 

-- Claro que sim! -- Amanda riu lembrando dos dois. Comia tranquilamente.

 

-- Mãe a senhora está... diferente! -- Natelly notou. -- Está tranquila, mesmo depois do que eu disse. 

 

-- Filha, olha eu percebi que não tem como eu ir mais contra o que sou, só porque meu pai quer. Eu tenho a minha vida, e quero vivê-la de agora em diante! -- Confessou. -- Antes de vir pra cá eu já tinha decidido contar toda a verdade...

 

-- Sério? -- Sophia estava surpresa. -- Você ia contar tudo para sua família?

 

-- Sim Sophia, inclusive estávamos na fazenda para isso, mas eu adiei para vir conversar com você e aconteceu tudo aquilo, enfim... No entanto, estou mais disposta ainda a contar tudo, tudo mesmo! -- Declarou e bebeu um pouco do suco. 

 

-- Nossa... -- Sophia disse ainda surpresa. 

 

-- É... Não aguento mais viver uma mentira, não mesmo! -- Amanda admitiu. 

 

-- Ah agora eu lembrei, quem é Samantha? -- Sophia perguntou curiosa, havia percebido um certo interesse da amiga, nessa mulher de nome Samantha.

 

-- A médica que me socorreu! -- Amanda disse sorrindo. 

 

-- Mãe, ela é linda, a senhora viu? -- Netelly investigou. 

 

-- Vi... -- Amanda respondeu lembrando dos sonhos, dos momentos que passou na companhia da morena depois que acordou, do café da manhã, do beijo, sorriu feliz. 

 

-- Mãe... Oie... -- Natelly a chamava sorrindo.  -- Já está apaixonada é? 

 

-- Não sei... -- Amanda respondeu ainda pensativa. -- Na verdade eu a amo! 

 

-- Já!? -- Sophia e Natelly indagaram juntas e surpresas. 

 

Amanda riu alto. -- Ela me beijou! -- Confessou olhando a cara de surpresa das duas, amiga e filha estavam de boca aberta. -- Foi tão gostoso, tão amoroso, tão carinhoso, depois foi ávido, cheio de desejo... Ai eu ficaria minha vida toda só a beijando! 

 

-- Mãe a senhora... como... mas... Mamãe! -- Natelly não sabia o que dizer. -- Mãe a senhora disse pra ela sobre o casamento de fachada? 

 

-- Não. -- Sorriu. 

 

-- Então ela está dando em cima da senhora mesmo sabendo que é casada?

 

-- Mais ou menos. -- Riu. -- A filha eu gostei e também incentivei, ela não é qualquer uma. 

 

-- Eu sei. É que... como a senhora já ama uma pessoa que mal conhecesse? -- Natelly estava feliz pela mãe, mas queria entender a situação toda. 

 

-- Filha... -- Amanda suspirou. -- Nem eu entendo! -- Confessou. -- Mas eu a amo e mais tarde quando eu... Eu vou entender! -- Sorriu calma olhando a filha. 

 

-- Tomara, e depois me explica! -- Pediu rindo. 

 

-- Pra mim também! -- Sophia avisou levantando a dedo rapidamente. 

 

-- Tá bom. -- Amanda concordou. 

 

-- Olá. -- Olavo entrou depois de duas batidinhas na porta. -- Vejo que está se alimentando bem.

 

-- Estou sim. -- Amanda falou. 

 

-- Eu vim me despedir, estou indo para casa e só vou voltar amanhã à tarde. 

 

-- Já? 

 

-- Já sim, mas eu não poderia ir embora sem dar um tchau para a minha paciente especial. -- Ele disso sorridente. -- E amanhã voltarei apenas para vê-la. -- Avisou. 

 

-- Sério? -- Amanda indagou. 

 

-- Sim, apenas uns exames de rotina. -- Declarou. -- Ah já te falaram que você terá que ficar em terra firme por enquanto?

 

-- Já sim. -- Amanda respondeu. 

 

-- Pois é. Nada de metal voador, não é recomendado. -- Advertiu. 

 

-- A Naty me disse. 

 

-- Você pode ficar no meu apartamento, não é grande grande, mas a gente se ajeita. -- Sophia manifestou-se. -- A não ser que... -- Lembrou da médica e sorriu olhando Natelly que também extraiu qual a sua dedução.      

 

-- A não ser que o que? -- Amanda questionou curiosa. 

