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Simplesmente Aconteceu - 1ª Temporada por Cris Lane

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Palavras: 5242
Acessos: 4249   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 24

Adriana e Viviane seguiam com sua rotina na Universidade, muitas aulas, trabalhos e provas. Não existia um relacionamento entre as duas amigas, apenas momentos em que sentiam desejo e se rendiam aos prazeres que ambas poderiam oferecer.

 

Chegava o dia do julgamento dos rapazes que violentaram Viviane na festa da fraternidade, e a ruiva estava tensa, sentia um vazio inexplicável dentro de si, preocupada com o que poderia acontecer caso os rapazes conseguissem alguma manobra para ficarem livres. Viviane estava sem concentração e calada, como na semana que aconteceu a violência, Adriana logo percebeu que algo incomodava a amiga.

 

A morena estava na escrivaninha fazendo um trabalho sobre Gestão de Riscos Coorporativos, e percebeu a amiga deitada em sua cama, quieta olhando para o teto.

 

-- Vivi.

 

-- Oi. – continuava olhando para o teto –

 

-- O que você tem?

 

-- Como assim? – fechou os olhos—

 

Adriana levantou e caminhou lentamente até a cama onde a amiga estava deitada, sentou ao seu lado e delicadamente fez um carinho em seus cabelos, a ruiva sentindo o contato da amiga, respirou fundo e abriu os olhos, encontrando o olhar terno e protetor da amiga.

 

-- Por que você está amuada desse jeito? – perguntava delicadamente –

 

-- Ai Dri, eu estou muito nervosa, o julgamento do Brian e dos amigos dele é essa semana, eu estou com medo do que pode acontecer.

 

-- Não vai acontecer nada, pelo menos com você, eles que tem que receber punição.

 

-- Mas e se o advogado deles conseguir convencer o juiz que eles foram provocados por nós? – sentou-se na cama --Eles vão sair e nós vamos ser presas.

 

-- Ninguém vai sair Vivi, eles foram autuados em flagrante, não tem porque você sentir medo. 

 

-- Mas eu sinto, olhar pra ele no tribunal vai ser uma barra, se eu pudesse nunca mais via aquele cachorro. – uma lágrima teimou em cair –

 

Adriana secou seu rosto com a mão e abraçou a amiga.

 

-- Eu vou estar lá com você, não se preocupe, você não está sozinha, entendeu?

 

-- Eu sei disso. – segurou a morena com força – 

 

 

*******

 

 

No dia da audiência, Adriana e Viviane faltaram às aulas na Universidade, Adriana não saiu do lado da amiga, incentivou na hora do depoimento, a confortou nos momentos que ela chorava ao se lembrar do que viveu naquela noite e comemoraram juntas a sentença que condenava todos os rapazes pelos estupros a vários anos de prisão. Viviane finalmente estava livre para voltar para casa e sentia um peso enorme saindo de suas costas.

 

Ao voltar para a Universidade, as amigas resolveram parar no centro da cidade para comer alguma coisa.

 

-- Viu Vivi, eles foram condenados e agora você já pode voltar para casa.

 

--É amiga, foi um peso que saiu das minhas costas. – mordeu o sanduíche –

 

-- Agora é só terminar a pós, e quando você voltar para São Paulo vai chover oportunidade de emprego para você. – bebeu um gole do refrigerante --

 

-- Eu sei, mas eu vou sentir saudades de você. – limpou a boca com um guardanapo --

 

-- Eu também vou sua boba, mas podemos nos falar pela internet, e quando eu voltar para o Brasil, eu vou te visitar em Sampa, o que você acha?

 

-- Pode ser. Seu eu pudesse ficaria aqui com você, mas sem estudar meu pai não vai querer me bancar mais um ano.

 

-- Por que você não faz o processo de seleção para outra pós? Ou então para o mestrado mesmo. – roubou uma batata frita de Viviane –

 

-- Ei, essa batata é minha!

 

Adriana ria da garota.

 

-- Ah Dri, eu não sou tão inteligente como você e Vanessa, eu sozinha não vou conseguir passar nessa seleção, e o mestrado, -- revirou os olhos – esse mesmo que eu não passo nem na porta.

 

-- ria – Ai Vivi, você é uma figura, não pense que você não tem inteligência porque você tem, o que falta é você usar para coisas úteis, você tem é preguiça de pensar, isso sim.

 

-- Ai eu tenho mesmo, não gosto de estudar e nem de pensar muito. – terminava o lanche –

 

-- Vamos Vivi? Eu estou cansada. Quero chegar no quarto, tomar um banho e dormir.

 

-- Vamos, eu também estou morta, essa história de julgamento me consumiu.

 

As amigas pagaram a conta da lanchonete, e saíram paga pegar um taxi e voltar para a Universidade. Agora era só a questão de Viviane se recuperar totalmente e vida que segue.

 

 

*****************

 

 

Ana Paula já não se importava mais com as ausências de Gisele, queria mesmo que a namorada a esquecesse, assim não a procurava mais, e deixava que tudo acontecesse aos poucos, ainda pensava em Adriana, mas foi outra mulher do seu passado que a fez querer tomar uma atitude relevante sobre sua situação.

