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Simplesmente Aconteceu - 1ª Temporada por Cris Lane

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Palavras: 4423
Acessos: 3966   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 28

Dezembro abre suas portas com um inverno rigoroso em Boston, e o verão contemplando o seu calor no Rio de Janeiro. 

 

O contraste dos casacos e sobretudos das ruas de Massachussets e os biquínis e corpos bronzeados sendo exibidos pelo calçadão no Rio ditam o ritmo de Adriana e Ana Paula.

 

Final de semestre e consequentemente final de curso para Viviane e Adriana, as amigas apresentaram suas teses para as bancas julgadoras, e encerravam o MBA com o tão sonhado diploma de Harvard, Viviane conseguiu nota suficiente para se formar com a ajuda preciosa de Adriana, a morena por sua vez, conseguiu a nota máxima da banca da melhor universidade do mundo, carimbando o seu passaporte para o mestrado com honras e glórias indicada pelo seu orientador. 

 

De malas prontas, as duas amigas se preparavam para voltar ao Brasil depois de quase um ano longe de casa. Viviane viajaria para São Paulo para passar as festas de fim de ano com a família e em janeiro viajaria para o Rio para conhecer Paula e se instalar no apartamento dela para trabalhar no escritório. Adriana deixaria o apartamento alugado por mais um ano e Viviane vai dividir o apartamento com Paula. Alessandra ainda estava trabalhando no escritório esperando a chegada das amigas.

 

Lívia contou para Ana Paula que acertaria mais um ano de locação do apartamento, o que deu certeza para a advogada que Adriana não voltaria mais dos Estados Unidos. Reforçando assim, sua decisão de aceitar o pedido de namoro de Lívia, mas não conversou com a professora, esperou que ela perguntasse novamente, enquanto isso não acontecia, continuavam se encontrando sem compromisso.

 

Aos quinze dias de dezembro, Adriana desembarcava no Rio de Janeiro, sua terra, já sentiu a mudança climática na descida do avião, o que a fez abrir um enorme sorriso. Paula já estava no saguão esperando por ela, ansiosa por encontrar sua amiga.

 

Ao avistar Paula no saguão do aeroporto segurando Pitty ela correu na direção da amiga e largou as duas malas no chão. Paula estava abatida, mais magra, percebia-se sua tristeza no olhar.

 

-- Paulinha! Até Pitty veio. – abraçava a amiga –

 

-- Claro! Eu fiquei com pena de deixar a bichinha em casa.

 

-- Você é tudo de bom. – beijava a amiga –

 

-- Que bom que você está aqui. – olhava para a amiga –

 

-- Eu também estou feliz em estar em casa. – fez um carinho em seu rosto -- Vamos? Eu estou morrendo de vontade de comer arroz e feijão.

 

-- Vamos que tem almoço pronto em casa.

 

As duas amigas foram para casa, o que Adriana não sabia era que Paula preparou uma recepção em seu apartamento para receber a amiga, estavam aguardando por ela, Felipe e Luana, Alessandra e mais três amigas da época da faculdade.

 

Quando chegaram ao apartamento e ela abriu a porta, Adriana levou um susto com o sonoro grito de surpresa.

 

-- SUSPRESA!

 

-- Gente, que coisa boa, Felipe, quantas saudades! – abraçou o irmão –

 

-- Drica, senti tantas saudades, me abraça, e esse pé ai? – apertava a irmã –

 

-- Nossa Felipe, me larga, eu não consigo respirar.

 

Adriana cumprimentou as amigas, e a cunhada e chegou até Alessandra.

 

-- Ale, não imaginei que te encontraria aqui.

 

-- Nem eu. – seu olhar era triste –

 

-- Mas que bom que você veio me ver. – abraçou a amiga bem forte –

 

-- Você trouxe as coisas que eu te pedi? – referia-se aos eletrônicos –

 

-- Ai Ale, só você mesmo. Eu trouxe sim. – ela abriu um sorriso mais animado --

 

Depois de acomodar as malas no quarto de hóspedes, Adriana voltou para a sala e todos almoçaram juntos, Adriana contava as aventuras com Viviane, e todos riam muito com as tiradas da ruiva, Alessandra que costuma falar muito estava quieta, na dela, apenas observando a movimentação das pessoas, Paula não conseguia desviar o olhar da ex mulher, Adriana percebeu a troca de olhares entre as duas e viu que ainda existia amor naqueles corações, e mesmo magoadas elas não se desprendiam, Paula não precisava ter recebido Alessandra para aquele almoço, mas abriu a porta da sua casa para a mulher que ainda habitava em seus sentimentos. Drica resolveu ajudar as amigas a se acertarem.