 

-- Nada não, depois eu te falo. -- Sophia olhou discretamente para o senhor a sua frente. E Amanda entendeu que a amiga não queria dizer na frente dele. -- Ok. 

 

 

 

* * * * 

 

 

 

-- Está muito linda mãe! -- Agatha disse olhando Samantha já vestida a sua frente. Usava uma calça jeans bege e uma camisa azul turquesa e um salto preto. Samantha tomou o banho sugerido por Marcela e trocou de roupa. Mas antes havia conversado com Sheila e a filha, relatando tudo que tinha conversado com Marcela. Sheila ficou admirada e de certa forma entendeu que Marcela apenas estava confusa, passou por muitas coisas ruins e sozinha. Está certo que isso não dava motivos para agir com agia, mas cada pessoa tem seus problemas e os enfrentam do jeito que podem ou não. 

 

-- Está gatissima amiga! -- Sheila concordou com a pequena. -- E cheirosa! 

 

-- Ótimo. -- Samantha sorriu. -- Vamos à luta! 

 

-- Vamos. -- Agatha disse pegando na mão da mãe. Ela também tinha tomado banho e trocado de roupa.  

 

-- Vão com tudo! – Sheila advertiu sorrindo. -- Sam, eu vou pra casa, como te disse, mas qualquer coisa me liga. -- Explicou. -- Volto amanhã, e eu te ligo.  

 

-- Tudo bem, Sheila. -- Samantha abraçou a amiga e a beijou com carinho. -- Obrigada, sempre! -- Disse ainda no abraço. 

 

-- Sempre estarei com você, sabe disso! -- Declarou. 

 

-- Eu sei! -- Confessou a olhando. 

 

-- Tchau meu anjo. -- Sheila despediu-se de Agatha também e foi para casa. 

 

-- Mãe nós vamos dormir aqui no hospital? 

 

-- Não filha, nós vamos para casa, dormimos lá e amanhã voltamos. -- Samantha queria ficar do lado de Amanda, mas tinha a filha e não podia a submeter a mais uma noite dormindo de qualquer jeito, em um hospital. E Amanda tinha a família, ficaria bem... 

 

-- Hum... Mãe aquele homem, o Fabrício, ele que é o marido da Amanda?

 

-- É sim filha. -- Samantha parrou um pouco a olhando. -- Por isso temos que ir com calma, está bem? Ela precisa se lembrar da gente para depois pedir o divórcio pra ele, entende? 

 

-- Entendo. Pra poder se casar com a senhora né? -- Indagou sorrindo. 

 

-- É isso ai, minha vida! -- Samantha sorriu e voltou a andar novamente, em direção ao quarto de sua amada. 

 

-- Mãe a Marcela me beijou. -- Disse lembrando. 

 

-- É, eu vi. -- Sorriu. 

 

-- Ela estava chorando... A senhora falou que ela tinha se arrependido de tentar me bater e tudo... Foi estranho ela me beijando. -- Confessou e Samantha riu. -- É, ela me beijava e sempre apertava minha bochecha e doía, esse foi diferente, foi quase como quando a senhora me beija, não sei explicar... 

 

Samantha parou novamente e abaixou a altura da filha. -- Porque esse beijo que ela te deu, foi verdadeiro, tinha carinho, arrependimento, um pedido de desculpa... e quando gente beija assim, é diferente, é bom. Você gostou do beijo dela? 

 

-- Desse eu gostei. -- Admitiu.

 

-- Você gostou porque sentiu que foi carinhoso, e não um beijo qualquer sem sentimentos, como de quando ela te dava antes. -- Samantha explicou. 

 

-- Hum... Eu gostei, ela podia ser sempre assim, ela fica mais legal quando é boa. -- Notou sorrindo.

 

-- Ela vai ser sempre assim de agora em diante. -- Samantha levantou-se. -- Quando você a ver de novo, fale com ela, ela vai gostar. 

 

-- Tá bom. -- Agatha concordou.  

 

 

 

* * * * 

 

 

 

-- Pai, já chega! -- Amanda gritou exaltada e levou as duas mãos à cabeça, sentiu uma leve dor. 

 

-- Amor, calma por favor! -- Marina correu até ela e Fabrício a imitou, estavam preocupados. 

 

-- Eu peço que todos saiam, principalmente o senhor! -- Olavo disse com altivez olhando para Carlos. 

