Capítulo 22
Fabrício ainda ficou olhando a amiga/esposa de olhos fechados e rosto sereno, queria investigar o que tinha a feito ficar estranha na sua opinião, mas deixou Eloá dormir, ela precisava. Eloá dormiu novamente, mas ao contrário do que queria, não sonhou mais, estava num sono tranquilo e reconfortante.
-- Oi Sophia. -- Fabrício atendeu o celular no segundo toque, Eloá já dormia a umas meia hora, depois de ter acordado meio atordoada.
-- Estou no hospital já. Onde você está? -- Sophia perguntou ansiosa.
-- Terceiro andar. Ala dos quartos, vou te esperar. -- Fabrício saiu do quarto e sentou-se em uma cadeira na sala de espera.
-- Tá, estou subindo. -- Sophia disse e desligou.
Sophia chegou uns cinco minutos depois e logo viu o homem à sua espera.
-- Oi. -- Disse dando um beijo em seu rosto.
-- Oi. -- Fabrício retribuiu a atenção. Eles tinham convivido bastante na última semana, haviam criado uma relação amigável.
-- Tudo bem? E a Eloá?
-- Está dormindo. -- Fabrício apontou para a porta do quarto. – Mas, já deve estar para acordar. -- Revelou.
-- Ela está bem mesmo?
-- Está sim. -- Sorriu. -- Está muito bem! -- Suspirou pensativo. -- Ela parece que está diferente, não sei. Tem um brilho no olhar dela que... não tinha antes. Não sei explicar... -- Relatou fitando a porta do quarto pensativo.
-- Como assim diferente? Isso é bom ou ruim? -- Sophia indagou confusa.
-- Olha... -- Fabrício a fitou e sorriu. -- Pra mim isso é muito bom! -- Confessou. -- Eu vi uma coisa que... que me deixou com a pulga atrás da orelha, mas não é de certeza ainda.
-- O que você viu?
-- Não vem ao caso agora. Quer vê-la? -- Desconversou.
-- Quero sim! -- Sophia admitiu já dirigindo-se para a porta do quarto lhe indicada, sendo seguida por Fabrício e logo estavam os dois, um de cada lado da cama, observando Eloá. Sophia pegou na mão da ex namorada e foi impossível não chorar, era a primeira vez que a via depois da despedida inadequada que tiverem. Estava sendo um alivio vê-la ali, num hospital, mas aparentemente bem, muito bem. Tinha que pedir desculpas para Eloá, queria fazer isso, achava que era o certo, o seu dever. Queria ter a amizade da mulher que dormia, queria o perdão por ter a feito sofrer, por mesmo que, involuntariamente a ter feito estar ali, em uma cama de hospital, por ter ficado desaparecida por seis dias, seis desesperados dias para ela, Fabrício, filha, a família. Sophia abaixou-se e depositou um beijo carinhoso no rosto de Eloá que, sentiu a movimentação e abriu os olhos devagar, vendo o rosto de Sophia bem próximo ao seu.
-- Sophia? -- Disse o nome com surpresa e um pouco aturdida. Sophia afastou-se rápido. Eloá não tinha sido muito receptível com sua presença, achava.
-- Oi. -- Sophia disse receosa fazendo um carinho na mão esquerda de Eloá que, olhou para o local, ato que fez Sophia desvencilhar sua mão da dela, pensando estar a incomodando com o ato. -- Desculpa. -- Pediu, deixando mais lágrimas caírem soltas pelo rosto.
-- Não. -- Eloá buscou a mão de Sophia novamente e entrelaçou os dedos dela com os seus, apertando forte, fitou a ex namorada e sorriu. Estava feliz em vê-la, por incrível que parecesse não guardava rancor, magoa, ressentimento, raiva, nada. Apenas uma lembrança boa que restava, do que viveram. -- Não chora, eu estou bem. -- Disse sorrindo.
-- Eloá... me perdoa, foi tudo culpa minha, eu deixei você sair daquele jeito, eu não devia, não devia... -- Sophia chorava a olhando enquanto falava. -- Espero que um dia eu possa pelo menos ter sua amizade...
-- Ei. -- Eloá a puxou e meio desajeitada, pela posição e receio de Sophia, a abraçou, mas logo Sophia ajeitou-se e o abraço foi apertado, carinhoso, onde deixavam claro que não havia ressentimentos entre as duas, principalmente por parte de Eloá. -- Não precisa pedir desculpas, eu estou bem. Não foi culpa sua. Não foi, está bem? -- Eloá indagou a olhando enquanto segurava agora o rosto de Sophia com ambas as mãos.
Elas estavam tão entretidas uma com a outras que, nem repararam quanto Fabrício saiu as deixando sozinhas para conversarem, tinha saído assim que Eloá tinha acordado.
-- Tem certeza? Me perdoou mesmo? -- Investigou.
-- Não. -- Viu a cara de tristeza que Sophia fez. -- Porque não tenho nada do que perdoar! -- Sorriu.
-- Mesmo? -- Sorriu feliz.
-- Mesmo! -- Declarou e foi beijada por Sophia várias vezes, no rosto.
-- Obrigada, muito obrigada mesmo. -- Sophia a abraçou.
-- Que isso... -- Eloá sorriu, sentia que não precisava ter nenhum sentimento ruim em relação a ela. -- Cadê o Fabrício? -- Eloá indagou ao sentir a falta do mesmo no quarto.
-- Deve estar lá fora. Nem vi quando ele saiu. -- Admitiu.
-- Nem eu. -- Sorriu. -- Chama lá ele. -- Eloá pediu e Sophia prontamente a atendeu.
-- Tudo bem com vocês? -- Ele perguntou assim que chegou ao lado da cama, olhando de uma para a outra.
-- Sim! -- Sophia e Eloá responderam juntas.
-- Que bom. -- Ele sorriu. -- Amor. -- Respirou fundo. -- Seus pais também estão vindo. -- Revelou.
-- O que? -- Eloá gritou com a notícia. A presença da mãe, ela ainda queria, mas a do pai não muito. Censurou-se sobre esse sentimento de repulsa pelo pai, mas era o que sentia no momento.
-- Eu sei... -- Ele respirou fundo. -- Eles chegam as treze horas. Vem seus pais, Marina e a Naty. Me ligaram avisando que estavam no aeroporto esperando o voo que conseguiram.