 

No final da tarde, os amigos já estavam se despedindo e Adriana pediu para Alessandra ficar mais um pouco.

 

 

-- Ale, você pode esperar um pouco? Eu queria conversar com você.

 

-- meio sem graça -- Posso, se não for incomodar. – olhava para Paula –

 

-- Não incomoda. – Paula respondeu –

 

Ela permaneceu na sala e sentou no sofá, esperando pela amiga, Adriana levou todos até a porta e voltou depois de se despedir, encontrou Paula em pé na porta da cozinha e Alessandra sentada no sofá. 

 

-- Ai, gente eu estou morta! – Adriana dizia – Vocês agora podem fazer o favor de conversar e se acertar, porque eu não aguento mais ver vocês duas assim, podem quebrar o apartamento inteiro que eu vou tomar um banho e dormir.

 

-- Espera ai, como assim? – Paula cruzou os braços –

 

-- Isso mesmo, senta lá do lado da sua mulher e conversem.

 

-- Adriana.

 

-- Paula vem cá. – segurou a amiga pela mão e a levou para o sofá –

 

Paula olhava para Alessandra que permanecia de cabeça baixa.

 

-- Vocês se amam, Alessandra olha para sua esposa  -- ela levantou a cabeça -- e fala para ela como você se sente, abre o seu coração, mostra para ela que você pode reconquistar a confiança dela. Seja você. Agora, não se esqueça que você pisou feio na bola.

 

Alessandra olhou para a amiga, e depois desviou o olhar para Paula, uma lágrima teimou em cair de seus olhos.

 

-- Paula, olha para sua mulher e se permita abrir o seu coração de novo, fala com ela o quanto você está magoada, mas que ela é a mulher da sua vida, é ela que você escolheu para viver com você.

 

Adriana se preparou para sair da sala, mas antes virou para as amigas e ainda deu outro conselho.

 

-- Meninas, hoje é o dia da vida de vocês, se acertem, ou vocês voltam de uma vez, ou acertem a separação e o destino da sociedade. O que vocês fizerem eu acato. E não se esqueçam que as escolhas são baseadas em suposições, sempre deixamos um lado para ficar com o outro, escolham muito bem o que vocês querem fazer, para não se arrepender depois.

 

Saiu deixando as duas na sala sozinhas para conversarem. Tomou seu banho e foi para o quarto descansar e desfazer as malas.

 

Na sala, Alessandra abria o seu coração para Paula que chorava ao ouvir o relato da esposa, via sinceridade em suas palavras, e estava sofrendo demais a sua falta, era uma saudade imensa que invadia o peito das duas mulheres.

 

-- Paula, eu sei que eu errei com você, eu fui uma idiota, uma canalha, uma grande filha da puta, eu sei que eu fui ingrata, e trai a sua confiança, desrespeitei você e nossa casa, mas eu juro que se eu pudesse voltar no tempo eu mudaria tudo de errado que eu fiz.

 

-- Alessandra, como você quer que eu acredite em você, não foi uma vez, ou um deslize, foram meses mentindo para mim, inventou um curso que não existiu, para se encontrar com outra mulher, como você acha que eu estou me sentindo? – lágrimas escorriam pelo seu rosto –

 

-- Eu sinto muito meu amor, eu fui uma otária, me deixei levar por um ideal, uma história do passado que está custando o meu presente e o meu futuro. Eu juro para você que eu não me encontrei mais com ela, já tem quase dois meses.

 

-- Eu ainda não consigo entender. Não consigo aceitar. Você não podia ter feito isso comigo. – Paula levantou do sofá e caminhou até a janela –

 

Alessandra levantou e foi atrás, hesitou um pouco, mas colocou a mão no ombro da esposa, na esperança de Paula não desviar.

 

-- Eu sei que será difícil, e eu peço mil perdões, mas volta para mim, Paula eu te amo, amo muito, eu não sei viver sem você. – chorava –

 

Paula permanecia parada olhando pela janela, pensava no que fazer, seu coração estava batendo tão forte que achava que ele sairia pela boca quando tentasse falar qualquer coisa. Sentia o contato de Alessandra, o que ligava os seus sentidos, estava com saudades.

 

Paula virou e olhou no fundo dos olhos azuis de Alessandra, vermelhos por chorar, ela fez um carinho no rosto da esposa e segurou sua mão, ambas usavam ainda suas alianças, não tiveram coragem de tirar do dedo. Respirou fundo e resolveu falar.

