Capítulo 41
Os Anjos Vestem Branco - Capítulo 41
Victória parou na porta e ficou observando a loirinha toda carinhosa e paciente com o bebê que começava a reclamar de fome.
-- Pronto, agora a princesinha está sequinha. Não chora não meu amor, a Brú Brú vai fazer uma mamadeira super maneira para você -- ajoelhou-se na cama e deu um beijo na cabecinha miudinha -- Já volto -- pulou da cama e quando se virou deu de cara com Victória.
-- Amor... que susto! -- levou a mão ao peito.
-- Bruna, cadê a mãe dessa criança? -- Victória foi até o banheiro e voltou -- Aonde está essa mulher Bruna? -- pegou um chocalho musical que estava sobre a cama e bateu seguidas vezes na cabeça da garota -- Fala Bruna.
-- Aaaiiiii...Amor, dói...-- saiu correndo ao redor da cama. Enquanto o chocalho tocava uma musiquinha ridícula.
-- Fala sua sem vergonha... -- jogou um boneco Minions, uma Peppa cabeça de vinil, uma mamadeira chuquinha (essa realmente doeu).
-- Falar o que amor? -- Protegia a cabeça com as duas mãos.
-- Falar o que? -- Ela colocou as duas mãos na cintura e a encarou, fazendo uma cara feia -- Foi só o gato sair de casa para o ratinho albino fazer a festa, né? -- Conseguiu finalmente pega-la pela gola da camiseta e deu uma sequência de tapas na cabeça -- De quem é essa criança, Bruna?
A garota levantou a cabeça e olhou direto nos olhos dela. Estava com os olhos verdes brilhando na meia luz do quarto.
-- Essa criança é.... -- por alguns instantes ficou apenas a observando, estava sem fôlego, receosa com a sua reação -- Essa criança é nossa Vic.... é nossa, meu amor.
Victória parecia não acreditar. Seu semblante era sério e de profunda descrença.
-- Não brinca com isso Bruna -- Victória aproximou-se do bebê - Que você tem a imaginação super fértil, isso eu já sabia, mas, chegar ao ponto de usar um bebê para encobrir as suas safadezas, é demais, Bruna.
-- Que safadeza, amor? -- tentou se livrar das mãos da morena, mas não conseguiu, ela continuava a segurar a gola da sua camiseta.
-- Esqueceu da Nicole?
Bruna gelou.
-- Eu posso explicar -- olhou para a menina que resmungava de fome e tentou ser direta -- Eu a chamei para matar uma barata voadora e como não sabia preparar a mamadeira e nem trocar fraldas, aproveitei a presença dela e pedi a sua ajuda.
-- Em troca de um beijo na boca? -- A sacudiu com força.
-- NÃO! -- encolheu-se com medo -- Ela me agarrou... eu juro, amor. Aquela louca estava vestida com um bustiê e um short tão curtinho que parecia toda a papada da bunda... -- parou para pensar no que tinha falado.
-- Continua -- Victória parecia hipnotizada e estava ficando cada vez mais brava com o que Bruna falava.
Bruna resolveu mudar a tática, tentaria amolecer o coração da morena, para que ela usasse o lado emocional e não o racional naquele momento.
-- Eu estava tão feliz e ao mesmo tempo tão perdida, amor. As únicas vezes que peguei um bebê no colo foram lá no hospital. Foi tudo tão profissional, com carinho e cuidado, lógico, mas sem esse calorzinho gostoso que eu sinto quando pego a princesinha no colo -- secou as lágrimas com a palma da mão -- Ela chorava de fome e estava toda molhada, você acha que eu teria cabeça para pensar em outra coisa que não fosse no neném?
Aquelas palavras foram ditas com tanto carinho, que Victória sentiu-se uma idiota, ciumenta e egoísta.
-- Quer dizer... -- a morena pegou a menina no colo e a apertou contra o seu corpo - É verdade mesmo? A menina é nossa? -- Ela estava tão emocionada que mal conseguia falar -- Meu sonho sempre foi ter um filho. Esse desejo está sendo realizado por Deus...olha para a mamãe, meu amor - a menina como que chamada pelo amor, olhou para Victória e ela desabou a chorar...
Era uma visão maravilhosa a ponto de deixar Bruna emocionada, não esperava outra reação dela, adorável ... emocionante, verdadeiro conto de fadas.
-- Foi a melhor surpresa da minha vida que com certeza nunca irei esquecer - falou com a voz embargada pela emoção.