-- Não queria o meu pai aqui, eu não queria! -- Confessou.
-- Amor, eu estou te desconhecendo... Ele é seu pai, estava e ainda está preocupado com você. -- Relevou.
-- Eu sei Fá... Mas, é que... Eu não sei, sinto que ele vai... me atrapalhar de alguma forma. -- Declarou triste fitando o homem a seu lado.
-- Impressão sua meu anjo. -- Ele a abraçou e beijou o topo da cabeça de cabelos claros.
-- Tomara. -- Suspirou desfazendo o abraço deles. -- Você trouxe a aliança? -- Perguntou ainda contrariada. Tinha deixado a aliança com ele antes de embarcar para Curitiba. Eloá passou a mão no pescoço e preocupou-se. -- Cadê o meu cordão? -- Indagou olhando Fabrício, que também não sabia a resposta.
-- Não sei linda. -- Disse sentido, sabia a importância da joia para Eloá. Fora um presente da filha, com sua ajuda.
-- Eu lembro que estava com ele, com os brincos de brilhantes e o meu relógio. -- Advertiu. -- Fá, vai atrás da Sam, agora e pergunta. -- Pediu e depois percebeu que a tinha chamado por um apelido carinhoso. -- Quer dizer, da doutora Samantha. -- Riu acanhada.
Fabrício a olhava com um sorriso divertido nos lábios e Sophia não estava entendendo nada, a não ser, a preocupação de Eloá pelo cordão que, não tirava para nada.
-- Ela não está no hospital no momento. -- Fabrício observou a tristeza no semblante de Eloá. -- Doutor Olavo me disse que ela saiu para resolver alguma coisa pessoal, mas que voltará assim que possível. -- Fez questão de explicar tudo para a esposa e viu que ela sorriu mais animada.
-- Então pergunta para ele. -- Eloá sugeriu, mas foram interrompidos por duas batidas na porta.
-- Olá. -- Era Olavo, que entrou aproximando-se.
-- Olavo. -- Eloá o chamou apenas pelo nome, mas não deu importância. -- Sabe do meu cordão? Eu estava com ele, mas não estou mais. Ele e fininho e tem um pingente...
-- Um coração. -- Olavo completou sorrindo.
-- É! -- Sorriu feliz.
Olavo estava ali para ver como Amanda estava e também para entregar os pertences pessoais que ela usava antes da cirurgia. Pôs a mão no bolso do jaleco e tirou um saquinho com os objetos e entregou a ela que, estava radiante com ele em mãos.
-- Eu realmente não sei como me sentiria se eu perdesse esse cordão. -- Confessou pegando o cordão. -- Põe pra mim? -- Pediu para Sophia.
-- Claro. -- Pegou o cordão e rapidamente o colocou.
-- Esses não precisa. -- Entregou para Fabrício o saquinho plástico com o Relógio e os brincos. -- Olavo, vou ter que ficar aqui até quando?
-- Até segunda ou terça. Você está bem, mas quero que fique em observação por esse período. Algum problema?
-- Não. Só pra saber mesmo. -- Sorriu lembrando de Samantha.
-- Que bom. -- Olavo sorriu a fitando e depois olhou Sophia. -- E você amiga da... Eloá?
-- Sim, me chamo Sophia. -- Respondeu sorrindo.
-- Prazer, Olavo.
-- Sim...
-- A Sam, vai demorar pra vir? -- Amanda não conseguiu controlar a ansiedade em saber da morena.
-- Não sei. -- Olavo sorriu feliz. -- Mas ela prometeu que viria. -- Avisou.
* * * *
Samantha estava sentada diante do delegado, separados pela mesa do espaço. Tinha acabado de narrar em detalhes o que tinha ocorrido no dia anterior, o delegado já havia assistido os vídeos e visto o que havia acontecido, mas não sabia o que haviam proferindo na ação. Os vídeos não tinham áudio.
-- Estamos a procura do fugitivo, vimos esse terceiro elemento, mas não conseguimos uma imagem boa do rosto dele. Ele soube esconder-se das câmeras, mas vamos encontrar, tenha certeza disso. Os outros dois não tinham parentes, pelo menos não conseguimos tal informação.
-- E quanto ao que disse sobre o cara que seguia minha filha e a abordou na escola? -- Samantha indagou.
-- Olha, tudo indica que seja um dos três. Temos fotos dos outros dois que morreram, precisamos que sua filha dê uma olhada e faça o reconhecimento, para nos dizer se foi algum deles. Esse seria o modo mais rápido, o outro seria pedir as imagens das câmeras da escola dela.
-- Eu entendo, só ela o viu, e na hora... enfim, estavam de capuz.
-- Exato. Olha...
-- Eu sei delegado, você quer que a minha filha venha aqui, certo? -- Samantha quis certificar-se.
-- Não necessariamente vir aqui, eu posso levar as fotos até ela, conversar sobre o ocorrido. -- Explicou.
-- Eu não quero que ela sofra mais com isso, ainda está recente... -- Samantha suspirou. -- Vamos fazer o seguinte. Vou conversar com a psicóloga e saber se ela pode acompanhar essa... conversa. Pode ser assim?
-- Claro. É só me avisar o dia, hora e local que estarei lá. -- O homem sorriu contente.
-- E sobre a Eloá não poder dar o depoimento dela. Ela é obrigada a vir aqui mesmo sem lembrar-se de completamente nada?
-- Não. Não adiantaria, diante de tudo que me falou. Contento-me apenas com os seu depoimento e o de sua filha.
-- Tudo bem. -- Samantha levantou-se e o delegado a acompanhou. -- Mais alguma coisa?
-- Só sua assinatura aqui. -- Pegou um papel com o depoimento de Samantha e ela assinou. -- Ok. Aguardo sua ligação.
-- Ligarei assim que possível. -- Samantha estendeu a mão para ele, que a pegou em um cumprimento rápido e ela saiu.
Samantha foi da delegacia direto para o hospital, queria ver Amanda o quanto antes. Olhou a hora no relógio de pulso, era uma hora da tarde isso explicava a fome que sentia no momento. Pegou o celular discou um número e colocou no viva voz.
-- Oi filha? -- Regina atendeu sorrindo.
-- Oi mãe. Está tudo bem? -- Podia ouvir sorrisos ao longe.
-- Está sim filha, as meninas que estão brincando com a Julia e a Susan. -- Explicou.
