Olá pessoal, estava faltando o capítulo 32. A querida leitora gabisayury,foi quem deu o toque. Valeu meu anjo. Já consertei o erro. Desculpa. Beijos.
Capítulo 38
Os Anjos Vestem Branco - Capítulo 38
No apartamento de Victória e Bruna.
-- Pronto amor. Está tudo preparado - Sabrina acabava de encher o freezer com bebidas.
-- Você é o máximo Brina - a presenteou com breves beijos pelo pescoço e um beijo demorado na boca.
Bruna entrou na cozinha puxando Victória pela mão.
-- Olha a pouca vergonha aqui - separou as duas, empurrando cada uma para um lado.
-- Bruna deixa de ser pentelha, amor - Victória foi até o freezer e pegou algo para beber.
-- Amor se você não colocar limites, daqui a pouco elas vão trans*r em cima da mesa.
Victória olhou para as duas que estavam felizes, com um sorriso bobo na cara.
-- É, você tem razão. Controlem-se meninas.
-- Sorvete, sorvete - Bruna bateu sobre a mesa com a colher.
-- Cresce garota - Sabrina deu um tapa na cabeça dela.
-- Que horas o pessoal vai chegar, mana? - Bruna sentou no balcão da pia e ficou observando Priscilla encher as bandejas com salgadinhos.
-- Já devem estar chegando, maninha.
-- O que você achou do Pedroca da mamãe, mana?
-- Não sei ainda. Ele não abriu a boca para dizer um ai.
-- Sabrina, vamos investigar a vida dele? -- Bruna pulou do balcão e parou em frente a amiga.
-- Vamos. A operação vai se chamar Rio Angra - Sabrina já imaginava mil coisas mirabolantes.
-- Vão investigar coisa nenhuma - empurrou as duas - Vocês vão é levar essas bandejas lá para a sala. Podem dar o nome de: Operação Priscilla mãos de ferro. Entenderam né? - Levantou a mão, ameaçando dar um tapa.
-- Aiii... mana.
-- Vão... - Priscilla apontou para a porta - depois busquem mais bandejas.
-- Tá bom, tá bom.
As duas saíram da cozinha cada uma com uma bandeja na mão e colocaram sobre a mesa da sala.
-- Brina vamos buscar as outras.
-- Eu não. Mulher nenhuma manda em mim - sentou no sofá - Ela pode esperar os garçons que contratei.
-- Deixa a mana saber, que você falou isso - Bruna voltou para a cozinha.
Victória entrou na sala em uma elegância que chamou a atenção de Sabrina. Ela estava excepcionalmente linda naquele vestido simples porem elegante.
-- Caramba Vic. Se a sua intenção era de arrasar, pode ter certeza que conseguiu.
Victória somente sorriu.
-- Uau, essa mulher linda e maravilhosa, nunca vai me dar atenção! - Bruna colocou a bandeja sobre a mesa e beijou o pescoço de Victória.
-- Dou atenção e outras coisas também, meu amor - a puxou para um beijo.
Priscilla parou na porta da cozinha e ficou olhando para Sabrina.
-- Sabrina, está cansada?
-- Que susto Prí - colocou a mão no peito.
-- Ela disse que mulher nenhuma manda nela, mana - Bruna entregou a amiga.
-- O que você falou Sabrina?
Sabrina ficou muda e pálida.
-- Tem mais três bandejas para buscar. AGORA!!!
-- Pedindo assim com jeitinho, amor. Como dizer não? - Levantou e quando passou pela loira deu um cascudo na cabeça dela.
-- Aiiiiii... sua grossa! - Esfregou a mão na cabeça - Olha isso amor. Acabei de sair de um TCE. Depois eu esqueço de vocês, de novo, aí ficam chorando.
-- Sabrina... -- Victória saiu atrás dela.
Bruna ficou rindo da amiga. Agora ela iria apanhar.
A campainha tocou. Bruna correu para abrir a porta... e gritou:
-- Mãeeeeee... - abraçou Débora pela cintura - Entrem - saiu da frente para o casal passar.
Victória escutou vozes vindo da sala. Respirou fundo, esfregou as mãos. A morena sabia que mais dia menos dia isso iria acontecer. Esse encontro seria inevitável.
-- Vic - Priscilla a chamou de volta à realidade - Vai lá. A mamãe é uma pessoa maravilhosa. Se a Bruna te ama, ela vai fazer de tudo para te amar também. Se precisar da gente, estamos aqui.
Victória assentiu com a cabeça. Quando chegou na sala, Bruna correu até ela, pegou na sua mão e apertou entre a sua. Ela é uma fofa, mesmo.
-- Mãe, Pedro, essa aqui é a Victória, o amor da minha vida - apresentou-a a Débora como se elas não se conhecessem. Queria deixar as magoas enterradas no passado.
