Capítulo 35
Os Anjos Vestem Branco - Capítulo 35
No Hospital Sontag quinze dias depois...
-- Eu não te entendo Nestor. O que está acontecendo? Vamos logo encerrar esse assunto antes que a Bruninha recupere a memória. É só marcar a data da reunião.
-- Por enquanto não. Antes disso preciso descobrir quem está por trás dessas mensagens. Preciso ter certeza que essa pessoa está blefando e não tem prova nenhuma contra mim.
-- Acho que você está dando importância demais a essas mensagens.
-- Não sei não. Ele sabe demais. Sabe das planilhas da Débora e também sabe tudo sobre o acidente. Prefiro não arriscar, Jeronimo.
Jeronimo é o advogado de Nestor há dez anos. Profissional hábil e experiente dificilmente perdia uma causa.
-- Não aguento mais essa situação. Estou tendo visões. Vejo a Débora em todos os lugares, o meu aparelho de som liga sozinho, as luzes piscam. A noite passada acordei com ela falando "Eu sei o que você fez", andei por todo o apartamento e não encontrei nada. Estou ficando maluco Jeronimo. Não tenho cabeça para mais nada.
-- Desse jeito você vai acabar se entregando. Esse delegado não é bobo Nestor. Estou estranhando ele ainda não ter aberto inquérito policial para investigar um possível homicídio.
-- Ele sabe que não encontrará prova alguma contra mim.
-- Alguns dias atrás ele passou uma tarde inteira conversando com o gerente de RH. Analisou documentos e registros de funcionários - olhou para o médico que parecia alheio a conversa -- Escutou Nestor?
O médico estava aparentemente perdido em seus próprios pensamentos... Ele não disse nada e continuou com o olhar perdido em direção ao celular, como se estivesse esperando uma ligação ou uma mensagem.
No calçadão do Leblon...
As meninas estavam sentadas em uma mesa de quiosque no calçadão da orla do Leblon. Era o dia de Bruna ficar com Priscilla, então resolveram dar uma volta pela praia, tomar água de coco e bater papo.
Bruna nesses últimos dias, havia apresentado uma resposta maravilhosa ao tratamento.
Ela obteve uma evolução significativa da marcha, boa coordenação, equilíbrio e demonstrando segurança na deambulação. Bruna conseguia realizar praticamente todas as atividades da vida diária.
-- Elas são namoradas? - Apontou para Priscilla que fazia carinhos no rosto de Sabrina.
-- São - Victória estendeu a mão e, sorrindo, passou os dedos de leve sobre a testa dela, afastando uma mecha de cabelos que insistia em cair - O que você acha da sua irmã namorar com a Sabrina?
-- Acho legal. A Sabrina é gente boa - tomava o sorvete calmamente.
-- E de nós duas Bruna? O que você acha?
Ela olhou para Victória e deu um sorrisinho sacana.
-- Você é muito linda... e gostosa.
Victória levantou uma sobrancelha, estranhando o comentário da garota.
-- E isso quer dizer o que?
-- Que eu tenho um gosto apuradíssimo para mulher e devo ser muito boa na arte de amar, para ter um monumento desse como namorada.
-- Bruna!
-- Falei besteira?
-- Não... direta demais - surpreendeu Bruna com um beijo rápido na boca.
-- Isso é gostoso. A gente podia fazer com mais frequência. Que tal?
Victória diminuiu a distância entre a sua boca e a de Bruna e falou dando uma mordidinha nos lábios dela.
-- Vou adorar -- sua voz saiu rouca e sensual.
-- Só se for agora - fez cara de safada.
Victória levantou.
-- Priscilla, estamos voltando para o apartamento.
-- Já? - Olhou para a cara das duas e sentiu um clima diferente no ar - Tudo bem. A gente vai ficar mais um pouco.
Victória estendeu a mão para a loirinha.
-- Vamos. No caminho a gente avisa a Sofia.
Victória e Bruna entraram no quarto aos beijos. Bruna estava ávida de desejo, não só pela boca dela, mas pelo corpo inteiro. Victória afastou-se um pouco e trancou a porta para garantir a privacidade delas.
Bruna a abraçou por trás, acariciava os seios da morena por cima do vestido. Victória fechou os olhos.
-- Que saudade...
Ela dizia "que saudade". Para Bruna era estranho. Não sentia saudade. Sentia desejo.