Me conta Brú, que presente maravilhoso foi esse? -- Caminhou com o bebê nos braços até a cozinha.
Bruna contou toda a história, desde o dia que ela encontrou a menina na caçamba do carro até aquele momento.
-- Não corremos o risco de ficarmos sem a menina, Brú? -- Victória preparava a mamadeira com a menina no colo.
-- A Dulce entrou com o pedido de guarda e a juíza Mendonça aceitou -- Bruna olhava admirada com a pratica da morena em segurar a princesinha e ao mesmo tempo preparar a mamadeira - Vic, até parece que você já foi mãe de umas três crianças.
-- Eu trabalhava na neonatal, meu amor, esqueceu? - Victória sorriu feliz e sentou na cadeira para alimentar a garota.
A menina tomava a mamadeira com muito gosto. Bruna ajoelhou-se em frente a elas e passava a mão nos cabelinhos clarinhos da garotinha.
-- Eu preferia que ela tomasse leite materno. O leite humano é muito diferente do leite adaptado. Protege as crianças de: Otites, alergias, vômitos, diarreia, pneumonias, meningites. As crianças alimentadas com leite em pó, além de terem maior risco de sofrer essas infecções, as infecções de que sofrem surgem com maior gravidade, porque o seu sistema imunitário não recebe a ajuda dos anticorpos, glóbulos brancos e outros fatores imunológicos presentes no leite materno.
-- Essa é a doutora Bruna falando, ou a mamãe Bruna?
-- As duas. Não dá para separar - levantou pensativa - Acho que vou solicitar leite materno congelado lá da maternidade. O que você acha amor?
-- Faça isso amor. A UNICEF calcula que um milhão e meio de crianças morrem por ano por falta de aleitamento materno. E não se pense que é só nos países do terceiro mundo. Mesmo nos países industrializados muitas mortes se poderiam evitar com o aleitamento materno.
Bruna deu um beijo na cabeça do neném e outro na boca de Victória.
-- Vou providenciar.
Desde 1991, a Organização Mundial de Saúde, em associação com a UNICEF, tem vindo a empreender um esforço mundial no sentido de proteger, promover e apoiar o aleitamento materno.
As recomendações da Organização Mundial de Saúde relativas à amamentação são as seguintes:
As crianças devem fazer aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses de idade. Ou seja, até essa idade, o bebé deve tomar apenas leite materno e não deve dar-se nenhum outro alimento complementar ou bebida.
A partir dos 6 meses de idade todas as crianças devem receber alimentos complementares (sopas, papas, etc.) e manter o aleitamento materno.
As crianças devem continuar a ser amamentadas, pelo menos, até completarem os 2 anos de idade.
Mais tarde...
-- Ninguém trabalha mais nessa família? - Sabrina nem bem entrou no apartamento das amigas e já correu pegar a neném do colo de Victória - Vem com a dindinha princesinha.
-- E você o que faz aqui que não está trabalhando, dona Brina? - Priscilla deu um selinho rápido na namorada.
-- E você acha que eu conseguiria trabalhar sabendo que vocês estão aqui amassando a minha, floquinho de neve? Jamais.
-- Nós já escolhemos um nome para a princesa. Ela vai se chamar Letícia, que vem do nome latino Laetitia e significa: Felicidade - Victória bateu palmas e foi acompanhada por todos.
-- Ela é a nossa felicidade. Né meu amorzinho? - Débora apertou de leve as bochechas rosadas de Letícia.
-- Essa noite eu não consegui dormir, só pensando nessa audiência com a juíza Mendonça -- Bruna sentia-se irrequieta e não conseguia dominar o próprio sistema nervoso.
-- Ai Meu Deus - Sabrina chacoalhava Leticia de um lado para outro - Você nervosa só pensa em contar piadas.
Dulce pegou a bolsa, colocou sobre o ombro e antes de sair comentou:
-- Bem, não sendo piada de juiz, o resto não vai ter problema...
Na audiência.
-- Kkkkkk... - a juíza Mendonça ria muito das piadas sem graça que Bruna contava - Mais uma, doutora Bruna.
Dulce estava emburrada e não achava nada engraçado.
O advogado casou com uma mulher que já havia sido casada oito vezes.
Na noite de núpcias, no quarto do hotel, a noiva disse:
-- Por favor meu bem, seja gentil. Ainda sou virgem!