 

Carlos fez um escândalo ao ver que Sophia estava sentada na cama ao lado da filha e segurava a mão dela. Sabia que Sophia era homossexual, e assim que a viu, a expulsou do quarto, sem nem se dar ao trabalho de notar a presença de Olavo no ambiente. Que de início apenas ficou o observando ofender a moça de todas as formas, logo em seguida chegaram Marina e Fabrício e tentaram acalma-lo, mas sem sucesso e quando Carlos tentou tirar Sophia a força, Amanda exaltou-se gritando mais alto em repreensão ao pai.    

 

-- Eu não vou sair! -- Carlos disse sério em tom elevado. 

 

-- Ou sai agora, ou chamarei os seguranças para tira-lo e digo que não serão sutis. -- Olavo foi contundente. -- E ainda proibirei sua entrada neste hospital. Agora saía! -- Olavo apontou a porta. 

 

-- Vem, Carlos! -- Dona Lúcia o arrastou como pode para fora do quarto, estava morrendo de vergonha do ato do marido, sua paciência também estava esgotando-se. A mulher não concordava com muita coisa que o marido fazia e dizia, mas sempre escolhia ficar calada, mas ele estava extrapolando todos os limites. -- Fica ai... E Calado! -- Lúcia falou também exaltada o empurrando de encontro com uma cadeira, assim que saíram do quarto.  

 

No quarto Olavo examinava Amanda. -- Está doendo muito? -- Ele perguntou preocupado. 

 

-- Não, deu uma pontada quando gritei, mas está passando. -- Amanda disse acalmando-se. 

 

-- Mesmo assim, vou medica-la novamente, já volto. E não deixem o pai dela entrar. -- Advertiu e saiu rápido. 

 

-- Tem certeza que não está doendo muito? -- Sophia perguntou preocupada. -- Tudo culpa minha, eu devia ter ido embora logo. -- Disse sentida. 

 

-- Não, não diga isso! -- Amanda disse a olhando e sorriu. -- Eu estou bem, sério. -- Disse olhando todos ali presente. Fabrício, Marina e a filha, além de Sophia. 

 

-- O que houve? Vi o Olavo saindo daqui quase correndo? -- Samantha perguntou ao entrar aproximando-se rapidamente de Amanda, estava preocupada. 

 

-- Amanda você está sentido dor de novo? -- Agatha também perguntou aflita. 

 

-- Sam! -- Amanda sorriu feliz abrindo os braços e logo foi abraçada pela morena. -- Que bom que está aqui! -- Disse sentindo o calor do corpo de Samantha e o cheiro peculiar, que tanto amava a invadiu, fazendo a arrepiar por inteira. Amanda fechou os olhos e aproveitou as sensações boas o deleite que a presença de Samantha sempre a fazia sentir, nos braços dela se sentia feliz, segura, amada. 

 

Elas eram observadas atentamente por todos na sala, e absolutamente todos sorriam contentes com a cena. Viam o carinho, o amor que havia entre elas, era quase palpável. Elas foram interrompidas pela entrada de Olavo com os medicamentos. 

 

-- Samantha, que bom que está aqui. -- Olavo viu Samantha desfazer o contato e o olhar com certa aflição, ainda. -- Aplica esse para dor. -- Olavo deu a seringa para Samantha. -- E esse é um calmante. -- Deu o remédio líquido para Amanda que o bebeu prontamente. 

 

-- Olha eu estou bem... Au! -- Reclamou sentindo a pontada da agulha. Samantha sorriu e logo terminou o serviço. 

 

-- Prontinho!  

 

-- Amanda você sentiu dor de novo? -- Agatha perguntou querendo subir na cama, foi ajudada por Sophia. 

 

-- Senti, só um pouquinho, mas já estou bem, eu juro! -- Declarou fazendo um carinho na menina a seu lado. 

 

Marina, Sophia, Natelly e Fabrício observavam discretamente, Samantha e suas atitudes desde que entrou no quarto. 

 

-- Certeza? -- Samantha indagou pegando na mão de Amanda passando a fazer um carinho enquanto a olhava de perto.  

 

-- Tenho sim! -- Amanda sorriu a fitando. 

 

-- Bem... -- Olavo as interrompeu. -- Eu estava de saída, então...

 

-- Ah obrigada doutor, por tudo! -- Fabrício proferiu. -- É... caso precise, como chamas os seguranças? -- Perguntou baixinho e Olavo riu. 

 

-- Está vendo esse botão vermelho aqui? -- Olavo apontou o botão perto da porta. -- É só apertar que eles viram. -- Avisou. 

