Os Anjos Vestem Branco - Capítulo 47

 

O sábado amanheceu azul. Tão lindo quanto o amor de Bruna e Victória.

A loira acordou cedo. Tinha planos para aquela manhã. Esfregou os olhos e, ainda sonolenta, olhou com seus lindos olhos verde floresta, cheia de ternura para a morena que ainda dormia profundamente. Pensou no quanto ela era abençoada por ter ao seu lado uma mulher tão maravilhosa, companheira, amiga e uma mãe super dedicada. Sua beleza tão exorbitante a embriagava.

 

Pensou numa forma de expressar todo o seu imenso amor por ela. Pediu para que a empregada preparasse um café da manhã digno de uma rainha. Com direito a flores e um bichinho de pelúcia.

Levantou devagar, sem fazer nenhum barulho, saiu da cama e caminhou nas pontas dos pés para fora do quarto.

-- Mãe Buna.

-- Aiiiiii... Rubinho, quer me matar do coração, meu filho -- o menino parecia um fantasma, arrastando um bicho de pelúcia pelas orelhas.

-- Mãe Bic.

-- A mãe Vic está dormindo. Vem com a....

-- Quelo a mãe Biiiiic -- o menino começou a chorar.

Bruna levantou o garoto no colo e saiu correndo para a cozinha.

-- Rubinho esqueceu que nós vamos fazer uma brincadeirinha para a mamãe?

-- Quicí -- falou soluçando.

-- Tudo bem -- beijou a cabeça do menino -- Agora vamos chamar os manos e ir acordar ela.

 

Alguns minutos depois os quatro estavam parados diante da porta do quarto.

-- Vocês entenderam né? E cuidado para não derrubarem essas cestas.

Os meninos estavam ansiosos. Rubinho ficava o tempo todo dando pulinhos. Rafael agarrou-se no cinto do roupão de Bruna e não soltava por nada, Renan sorria segurando a fechadura da porta, querendo abri-la.

-- Agora, mãe Bruna? Posso abrir?

Bruna ajeitou-se.

-- Meu volão -- Rubinho saiu correndo buscar o violão de brinquedo.

-- O Rubinho vai estragar tudo, mãe Bruna -- Renan estava inconformado.

O garoto voltou esbaforido, segurando o brinquedo.

-- Agora vamos...

 

 

 

Victória escutou burburinhos do lado de fora do quarto. Com certeza estavam aprontando. Manteve os olhos fechados e um sorriso bobo nos lábios.

Ouviu que a porta estava sendo aberta lentamente. Continuou fingindo.

-- 1,2,3...

Você é linda e sabe viver você me faz feliz

Esta canção é só para dizer e diz...

 

Um sorriso abriu nos lábios de Victória e se espreguiçou. Ajeitou-se encostada na cabeceira da cama e ficou assistindo ao show de seus amores.

 

Você é linda mais que demais você é linda sim

Onda do mar do amor que bateu em mim.

 

Victória abriu os braços. Bruna, Renan e Rafael pularam na cama e a beijaram, beijaram...

 

-- Voxê é linda xim, voxê é linda xim... - Rubinho continuou a cantar e tocar o seu violão.

-- Rubinhoooo... - Bruna e Victória riram - Chega, meu amor - Bruna ajeitou a bandeja na cama.

-- Humm... estou me sentindo uma rainha - Victória foi direto no croissant.

-- Você é a nossa rainha - Bruna deu um selinho na morena.

-- Vocês são lindos, meus amores. Agora vamos devorar essas delicias, que eu estou morta de fome. Venham meninos! - Chamou os garotos para mais perto.

 

 

Na casa de Sabrina e Priscilla.

 

-- Amor acorda - Sabrina falava próximo ao ouvido de Priscilla.