Adorava os toques dela, as palavras dela, o jeito com que ela a tratava. Realmente deveria ser apaixonada por ela. Porque ela era apaixonante.
Uma brisa gelada entrou pela janela e lhe fez sentir a espinha arrepiar-se, sentiu tesão com isso.
O perfume que Victória usava era delicioso, ela virou e beijou-a no rosto. Ela sabia ser sexy.
Bruna afastou as alcinhas do vestido lentamente, deslizando, até ficar caída sobre a lateral do braço. Beijou seu ombro e deu pequenas mordidas, logo em seguida o vestido escorregou pelo corpo da morena caindo ao chão, deixando-a vestida apenas com seus brincos e a correntinha que pertencia a Bruna.
Em pé, apoiada na parede do quarto, Bruna ainda enfrentava as sequelas do acidente, por várias vezes perdeu o equilíbrio. Virou a morena de costas novamente e abraçou-a forte, acariciando - lhe a cintura com a mão direita, enquanto que sua mão esquerda alisava - lhe os seios.
Louca de desejo Victória inclinava a cabeça para trás, para que entre os beijos que recebia no pescoço e na face, sua boca e sua língua viessem a encontrar-se com a boca de Bruna.
A loira a abraçava com força, acariciava ora a cintura, ora ambos os seios com as duas mãos.
Por fim, virou-se de frente para a morena, encostando ela contra a parede. Abaixou-se e começou a beijar cada centímetro de seu corpo. Começou a beijá-la no rosto e pescoço em seguida deu atenção aos seios, beijando e ch*pando-os com carinho e intensamente. As ch*padas mais fortes e as leves mordidas nos mamilos faziam com que Victória gem*sse de tanto tesão que sentia.
Bruna sentiu suas pernas fraquejarem. Victória percebeu e a segurou.
-- Tudo bem amor? - Perguntou preocupada.
-- Acho que minhas pernas não estão tão boas como pensei.
Victória abraçou-a pela cintura, levando-a devagar até a cama.
Aos poucos a morena foi deitando Bruna na cama, ela se ajeitou, apoiou o corpo e foi tirando a roupa devagar, jogando-a em um canto qualquer do quarto.
O sol que entrava pela janela ainda continuava iluminando aquele reencontro de almas.
Victória beijava a barriga da garota e com as mãos ao lado de sua cintura alisava de cima a baixo.
Bruna afagava-lhe os cabelos gem*ndo e mordendo os lábios.
A morena começou a beijar-lhe no rosto, depois o pescoço e por fim e novamente sua boca, beijos carinhosos e desejosos.
Bruna então começou a buscar o corpo dela com as mãos e sentiu que ela se excitava novamente. Mudou de posição deitando em cima dela, beijando-a da boca pelo corpo todo, novamente deixando-a louca de tesão ch*pando seus seios, lambendo e beijando.
Victória achava delicioso sentir aquela língua nos biquinhos de seus seios, pela barriga, sentir sua boca descendo...
Delicadamente, a loira passou a ponta da língua no seu clit*ris, e ficou fazendo movimentos, passando a língua levemente, de cima para baixo.
Victória se torceu de tesão, adorava aquilo quando lhe era feito com carinho. Bruna a sugava com vontade, ch*pava o grelinh* da morena com imenso prazer. Ela quase explodiu em um orgasmo em sua boca quando ela adentrou seu buraquinho vagin*l com uma língua quente e macia que brincava dentro dela. Victória suava e sua respiração era ofegante. Com os olhos fechados, delirava com aquele momento que a consumia em seus desejos de paixão e amor. Com a mão em seu cabelo, puxando-o, forçando sua boca em seu sex*, ela dava rebol*das lenta.
Bruna a penetrou com o dedo médio da mão direita até que sentisse que este batia no fundo e intensificou os movimentos de vai e vem enquanto apreciava os lábios e a boca da mesma gem*ndo de prazer.
-- Eu vou goz*r amor...
Ao ouvir a morena falar, Bruna penetra dois dedos, a sensação faz Victória soltar gemidos altos, ela os retira lentamente e o penetra rapidamente, e permaneceu nesse ritmo gostoso por algum tempo. Quando sentiu que ela estava chegando ao orgasmo, acelerou o ritmo de seus dedos, e aumentou sua força. Ela gritou de prazer.
-- Bruna... -- sussurrou seu nome, e então sem aguentar mais chegou ao orgasmo.
