Anglus cavalgava lentamente por entre as rochas até chegar a uma planície. Mel Parou o animal olhou encima de uma montanha logo a sua frente. Viu subir fumaças brancas. Era o sinal que precisava. Esporou Anglus que saiu em disparada na direção do lugar que vinha a fumaça. Chegou devagar viu a longe lado a lado, montados em seus cavalos malhados os índios guerreiros de uma tribo lendária. Parou a uma distância confiável. Eles eram perigosos, mas eram sua única chance.

Um dos índios tomou a frente do grupo, parecia ser o chefe deles. Mel sorriu vendo o homem se aproximar.

- A que devo a honra menina do sol. Perguntou ele parando de frente a Mel.

- Vim pedir ajuda. Falou Mel

- Hum ..  Pensei que vocês homens brancos soubessem resolver seus problemas. Ele sorria irônico.

- Nem sempre.

- O que você quer de nós? Perguntou ele.

- Destruíram o vilarejo e mataram meus amigos, levando a mulher que amo, ela corre perigo e farei de tudo para resgata lá. Mel falava impaciente não tinha muito tempo.

- Inclusive cobrar uma dívida.

Mel apenas assistiu.

O chefe circulou Mel com seu cavalo parando do lado dela de frente aos outros.

- Pois bem menina do sol, temos uma dívida com você pois salvaste nossa tribo então como podemos ajuda –lá.

Mel sorriu.

- A quanto tempo vocês não vão a uma batalha?

Viu o rosto do homem moreno se abrir em um sorriso que parecia rasgar- lhe a face. Ele caminhou para perto do grupo que aguardava e falou algo em seu dialeto. E Mel viu uma algazarra se formar e som típicos serem ouvidos. Agora sim estava na mesma vantagem.

“ Aguenta amor, já estou chegando” Pensou Mel saindo em disparada sendo acompanhada pelo grupo grande.

   Jose aguardava Mel na entrada de Sant Luís, em meio a floresta densa. Aguçou os ouvidos quando algo se movimentou entre a escuridão da floresta, se armou quando ouviu a voz tão familiar.

- Acalme- se homem! Falou Mel surgindo encima de Anglus.

- Mel onde esteve?

- Como havia falado fui buscar ajuda. Respondeu ela descendo de Anglus.

- Não entendo que poderia nos ajudar Mel. Questionou Jose.

Mel apenas abriu um sorriso, em quanto via a boca do amigo se abrir ao ver a pequena multidão de indo que se formava bem atrás dela.

- Nosso exército! Falou Mel

Nesse momento o chefe deles chega perto de Mel.

- Iremos descansar um pouco, precisamos traçar um plano para tomarmos Sant Luís.

Nesse momento ela se abaixa sendo seguida pelos dois homens e pega um graveto e começa a desenhar no chão mostrando para eles o que ela queria.

   Julia não aguentava mais ficar naquele quarto a espera de qualquer coisa. Já tinha feito de tudo, mas não conseguia fugir, estava bem vigiada. Olhou mais uma vez pela janela, havia homens para todos os lados soldados e mercenários, como seus comandados podiam estar contra ela? Julia respirou fundo. Sentiu o corpo e a mente cansada. Onde estaria Mel? Porque não veio busca-la daquele inferno. O barulho da porta a tirou de seus pensamentos. Correu para perto da janela, não iria sem antes lutar. Se pôs em defesa e para seu alivio viu Ernesto entrar com uma bandeja de comida.

- Boa noite Xerife! Cumprimentou ele deixando a bandeja no criado mudo.

- Não vejo nada de bom, vocês estão do lado de Linhares.

- Sinto muito senhora, mas dadas as circunstâncias não tivemos outra escolha. Falou o cabo.

Julia respirou fundo sabia que com certeza Linhares havia usado seus meios para que os soldados lhe obedecessem.

- Tudo bem. Falou ela largando a estatua que havia pego para se defender.

- Trouxe algo para que possa comer. Falou ele apontando a bandeja.

- Não comer nada, só quero sair daqui e ir atrás da Mel.

- E mas tem que se alimentar ou como correra até ela. Olhou para ele de clarão fazendo que o rapaz se arrependesse da brincadeira.- Me desculpe Xerife, mas preso por sua saúde, e em parte estou certo pois não terá força para lutar se assim for necessário.

Julia olhou para o rapaz, desde início havia se simpatizado com ele, e sabiaque ali estava um forte aliada.

- Tudo bem Ernesto vou comer pois acho que estas com razão. Sentou e passou a devorar com gosto a comida, percebendo então que estava faminta.

- Vou deixa-la, mas volto para recolher a bandeja.

Julia apenas assistiu. Tinha um amigo que poderia contar. Sorriu e voltou a comer.

    Mel estava no topo da colina, o vento frio da noite brincava com seu cabelo. Olhava para Cidade de Sant Luís imaginando como Julia estaria. Não queria imaginar que Linhares tenha lhe tocado, machucado. Sentia um desespero. Tinha vontade de ir até lá e busca-la ter que esperar era uma tortura.

- Nem pense nisso Mel. Falou Jose se aproximando.- temos um plano e se for realizado com sucesso logo Julia estará de novo com você.

- Não vejo a hora de te- lá em meus braços, pedir perdão por ter duvidado dela. Falou Mel com voz embargada.

- Todos nós estamos com os nervos abalados, perdemos muito Mel, aqueles homens que esta ali. Falou apontando para o grande grupo que estava em volta de uma fogueira.- Eles acreditam em você, acreditam que possa dar a eles a vingança que tanto desejam.

Mel respirou ainda olhava para a cidade, mas absorvia todas as palavras de seu amigo.

- Vou dar a eles isso, mas vou dar a mim mesma a satisfação de matar Linhares.

Jose assistiu.

- Eu quero Gustavo Mel. Ela olhou para ele viu dor em seus olhos. – Quero vingar minha esposa e depois voltar para dar a ela um enterro digno. Lagrimas caiam de seus olhos. Mel colocou a mão no ombro do amigo.

- Eu prometo que hoje terá sua honra lavada meu amigo.

Jose lhe sorriu entre as lágrimas.

- Eu sei que vai Mel!

Mel colocou o chapéu e falou indo em direção aos homens.

- Vamos esta amanhecendo está na hora deles nos devolverem o que é nosso. Mel montou em Anglus e saiu em direção ao grupo que vendo a movimentação da loira, sabiam que havia chegado o momento que tanto aguardavam.

Fim do capítulo