Priscilla abriu os olhos, ainda sonolenta, e encarou uma garota bem-humorada a sua frente. Ela tinha um buquê de rosas brancas na mão e um sorriso lindo nos lábios

-- Quero você agora, amanhã e depois... quero você vivendo comigo os melhores momentos, os melhores sorrisos... quero contigo construir uma família linda. Quero acordar ao teu lado todos os dias e te dizer o quando tu és linda pela manhã. Quero teus beijos, teus abraços... quero teu corpo no meu, quero tua boca na minha. Quero safadeza, quero amor, carinho. Vem, que juntos somos melhores. O sorriso se torna mais fácil. Vem que ignoraremos o prazo de validade estipulado pelos pessimistas. E o nosso laço, jamais vai desatar. Te amo, amor da minha vida.

Priscilla estava emocionada. Segurou o rosto dela com as duas mãos e a beijou. Um beijo cheio de carinho e amor.

-- Tão belo como essa flor é o sentimento que estou sentindo por você; A cada dia tenho mais certeza que quero estar ao seu lado pelo resto da minha vida. Sou uma sortuda por ter encontrado alguém tão especial e único. Já não imagino minha vida sem você. Te amo muito, muito.

 

 

No apartamento de Débora e Pedro.

 

-- Bom dia meu amor - Pedro começou a beijar o rosto de Débora, depois o pescoço, carinhosamente -- Hoje é o dia do nosso casamento, esperei tanto por esse momento... passei a vida te buscando, só não imaginava que fosse te amar de corpo e alma, mas quando o amor chega surpreende e te desarma, te amo a cada dia mais.

-- Eu já havia me esquecido o quanto é maravilhoso amar e ser amada. É incrível a forma que você entrou na minha vida, como tudo, exatamente tudo mudou depois disso... mas eu fico me perguntando como é que eu vivia sem você - Débora passou a mão pelo rosto dele.

-- Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito - Pedro a beijou apaixonadamente.

 

 

O casamento.

 

Casar-se não tem nada a ver com uma celebração ou com uns papéis. Casar-se não é outra coisa que a entrega mútua de duas pessoas para sempre. Os papéis não são senão uma expressão externa dessa realidade interior que se consuma na intimidade da vontade e se exprime na intimidade do corpo.

 

O jardim estava todo enfeitado para o casamento. Luzes e lanternas flutuantes, peças de prata davam luz as mesas que contavam com lindas toalhas de ceda.                                                                                                         

As cadeiras todas prontas, e o altar magnifico. Os tecidos mais caros foram usados para a decoração. Mix de flores brancas, colocados ao fundo do altar.

Pétalas de flores foram usadas para demarcar o corredor até o altar. Ao lado dos assentos, usou-se vasos de flores roxas, lilás e plantas verdes. Um pequeno buquê de flores pendurado com fitas, enfeitava os bancos e as cadeiras.

-- Estou tão nervosa Priscilla - Victória recebia os últimos retoques da maquiadora.

-- Só você? Eu estou uma pilha - Priscilla andava em círculos pelo quarto.

-- A minha felicidade seria completa se minha mãe tivesse aceitado vir ao casamento - a morena balbuciou, com uma expressão triste - Meu irmão teria vindo junto e ele me levaria até o altar.

-- Sinto muito - Priscilla tocou o ombro da amiga - O Thiago vai fazer isso e vai ser lindo.

-- Vai ser - sorriu - A Bruna e você também não poderão contar com o Nestor, então, estamos todas com o mesmo problema.

-- Que dureza, os únicos homens que sobraram foram o Ric e o Thiaguinho - risos - que eles não sonhem que estamos rindo deles - Priscilla ficou séria de repente - Chega de rir, se não, vou borrar a maquiagem.

-- Dava tudo para ver o que a Bruna e a Sabrina estão inventando...

 

 

-- NÃO!!! Sai daqui Bruna - Sabrina corria da amiga - Você vai estragar o meu look.

-- Só queria ajudar - fez beicinho - Estou nervosa, preciso me distrair com algo.

-- Vai se distrair com outra coisa que não seja o meu cabelo.

Bruna foi até a janela para olhar o movimento no jardim.

-- Brina, deve ter umas duzentas pessoas lá no jardim.

-- Também, a sua mãe convidou até o tiozinho do carro de churros.

-- Cara, até a Juliana e a menina da calcinha amarela ela convidou.