Victória passou uma das mãos por trás da cabeça da garota e a beijou com volúpia, deixando que sua língua buscasse o mais fundo que conseguia. Afastou-se ficando frente a ela, encarou-a nos olhos, aqueles olhos verdes tão intensos e profundos a prendiam, deixavam-na maluca.
-- Também te quero. Te quero todinha para mim -- girou o corpo devagar, ficando por cima dela.
Não se fez de tímida, sabia aonde ela gostava de carinhos, conhecia todos os caminhos do seu corpo. Beijou-a novamente, amava beijá-la acima de qualquer coisa.
Victória desceu beijando seu pescoço e ambas de olhos fechados apenas sentiam seus toques. Ela a penetrou carinhosamente com um dos dedos da mão direita e Bruna, por sua vez, praticamente implorava por seus lábios e sua língua quente e molhada. Fazia diversos movimentos de vai e vem ritmadamente nela, começando devagar e aumentando seu ritmo.
-- Estou quase goz*ndo, Vic -- disse ela em seu ouvido, seguido de um gemido. Goz*ram juntas.
Bruna olhou para ela com aquela carinha safada e um sorriso malicioso de menina.
Ela então a segurou pelos cabelos com força e com carinho ao mesmo tempo, selvagem e com desejo e a puxou para si e a presenteou com um beijo de língua molhado. Deixou que seu corpo se relaxasse na cama, enquanto a loira se aproximou e beijou-lhe a boca devagar.
Ela realmente estava hoje ainda mais ousada, Bruna estava diferente, mas não menos carinhosa como antes. Sentiu falta do "eu te amo", achou normal, pois imaginava a confusão de sentimentos pelo qual ela passava.
Victória recostou sua cabeça no peito dela e suspirou de olhos fechados, sentira tanto a falta dela, desse aconchego em seus braços, dos beijos em sua cabeça.
-- Meu pai quer que eu vá passar uns dias na Alemanha, com meu avô...
Victória levou um susto e sentou na cama.
-- Como assim? Ele não pode fazer isso. Você ainda não está totalmente recuperada. Precisa de nós. Mal consegue andar sozinha... - desandou a falar nervosa.
Bruna apenas sorria.
-- Quando a Priscilla souber vai dar um chilique. E o seu tratamento como vai ficar? A sua residência? E...
-- E? - Perguntou com jeito moleque.
-- E eu Brú? Como fico? Eu te amo. Sábia?
-- Você nem esperou eu terminar de falar - puxou-a novamente para deitar na cama - Vou falar novamente: Meu pai quer que eu vá passar uns dias na Alemanha, com meu avô. Mas eu não vou Vic, eu não conseguiria ficar longe de você. Não sei se é amor. É muito cedo para dizer isso. Mas de uma coisa eu tenho certeza, o que eu sinto por você, é algo muito forte, muito grande, e melhor de tudo, é saber que você também sente o mesmo por mim, e que nós duas estamos compartilhando sentimentos maravilhosos, como a cumplicidade, a compreensão, a amizade, que são sem dúvida, sentimentos lindos.
Victória deixou uma lagrima escapar de seus olhos ...
-- Te amo muito. Se você não existisse eu te inventaria só para mim - passou a mão pelo rosto secando-o - O que você tem aí?
-- É um diário - mostrou um gravador de mão.
-- Você estava gravando?
-- É para armazenar informações. A Sabrina que mandou.
-- A Sabrina que mandou? Depois você mostra para ela?
-- Mostro.
-- Hum, entendi. Ela deve rir muito. Não é mesmo?
-- Muito.
Uma semana depois...
-- Agenda a reunião Jeronimo - Nestor entrou na sala do advogado falando alto - Se não me denunciaram até agora é porque não possuem nenhuma prova contra mim. Débora, com certeza, levou com ela para o fundo do mar tudo o que poderia me incriminar.
-- Esperamos demais - o advogado levantou e foi até o armário pegar alguns documentos.
-- É verdade. A Bruna, hoje pela manhã, me perguntou se eu não estourava mais champanhe quando salvava uma vida?
-- Ela está começando a lembrar, Nestor. Temos que fazer a convocação o mais rápido possível. Depois que você for reempossado, não haverá mais problema. Segundo as normas interna do hospital, elas só poderão voltar a disputar a presidência com você, daqui a quatro anos.
-- Minha mãe inventou isso só para me provocar.