 

-- Muito melhor agora! -- Disse rindo. 

 

-- Tchau minha paciente especial. -- Olavo sorriu. 

 

-- Tchau e obrigada. -- Amanda proferiu sorrindo. 

 

-- De nada, tchau para todos. -- Olavo despediu-se e logo saiu. 

 

-- Mãe eu vou ver como está o vovô. -- Natelly inventou essa desculpa. -- Vamos também pai, madrinha...

 

-- Ah eu vou também. Amiga eu já vou embora, já causei demais, enfim... -- Sophia disse e sorriu. 

 

-- Ah deixa eu te apresentar. Sam, essa é Sophia, uma amiga. -- Amanda disse e só então Samantha observou a mulher na sala, lembrando do nome. -- Sophia essa é a Samantha. 

 

-- Oi. -- Samantha disse a olhando e logo sorriu. -- Então você é a Sophia? 

 

-- Como? -- Indagou receosa. 

 

-- A polícia, a que estava averiguando sobre a Amanda... digo a Eloá, eles foram na casa de um tal de Jhone e a vizinha disse que você, Sophia, tinha ido lá. 

 

-- Ah sim, ele é meu amigo, o carro que a Eloá estava era dele. -- Revelou calma. -- É... somos amigas. -- Enfatizou a frase sorrindo. 

 

-- Hum. 

 

-- Bem, eu vou indo. -- Sophia ficou na dúvida se beijava ou não a amiga e decidiu, lhe deu um beijo rápido no rosto. -- Tchau. Se cuida! -- Avisou. -- Vamos? -- Sophia chamou pelos outros. 

 

-- Ah é! -- Fabrício lembrou e saíram deixando apenas Samantha e Agatha no quarto com Amanda. Já eram quase sete horas da noite.  

 

-- Ainda sente dor? -- Samantha perguntou sentando-se ao lado de Amanda na cama, ficando de frente para ela, ainda segurando sua mão. 

 

-- Não. -- Amanda sorriu. -- Passou. -- Apertou a mão de Samantha. -- Você está linda. -- Confessou. -- Você é linda! 

 

-- Você também é, muito linda! -- Samantha sentou-se mais perto dela e levou sua mão esquerda até o rosto de Amanda lhe fazendo um carinho cheio de amor. Amanda fechou os olhos aproveitando o afago. 

 

Agatha as observava sorrindo, estava feliz. Cutucou Samantha de leve e quando a mãe a olhou, fez um bico em sinal de beijo, incentivando a mãe a beija-la. Samantha riu e voltou a olhar Amanda. E atendendo a filha e a própria vontade que tinha de beijar Amanda, percorreu o pequeno espaço e encostou levemente os seus lábios nos dela, primeiro em um carinho e a sentiu sorrir.

 

Amanda sorriu feliz ao sentir os lábios de Samantha nos seus, abriu os olhos e a fitou com muito amor, sabia que era amor. Levou sua mão livre e a pôs sobre a nuca de Samantha onde começou uma leve carícia. 

 

-- Agatha a porta! -- Amanda disse e puxou Samantha para um beijo calmo, cheio de amor, sentindo o gosto a textura, a maciez, a doçura, aproveitando cada sensação despertada, sabia que já tinha tido vários beijos como aquele, e como no primeiro, fleches, imagens vieram a sua cabeça... Samantha intensificou mais o beijo, o tornando ávido, desejoso, mas logo voltou ao ritmo calmo, sereno, e foi terminando devagar, até afastarem. -- Eu me lembrei que você me beijou pela primeira vez no quarto da Agatha! -- Amanda confessou e Samantha sorriu sem conter a felicidade que sentia, a abraçou forte. Amanda estava lembrando, estava lembrando dela, do amor das duas... Samantha a beijou novamente, não continha-se de tanta felicidade, estava radiante. O beijo foi mais afoito, devido a alegria de ambas, mas não menos prazeroso, amoroso... todos, sempre, eram excelentes, únicos, perfeitos. 

 

-- Você está lembrando, está lembrando... -- Samantha a olhava nos olhos, segurava com ambas as mãos, o rosto da mulher que amava.  

 

-- Eu só lembro disso... -- Sorriu decepcionada. -- Estou tão confusa, não entendo, não agora... 