-- Não. Essas foi eu quem convidou - Sabrina parou ao lado de Bruna na janela.

-- Como você faz isso, sua maluca. A Juliana cada vez que bebe, faz barraco.

-- Ela mudou, está namorando firme, dizem até que fez inseminação e está gravida.

-- Poxa, que mudança - olhou mais uma vez para a mulata - Brina - Bruna sentou na cama e olhou para a amiga.

-- O cara maduro, na faixa dos 60 anos de idade, sai com aquela gata escultural de 25 anos e a leva a um restaurante cinco estrelas, depois a uma danceteria, também de primeira, e acabam no melhor motel da cidade, um dúplex com piscina e hidro... Depois do bem-bom, para impressioná-la, dá um lindo anel de ouro a ela.

Após mais umazinha (graças a pílula azul), fumando um charuto e dando um tapa no uísque 12 anos, ela pergunta:

-- Meu amor, você me acha cara????

E ele responde na hora:

-- Querida, na minha idade não tem jeito: ou é cara ou é coroa!!!!

 

As sete horas, pontualmente, os convidados ajeitavam-se nas cadeiras colocadas diante do altar. O juiz posicionou-se e pacientemente aguardava o início da cerimônia.

 

Débora entrou no quarto sorridente e deu uma voltinha.

-- E aí como eu estou?

-- Linda, mamãe.

-- Você parece uma princesa, minha filha - beijou a testa da filha - Você também Vic, está lindíssima.

-- Obrigada, Débora, digo o mesmo de você.

-- Então vamos garotas, já estão todos nos esperando.

Bruna e Sabrina aguardavam no altar.

-- Elas ficaram o dia inteiro trancadas no quarto e ainda estão atrasadas.

-- Se você não gosta de esperar, acho melhor você nem casar Brina, a mana é a mulher mais enrolada, mais lenta, mais...

-- Chega Bruna, não me desanima -- Sabrina esfregou as mãos, estalou os dedos, coçou a cabeça -- Porque nós temos que ficar aqui no altar esperando por elas?

-- Porque sim. Olha lá o Pedroca, no maior papo com o juiz. Na próxima vez nós trocamos, elas ficam aqui no altar e a gente é que deixa elas esperando.

Sabrina ficou olhando para ela por alguns segundos.

-- Você é tão engraçadinha Bruninha.

Bruna deu de ombros.

 

 

Quando a música Endless Love (Lionel Richie), começou a tocar, Ricardo olhou para Priscilla e sorriu.

-- Vamos, minha princesa?

-- Vamos -- respondeu num sussurro. Tudo seria tão perfeito se o pai estivesse ali com ela.

Deram dois passos e ouviram uma voz ofegante.

-- Esperem -- Nestor chegava quase sem folego -- Esperem só um momento -- parou em frente aos dois -- Eu sei que depois de tudo o que fiz e falei, não mereço o que vou pedir, mas... -- a olhou envergonhado -- Deixa eu te levar até o altar, minha filha?

Nestor praticamente implorou.

Priscilla segurou as lágrimas o máximo que pode e o abraçou, falando bem baixinho:

-- Eu te amo pai. Claro que pode -- estava emocionada -- Desculpa Ric.

-- Imagina -- Ric sentia-se feliz por ela.

-- Vamos? -- ofereceu o braço para que ela entrelaçasse o seu.

-- Vamos pai -- um sorriso enorme iluminou o seu rosto.

 

-- E eu? Também posso ter essa honra? -- Victor falou próximo ao ouvido da irmã.

-- VICTOR!!! -- a morena esboçou um sorriso emocionado e beijou carinhosamente a bochecha do rapaz.

-- Você está linda, minha irmã. Posso? -- olhou para Thiago.

-- Fazer o que né -- Thiago fingiu estar bravo.

-- Acho melhor irmos agora. Vocês conhecem a Bruna, ela é bem capaz de aprontar algo -- Débora interrompeu o momento meigo de Priscilla e Victória.

-- E você Débora? -- Nestor percebeu que não havia ninguém para levar ela até o altar.