Perplexo, sabendo que ela havia sido casada oito vezes, o noivo pediu a ela que se explicasse.
E ela respondeu:
-- Meu 1º marido era Psiquiatra. Ele só queria conversar sobre sex*.
-- Meu 2º marido era ginecologista. Ele só queria examinar o local.
-- Meu 3º marido era Colecionador de Selos. Ele só queria lamber.
-- Meu 4º marido era Gerente de Vendas. Ele dizia que sabia que tinha o produto, mas não sabia como utilizá-lo.
-- Meu 5º marido era Engenheiro. Ele dizia que compreendia o procedimento básico, mas que precisava de três anos para pesquisar, implementar e criar um método de utilização.
-- Meu 6º marido era Funcionário Público. Ele dizia que compreendia perfeitamente como era, mas que não tinha a certeza se era da competência dele.
-- Meu 7º marido era Técnico de Informática. Ele dizia que, se estava funcionando, era melhor ele não mexer.
-- Meu 8º marido era Analista de Suporte. Depois de dar uma olhada, ele disse que as peças estavam todas perfeitas, mas que não sabia porque o sistema não funcionava.
-- Por isso, agora estou casando com um advogado.
-- Por que?
-- Porque tenho certeza de que você vai me foder!
-- Kkkkkk...
Cinco piadas de advogados depois...
-- Bruna - a juíza estava séria - A guarda temporária (ou provisória) visa o atendimento de situação limitada ou por termo ou por condição, não sendo, assim, um fim em si mesmo (ECA, art. 167). Finda quando se realiza o termo ou condição.
A juíza deu um sorrisinho de canto.
-- Portanto estou lhe concedendo a guarda provisória da Menor Leticia...
Bruna comemorou com um hú, hú (respeitoso).
-- Mas quero deixar bem claro que: A revogabilidade da guarda pode ocorrer por ato judicial fundamentado, ouvido, sempre, o Ministério Público (ECA, art. 35). Assim, inexiste trânsito em julgado material da decisão concessiva da guarda, pois pode ser revista a qualquer tempo (ECA, art. 35), em face de sua natureza (ECA, art. 168).
-- O que tudo isso quer dizer Meritíssima?
-- Que a criança ou adolescente não adquire status de filho e os processos podem ser revogados a qualquer momento, diferente da adoção. Na guarda provisória, nada está definido, ou seja, ainda não foi batido o martelo do juiz. É determinada para que seja feita análise de comportamento, entrosamento e relacionamento entre guardião e menor.
-- Tenho alguma chance Meritíssima?
-- Me surpreenda.
No apartamento no Leblon.
Juntos haviam feito uma concentração de pensamentos positivos, mentalização positiva, ou seja, geração de energias positivas para Bruna e Dulce. Tudo pode ser alterado sob a ação do pensamento. O pensamento são os fenômenos cognitivos que procedem do ser real.
Victória era a mais esperançosa e confiante. Acreditava na ajuda do alto, pois o que estavam fazendo era uma atitude repleta de amor sincero.
-- O que ela quis dizer com " me surpreenda", Dulce?
-- Que devemos ir à luta, Vic. Que devemos ir atrás de um algo a mais, qualquer informação que seja, sobre os pais. Se eles entregaram a criança a Bruna é porque querem que ela fique com a Bruna, e não com outra família.
-- O que você vai fazer agora, Dulce?
-- Vamos surpreende-la, Sabrina - Dulce levantou do sofá e deu um tapa de leve no ombro de Bruna, que afagava o rostinho de Leticia, enquanto ela dormia profundamente no colo de Priscilla - Vamos até o hospital da Barra, quem sabe alguma câmera tenha flagrado o causador da nossa imensa felicidade.
Horas depois no hospital da Barra.
Heitor, o responsável pela segurança do hospital mostrava as imagens gravadas pelo circuito externo de câmeras.
-- Gente, que interessante. Como podíamos imaginar que dentro daquela caixa de papelão havia um bebê?
-- Então Bruna, conhece aquele homem? - Dulce a olhou esperançosa.
Bruna demorou longos segundos para pensar no que responder. Quando enfim o fez, decepcionou Dulce.
-- Não Dulce. Não o conheço - ela respondeu, no entanto, com uma expressão estranha no olhar.
-- Que pena... - a advogada fechou os olhos, e a sua voz de repente parecia quase um lamento.
A noite no apartamento do Leblon.