 

-- Vai como calma, meu amor. -- Samantha sorriu e a beijou. -- Você vai lembrar, vai ver, vai sim. -- Samantha a abraçou forte. -- Estou tão feliz! 

 

-- Eu também estou! -- Amanda sorriu sincera. 

 

Agatha as olhava eufórica da porta, estava recostada nela, tinha escutado o que Amanda dissera e estava feliz por ela estar começando a lembrar.  

 

-- Mãe? 

 

-- Oi filha? -- Samantha a olhou sorrindo. 

 

-- Posso sair da porta agora? 

 

Samantha e Amanda riram abertas. 

 

-- Pode sim, vem cá gatinha. -- Amanda a chamou sorrindo. 

 

Agatha correu até elas e subiu na cama contente. -- Legal. Você está se lembrando, Amanda. -- Disse contente.  

 

 

 

* * * * 

 

 

-- Olha eu posso me acostumar com isso! -- Laila advertiu sorrindo enquanto Alexsandra abria a porta do carro para ela entrar. 

 

Ao saírem da casa de Laila, o primeiro destino escolhido foi ir ao cinema, quando chegaram ao shopping, Alexsandra fez questão de abrir a porta do carro para ela sair. Andaram pelo shopping lado a lado, conversando coisas corriqueiras. Laila escolheu o filme, comédia romântica e Alexsandra comprou os ingressos, as pipocas, refrigerantes, chocolates... E sempre olhava para Laila, observando ela sorrir, sobre algo do filme, cada gesto que Laila fazia, às vezes, Laila a pegava no flagra era quando Alexsandra voltava a olhar a tela, mas não estava prestando atenção no filme. No meio do mesmo, Alexsandra não pode controlar a vontade ou tinha criado coragem, ou os dois juntos, pensou, e pegou a mão esquerda de Laila, que descansava próxima a sua. Laila a olhou e sorriu, não se opondo ao ato, logo voltando a assistir ao filme. E assim, elas ficaram até o termino, com Alexsandra fazendo um leve carinho.    

 

Depois do filme, optaram por um passeio pela cidade, pois ainda estava cedo, para um jantar. Alexsandra perguntou onde Laila queria ir e ela escolheu uma praça, que segundo ela, gostava e, às vezes, ia para espairecer. 

 

-- Fique à vontade. -- Alexsandra confessou sorrindo. -- Eu já me acostumei! -- Avisou esperando a garota entrar. 

 

-- Depois não diz que não avisei. -- Laila entrou sorrindo e Alexsandra fechou a porta, rodeou o carro e entrou também. 

 

-- Não direi! -- Alexsandra sorriu dando uma piscada, ligou o carro arrancando calmamente com o veículo. -- Então... Porque escolheu cursar medicina? -- Investigou a olhando de vez enquanto. 

 

 -- Acho boa a ideia de poder salvar vidas. -- Confessou. -- Sempre me interessei em ser médica, eu brincava com as bonecas, elas foram minhas primeiras pacientes. -- Laila riu. -- E você? Porque escolheu ser médica? 

 

-- Eu fui obrigada? -- Alexsandra indagou fazendo uma careta e levou um leve tapa de Laila na sua perna. -- Ai, doeu! -- Mentiu. 

 

-- Mentira! -- Laila notou. -- Sério, porque? 

 

-- Não sei, sinceramente, eu gosto do que faço. -- Revelou. -- Gosto muito, não gosto da parte burocrática, isso é com a Samantha. Acho que fiz, devido ao hospital, ao incentivo dos meus pais, da minha irmã... 

 

-- E o que você queria fazer? Digo, se não fosse médica. -- Laila estava curiosa. 

 

Alexsandra a olhou por um instante e sorriu. -- Piloto de motovelocidade, sabe moto GP? -- Perguntou entusiasmada. 

 

-- Sério? -- Laila estava surpresa. 

 

-- Sério. Eu ainda participei de algumas corridas até meus dezenove anos, mas depois larguei, devido a correria da faculdade. -- Declarou sorrindo e lembrando. Ela revezava olhando o transito e Laila a seu lado. 

 

-- Você realmente fala com entusiasmo. -- Laila notou. -- Ganhou alguma vez? 

 

-- Sim, duas vezes! -- Disse eufórica. -- Mas meus pais não gostavam muito que eu corresse, achavam perigoso, mas sempre iam e me apoiavam. -- Avisou. -- Acho que não continuei por... sei lá, porque. -- Confessou rindo. -- Não foi por que eles me obrigaram a largar, não mesmo, eu apenas, larguei! -- Completou.  