-- Elas estão bem?
-- Sim, muito bem. Quer falar com a Agatha?
-- Queria sim, mas não vou, não agora, pois sei que ela vai querer vir para o hospital e ainda não é a hora, mas tarde eu pego ela ai e a levo. -- Explicou para a mãe.
-- Entendo. Já saiu da delegacia?
-- Já sim, mãe.
-- E como foi?
-- Foi... bem. Eu disse tudo que pude. -- Declarou.
-- Você está bem?
-- Estou dona Regina, estou sim. Estou indo para o hospital.
-- Você já comeu alguma coisa hoje?
-- Só de manhã. -- Condessou.
-- Filha! Você tem que comer alguma coisa, não pode ficar de estomago vazio.
-- Eu sei mãe, prometo que lá no hospital eu como alguma coisa. -- Avisou.
-- Mas é pra comer mesmo, ouviu bem?
-- Prometo que sim, assim que eu chegar. Confesso que estou com fome.
-- Que bom, assim você come logo! -- Advertiu.
-- Vou desligar mãe, dá um beijo na minha filha por mim. -- Pediu sorrindo.
-- Dou sim, tchau filha.
-- Tchau mãe. -- Samantha desligou e fez outra ligação, dessa vez para Sheila.
* * * *
Olavo fez alguns exames de rotina em Amanda enquanto conversavam amenidades.
-- Olavo essa cirurgia na minha cabeça, foi pra que? -- Amanda indagou curiosa.
-- Para a retirada de um coágulo. Você bateu forte com a cabeça no... acidente e foi preciso fazer essa cirurgia. -- Esclareceu a olhando.
Fabrício e Sophia continuavam ali, mas sentados no sofá ao lado.
-- O café da manhã daqui parece ser excelente. -- Sophia comentou pegando uma uva sorrindo.
Fabrício riu. -- É sim. Principalmente em se tratando da Eloá. -- Notou.
-- Porque?
-- Nada. Aproveita. -- Avisou sorrindo e depois olhou para Olavo e Amanda.
-- Olavo isso... digo, essa cirurgia pode fazer com que eu sonhe com certas coisas... tipo que não aconteceu.
-- Como assim? -- Olavo indagou confuso.
-- Não sei... pode fazer eu sonhar com pessoas que vi hoje, tipo a... Agatha e a Samantha? -- Amanda estava embaraçada.
Olavo imediatamente sorriu com o relato de Amanda, recordou-se que ela já sonhara com sua vida quando estava com Samantha e agora poderia estar acontecendo da mesma forma e estava achando serem apenas sonhos, mas o fato é que eram suas lembranças em forma de sonho.
-- Então doutor? Pode ou não?
Olavo não podia revelar assim, de imediato que eram lembranças, resolveu dar um tempo para ver como ela reagiria caso tivesse mais desses sonhos.
-- Olha... você pode sonhar novamente e talvez com algumas lembranças reais, você vai saber como lidar com isso. -- Sorriu. -- Vai ver, vai ver...
-- Se o senhor diz. -- Amanda deu de ombros sorrindo. -- Eu estou com fome. --Avisou fitando Olavo que, sorriu olhando a hora em seu relógio.
-- Já era hora mesmo, meio dia já. -- Declarou. -- Vou providenciar isso. -- Avisou. -- Samantha me fez prometer que cuidaria bem de você e acho que já estou me descuidando. -- Lembrou e Amanda sorriu.
-- Não muito. -- Amanda riu desavergonhada.
-- Bem, deixa eu ir logo providenciar o seu almoço. -- Declarou e saiu.
-- Fá?
-- Oi linda? -- Fabricio e Sophia já tinham comido todas as uvas e os morangos que haviam na bandeja.
-- Não está com fome não? Nem você Sophia? -- Investigou curiosa.
-- Sim. -- Fabrício lembrou. -- Agora que você comentou me deu fome mesmo. -- Confessou sorrindo, estava do lado da cama dela.
-- Tem uma lanchonete no hospital, vão comer, logo o Olavo traz a minha comida. -- Afirmou sorrindo.
-- Desde quando você sabe que tem uma lanchonete aqui? – Fabrício perguntou curioso.
-- Ah todo hospital tem que ter uma lanchonete, não? -- Declarou ainda sorrindo.
-- É verdade. Deixa o médico vir, te fazemos companhia e depois nós vamos lá. -- Avisou Fabrício e Sophia concordou.
-- Liga a TV. -- Amanda pediu e Fabrício atendeu prontamente.
-- Eloá você está realmente ótima. -- Sophia notou a alegria da ex namorada. -- Nem parece que ficou uma semana desacordada e passou por uma cirurgia. -- Relatou. -- Você não acha Fabrício?
-- Verdade. Você está... alegre. -- Revelou a fitando.
Amanda apenas sorriu entretida na televisão. -- Fá como você me achou? Como chegou a esse hospital? -- Amanda indagou curiosa ao lembrar do assunto.
-- Bem... -- Fabrício foi interrompido pela entrada de Olavo acompanhado de uma moça, com um uniforme da lanchonete do hospital. Ela carregava um bandeja com o almoço de Amanda. Fabrício prontamente a ajudou pegando a badeja e Sophia foi até o sofá desocupou a mesa bandeja e Fabrício arrumou tudo para que Amanda comesse.
Amanda fitou o refeição, sentiu o cheiro dela e sorriu pegando os talheres. A mesinha estava arrumada sobre suas pernas e ela estava sentada.
-- Hum... Isso está gostoso. -- Admitiu fitando os demais.
-- Que bom que gostou. -- A mulher da lanchonete sorriu. -- Com licença. -- Disse e saiu.
-- A doutora Samantha fez questão de que eu orientasse para que seu almoço estivesse impecável. -- Olavo disse sem nenhum embaraço diante dos outros dois.
-- E está. -- Amanda advertiu sorrindo. -- Vou agradecer e avisar que o senhor estava cumprindo direitinho, como prometido. -- Declarou sorrindo e degustando sua refeição.
-- Eu agradeço! -- Olavo sorriu em retribuição. -- Eu vou indo, mas volto daqui a pouco. É que tenho que fazer algumas coisas. -- Explanou.
-- Tudo bem.
-- Bom almoço. -- Olavo desejou e saiu.
-- Olha parece está realmente uma delícia essa comida. -- Fabrício aproximou-se e bebeu um pouco do suco de laranja.