 

-- Ale, eu te amo demais, mas eu estou muito magoada com você, eu aceito suas desculpas, mas eu tenho regras para que isso funcione.

 

-- Tudo o que você quiser meu amor.

 

-- Eu te aceito de volta, mas por enquanto não quero voltar a morar com você, nós voltamos a namorar, eu aqui e você onde você está morando.

 

-- Entendi. Algum dia você será capaz de me perdoar?

 

-- Eu não sei, eu vou te dar uma chance, mas você tem que conquistar minha confiança novamente Ale, e isso não vai ser fácil.

 

As duas se abraçaram, e um beijo selou a reconciliação, corpos colados, saudosos, o beijo evoluiu para uma intensidade maior e ali mesmo no sofá da sala, as duas se amaram como se fosse a primeira vez, era muita saudade acumulada, corpos cheios de desejos, a libido exalando pelos poros. Terminaram a noite no quarto, 

 

Adriana estava tão cansada que dormiu até a manhã seguinte, alheia ao clima de reconciliação que houve no apartamento, levantou cedo para tomar café e aproveitar o dia de verão que ela tanto sentiu falta.

 

Ao sair do quarto de hóspedes, viu o caminho de roupas que estavam dispostas no sofá e no corredor. A morena abriu um sorriso maroto ao perceber que sua investida deu certo, e que as meninas tinham se acertado. Finalmente acabou o chororô.

 

Entrou na cozinha, colocou um café para passar, achou um suco na geladeira de Paula, preparou um sanduiche e sentou na rede da sacada do apartamento para tomar café da manhã. Contemplava o nascer do sol enquanto pensava no que lhe aguardava esses dois meses que ficaria no Brasil até voltar para Harvard. Pensou em procurar Ana Paula, mas recuou, se resolvera esquecer a loira, ela deveria manter distância. 

 

Perdida em seus pensamentos, não percebeu a chegada de Paula, que vinha com uma xícara de café nas mãos. Sentou ao lado da amiga na rede e mirou o horizonte como Drica fazia. Depois de alguns minutos de silêncio, ela resolveu falar.

 

-- Obrigada.

 

-- Sempre que você precisar. – um sorriso se desenhou --

 

Paula se aconchegou no ombro da amiga e continuava mirando o nascer do sol.

 

-- A noite foi boa hein! Roupas pelo apartamento inteiro. – Drica começou a implicar –

 

-- Pode parar, eu sabia que ia ter piadinha. – ria –

 

-- Eu não posso deixar passar. Mas falando sério, vocês se acertaram, ou isso foi sex* para curar a saudade? – bebeu um gole do suco --

 

-- Nos acertamos. – bebeu um gole do café – Nossa está quente!

 

Paula relatou a conversa que teve com Alessandra. As condições expostas por ela e aceitas pela esposa, que agora era namorada. 

 

-- Você rebaixou a Alessandra? – ria –

 

-- Se você coloca dessa forma. – riu também – Não foi rebaixamento, mas um escudo, passamos as alianças para a mão direita e quando eu sentir segurança nela novamente eu volto a pensar em casamento.

 

-- Eu entendo você, e até concordo com o que você fez, se você se sente melhor assim, faz dessa forma.—terminou de beber o suco --

 

-- Amiga eu senti muito a sua falta, se você estivesse aqui eu não demoraria tanto para dar esse passo.

 

-- Não Paulinha, eu só fui uma ponte, mas você precisava desse tempo para pensar, o fato de Ale estar aqui ontem, me deu total segurança que você queria fazer as pazes, só estava sem coragem. – colocou o copo no chão --

 

-- É, eu acho que você deveria ter feito psicologia.

 

-- Que nada, eu só observo as pessoas.

 

-- Viviane chega quando?

 

-- Dia 2 de janeiro.

 

-- Então ficaremos nós três nesse “apertamento” até fevereiro?

 

-- Pois é, mas nós não ocupamos muito espaço não, ficamos no quarto de hospedes. 

 

-- Sei, vocês estão namorando?

 

-- Não amiga, temos uma amizade com benefícios, como naquele filme com o Ashton Kutcher e a atriz do Cisne Negro. – ria – Ela é muito doida.

 

-- Natalie Portman. Eu não consigo idealizar uma amizade como essa.

 

-- Essa atriz ai. Paula, eu não sinto amor por ela, apenas desejo, não me apaixonei por ela e nem ela por mim. Ela vai encontrar alguém para amá-la como ela merece.