-- Eu meu querido... vou sozinha, eu já fui casada, me separei, morei sozinha, ou seja, ninguém precisará me entregar, eu chegarei ao altar com as minhas próprias pernas.

Nestor sorriu. Que mulher é essa. Pensou.

A música voltou a tocar e eles começaram a caminhar sobre o tapete de pétalas de rosas em direção até aonde estavam Bruna, Sabrina e Pedro.

 

 

Renan, Rubinho e Rafael, que estavam vestidos em uma elegante miniatura de terno preto caminhavam com seus passinhos incertos, levando as alianças e entregando para o juiz de paz.

 

Thiago e Ricardo, Adriana e a namorada, Dulce e o esposo sorriam felizes por serem os padrinhos.

 

Muito emocionada, Bruna assistiu Victória vir lentamente até o altar, sendo conduzida pelo irmão. Ela andava graciosamente e parecia que seus pés não tocavam o chão. Seus cabelos negros caiam lindamente pelo vestido branco tomara que caia. Ela usava sapatos de cetim creme, com enfeites de brilhante. Quando se refez da beleza da roupa que ela usava, Bruna fixou sua atenção no rosto da morena. Olhou-a dentro dos olhos e as lágrimas escorreram no rosto das duas. Ela aproximou-se, deu um beijo delicado em sua face e falou em seu ouvido

-- Você está linda.

-- Você também, meu amor.

A cerimonia se iniciou e enquanto o juiz de paz dizia algumas palavras muito bonitas era como se todos os sons e pessoas a volta tivessem desaparecidos e eram apenas eles ali, parados em frente ao juiz.

Bruna só conseguia ver Victória. Aquele era o dia mais feliz de suas vidas.

Peguem as alianças por favor -- falou o Juiz de paz.

Bruna abriu uma caixa branca com duas alianças de ouro, gravadas a frase: "Somos uma só".

-- Bruna Sontag, você aceita, diante de Deus e destas testemunhas, receber Victória Galvão, como sua legítima esposa para viver com ela, conforme o que foi ordenado por Deus, na santa instituição do casamento? Promete amá-la, honrá-la, consolá-la e protegê-la na enfermidade ou na saúde, na prosperidade ou na adversidade, e manter-se fiel a ela enquanto as duas viverem?

-- Aceta mãe Buna, aceta...

Rubinho falou fazendo todos darem boas risadas.

-- Aceito, quero isso mais que tudo na vida.

Bruna falou e colocou a aliança no dedo da morena. Victória esforçou-se para não chorar. As mãos dela tremiam.

-- Victória Galvão, você aceita, diante de Deus e destas testemunhas, receber Bruna Sontag, como sua legítima esposa para viver com ela, conforme o que foi ordenado por Deus, na santa instituição do casamento? Promete amá-la, honrá-la, consolá-la e protegê-la na enfermidade ou na saúde, na prosperidade ou na adversidade, e manter-se fiel a ela enquanto as duas viverem?

-- Sim! É claro que sim! -- falou com a voz embargada.

Victória colocou a aliança no dedo de Bruna. A loira apertou a sua mão e olhou para ela. Uma lágrima escorrer pelo seu rosto. Victória limpou delicadamente usando as costas da mão.

Pelo poder a mim conferido como Juiz de paz da República Federativa do Brasil eu os declaro oficialmente casadas.

Bruna deu um selinho em Victória enquanto eram cobertas por uma salva de palmas e gritos.

-- Vamos prosseguir com a cerimonia...

Priscilla e Sabrina, Pedro e Débora, proferiram os votos de casamento com igual emoção.

Logo em seguida viraram-se de mãos dadas e ficaram sorrindo enquanto todos batiam palmas.

-- Vamos - Bruna apontou para o tapete de pétalas.

-- Vamos - todos concordaram e saíram caminhando de mãos dadas. Enquanto os convidados jogavam grãos de arroz nos recém-casados.

Logo depois, todos se transferiram para o elegante buffet ao ar livre onde aconteceria a festa depois da cerimônia.

Os convidados chegavam rapidamente, cada um cumprimentando e parabenizando os noivos pelo casamento.