-- Olá Victória - Débora estendeu a mão.
-- Olá Débora - retribuiu o cumprimento.
-- Victória, esse é o meu namorado, Pedro.
Victória cumprimentou Pedro também com um aperto de mão.
-- Débora, Pedro, vamos sentar - Victória ia falar alguma coisa, mas se decidiu a permanecer em silêncio... deu um sorriso no canto da boca, pedindo uma pequena trégua. As duas tinham muito o que conversar, mas não era o momento.
Aos poucos os demais convidados começavam a chegar. O apartamento ficou cheio, pessoas para todos os lados.
-- Sabrina, eu acho que teremos superlotação - Bruna olhou ao redor e cruzou os braços - Será que você não convidou pessoas a mais que a capacidade do nosso apartamento?
-- Acho que eu exagerei - concordou - E o pior é que falta muita gente.
-- Não esquenta Brina. Qualquer coisa a gente libera os quartos.
-- Olha quem acabou de chegar, Bruna. Marcia, a menina da calcinha amarela.
-- Cara, até ela você convidou.
Victória aproximou-se por trás e falou no ouvido de Bruna.
-- Se você olhar mais uma vez para aquela menina, eu vou colocar a minha bombacha, se aprochegar e sentar o braço nela.
-- Credo amor. Quanta violência - Bruna virou rápida - Aquela alí é a Marcinha calcinha amarela, uma ex ficante da Brina.
-- É verdade Vic. A gente só estava fofocando - Sabrina sorriu disfarçada e cumprimentou Marcia com um aceno.
-- Posso saber porque Marcinha calcinha amarela?
-- Pode, amor -- Bruna deu um sorrisinho e continuou -- Essa maluca da Sabrina foi para um motel com a menina, sem querer guardou a calcinha da coitada na mochila e levou para a faculdade.
-- Eu sou maluca? Conta para ela o que você fez -- Sabrina colocou as mãos nos bolsos e encarou a garota.
-- O que você aprontou Bruna? -- Victória ria só de olhar para a cara de arteiras das duas.
-- Eu fui pegar um livro na mochila dela e encontrei a calcinha. Fiquei curiosa e peguei para dar uma olhada. Não teria acontecido nada se ela não tivesse puxado a calcinha da minha mão.
-- Ao invés dela soltar, ficou agarrada com a calcinha -- Sabrina mostrava com gestos -- A peça esticou tanto que quando ela soltou foi parar em cima da mesa do professor.
-- Vocês duas não prestam -- Victória ajeitou a gola da blusa da loira e afagou o seu rosto -- A Marga e a Sofia chegaram. Vamos falar com elas?
-- Vamos.
-- Eu vou tentar arrancar a Priscilla daquela cozinha. Hoje baixou o espirito da tia Anastácia nela.
A festa estava super animada. Depois de umas bebidas, o pessoal até arriscava alguns passos de dança em uma pista improvisada no canto da sala.
-- Débora você está Elegantérrrrrima -- Ricardo deu três beijinhos na doutora -- Nunca imaginei que morrer fosse lhe fazer tão bem.
-- Obrigada, Ric e você tem toda razão, nunca me senti tão disposta, tão viva.
Pedro viu Bruna sair em direção a cozinha. Talvez fosse a oportunidade que esperava para conversar com ela.
-- Débora, vou até a cozinha. A Bruninha está lá.
-- Boa sorte querido -- beijou o namorado com carinho e fez o sinal de figa com uma das mãos.
Quando Pedro entrou, Bruna estava sentada sobre o balcão da cozinha, com um pratinho de salgadinhos no colo.
-- Também quero um pratinho igual ao seu - Pedro encostou-se no balcão.
-- É só fazer. Tem alí - apontou para a mesa posta cheia de doces, salgadinhos e um bonito bolo.
Pedro não se importou com o corte que ela havia lhe dado. Estava decidido a conquistar a simpatia da caçula. Preparou um pratinho e encostou-se novamente no balcão.
-- Você gosta de jogar vídeo game? - Ele tentou puxar assunto.
-- Não.
-- Eu gosto. O meu jogo preferido é o Fifa 2014. Passo horas jogando.
Bruna não falou nada.
-- O meu time já ganhou até do Barcelona. De goleada ainda, três gols do Fred - falou e olhou para ver a reação dela.
-- O seu time é o Fluminense?
-- Lógico, e se você disser que torce para o Flamengo, não falo mais com você.
Bruna sorriu.
-- Qual outro jogo que você gosta?
Pedro pensou...pensou...
-- O motoqueiro fantasma.
-- Uau, esse é show - Bruna empolgou-se -- Os zumbis invadiram toda a cidade e o motoqueiro fantasma terá que destruir todos eles. O motoqueiro fantasma atraiu os zumbis para um beco e com ...
