Mel havia traçado todo plano. Ousado. Mas o único jeito era arriscar tudo, não teriam outra oportunidade. O sol já ganhava sua força.

- E agora! Mel Ordenou e todos seguiram seu caminho para o plano que consequentemente se desse certo traria de volta as suas vidas roubadas de uma forma tão cruel. Está certo que voltaria faltando alguns pedaços, porém voltaria.

O plano era rodear a cidade e pegar todos desprevenidos, já que com certeza achava que ela atacaria a noite. Mas o elemento surpresa seria o oposto do que eles pensavam. E assim foi feito como cobras a se aproximar de sua presa, os índios e amigos de Mel se camuflavam em meio a densa floresta que rodeava Sant Luis. Esperando somente uma ordem de Mel que foi bem além dos limites da cidade. O objetivo maior dela naquele momento era resgatar seu amor. Precisava coloca –lá em segurança antes de atacarem. Não se perdoaria se algo acontecesse com ela. Fez sinal para Jose que a seguia de perto. Já se encontravam dentro da cidade escondidos entre as casas.

- Vá e encontre os outros. Ordenou ela. –Tome cuidado e quando estiver com eles a salvo me dê o sinal.

- Ok Mel. Respondeu saindo quase se arrastando para não ser visto. Precisava chegar na delegacia aonde certamente os seus amigos estavam presos.

Mel viu ele se afastar e continuou seu caminho. Deduzia que Julia só poderia estar em seu quarto no hotel. Caminhou até perto e viu vários homens guardando o lugar. Sorriu. Certamente ela estava lá ou não teria tantos guardando o lugar. Olhou em volta tentando pensar em uma forma de entrar. Mas seu coração gelou ao sentir o cano frio de uma arma em sua cabeça. Droga!

   - Como ousar entrar em minha sala sem ser convidado! Gritava o prefeito sem ao menos levantar de sua cadeira.

Linhares olhou para o homem com desprezo.

-Guardas! Guardas! Gritava o prefeito fazendo um esforço descomunal para se levantar.

- Não perca seu tempo Prefeito. Linhares falava com o sorriso sínico nos lábios.

- O que faz aqui, fiquei sabendo que você tomou um vilarejo e matou as pessoas e ainda fez eles de reféns.

- Sim e pretendo tomar também Sant Luís.

- Isso nunca permitirei. Falava o homem que suava nervoso por todos os poros de seu corpo.

Linhares Riu alto.

- Com qual exército pretende me impedir? Linhares tinha uma faca na mão e limpava as unhas encostado no batente da porta da sala, parou e olhou para o sujeito que aquela hora já mostrava o pavor em seus olhos. Linhares ri diabólico. Aproximou devagar e enfiou a faca na barriga do prefeito que soltou um uivo de dor. Linhares puxou a faca enquanto o sujeito caia no chão banhando –se com o próprio sangue que jorrava sem parar.Linhares limpou a faca no corpo do prefeito que ainda agonizava.

- Mal..mal-dito!!

 Linhares viu o homem dar seu ultimo suspiro.

- Como matar um porco! Gargalhava. Passou por cima do corpo desfalecido e sentou na cadeira que outrora pertencia ao prefeito. - Mais uma etapa do meu plano concluído, agora essa cidade está em minhas mãos e serei o senhor supremo de tudo, e todo ouro que esta cidade esconde será meu. E você minha querida Julia será minha primeira dama. Riu alto não poderia estar mais satisfeito.- Guardas! Chamou e logo apareceram dois soldados uniformizados.- Tirem essa porcaria daqui. Ordenou ele se referindo ao moribundo.

Os soldados se olharam.

- Estão surdos? Perguntou ele aos subordinados.

Imediatamente os dois com muito esforço arrastaram o corpo para fora do gabinete da prefeitura deixando um rastro de sangue.

- Ernesto Gritou.- Onde se meteu esse idiota.

Mas quem entra não foi Ernesto, mas a última pessoa que Linhares esperava ver.

- O que está fazendo aqui? Perguntou levantando e pegando a arma que estava na cintura e apontando para a pessoa.

   Julia estava em quieta já não aguentava mais ficar naquele quarto trancada sem poder fazer nada. Olhava pela pequena fresta da janela e vi tudo como antes. Será que Mel tinha desistido dela? Sentiu seus olhos arderem.  Respirou fundo não era hora de ficar sentimental. Tinha que achar um jeito de sair dali o quanto antes. Linhares estava a dias sem vir, mas uma hora ela apareceria e aí sim estaria em sérios problemas porque não teria como correr dele ali.

Iria colocar seu plano em ação. Respirou fundo mais uma vez e preparou tudo. Bateu na porta chamando os guardas. Se posicionou e quando o primeiro entrou derrubou o vaso com toda força na cabeça do soldado que caiu desmaiado. Julia num salto apanhou a espingarda dele e apontou para o segundo que vinha logo atrás.

- E melhor ficar aonde está ou estouro a sua cabeça. Ordenou e viu o homem levantar as mãos.- Aproximou e falou com ódio. – Como ousa prender um superior. Sentia-se traída por seus homens.

O Soldado nada disse apenas deu um sorriso sínico. Julia furiosa deu uma coronhada desacordando o subordinado.

- Não tenho tempo a perder com idiotas. Vamos Linhares agora estamos na mesma vantagem. Falou ela pegando a pistola e colocando na cintura. Saiu e encontrando dois mercenários que com habilidade derrubou os dois. Não venderia assim tão barato sua liberdade. Acertaria suas contas com Linhares e procuraria Mel e mostraria que não teve nada haver com o que aconteceu ao povoado.

Fim do capítulo