 

-- Entendo...

 

-- Já decidiu a especialidade que quer seguir? -- Alexsandra perguntou a olhando sorrindo, tinha parado em um sinal. 

 

-- Já. -- Sorriu a olhando. -- Ortopedista, cirurgiã! -- Confessou.   

 

-- Olha... Terá uma excelente professora! -- Alexsandra advertiu pondo o carro em movimento.   

 

-- Eu sei, a doutora Samantha é a melhor na área mesmo. Na verdade em tudo, ela é uma excelente cirurgiã geral e na especialidade dela. -- Laila dizia com admiração. -- Quero ser tão boa quanto ela! -- Confessou. 

 

-- Será sim! -- Alexsandra concordou pegando na mão de Laila que, estava repousada sobre sua perna. -- Sua mão está fria. -- Constatou e a olhou. -- Está com frio? 

 

Laila desvencilhou as mãos sorrindo meio avergonhada, estava se sentido estranha, nervosa, suava frio, sempre que Alexsandra a tocava. Não estava entendendo as reações do próprio corpo. 

 

-- Não, estou bem! -- Disse depois de um tempo. 

 

-- Certeza? -- Alexsandra recriminava-se por ter pego na mão dela, sem um aviso prévio. 

 

-- Tenho sim! -- Laila, involuntariamente pousou sua mão sobre a perna de Alexsandra em um carinho, no intuito de conforta-la e de um pedido desculpa. 

 

Alexsandra sorriu sentindo o carinho, fitou a mão dela em sua perna e olhou para frente, voltando a atenção para o transito, estava feliz com o ato.  

 

Laila não retirou sua mão, mesmo depois de perceber onde ela estava. 

 

-- Chegamos. -- Notou olhando pela janela do carro. 

 

-- Sim. -- Alexsandra sorriu manobrando o carro, estacionando-o perto da tranquila praça. -- Agora entendi o porquê de você gostar de vir aqui! 

 

-- Porque? -- Laila indagou a olhando sorrindo. 

 

-- Ela é tranquila, não tem quase ninguém, pelo menos agora. -- Notou Alexsandra.

 

-- Acertou. -- Sorriu em consentimento e logo vendo Alexandra pegar a sua mão que estava sobre a perna dela e entrelaçar seus dedos nos dela. 

 

-- Sua mão é tão macia. -- Alexsandra afirmou a olhando. -- Delicada... Vai fazer milagres quando estiver operando! -- Declarou sorrindo sincera. 

 

-- Se você diz... -- Laila proferiu com um sorriso torto a fitando. 

 

-- Tenho certeza! -- Alexsandra avisou. 

 

-- Vamos? 

 

-- Claro. Já sabe. -- Alexsandra advertiu sorrindo e saiu do carro o rodeando. -- Mademoiselle. -- Disse abrindo a porta do carro e fazendo um cumprimento discreto com a cabeça e a mão direita estendida. 

 

-- Ai Alex. -- Laila disse rindo pegando na mão dela e saindo do carro. -- Só você mesmo. 

 

Alexsandra fechou a porta as travando, sem soltar a mão de Laila, sorriu a fitando começando a andar em direção a praça no outro lado da rua. 

 

-- Caso não saiba eu sou grandinha e sei atravessar a rua sozinha, não preciso andar de mãos dadas. -- Laila disse em tom de brincadeira. 

 

-- Grandinha? -- Alexsandra indagou sorrindo, enquanto apontava o topo da cabeça de Laila que alcançava não mais que seu ombro. 

 

-- Besta. -- Laila deu um leve tapa no braço de Alexsandra. -- Eu sou do tamanho normal, você que é alta demais. -- Avisou sorrindo. 

 

-- Negativo você é baixinha mesmo! -- Disse rindo e levou outro tapa. Elas já andavam na área da praça. A noite estava num clima ótimo, o lugar estava calmo. 

 

-- Quer parar? -- Indagou fingindo indignação.  

 

-- Ok, já parei! -- Alexsandra avisou. 

 

-- Ótimo. -- Sorriu. -- Vem, vamos sentar ali na grama, é lá que eu fico quando venho aqui. -- Laila apontou o local a uns cinco metros à frente delas, ficava debaixo e uma árvore, árvore essa que empatava a luz dos postes de clarear o local.   