 

-- E você? 

 

-- O que tenho eu? – olhava para baixo --

 

-- Quando vai encontrar alguém que te merece? – olhou para a amiga --

 

-- Eu não sei, quando aparecer eu vou saber.

 

-- Aquela arquiteta?

 

-- A Mariana? A que Alessandra chama de gostosa? – ria –

 

-- Essa ai. Se ela soubesse como isso me irrita! – sorriu –

 

-- Pelo tempo já deve estar casada.

 

-- Liga para ela, você ainda tem o cartão?

 

-- Acho que não. Eu já devo ter perdido aquele cartão.

 

-- Ai fica difícil.

 

-- Paulinha, eu vou colocar um biquíni e vou descer para a praia, eu preciso tomar sol, eu estou branca feito uma vela, olha isso. – mostrava os braços para a amiga –

 

-- Eu quero ir com você. Vou deixar um bilhete pra Alessandra, ela não vai acordar agora mesmo.

 

-- Então vamos.

 

As duas amigas trocaram de roupas e foram para a praia de Copacabana que Adriana tanto gostava, deixaram um bilhete para Alessandra ligar quando acordasse, e se instalaram na areia, Adriana já saiu correndo para dar um mergulho, sentia muita falta do contato com o mar. Ficou alguns minutos curtindo a água e voltou para a barraca.

 

 

-- Paulinha, eu senti muita falta disso. – apontava para o mar –

 

-- Eu imagino, você adora praia e calor, deve ter passado mal com o frio de lá.

 

-- Menina, é surreal, é muito frio, eu não aguentava sair da Universidade. E quando eu saía parecia aquelas araras de loja de departamento, roupa até não chegar mais. E a dor na perna, era terrível.

 

-- Você é uma figura. – gargalhava –

 

Depois de um tempo em silêncio -- Paula, você voltou para a Alessandra, então ela não vai mais sair da sociedade, mas eu queria te pedir para aceitar a Vivi no escritório assim mesmo.

 

-- Claro Drica, eu não pensei em dispensá-la, o acordo foi feito e assim será seguido.

 

-- Ela precisa aprender a ter responsabilidade, comprometimento, e a vida que ela leva em São Paulo não ajuda muito. Vai ser bom para ela respirar outros ares, morar longe dos pais e ter um trabalho de verdade, sério.

 

-- Você se preocupa mesmo com ela né.

 

-- Sim, eu gosto muito dela, muito mesmo, ela é maluquinha, mas é pra cima, alto astral, ter a companhia dela foi muito importante nesse tempo que eu fiquei lá.

 

O celular de Paula toca e ela vê que é Alessandra.

 

-- Ela acordou cedo hoje. – atendeu o celular – Oi Ale.

 

...

 

-- Sim, estamos no posto 9. Vem pra cá. Beijos.

 

-- É, ela acordou cedo, está com medo de te perder de novo. 

 

-- Deve ser.

 

Depois de meia hora, Alessandra aparece na praia de óculos escuros e um cooler pequeno com cerveja e gelo.

 

-- Bom dia dorminhoca! – Drica cumprimentou –

 

-- Bom dia amiga. -- Abraçou Adriana—Obrigada por tudo. – sussurrou no ouvido da amiga—

 

-- Disponha!

 

Sentou ao lado de Paula e deu um selinho na namorada. As três amigas ficaram ali o dia inteiro, curtindo o verão carioca e matando as saudades dos velhos tempos, onde não havia insegurança nem corações partidos.

 

 

**********************

 

 

 

Ana Paula não voltou ao hospital para visitar Gisele, ela ligava para saber notícias da ex namorada, para não ter que encontrar Bruno. Encontrava com Lívia as vezes, não conversou sobre compromisso com a professora estava deixando acontecer naturalmente.

 

Perto do Natal, ao ligar para o hospital para saber notícias de Gisele ela foi informada que ela estava acordada e se recuperando bem. Resolveu ir visita-la em Copacabana. Mal sabia que Adriana estaria ali tão perto de si.

 

Ao chegar ao hospital foi informada que Gisele já está no quarto particular e se dirigiu ao andar especificado. Bateu na porta do quarto e entrou, deu de cara com Bruno sentado ao lado da cama da esposa, Gisele olhou para a porta e viu Ana parada.

 

-- Entra Ana. – disse com a voz baixa –

 

-- Oi Gisele, oi Bruno.

 

Ele apenas acenou com a cabeça.