Pedro suspirou aliviado, não sabia nada sobre esse tal de motoqueiro fantasma.
A festa continuou animada, muita música, dança, além de aperitivos e bebidas. E assim foi até o final.
Mais ou menos três da manhã os convidados começaram a ir embora.
De tão cansada, Débora jogou-se no sofá e tirou as suas sandálias douradas de salto alto, gesto esse que foi imitado por Victória e Priscilla.
-- Coitado do Pedro, vejo pelo seu semblante, que ele não aguenta mais a Bruna - Sabrina levantou - Vou lá salvar ele.
Débora sorriu.
-- Estou muito feliz pelo Pedro ter conseguido conquistar a Bruna.
-- Convenhamos que isso não é muito difícil, né mãe. A Bruna se vende por um pote de sorvete.
-- Não fala assim de sua irmã, Priscilla - Débora não pôde deixar de rir.
Sabrina arrastou Bruna até o sofá.
-- Me solta Brina - puxou o braço livrando-se da amiga - Acredita mãe, que o Pedro contou cinco piadas e eu conhecia as cinco?
Coitado. Ele passou tanto tempo decorando as piadas. Pensou Débora.
-- Vem cá Pedro, senta aqui - Bruna mostrou o lugar no sofá ao lado de Débora.
-- Uma mulher chegou para o médico e falou:
-- Doutor, eu tenho um problema que me deixa muito constrangida e, por isso, desejo fazer uma operação plástica...
-- O que é?
-- Tenho os lábios vagin*is muito grandes e morro de vergonha.
-- Deixe-me examiná-la! Huuummm... bem... acho que, realmente, seria conveniente operar.
-- Mas, por favor, Doutor, eu quero sigilo absoluto. Isto é muito constrangedor!
Depois da operação, a paciente acorda da anestesia e vê ao seu lado, na cama três bonitas rosas vermelhas. Furiosa, ela telefona para o cirurgião:
-- Pô, Doutor! Eu lhe pedi sigilo absoluto! Ao acordar, já me deparo com três rosas... O senhor contou para alguém?!
-- Não, senhora! A primeira rosa fui eu quem deu, em agradecimento por me escolher como cirurgião; a segunda rosa, quem a ofereceu foi a enfermeira que me acompanhou na operação e simpatizou muito com a senhora...
-- E a terceira? ...
-- Foi de um rapaz que estava internado no Setor de Queimados, em agradecimento pelo par de orelhas novas que lhe foram implantadas!
Pedro riu muito, chegava a secar as lágrimas dos olhos.
-- Essa foi boa Bruninha.
-- O Pedro descobriu rápido que para agradar, era só rir das piadas dela - Sabrina falou próximo ao ouvido de Priscilla.
-- Mãe, agora que a maioria dos convidados já foram embora, conta para a gente como você conseguiu escapar com vida do acidente - Priscilla empurrou Sabrina para o sofá e sentou no colo dela - Estamos loucos para ouvir a história. Não é pessoal?
Todos que ainda estavam por alí, aproximaram-se ansiosos.
-- Vocês merecem saber, afinal de contas, muitos colaboraram nessa loucura - chamou todos para mais perto - Vou contar desde o momento do acidente.
As bebidas chegaram, Débora pegou a sua e provou-a de olhos fechados. Colocou devagar o copo sobre a mesa e olhou para todos ao redor.
-- Do acidente lembro-me de tudo, desde quando coloquei o pé no freio e esse não funcionou. Depois que o carro bateu na mureta de proteção da pista, ele capotou umas três vezes. As portas se abriram. A Bruna foi lançada para fora do carro porque estava sem o cinto de segurança. Ela havia acabado de desprende-lo, para pegar a mochila que estava no banco de trás.
Bebeu mais um pouco da bebida e continuou a narração.
-- Depois das capotagens, o carro parou no barranco e foi deslizando lentamente para dentro do rio. Posso garantir a vocês, que esse foi o momento mais terrível e angustiante da minha vida.
Todos estavam com os olhos fixos nela.
-- Não sei por quanto tempo lutei para abrir o cinto de segurança, era incapaz de ver devido à escuridão do local. Quando consegui, por fim me soltar, parte do carro já estava submerso. Pulei para fora e me agarrei ao mato rasteiro que cobria o barranco. Olhei para trás e com a ajuda da luz do luar, ainda consegui contemplar o carro desaparecendo nas águas escuras do rio assustador.
Débora olhou para Bruna com lágrimas nos olhos.
-- Naquele momento só pensava em minha filha, em como ela estava, se estava viva. Usei minhas últimas forças para me arrastar pelo barranco - olhou para Pedro como se pedisse ajuda para ele continuar.