Nestor aproximou-se e abraçou Bruna chorando.

-- Eu te amo filha.

-- Eu também te amo pai.

-A cerimônia foi maravilhosa. Todos vocês merecem ser felizes.

-Obrigada, Nestor - Débora agradeceu feliz.

Todos vieram cumprimentar os noivos. Todos estavam felizes por eles.

O irmão e a mãe de Victória aproximaram-se delas para cumprimenta-las.

-- Meus parabéns mana - falou ele dando um abraço.

-- Obrigada Victor - olhou para a mãe que estava um pouco sem jeito ao lado do filho.

-- Bruna é um prazer lhe conhecer - a mãe de Victória deu um abraço apertado na loira -- Estou feliz por lhe ter em minha família - falou sincera.

-- Obrigada, a senhora não imagina como isso é importante para nós - falou para a jovem senhora - Posso abraça-la novamente?

A senhora Galvão riu e permitiu que a nora a abraçasse.

A felicidade de Victória enfim estava completa. Sentiu os olhos se encherem de lágrimas.

Bruna e Victória deram-se as mãos e saíram do aglomerado de pessoas que se sentavam ao som de uma música que começava a tocar.

 

Nenhum centavo foi poupado para a festa, as melhores comidas e bebidas para os presentes. Os convidados não conseguiam esvaziar suas taças, pois quando estavam quase lá algum garçom enchia novamente (E o que não faltava eram garçons).

 

-- Está feliz, meu amor? -- Sabrina segurou a mão de Priscilla e perguntou em seu ouvido.

-- Impossível não estar feliz. Felicidade é o que sinto todos os dias, desde aquele dia em que te beijei pela primeira vez ou quando você disse pela primeira vez que me amava ou até mesmo nossa primeira briga. Eu agradeço por me sentir assim todos os dias.

Ficaram se olhando.

-- Eu te amo Prí.

-- Eu também te amo - Priscilla falou dando um beijo na boca dela. Um beijo demorado e apaixonado.

 

Durante a festa, Bruna dançava com Sabrina e Priscilla na pista de dança. Saiu um tempo depois para beber um pouco de água e sentiu alguém tocá-la em seu ombro. Quando se virou para ver quem era, se deparou com Juliana.

-- Juliana? - Bruna falou, completamente sem jeito. - Como vai? Está gostando da festa?

-A festa está maravilhosa, Bruninha. E você é certamente a noiva mais bonita que eu já vi.

-- Obrigada ... - a loira sussurrou, sorrindo timidamente - Me contaram que você finalmente tomou rumo - riu da cara que ela fez.

-- Acho que estou ficando velha. Começo a sentir a necessidade de ter sempre alguém ao meu lado.

-- Isso é sinal de amadurecimento Jú - olhou para a barriga da mulata - Está gravida?

-- Vai ser uma menina - Juliana sorriu, acariciando a barriga -- A chamaremos de Jessica.

-- É um lindo nome. E tenho certeza de que Jessica será bonita como a mãe - fitou Juliana com carinho - Vocês serão felizes - passou a mão pela barrica da garota - Você irá me procurar Jú...

-- Bruna... - entendeu o recado - Me fala por favor, ela terá problemas?

Bruna sorriu.

-- Nada que a doutora Helena Sontag não dê um jeito - e saiu, deixando Juliana sorrindo. A obstetra já havia considerado possíveis complicações. Agora saberia a quem recorrer quando o momento chegasse.

 

Na pista de dança Débora e Pedro dançavam agarradinhos ao som de A Thousand Years de Christina Perri.

-- Amor, se alguns anos atrás me dissessem que eu ia conhecer alguém que me fizesse sentir vivo, feliz e completo. Eu responderia: Eu já estou vivo, feliz e completo - Pedro falava pouco, mas quando falava, emocionava Débora -- Você é a mulher com quem eu quero passar o resto da minha vida e se eles me perguntarem a mesma coisa hoje, eu vou dizer que é por que sem você eu vou me sentir para sempre como um morto, infeliz e vazio.