-- Ei? -- Amanda reclamou. -- Vai comer lá na lanchonete, esse é meu. -- Amanda disse e sorriu depois. -- Vai, me conta. Como me encontrou?
-- Eu soube do seu sumiço por Sophia. -- Fabrício começou o relato. -- Acho que umas seis e meia da noite, de domingo. Eu já estava desesperado te ligando e você não me atendia, nossa filha me tranquilizava, mas ainda assim, eu ficava angustiado. Tive que contar a verdade sobre o seu desaparecimento e consequentemente que tinha vindo para Curitiba.
-- Você contou... -- Amanda parou o garfo que levava a boca no meio do percurso preocupada.
-- Não, isso não. -- Fabricio a tranquilizou. -- Inventei que você tinha vindo a trabalho. Embarquei no domingo à noite para cá. E fiquei no seu quarto lá no hotel. E na segunda me encontrei com a Sophia, nós discutimos, na verdade eu a culpei do seu desaparecimento, disse umas verdades pra ela. -- Suspirou fitando a mulher em questão a sua frente. -- Mas logo resolvemos que isso não levaria a nada e demos um tempo para encontrar você. Fomos na delegacia o delegado descartou a hipótese de sequestro e nos passou as informações, que já tinham, descobriram logo que você estava em alta velocidade, e todas as pistas indicavam que você teria sofrido um acidente e estava em algum hospital, ferida... Eu fiquei desesperado com a possibilidade de você está muito ferida, talvez... morta. Eu dormia a base de calmantes. -- Fabrício contava sentido, mas feliz por Eloá está bem agora. -- Na terça o delegado enviou um policial para investigar os hospitais dessa área, mas não obteve sucesso. Acho que na quarta emitiu um aviso para os outros distritos e todos não sabiam do ocorrido. A cada momento sem notícias me apavoravam, eu já não sabia o que dizer pra Naty, ela queria vir, mas não deixei, Marina e Carol faziam o que podiam para o andamento da investigação, mas também não conseguiam nada. Eu já queria divulgar sua foto em todos os meios de comunicação, mas o seu pai não deixou. Na quinta eu implorei para o delegado mandar de novo investigarem nos hospitais, ele fez, mas nada novamente... Eles não conseguiam encontrar o carro e só viemos descobrir que estava na delegacia que também investigava o seu caso, na sexta feira de manhã, quando ligaram para a delegacia que eu procurei. Eu vim imediatamente para cá. A polícia estava na pista certa tudo indicava que você estava aqui, mas ninguém aqui sabia de você. A polícia veio aqui duas vezes, eu vim várias, mas só entrei ontem de manhã e hoje. Eu soube pelo delegado que esse médico o Olavo ligou dizendo que você poderia estar aqui e logo em seguida, outro policial também ligou dizendo que era verdade e eu corri para cá, vi sozinho mesmo, eu estava ansioso e preocupado para esperar até hoje, mas não me deixaram entrar e ainda tive que ouvir de um enfermeiro que eu não conseguia segurar uma simples mulher eu fiquei furioso, e dei um soco nele e fui acompanhado pelos seguranças daqui até lá na rua. Fui pro hotel me dopei de remédios para me acalmar e apaguei acordei hoje lá pelas seis, só tomei um banho, café e corri pra cá perguntei pelo médico e quando vi ele sair daqui eu o abordei e implorei para mim entrar e te ver, ele deixou e aqui estou. -- Sorriu feliz.
-- Nossa! -- Amanda estava admirada.
-- Pois é! Você deu um trabalho danado de acharmos. -- Sophia quem disse a olhando. -- Fora as ligações do Fabrício a toda hora. -- Riu olhando o homem.
-- Ah, eu tinha que desabafar com alguém hora. Ou era a Camila ou tu. -- Riu da cara de Sophia.
-- Vocês realmente se tornaram amigos né?
-- Foi o jeito. -- Sophia e Fabrício falaram juntos e riram.
-- Olha eu tenho que ir. -- Sophia disse sentida para Amanda.
-- Tudo bem. -- Amanda pegou em sua mão e sorriu.
-- Mas eu volto. -- Advertiu.
-- Pode vir.
-- Ok. -- Sophia deu um beijo no rosto da agora amiga e outro em Fabrício e saiu.
-- Fá, tira aqui, não consigo mais comer. -- Sorriu desavergonhada.
-- Comer o que? -- Fabrício observou que não havia quase nada de comida e levou um tapa. -- Tá, estou tirando. -- Ele retirou a bandeja e depositou numa mesinha que havia perto do sofá.
-- Me segura aqui. -- Amanda pediu sentando-se com as pernas para fora da cama.
-- Ei? Vai levantar pra que? -- Ele correu para ajudá-la.
-- Eu preciso ir no banheiro. -- Revelou. -- Ou quer que eu faça xixi aqui mesmo? -- Riu cínica.
-- Ah sim... Vem.
Amanda pôs os pés no chão sendo apoiada por Fabrício.
-- Ai que gelado. -- Reclamou ao sentir o frio do piso nos pés descalços.
-- Espera. -- Fabrício a pegou no colo e a colocou sentada de volta na cama.
-- Vai fazer o que? -- Perguntou ela vendo ele ir para o banheiro e logo voltar com uma pantufa de pano na cor branca e pôs nos pés da esposa. Amanda olhou e fez uma cara desgostosa. -- Olha... Isso não é fashion. -- Advertiu. -- Bonitinha, mas não fashion. -- Riu e Fabrício também.
-- Olha você já viu o seu look azul celeste? -- Disse apontando o avental que ela usava.
-- Ai Jesus! -- Disse quase gritando ao olhar-se. -- Me diz que minha bunda não está aparecendo.
-- Deixa eu ver.
-- Ei? -- Gritou o impedindo. -- Nem pense em olhar minha bunda! -- Avisou e riu.
-- Então tá. -- Deu de ombros sorrindo.
-- Eu hein, todo mundo me vendo nessa coisa horrorosa. -- Lembrou de Samantha.
-- Até a doutora bonitona. -- Disse vendo Amanda olhando-se distraída.
-- Pois é, até a Sam... Ei! -- Fitou Fabrício que ria descarado a olhando. -- Aff, me ajuda logo aqui e me carrega, que não quero andar não, seu cínico.
Fabrício a pegou no colo e a levou para o banheiro.