-- Estava em casa assistindo televisão. Quando escutei o barulho, corri para a beira da estrada. Estava escuro, peguei uma lanterna e me aproximei. Haviam pedaços do carro espalhados por toda a pista. Cheguei na beira do barranco e não vi mais o carro, ele já havia afundado por completo. Fiquei parado analisando o rastro deixado no mato pelo automóvel. Estava assombrado com a possibilidade de as pessoas terem sido levadas junto com ele para o fundo do rio.
-- Quando vi a luz da lanterna comecei a gritar desesperada - Débora pegou na mão de Pedro e apertou bem forte.
-- Guiado pelos gritos dela a encontrei e a trouxe para um lugar seguro, longe do barranco. Ela chamava o tempo todo pela Bruna e pediu-me que a fosse procurar.
-- Estava desesperada - emocionou-se ao lembrar.
-- Quando a encontrei... - olhou por instantes nos olhos da loira e continuou - Achei que estivesse sem vida. Peguei o celular e chamei o socorro, que logo chegou e a levou para o hospital.
-- E a mamãe? - Bruna perguntou e todos perguntaram juntos, mesmo que em pensamento.
-- Apesar da minha insistência Débora não quis ir junto. Naquele momento não entendi a recusa, até desconfiei dela - sorriu - Achei que fosse uma criminosa.
-- Mas, mesmo assim esse anjo me levou para a sua casa e cuidou de mim - a médica falou apaixonada.
-- Era uma criminosa linda, valia a pena arriscar. Esse solteirão carente apaixonou-se na hora.
Todos fizeram um hóóó... em coro.
-- Porque agiu dessa maneira mamãe?
-- Meu plano não era de ficar tanto tempo fingindo-me de morta, mas os acontecimentos me levaram a isso. A Bruna estava mal no hospital e eu estava desconfiada que o acidente não fora ocasionado por uma falha mecânica e sim por uma sabotagem.
-- Tentativa de assassinato Débora? - Victória arregalou os olhos.
-- Sim Vic. Mas tínhamos que provar isso.
-- Precisávamos de tempo, então, fui até a delegacia e me apresentei como testemunha.
-- Pedro falou para o delegado Cicero que havia visto um corpo no rio com as minhas características.
-- No dia seguinte, eu e mais um comparsa roubamos o carro no ferro velho e colocamos no jardim da casa do delegado, com a intenção de incentiva-lo a iniciar uma investigação por assassinato.
-- Começamos então uma campanha de terror contra Nestor - Débora sorriu para Marga e Sofia.
-- Eu quase matei o doutor do coração - Marga deu uma gargalhada - Programava o aparelho de som para ligar sozinho, escrevia no espelho com batom, esborrifava o perfume que a doutora usava, pelo quarto.
Débora levantou, foi até Sofia e a abraçou.
-- Sequestramos a Sofia e a convencemos a juntar-se a nós. Precisávamos dela para impedir que, de alguma forma, Nestor prejudicasse o tratamento da Bruna.
-- Olha só que bela quadrilha - Sabrina sorriu - E eu com uns planinhos bobos.
Débora foi até Sabrina e também a abraçou.
-- Não foram bobos Sabrina, pelo contrário, foram ótimos. Aquele do carro mesmo, foi hilário. A frase que você usou no outdoor, foi usada por mim nas mensagens e nas ligações feitas por Pedro. Até o delegado Cicero entrou nessa.
-- Aquele lá, descobriu tudo rapidinho - Pedro levantou e foi até Bruna - Acredita que ele bateu em minha casa e pegou nós no flagra?
-- Sério?
-- Sério, Bruna. Ele não acreditou em meu depoimento. Quase estragou tudo. Tivemos sorte que ele é uma pessoa do bem. Sua mãe contou toda a situação e pediu um tempo até o dia da reunião. E ele deu.
-- Tudo o que fizemos, meus amigos, foi para ganharmos tempo da Bruna recuperar a memória. Sem a parte dela nas ações, Nestor continuaria presidente do Sontag - A médica abriu os braços, como se abraçasse a todos que estavam em volta - Ele com certeza alegaria incapacidade da filha em tomar qualquer decisão.
-- A Sabrina tem uns planos malucos mamãe, mas quase sempre dão certo. Essa viaje que eu e a Prí fizemos até Angra, por exemplo, foi como se eu assistisse um vídeo de minha vida - Bruna foi até a mãe e a abraçou chorando - Eu nunca estive tão perto de você como naquele dia. Te encontrei, te perdi e hoje, voltei a te encontrar. Nunca mais vamos nos perder mãe.
Priscilla juntou-se a elas para um abraço apertado. Abraço de mãe e filhas.
Próximo capítulo...
Bruna estava inconformada.
-- Pedro, você me enganou. Você é o pior jogador de Motoqueiro Fantasma que eu conheci até hoje...
Fim do capítulo
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