 

-- Eu vou na cantina, daqui a pouco eu volto. – ele saiu do quarto –

 

-- Como você está se sentindo? – estava com receio de se aproximar --

 

-- Ainda meio zonza. Mas vai melhorar.

 

-- O que você arrumou? Estava tentando se matar? – tentava não ser agressiva --

 

-- Acho que foi algo desse tipo. – baixou os olhos –

 

-- Gisele você tem que parar de se autodestruir, você estava com viagem marcada, e olha o que aconteceu.

 

-- Eu estava cega, eu não queria te perder, e fiz muitas loucuras por causa desse amor que eu idealizei, depois desse acidente eu pensei muito e percebi que eu não fui correta com você.

 

-- Gisele você fez coisas terríveis, quase matou uma pessoa, e agora quase se matou.

 

-- Eu sei, hoje eu tenho essa noção, eu precisei estar no lugar dela para perceber como eu fui baixa e imprudente.

 

-- Que bom que você colocou a mão na consciência e entendeu que seus atos foram errados.

 

-- Ana, eu sinto muito, eu fui egoísta e prendi você por anos sabendo que eu não iria me separar do Bruno, eu sempre soube que não sairia de casa, eu te prejudiquei demais. – uma lágrima escorreu –

 

-- Eu também fui culpada, eu deixei que você me manipulasse, eu permiti o seu comportamento. Mas agora Gisele eu quero que você entenda que não existe mais nada entre nós, nosso amor morreu, foi aniquilado pelo seu ciúme e não resistiu ao tempo.

 

-- Eu sei, eu te entendo, eu vou embora para Salvador com Bruno, eu vou deixar você em paz.

 

-- Eu quero que você seja feliz, se acerta com o Bruno, não brinque com as pessoas, é muito ruim ser manipulada e usada como você fez comigo. – dizia magoada –

 

-- Eu aprendi a minha lição Ana, eu estou paraplégica, eu perdi o movimento das minhas pernas. Recebi o meu castigo.

 

Ana Paula sentiu o chão sumir debaixo dos seus pés. Como assim, paraplégica? Sentiu pena de Gisele, lágrimas rolaram por sua face.

 

-- O que você está me dizendo?

 

-- Eu não consigo mais andar, fraturei a coluna no acidente e estou sem os movimentos das pernas, eu não posso mais andar. – chorava –

 

Ana segurou sua mão e sentou-se na cama ao seu lado. Não sabia o que dizer, estava atônita com a noticia, o mundo realmente dá muitas voltas.

 

-- Eu não sei o dizer Gisele, eu sinto muito por isso, me sinto responsável pelo acidente.

 

-- Não, não pense nisso nunca, a única responsável fui eu, você me pediu inúmeras vezes para te deixar, você tentou terminar e sempre eu violava esse pedido, eu nunca aceitei te perder, ficava irritada e cega de ódio, fui eu que tomei as decisões erradas, eu que guiei minha vida dessa maneira, e agora colhi o que eu plantei. 

 

-- Eu te amei Gisele, eu te amei muito, mas você me afastou. – suas lágrimas intensificaram--

 

-- Eu sei, Ana. – fez um carinho no rosto da ex – Eu sei disso, eu fui muito injusta com você e com a sua amiga também. Me perdoa. 

 

-- Sim, eu te perdoo. Me perdoa também.

 

-- Não tenho o que te perdoar, você tentou fazer de mim uma pessoa melhor, mas eu não quis enxergar isso, você é uma pessoa boa Ana, continue assim, e nunca mais aceite que façam o que eu fiz com você.

 

-- Pode deixar, eu não vou aceitar, e você se cuida, nosso relacionamento acabou, mas se precisar de alguma coisa, você sabe onde me encontrar.

 

-- Eu sei.

 

-- Gisele, eu vou embora, eu torço pela sua recuperação, faz tudo o que o médico mandar hein.

 

-- Eu vou fazer. Obrigada Ana, por tudo. 

 

-- Não tem que me agradecer. Nós fomos felizes em algum momento das nossas vidas e isso bastou.

 

Ana deu um beijo no rosto de Gisele, que fechou os olhos para sentir o calor da pele da amada, sabia que aquela era a despedida daquele amor tão conturbado, possessivo e doentio que ela nutriu por Ana Paula durante todos aqueles anos, Ana também tinha essa noção, mas não estava sofrendo como das outras vezes, ali ela sentiu que aquele amor incontrolável que a movia de encontro à Gisele, que a fazia perder a cabeça quando encostava pele com pele, havia desaparecido, Gisele não causava mais esse efeito.