-- Não pense que esqueci Bruna - Victória empurrava Bruna para longe dela - Um mês sem sex*.
-- Mas, amor...
-- "Ela tem um beijo tão gostoso" -- imitava Nicolle, modificando a voz - Sua boca está de quarentena.
Bruna puxou a morena para perto e falou ao seu ouvido:
-- Estou louca para fazer amor com você.
-- Um mês. Sem chances. Conforme-se - ela estava irredutível, convicta de sua decisão.
-- E se eu insistir?
-- Vai apanhar de novo - levantou-se da cama e caminhou até o banheiro
-- E se eu te der um presente maravilhoso. Algo que vai te deixar imensamente feliz - falou alto para ela ouvir lá do banheiro.
-- Nem assim - berrou do banheiro.
-- Algo que talvez aumente as nossas chances de ter a guarda definitiva da princesa - falou sorrindo, sabia do impacto que causaria.
Victória saiu correndo do banheiro vestindo apenas um roupão branco e com o creme hidratante na mão. Sentou na beirada da cama e encarou Bruna que estava encostada à cabeceira da cama.
-- Tenta...
-- Não, não -- ela mexeu o dedo indicador em sinal negativo.
-- Como assim, não? - Ficou brava.
-- Como vou saber se depois que eu der o presente, você não vai mudar de ideia? Quero uma prova - falou com uma cara de safada que fez Victória rir por dentro.
Ela tirou o roupão lentamente e começou fazendo uma dança sensual próxima a Bruna.
-- Agora quero o meu presente... -- disse a morena, chegando bem perto do ouvido da loirinha, o que a fez ter arrepios. Falou com uma voz rouca e sensual...usou toda a sensualmente possível.
-- Pedindo assim... -- passou a língua pelos seios macios e com cheirinho de Baunilha, que era divino...
-- Dá logo... - afastou os cabelos, deixando o pescoço em evidencia para Bruna dar pequenas mordidas.
-- Eu reconheci o homem que apareceu na câmera de vídeo, amor - falou com os olhos brilhando e com um sorriso enorme - Amanhã vou atrás dele.
Victória estava radiante de felicidade, tão feliz que parecia iluminada.
-- Eu te amo -- Ela pulou em cima dela e as duas caíram na cama. Bruna se virou ficando por cima dela.
-- Te amo muito e também amo a nossa princesinha. Prometo que não vou descansar enquanto não acertamos tudo perante a lei dos homens, porque perante a lei de Deus ela já é a nossa filhinha querida.
Elas se beijaram apaixonadamente e fizeram um amor como se fosse na primeira vez, entre beijos quentes e abraços, ora calmos, ora intensos. Era sempre como se fosse a primeira vez. Sempre seria como se fosse a primeira.
Próximo capítulo...
-- Meu amor, conta uma piada que você se acalma - Victória dirigia feliz o carro que havia recebido de presente de Bruna.
-- Está bem amor.
Dois padres estavam atrasados para ir para a igreja e então decidiram tomar banhos juntos mais não tinha sabonete.
Um dos padres saiu pelado e correu até a farmácia para comprar 2 sabonetes. Voltando ele avistou 3 freiras vindo em sua direção e pensou: nossa! O que elas vão pensar se me verem pelado assim, já sei vou me fingir de estátua. Ele se fingiu de estátua e segurou um sabonete em cada mão
A primeira freira viu o padre, olhou e puxou o bilau dele e caiu o sabonete da mão direita e ela disse:
-- Hum... já sei o que é isso é uma máquina de sabonete
A segunda freira para não ficar sem nada puxou o bilau dele e caiu o sabonete da mão esquerda.
A terceira freira para não ficar sem nada ela puxa o bilau mais não caia nada, continuou puxando e não caia nada, puxou, puxou, puxou e puxou e depois de uns 5 minutos ela disse:
-- Deus seja louvado tem até sabonete líquido.
Fim do capítulo
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gleice
Em: 23/10/2015
kkkkkkkkkkkk....não sei se me divirto mais com a Bruna ou com a Sabrina....Vandinha vc é OTIMA...já falei que sou sua fã?!!! NAO?!!!
SOU SUA FÃAAAAA.....
adorei a abordagem sobre aleitamento materno....me fez lembrar minha disciplina de materno infantil na faculdade...#saudades kkkkkkkkkkkkkkkkk
bjãoooooo
Resposta do autor:
Já te falei que você é uma fofa? Obrigadão Gleice. Bjã.
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