-- Até que você fica bonitinha com a bunda de fora. -- Fabrício disse assim que a pôs no chão e afastou-se um pouco ficando atrás dela, que olhava-se no espelho. Amanda olhou-se de todas as manheiras que pode, para ver se ele estava certo, sobre a sua bunda aparecendo, mas logo contatou que era mentira. O avental cobria todo o seu corpo, pelo menos as partes mais necessárias.
-- Seu besta. -- Amanda lhe deu uns leves tapas. -- Sai logo que eu quero... Sai. -- Ordenou sorrindo, pois Fabrício já ria alto e divertido dela. Amanda fechou a porta depois de expulsar o “marido”.
-- Eu não sei porque te amo tanto, seu petulante. -- Sorriu lembrando. -- Vamos lá...
Amanda viu que havia creme dental, escova de dente, shampoo e condicionador, sabonete, toalhas... tudo que precisava para uma higiene pessoal. O banheiro era grande e confortável. Tudo ali era muito bonito, nem parecia ser um quarto de hospital... Escovou os dentes, e resolveu tomar um banho, amarrou os cabelos com cuidado e foi para o outro lado do box, ligou o chuveiro e com muito cuidado banhou-se, tentando ao máximo não molhar sua cabeça e o curativo. E durante o banho notou que seu corpo, suas partes intimas estavam depiladas, parecia ter depilado um dia antes. Achou estranho, muito estranho, pois se havia passado uma semana sem fazer tal higiene e mais os dias antes do acidente, era para está parecendo uma “macaca”, pensava, e riu com o adjetivo que usou. Desligou o chuveiro e pegou a toalha, enxugou-se, vestiu o “look” e saiu do banheiro ainda pensativa.
-- Demorou. -- Fabrício avisou. -- O que foi?
-- Nada. -- Disse dispersando os pensamentos.
-- Tem certeza? Está com uma cara esquisita. -- Notou.
-- Fá... -- Amanda deitou-se na cama. -- Acho que esse hospital tem um serviço completo mesmo. -- Riu olhando para um Fabrício confuso.
-- Não entendi. -- Confessou.
-- Nada. Estava te enchendo. Que horas são?
-- Uma e meia. -- Disse e suspirou. -- Eles devem estar chegando.
-- Estou louca para ver a Naty. -- Sorriu.
-- Pega. -- Fabrício entregou a aliança para Amanda.
-- Não vou colocar agora. Coloca ela no saquinho junto com o relógio e os brincos. -- Pediu e ele obedeceu, logo depois guardando-o no seu bolso novamente. Eles foram despertados pela entrada de Samantha.
-- Sam... -- Amanda não conseguiu conter a felicidade que sentiu ao ver a morena entrando sorridente.
Samantha sorriu mais ainda aproximando-se dela ao ouvir o apelido carinhoso soar dos lábios da mulher que amava.
-- Eu prometi que viria, não foi? -- Samantha pegou na mão de Amanda e a olhou com amor evidente. Elas duas esqueceram completamente de Fabrício, ali presente, mas logo Samantha desviou o olhar em direção a ele lembrando-se.
-- Ruum. -- Ele limpou a garganta e sorriu. -- Eu estou faminto, então... Já que você chegou, ela não vai ficar sozinha... eu... Tchau! -- Disse e saiu do quarto.
-- Liga não. -- Amanda ressaltou sorrindo.
-- Como você está? -- Samantha sorriu em retribuição, fazendo um leve carinho na mão de Amanda junta a sua.
-- Estou muito bem. -- Respondeu aproveitando o carinho, as sensações que ele lhe provocava.
-- Já almoçou?
-- Sim. Estava muito gostosa a comida. Obrigada. O Olavo me disse que você havia pedido para ele cuidar muito bem de mim. -- Lembrou. Agora já retribuía o carinho feito em sua mão. -- Ele obedeceu direitinho. -- Avisou.
-- Você tomou banho? -- Indagou sentindo o cheiro do sabonete e também alguns cabelos meios úmidos.
-- Como sabe? -- Amanda investigou curiosa.
-- Seu cheiro. -- Confessou. -- Está misturado com o de sabonete... E seu cabelo esta molhado aqui. -- Samantha pôs sua mão direita na nuca de Amanda a fazendo arrepiar-se com o ato e involuntariamente fechar os olhos.
-- Eu gosto quando me toca! -- Amanda revelou abrindo os olhos para fitar Samantha. -- Sinto como se já estivesse acostumada com seu carinho. -- Amanda levou sua mão direita até o rosto de Samantha e começou a fazer um carinho, desenhando todo o espaço, sobrancelhas, bochechas, lábios... Fleches de imagens lhe vieram na cabeça, a deixando confusa, mas dispersou tal pensamento, e aproveitando o momento. Samantha fechou os olhos, estava arrepiada com o carícia, podia sentir o amor de Amanda depositado nele. Sabia, sentia que Amanda, a sua Amanda ainda a amava, mesmo sem saber, sem lembrar. -- Eu não sei como, não sei quando, não sei o porquê... Mas eu sei, eu sinto que... -- Amanda viu Samantha abrir os olhos, ela estava a fitando de tão perto, com aqueles olhos negros que, Amanda sabia que amava, de alguma forma... -- Eu sei que te amo! -- Confessou e sorriu ao ver Samantha sorrir feliz com sua declaração.
Samantha percorreu o pequeno espaço entre elas e encostou seus lábios no de Amanda, levemente, em uma caricia superficial, sorriu sentindo os lábios macios de sua amada, era como se fosse a primeira vez. Afastou-se e abriu os olhos fitando os olhos cor de mel que tanto amava. Amanda sorriu, estava com suas duas mãos no rosto de Samantha e ela com uma mão em sua nuca fazendo um carinho e a outras acariciava seu rosto. Os lábios de ambas estavam a milímetros um do outro. E não conseguindo conter seu anseio, desejo de sentir o gosto do beijo, a maciez dos lábios, a caricia da língua, de Amanda, Samantha a puxou para um beijo calmo, lânguido, deleitando-se primeiramente apenas com o leve toque e dos lábios dela no seu.