-- Pedro eu quero que você saiba que vou amar estar lá para ver cada ruga aparecer, cada manchinha senil e saber que por de trás delas está a nossa história de cumplicidade, perdão e amor.

Beijaram-se com um sentimento de que finalmente haviam alcançado a felicidade plena.

 

 

Do lado de fora da pista de dança, Nestor olhava para a ex mulher abraçada à Pedro e sorriu.

-- Que sejam felizes - levantou a taça em um brinde solitário.

-- Posso participar desse brinde? - Sofia sorriu, revelando dentes brancos perfeitos.

Nestor parou de respirar. Ela realmente é linda.

-- Oras, se não é a traidora mais adorável que eu conheci até hoje - deu uma gargalhada gostosa - Vamos dançar. Quero desenferrujar as articulações - pegou na mão da enfermeira e a levou para a pista.

 

 

E a festa continuou animada, com muita cantoria, comida, bebida e dança, noite adentro.

Bruna estava sentada em uma poltrona no canto da pista de dança com Victória em seu colo. Renan e Rafael estavam tão cansados que mal conseguiram jantar e desmaiaram na cama. Rubinho ainda estava acordado e passava de colo em colo.

-- O Rubinho parece tanto com você amor que até parece teu filho biológico - Victória balançava a cabeça, olhando para o garoto que não parava de falar.

-- Daqui a um ano, no máximo, ele vai estar contando piadas bem melhores que as minhas.

-- Espero amor, porque as suas... - sorriu.

 

Sabrina e Priscilla chegaram correndo feito duas malucas perto delas.

-- Vamos dançar...vamos - puxaram as duas pelas mãos e as arrastaram para o meio da pista.

A alegria foi tão contagiante que todos correram para pista e dançaram até o sol raiar.

 

 

 

Naquela mesmo dia, após a festa de casamento, Bruna e Victória conversavam tranquilamente no quarto.

-- Agora sim. É oficial. Estamos legalmente casadas - Victória pegou nas mãos de Bruna.

-- Minha mulher - Bruna falou e pensou por alguns segundos - Isso é bom de falar.

Victória riu da cara que ela fez.

-- Brú, aonde a Sabrina e a Priscilla vão passar a lua de mel delas?

-- A Sabrina não quis me contar amor. Disse que é segredo.

-- Estranho... - olhou para Bruna e deu de ombros.

-- Deixa elas... agora vamos aproveitar e curtir o nosso primeiro dia de casadas.

Alguns segundos depois, o vestido de noiva de Victória estava jogado em um canto do quarto, Bruna tirou a lingerie da esposa e a deitou carinhosamente na cama. Como sempre acontecia todas as vezes que a via nua, a loira ficou maravilhada ao ver o corpo da morena e passou a beijá-la por completo.

Victória despiu Bruna com cuidado, a puxou para os seus braços e começaram a fazer amor, a médica foi tomada pela a paixão e o prazer que sempre sentia quando estava com ela. Ao terminarem, Bruna se deitou ao lado dela e fez caminhos no corpo de Victória com o dedo, enquanto cantava baixinho para ela:

Quando eu me perco é quando eu te encontro

Quando eu me solto, seus olhos me veem

Quando eu me iludo é quando eu te esqueço

Quando eu te tenho, eu me sinto tão bem

 

Você me fez sentir de novo

O que eu já não me importava mais

Você me faz tão bem

Você me faz, você me faz tão bem

Você Me Faz Tão Bem

Detonautas

 

Conversaram durante horas e fizeram amor novamente, e desta vez foi ainda melhor. Quando Victória adormeceu ao seu lado, Bruna olhou para ela e suspirou, amando-a mais ainda. Se é que seria possível.

 

 

 

Próximo e último capítulo.

-- O que vocês fazem aqui? - Bruna estranhou o fato de Sabrina e Priscilla estarem no aeroporto no mesmo horário que elas.

-- O que se faz em um aeroporto? - Sabrina fazia check-in do seu voo - Estamos indo para a nossa lua de mel.

Victória e Priscilla entreolharam-se desconfiadas.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fim do capítulo