-- Não. Ela fez isso para evitar o comodismo e que alguém incompetente ficasse por mais de quatro anos no poder. Foi uma excelente ideia.
Nestor deu uma gargalhada debochada.
-- Ainda bem que sou muito competente.
No apartamento de Victória.
-- Se eu fosse você contava tudo para ela, antes que outra pessoa o faça, Vic.
-- A reação dela vai ser a mesma da primeira vez, Priscilla.
-- Da primeira vez ela descobriu da pior maneira possível e você está correndo o mesmo risco novamente. Escuta o que estou falando. Vai que um bocudo chegue para ela e diga: Á sua namorada é a Victória, Bruninha? A ex amante do seu pai? - Priscilla jogou-se no sofá, mas levantou rápido quando percebeu que havia sentado em cima de algo - O que é isso?
-- Me dá aqui - pulou e tentou pegar o objeto da mão de Priscilla - É o gravador da Brú.
-- O que tem gravado? - Correu para longe com o gravador na mão.
-- É o diário dela...devolve - estendeu a mão.
Priscilla a olhou com cara de safada.
-- Deve ser muito interessante...
-- Priscilla, não...
Em um quiosque no calçadão do Leblon...
-- A gente era uma dupla incrível Bruninha. Pegadoras que só.
-- Sério?
-- Sério. Eu pegava bem mais. Lógico. Tinha noite que eu pegava umas três, tudo mulherão.
Sofia levantou fazendo uma careta.
-- Bruninha vou dar uma volta pela praia, já volto. E você - apontou para Sabrina - Estou de olho. Cuida dela.
Sabrina bateu continência.
-- Deixa comigo.
Sofia sacudiu a cabeça e saiu.
-- E a mana, Brina? O que achava disso?
-- Vivia chorando pelos cantos. Eu não sabia que ela me amava, por isso não dava importância. Mulher é como laranja: a gente descasca e ch*pa.
-- Poxa, você é muito cruel, Sabrina.
-- Eu sou mesmo. Não nego. E você, não está a fim de relembrar os velhos tempos? Sair para pegar umas garotas gostosas.
-- Mal estou dando conta da Victória - sorriu - E tem outra a Vic é muito mais que gostosa. Ela é linda, carinhosa, amiga. Vou querer outra para que? - Olhou para o mar - Vou contar tudo para a mana - falou sem tirar os olhos do azul infinito.
Sabrina gelou, congelou, depois derreteu.
-- Estava brincando, sua estupradora de Barbie.
-- Não sei não. Você tem cara de sem vergonha.
-- Não diga isso nem brincando. A Priscilla me dá um pontapé na bunda, na hora.
-- Olha, olha, Brina. Besta é coco, que dá leite sem ter peito.
A semana foi chuvosa e fria no Rio de Janeiro. As praias estavam vazias, praticamente desertas. O calçadão do Leblon também estava vazio, poucas pessoas se aventuravam em sair para caminhar ou praticar algum tipo de esporte.
Priscilla abriu a porta para Dulce entrar.
-- Bom dia. Tenho novidades - entrou falando.
-- Bom dia, Dulce. Espero que sejam boas.
-- Péssimas, Priscilla - sentou no sofá e retirou alguns papéis de dentro da bolsa - O advogado do Nestor agendou a data da próxima reunião de diretoria. Dessa vez não temos saída - falou com pesar - Já pedimos o adiamento por três vezes.
-- Quer dizer que vamos entregar a presidência de mão beijada para o papai, não é mesmo?
Dulce somente olhou para Priscilla. Falar o que?
Priscilla assinou todos os documentos que Dulce havia levado para ela. Depois disso a advogada despediu-se e foi embora.
Victória entrou na sala e sentou ao lado da amiga e cunhada.
-- Não pude deixar de ouvir a conversa.
-- Era o sonho da minha mãe, Vic - abaixou a cabeça. Estava triste - Pena que tudo deu errado. Não sou tão forte quanto ela era. Infelizmente meu pai não teve um adversário à altura.
-- Vocês... - Victória foi interrompida pela campainha - Vou atender, depois continuamos - olhou no olho mágico e sorriu.
Assim que abriu a porta, Bruna entrou acompanhada por Sofia. Estava com cara de brava. Primeiro olhou para Priscilla, depois para Victória.
-- Você era amante do meu pai?
Fim do capítulo
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