Amanda deleitou-se naquele beijo, sentiu Samantha encaixar seus lábios no dela. E coordenar um balanceado delicioso e, logo em seguida pedir passagem com a língua, e foi atendida prontamente, gem*u com a intensificação daquele ato, e sentiu Samantha a apertar forte contra sua boca a puxando mais pela nuca. O beijo se tornou ávido, possesivo, as respirações já estavam ofegantes, precisavam de ar... Separaram-se e sorriram felizes fitando os olhos uma da outra.
-- Seu beijo é gostoso, muito gostoso! -- Amanda confessou afastando-se um pouco mais para olhar Samantha. -- Eu sei... eu sinto que conheço o seu beijo, não sei como isso é possível, minha cabeça está confusa...
-- O seu beijo também é delicioso... O que sentiu com ele? -- Samantha investigou.
-- Como eu disse, eu não entendo, mas eu sei que... sinto-me como já tivesse provado, te beijado, te tocado...
Elas foram interrompidas por uma batida rápida na porta, Samantha afastou-se rápido.
-- Desculpa. -- Fabrício disse entrando. Samantha o olhava incrédula, irritada. Amanda o olhava irritada com a interrupção, fitou Samantha que, estava olhando Fabrício e riu voltando a olhar Fabrício que, fechou a porta com certa força. -- Eloá eles chagaram, vieram direto do aeroporto, de mala e cuia, estão ai fora.
-- Já?
-- Sim. -- Confirmou e fitou Samantha que, olhava para eles confusa.
-- Mãe! -- Natelly entrou praticamente correndo na direção da mãe.
-- Naty. -- Amanda abraçou a filha forte, estava feliz em vê-la, toca-la.
-- Eu estava com tanta saudade de você! -- Natelly declarou sorrindo e fitando a mãe, pois já havia chorado demais, agora achava que era apenas sorrisos dali em diante.
-- Eu também meu anjo, muita! -- Amanda revelou e logo viu os pais e Marina entrando no quarto. -- Mãe, Mary... pai. -- Disse o nome deles sorrindo, também estava feliz em vê-los.
Fabrício observava Samantha que, tinha se afastado consideravelmente de Eloá, viu que ela estava sem saber o que fazer, dizer, sem ação alguma. Estava acuada, pelo menos no momento, com todos ali, ao redor de sua esposa.
-- Vem comigo! -- Fabrício pediu e ela o acompanhou num misto de receio e curiosidade. Os dois saíram do quarto sem serem notados.
-- Olha, desculpa por... -- Samantha começou a falar.
-- Não precisa se preocupar comigo. -- Sorriu deixando Samantha muito confusa. -- Não agora... Olha eu não posso te contar nada agora, isso é assunto para a Eloá, enfim... O que posso te dizer é que, comigo, não deve se preocupar. -- Revelou. -- Tenho que entrar, depois que o povo lá dentro acalmar os ânimos você e a Eloá conversam. -- Avisou e voltou para o quarto.
-- Mas... -- Samantha não havia entendido nada. E sem conseguir conter sua curiosidade, voltou para o quarto novamente, queria saber mais sobre a família de Amanda.
-- Mãe. -- Amanda abraçava a mãe com carinho.
-- Ai filha, eu fiquei tão preocupada. -- Dona Lúcia começou a chorar.
-- Eu estou bem, mãe. -- Afirmou. -- Não chore está bem? -- Amanda pediu.
-- Tá bom. -- Lúcia sorriu desfazendo o abraço.
-- Pai. -- Amanda o chamou e ele foi abraça-la também. Mas foi mais rápido e contido.
-- Que bom que está bem filha. Muito bom mesmo. -- Sorriu sincero.
-- Mary. -- Amanda a chamou sorrindo e foi abraçada forte pela mulher. Marina a beijava várias vezes, por todo o rosto e depois de separarem-se ela beijou as mãos de Amanda.
Marina estava eufórica por estar com Eloá, sua amiga, grande amiga. Sorria feliz a olhando enquanto ainda segurava suas mãos.
-- Eu fiquei com tanto medo de te perder. -- Marina confessou triste.
-- Eu imagino... Mas eu estou aqui, estou bem! -- Sorriu animando a Amiga.
Samantha observava encostada sobre a porta, estava irritada com toda a intimidade daquela mulher com sua amada, a sua Amanda. O abraço, a cada beijo, sorriso de Marina designando a Amanda que, parecia estar gostando, deixava Samantha mais aflita, mais aborrecida, estava morrendo de ciúmes. Não estava se reconhecendo, nunca tinha sentido esse ciúme exagerado. Fitava as mãos de Amanda sendo acariciada pela mulher morena de cabelos curtos, um pouco acima dos ombros, num corte moderno. Precisava fazer alguma coisas para quebrar aquele clima ou ia enlouquecer.
-- Rumrum. -- Samantha balbuciou avisando que estava ali.
-- Ah sim... -- Amanda sorriu ao ver Samantha. -- Gente essa é Samantha, ela foi quem me socorreu e cuidou divinamente bem de mim! -- Revelou sorrindo e Samantha sorriu em retribuição.
-- Ai. Obrigada. -- Natelly foi até Samantha e a abraçou sem reservas. Samantha foi pega de surpresa com o ato da menina, mas logo sorriu e retribuiu o abraço da garota. -- Obrigada, obrigada... -- Natelly repetia sorrindo, estava realmente agradecida.
-- Não foi nada. -- Desfez o abraço e a olhou. Natelly era parecida com Amanda, os olhos eram da mesma cor, o formato do rosto, as sobrancelhas, a boca... Eram iguais as da mãe. A diferença, estava no cabelo, era muito mais escuros que os de Amanda, na altura, Natelly era um pouco mais alta e nas covinhas, eram lindas quando sorria. Isso ela herdara de Fabrício, Samantha observou. -- Fiz o meu dever, e foi um enorme prazer! Cuidei muito bem dela... todos nós aqui do hospital cuidamos. -- Samantha olhou Amanda abrindo mais o sorriso.
-- Foi sim filha!
-- Ah, mas isso já se nota. -- Marina pronunciou-se. -- Olha esse quarto. -- Advertiu. -- Linda, você está podendo hein? -- Observou.
-- Sim! -- Amanda riu. -- Ah desculpa. -- Lembrou olhando Samantha. -- Sam, essa ai é minha filha Natelly. -- Natelly estava ao lado de Samantha e sorriu a olhando. -- Minha mãe, Lúcia. -- Samantha e a senhora cumprimentaram-se. -- Meu pai, Carlos. -- Cumprimentaram-se rapidamente. -- E essa aqui. -- Pegou na mão de Marina. -- É minha amiga, amigona mesmo, Marina. -- Marina sorriu olhando de Amanda para Samantha.