 

-- Eu gostei! -- Alexsandra disse olhando o lugar, elas já estavam no local sugerido por Laila. -- Sentamos na grama mesmo? 

 

-- Eu sempre carrego um pano na minha bolsa. -- Disse amostrando a toalha de tamanho razoável. 

 

-- Olha... -- Alexsandra sorriu. -- Mulher preparada é tudo! -- Confessou. 

 

-- Eu sei! -- Laila arrumou a toalha sobre a grama e sentou-se. -- Vai ficar em pé? -- Investigou fitando a sombra de Alexsandra a seu lado. Pois estava escuro, não muito, mas estava, e a morena estava um pouco longe, o que dificultava mais ainda a visão.  

 

-- Não, claro que não! -- Riu aproximando-se rápido e meio desajeitada tentou sentar, mas não obteve êxito por ser alta e o pano pequeno. -- Vamos fazer o seguinte, levanta ai. -- Alexsandra pediu e Laila a obedeceu. Alexsandra sentou-se, agora com sucesso. -- Vem, senta aqui, na minha frente. -- Disse abrindo levemente as pernas, para que Laila sentasse. -- Agora sim, bem melhor! -- Afirmou falando baixo, Laila estava recostada em seu peito.  

 

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Oi lindas, *-*

Amores, quando postei o capítulo 24 lá ABCles, ele foi com um "pequeno grande" errro. Uma amiga me avisou sobre ele: Na conversa de Alexsandra e Laila, onde Alexsandra pergunta em que área Laila irá se especializar e ela responde "Cardiologista", estava errado! Pois nossa doutora Samantha Cooper é "ORTOPEDISTA" e Laila se espelhará em Samantha, portanto o correto é Ortopedista, e já está devidamente correto agora. Se relerem verão que está a palavra Ortopediata lá. Sorry pelo deslize.

Beijão.

 


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Comentários para 24 - Capítulo 24:
Lea
Lea

Em: 09/10/2021

Já estou shippando esse novo casal

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rhina
rhina

Em: 09/07/2020

 

Marcela não é um caso perdido.

Rhina

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fani
fani

Em: 06/08/2017

Quando sai o próximo capítulo

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cidinhamanu
cidinhamanu

Em: 15/07/2017

No Review

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rhina
rhina

Em: 06/02/2017

 

Oi

Muitas emoções neste capítulo 

Marcela querendo ser melhor.....e isso é um grande passo......

Amanda tranquila com Sophia

ah.....Alex  e Layla tudo de bom......suave...

amo muito sua história 

rhina

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Lana queen
Lana queen

Em: 10/04/2016

Estou amando sua história, sou nova por aqui, comecei ler essa semana e tenho passado as madrugadas, aqui com Amanda e Samantha... Parabéns pela linda história

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sis
sis

Em: 27/12/2015

Humm mto bom to adorando esse novo casal alex e laila rsr bkoss

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Maylla
Maylla

Em: 06/09/2015

Sam e Amanda deixando a Agatha de vela, que bonito kkkk sem lembrar elas já estão assim, imagina quando Amanda lembrar de tudo *-*

Casal novo se formando pelo visto! Amor a primeira vista da Alex e Laila :3


Resposta do autor:

Maylla ^^

Kkkk pois é! Mas era necessário a pequena de vela. Kkk Ela queria aproveitar o momento!^^

Casal fofo a vista! ^^

Beijos

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Srta Petrova
Srta Petrova

Em: 05/09/2015

Até no erro a história é perfeita kkkkkkk nem acredito que vamos continuar lendo essa maravilhosa história...... vamos, please..... falta pouco rsrsr antes que eu parta dessa pra melhor,ops não é outra história não viu, é para o sengundo plano mesmo de tanta ansiedade kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk bjssssssssssss e obrigada pelo carinho de sempre.

Tirei um K da primeira risada e 2 da sengunda se não vc pode achar que estou brincado, e deixar  postar o mais rápido que puder rsrsrsrsr =)

 


Resposta do autor:

Siflima minha linda! *-*

Muito obrigada pelo carinho amore! *-**-* 

Ah eu notei sobre os "K's" que você retirou! ^^ kkkkkk

Beijão

Responder

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Sem cadastro
Sem cadastro

Em: 05/09/2015

Ah como eu adoro essas duas (Samantha e Amanda) juntas. Ansiosa pelo próximo capitulo. 

Bjos. <3


Resposta do autor:

Oie Ana^^

Muito obrigada amore! ^^

Beijos...

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