 

Ana Paula deixou o hospital com um peso a menos nas costas, estava livre daquela prisão que vivia naquele relacionamento com Gisele, até respirar ficou mais fácil. Infelizmente Gisele se viu aprisionada dentro da paralisia, agora ela quem estava dependente de alguém. Pegou o carro e saiu calmamente do Copa Door, resolveu ir pela orla para aproveitar a vista da praia, de repente até parar para beber uma água de coco e pensar na vida.

 

Domingo de sol, a praia estava lotada, já era fim de tarde, mas com o horário de verão, as pessoas ficavam até mais tarde curtindo o sol, encontrou uma vaga perto de um quiosque no posto dez, pediu uma água de coco e sentou em uma cadeira vaga para assistir o pôr do sol. Pensava em tudo que passou até ali, desde o inicio do namoro com Lívia que voltava à sua vida, até o dia em que conheceu Adriana na boate. Imaginava o que a morena estaria fazendo naquele momento.

 

-- Onde você está Adriana?

 

**************

 

No mesmo momento em que Ana se perguntava onde Adriana estava a morena assistia ao mesmo pôr do sol em Copacabana, estava com as amigas sentadas na areia, depois de um dia inteiro de praia, se preparava para ir embora ao anoitecer, recolhiam as cadeiras e as cangas da areia.

 

-- Galera, eu senti saudades de vocês e desse clima do Rio de Janeiro, adoro o verão, só de pensar que eu vou voltar para aquela geladeira, me dá arrepios. – segurava uma cadeira e na outra mão o cooler vazio –

 

-- Amiga, é muito frio mesmo?

 

-- Você não tem ideia Ale, tem dia que fica cinco graus abaixo de zero, mas a sensação térmica é de menos quinze, nossa, é de bater os dentes.

 

Chegavam no calçadão para atravessar a rua principal, Adriana resolveu comprar uma garrafa de água antes de caminhar até o prédio de Paula, estavam no posto nove.

 

-- Eu vou comprar água, vocês querem?

 

-- Não, já chegaremos em casa, deixa pra beber lá.

 

-- Não dá gente, eu estou com muita sede, pode atravessar que eu encontro vocês do outro lado.

 

-- Tudo bem.

 

Adriana foi em direção ao quiosque para comprar sua água, Ana Paula saiu do posto dez para ir embora, estava prestando atenção no trânsito, quando parou em um sinal perto do posto nove, se distraiu olhando para a orla, reparou em um quiosque uma silhueta conhecida, uma morena estava de costas comprando alguma coisa.

 

-- Nossa, aquela morena parece com a Drica.

 

Adriana alheia a presença de Ana Paula no carro lhe fitando, pegou sua água e virou para a rua a fim de atravessar e encontrar com suas amigas.

 

O sinal abriu e Ana voltou sua atenção para o trânsito, quando olhou novamente para a orla, viu rapidamente o semblante de Drica bebendo sua água. Se assustou, o carro já estava em movimento, ela insistiu em olhar para trás, ela tinha certeza que era sua morena.

 

 

-- É Adriana?

 

Drica atravessou as pistas e encontrou com as meninas do outro lado já caminhando para o prédio. 

 

Ana encostou o carro novamente, ligou o alerta e saiu do veiculo, olhando para a orla onde avistara a visão daquele corpo moldado que sempre lhe tirou o fôlego, ela já não estava mais lá, foram segundos que fizeram toda a diferença, ela lembrou que Paula morava por ali, lembrou do Reveillon que passara com Adriana naquela mesma praia, e ponderou a possibilidade de ter visto Adriana saindo do quiosque.

 

Depois de um tempo procurando, ela resolveu ir embora, mas ficou com essa pergunta na cabeça.

 

-- Será que Adriana está no Brasil? – segurava o queixo, como braço apoiado na porta do carro –


Fim do capítulo

Notas finais:

Boa leitura!


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Comentários para 28 - Capítulo 28:
Lea
Lea

Em: 27/01/2023

Bom, não queria que a Paula voltasse com a Alessandra. Vamos ver como será o comportamento da Alessandra,com essa segunda chance que lhe foi dada! Gostei de como a Paula conduziu essa conversa. 

Nossa,a Gisele tanto que procurou que,o mal se voltou contra ela. Aqui se faz, aqui se paga!

Éh,os desencontros da vida da Ana Paula e Adriana está longe de acabar!

 

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