-- Bem... foi um prazer conhece-los. -- Samantha sorriu olhando-os. Estava mais aliviada por ter ouvido de Amanda que, Marina era uma amiga. -- Fiquem a vontade, mas só por meia hora. -- Avisou. -- Ela está bem, mas tem que descansar. Daqui a pouco Olavo vem aplicar os medicamentos e trocar os curativos.
-- Tudo bem. -- Fabrício concordou. -- Obrigada Samantha.
-- De nada. Tchau. -- Disse sorrindo para Amanda.
-- Tchau.
Samantha saiu do quarto pensativa, era bom e estranho conhecer a família de Amanda, saber um pouco mais sobre ela, das pessoas que a cercam, que fazem parte de sua vida. Suspirou feliz lembrando-se do beijo delas, mas não sabia como seria dali para frente.
-- Sam? -- Sheila a chamou, viu que Samantha andava distraída, tanto que nem a ouviu chama-la a primeira vez.
-- Oi Sheila. -- Sorriu fraco.
-- E essa carinha? O que houve?
-- Eu beijei a Amanda. -- Revelou.
-- Sério? E ela?
-- Retribuiu. -- Sorriu e foi abraçada pela amiga. -- Ela disse que me ama.
-- Ela lembrou de você?
-- Não Sheila. -- Disse triste. -- Mas eu sei que ela vai lembrar. O negócio é que...
-- O que?
-- A família dela está quase toda ai. -- Declarou. -- Eu não sei o que vai ser de agora em diante, Sheila.
-- Não importa, no momento se dedique a ela, somente a ela! -- Sheila advertiu.
-- Tem razão. -- Respirou fundo. -- Eu deixei ela com a família e... com uma tal de Marina. Não gostei nada dela abraçando e beijando, minha Amanda. -- Samantha dizia fazendo umas caretas de desgosto e Sheila riu.
-- E essa Marina, é bonita?
Samantha praguejou com a pergunta e pôs as duas mãos na cintura. -- É! -- Admitiu contrariada.
-- Mas você é mais! -- Sheila declarou. -- Tenho certeza que ela não tem um corpão bem distribuído em mais de um metro e oitenta de altura, um cabelo lindo negro, até a cintura, e... minha nossa um abdômen sarado! -- Sheila descrevia a amiga fazendo gestos a fazendo sorrir. -- Fora que eu ainda nem disse sobre o prazer que você deu a ela e...
-- Tá. -- Samantha riu. -- Eu já entendi.
-- Vai fazer o que agora?
-- Eu vou comer alguma coisa.
-- Ainda não almoçou?
-- Não...
-- Samantha! -- Sheila a repreendeu.
-- Eu sei, minha mãe me encheu o saco com isso também. -- Revelou.
-- Com razão. Vem, vamos comer. -- Sheila a puxou entrelaçando o seu braço no dela.
* * * *
Amanda estava feliz em ter a família ali, ou parte dela, principalmente a filha, que não saía do seu lado, sempre estava lhe fazendo um carinho. Conversaram amenidades. Fabrício havia explicado como achara a esposa. Carlos indagou sobre a conta do hospital e do carro em que a filha se acidentara. Fabrício riu discreto, lembrando de Samantha e disse ao sogro que já havia acertado tudo. Sobre o carro era verdade, pois havia depositado o dinheiro do carro na conta do amigo de Sophia, ele tinha ficado desesperado quando ela tinha dito que o carro dele pegara fogo. Mas ela o tranquilizou. E quanto as despesas do hospital Fabrício, não tocaria mais no assunto com a médica, não mesmo.
Carlos e Fabrício estavam sentados no sofá, Marina, Lúcia e Natelly, estavam do lado da cama.
-- Mãe, quando a senhora vai poder ir pra casa?
-- Segunda ou terça, segundo o doutor Olavo. -- Amanda respondeu fazendo um carinho na filha que sentou na cama ao lado dela.
-- É sério mesmo que você dormiu esse tempo todo? -- Natelly investigou.
-- Olha... Eu acho que sim. -- Amanda não tinha certeza em sua resposta. Os sonhos, os fleches de imagens que lhe veio à cabeça quando beijava Samantha, fora seu corpo que estava perfeitamente depilado sem ela entender como, tinha que fazer perguntas à Samantha.
-- Então você estava em coma?
-- Pode ser... Mas o importante é que já estou bem e acordada. -- Amanda sorriu pegando no braço da filha e fazendo um carinho. Ato que fez com que Carlos sentisse a falta de algo.
-- Filha, cadê a sua aliança? -- Indagou aproximando-se da cama.
-- Ah... -- Amanda olhou para a mão. -- Está com o Fabrício, foi tirada na cirurgia e depois o médico me devolveu.
-- Não vai coloca-la?
-- Não, agora não. Só quando sair do hospital. -- Amanda não queria colocar a aliança, pensava que se Samantha a visse com o objeto, não a trataria como antes. -- Estou em um hospital, pai. -- Observou.
-- Sim, mas você está usando o cordão.
-- Pai! -- Amanda disse um pouco mais alto. -- Eu não vou colocar a aliança! -- Afirmou decidida.
Carlos surpreendeu-se com a atitude da filha o enfrentando, era a segunda vez que isso acontecia. -- Tudo bem. -- Conformou-se.
-- Onde vocês deixaram as malas? -- Amanda perguntou olhando a filha.
-- No carro. Marina alugou um. -- Lúcia foi que respondeu.
-- Foi, eu achei que seria mais cômodo.
-- De fato. -- Amanda concordou. -- Vocês devem estar cansados. -- Lembrou. -- Porque não vão para o hotel tomar um banho descansar um pouquinho e depois vocês voltam. -- Sugeriu.
-- Pode ser. -- Carlos concordou.
-- Vão, eu vou ficar bem. Fabrício, pode ir com vocês, ele está no quarto que reservei para mim, vocês pegam outros.
-- É vamos fazer isso mesmo. -- Lúcia aceitou. -- Estou precisando de um banho e descanso. -- Confessou.
-- Então podemos ir? -- Fabrício indagou.
-- Vamos sim. -- Carlos respondeu. -- Tem certeza que vai ficar bem sozinha?
-- Eu posso ficar com ela, depois eu vou pro hotel. -- Marina sugeriu e de resposta ganhou um olhar não muito amistoso de Carlos, mas ele não disse nada e ela nem percebeu, pois estava olhando para Amanda.
-- Pode ir, Mary. Vou ficar bem. -- Amanda pronunciou-se.
-- Ok, eu vou. -- Sorriu.
Todos ouviram duas batidas na porta e logo a entrada de Olavo, segurando uma bandeja pequena com alguns medicamentos e materiais de curativos.
-- Olá, atrapalho muito? -- Perguntou sorrindo simpático.
-- Não. -- Todos responderam.
-- Fico feliz. E você senhorita. -- Olavo aproximou-se de Amanda.
-- Senhora! -- Carlos o concertou.
-- Ok. -- Olavo o olhou rápido e depois voltou-se para Amanda e sorriu. -- Como se sente, senhora? -- Aumentou o tom da voz no “senhora” e Amanda riu da ironia do médico.
-- Muito bem, doutor. -- Disse alto o “doutor”.
Olavo trocou o curativo de Amanda e aplicou os medicamentos.
-- Querida, esse último que eu apliquei pode te dar sono. -- Olavo avisou.
-- Tudo bem. Não tenho nada pra fazer mesmo. -- Sorriu. -- Posso dormir à vontade. -- Advertiu e Olavo riu em acordo. -- Ah. Olavo, deixa eu te apresentar. Gente, esse é Olavo ele e Neurologista e Psicólogo, ele cuidou muito bem de mim também. Olavo, esses são, meu pai Carlos. -- Olavo apertou a mão do outro senhor, enquanto pensava se havia dito a Amanda que era Psicólogo, ou ela havia dito inconscientemente, devido a memória perdida, mas ainda presente em seu inconsciente. -- Minha mãe. -- Fez o mesmo com a mulher. -- Marina, minha amiga. -- Marina foi mais receptiva. -- E essa é minha filha, Natelly. -- Olavo sorriu olhando a garota, e foi inevitável não lembrar do relato que Amanda fez sobre ela em uma das consultas. Natelly sorriu e ao contrário dos outros, ela abraçou o médico em agradecimento. Olavo retribuiu com carinho a ação da menina.
-- Naty, você tem que perder essa mania de sair abraçando todo mundo. -- Carlos falou. -- Nem todos gostam de abraçar estranhos. -- Advertiu.
-- Esse problema eu não tenho! -- Olavo sorriu olhando a menina. -- Pode abraçar a vontade. -- Declarou. -- Amanda sua filha é linda, como você! -- Ele nem percebera o nome que usara para se referir a ela e nem Amanda estranhou, aquele nome lhe era muito normal.
-- Amanda? -- Os outros quatros indagaram confusos.
-- Ah. -- Olavo percebeu sua, garfe. -- Amanda, foi o nome que a doutora Samantha deu, para nos referirmos a ela, sabe ela estava dormindo, e chama-la de desconhecida toda vez, não era muito... adequado. -- Ele explicou rapidamente.
-- Ahh. -- Todos balbuciaram em entendimento.
-- Mas agora eu já sei o nome e vou chama-la assim. -- Olavo adiantou-se em avisar, antes que alguém ali se pronunciasse.
-- Ah por mim pode me chamar assim mesmo, gostei de Amanda. -- Amanda sorriu.
-- É, até que é legal. -- Natelly concordou.
-- Gente... -- Olavo proferiu. -- Ela tem que descansar, já foram emoções demais no momento. -- Avisou.
-- Ah sim. Nós já estávamos de saída. -- Fabricio prontificou-se avisando.
-- É verdade. -- Lúcia confirmou e despediu-se da filha com um beijo.
-- Tchau, mãe. -- Natelly deu um beijo carinhoso nela. -- Já já eu estou de volta.
-- Tudo bem. -- Amanda já dava indícios de que estava com sono.
-- Tchau amor. -- Fabrício beijou carinhosamente o rosto de Amanda.
-- Tchau linda. -- Foi a vez de Marina lhe dar um beijo no rosto.
-- Tchau filha. -- Carlos apenas sorriu de onde estava.
-- Tchau, pra vocês. -- Amanda disse sorrindo e bocejou.
Sua família saiu a deixando apenas na companhia de Olavo que, arrumava alguns materiais sobre a bandeja.
-- Bons sonhos querida! -- Desejou sorrindo já com a bandeja em mãos, pronto para sair.
-- Eu vou ter! -- Amanda concordou e ajeitou-se na cama vendo Olavo sorrir e logo em seguida sair. -- Vou ter... e um eu já realizei! -- Lembrou do beijo.
Fim do capítulo
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Andreia
Em: 15/11/2020
Nossaaaaaa que barra o sequestro eu acho que tem dedo e mãos do rapaz que foi demitido se não me engano nome Paulo.
Quase médica fica sem filha e namorada se não fosse Amanda ter defendido elas a doutora tinha perdido a filha tinham levado ela.
Acertei em falar que Amanda tinha muita coisa por traz da amnésia e agora como vai ficar com marido, filha, pais, serviço e mora em outra cidade.
E como vai ficar agora que ela esqueceu o que ela viveu de bonito com a doutora bonito a dela. Amanda tem que lembrar das duas.
Como vai ficar com pequena da Aghata farinha ela já considerava a Amanda como uma mãe.
Eu não sei porque mais acho pelo jeito que Amanda falou dele ele ta se portando ele vai ser uma pessoa muito preconceituoso. Vamos ver o que vai acontecer.
Está Sofhia também em namorar duas ficar enganando as duas muita sacanagem em. Mais ainda bem que elas estão bem. Bjs e abraços
Obs: Enny meus parabéns sua história é fantástica maravilhosa não tem palavras para falar para você sobre está linda história cada capítulo que eu leio acho mais bonito que prende atenção que mostra muita realidade de muitos casais. Onde que a cada dia temos que lutar contra o preconceito que está dentro de casa da pessoa que nos colocou no mundo, mais tbm mostra muito o amor que existe e isso que fascina o amor da Samantha com Amanda e amor delas como uma família e juntas o amor pela Aghata. Se falar nos outros casais são maravilhosas o amor que VC colocou em cada casal e perfeito como tbm tem altos e baixo e fascinante sua história parabéns MSM estou amando. Abraçosssssssssssss..........................
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