 

-- Alo.

 

-- Oi Aninha, Lívia, tudo bem?

 

-- Oi Lívia, tudo bem, e você?

 

Ana ficou surpresa com a ligação inesperada de Lívia, já havia passado um mês que elas se encontraram na boate, e não tiveram mais nenhum contato desde então.

 

-- Tudo bem, eu queria ter ligado antes mas eu precisei viajar para São Paulo para passar para o outro advogado os casos que terão que ser acompanhados por ele.

 

-- Entendi. Agora está de volta definitivamente então.

 

-- Sim, por hora é isso.

 

-- Fico feliz por você.

 

-- Mas eu te liguei porque eu quero te chamar para beber alguma coisa hoje à noite, conversar, colocar o papo em dia.

 

-- Eu não acho que isso vai dar certo, Lívia.

 

-- Por que não?

 

-- Lívia, nossa historia, tudo que envolveu nossa separação, eu não sei se devemos.

 

-- Ana Paula, por isso mesmo eu acho que nós devemos conversar, janta comigo hoje, não é um encontro somos apenas boas amigas de longa data que estão se reencontrando.

 

-- Tudo bem, eu tinha esquecido como você é uma ótima advogada.

 

-- Muito bem, assim que eu gosto. Que tal aquele bar que nos encontrávamos quando nós namorávamos.

 

-- Pode ser.

 

-- Eu te encontro as oito então.

 

-- Tudo bem.

 

Ana Paula desligou o telefone com um gostinho retrô, aquela ligação a trouxe de volta ao seu passado quando ela se sentia realmente feliz, e ela acabou soltando um sorriso de canto de boca, lembrava-se dos momentos que passou junto com Lívia, especialmente de uma viagem feita para Angra dos Reis, passaram um feriado na cidade que foi a melhor estadia de toda sua vida, Lívia lhe dera um anel de compromisso selando o relacionamento delas, com juras de amor eterno e promessas de casamento. 

 

Como sempre Gisele era inconveniente até para afastar as memórias da namorada, era ela no celular de Ana Paula interrompendo o momento de saudade que a loira vivia.

 

-- Alo.

 

-- Ana Paula, já tem quatro dias que você não me liga, o que está acontecendo?

 

-- Eu estou trabalhando. – respondia secamente --

 

-- De noite também? 

 

-- De noite eu estou descansando.

 

-- Em que momento eu apareço?

 

-- Atualmente, me deixa pensar, em nenhum. – ríspida --

 

-- Qual é Ana Paula? O que deu em você? – se exaltava --

 

-- Autoestima, eu cansei de correr atrás de alguém que não me quer Gisele, cansei de ser a única pessoa entregue na nossa relação, agora se você quiser, você que corra atrás, agora eu preciso desligar, eu tenho um cliente para atender.

 

 -- Espera.

 

Sem dar chances para Gisele, Ana desligou o celular. Voltou ao trabalho pensando em esquecer Gisele e seguir com sua vida.

 

À noite chegou pontualmente ao local marcado com Lívia. Ao chegar avistou a professora sentada aguardando por ela. Seu coração palpitou, pois se lembrou do primeiro encontro oficial das duas, foi exatamente naquele bar, e Lívia pelo visto também lembrava muito bem, pois escolheu a mesma mesa e estava sentada no mesmo lugar, como um dejà vu, Ana entrou no recinto e foi em sua direção, os olhares se encontraram e Lívia abriu um lindo sorriso, o que deixou Ana feliz de relembrar um passado tão gostoso.

 

Lívia levantou para cumprimenta-la, Ana não deixou de notar o belo corpo que a advogada cultivara, as curvas bem marcadas em um black jeans com um top curto e uma blusa de renda branca deixando a silhueta de sua barriga delineada à mostra. Ana viajou naquela visão e sentiu um desejo enorme de ter aquele corpo novamente, voltou à razão quando sentiu o toque de Lívia ao se aproximar para beijar seu rosto.

 

-- Nossa, você continua linda com sempre meu anjo.

 

Lívia sempre chamou Ana de anjo, dizia que era pela sua forma física, loira de olhos azuis com traços leves, ela estava com um vestido tubinho na altura dos joelhos azul marinho e salto alto, os cabelos presos em um rabo de cavalo deixando sua nuca aparente, bem perfumada.

 

-- Você também está muito bonita. O tempo parece que não passa para você.

 

-- Que nada, a idade já está chegando.

 

-- Você não é tão idosa assim.

 

As duas sorriram, e os olhares se cruzavam, cheios de dúvidas e expectativas. Ainda sem graça, Ana não sabia o que dizer, por onde começar, quando Lívia mais experiente, tomou as rédeas da situação.

 

-- Eu tomei a liberdade de pedir aquele vinho que você gosta, mas se quiser trocar, pode falar que eu peço outra coisa.

 

-- Não, está ótimo.

 

Nesse momento o garçom chegava com a garrafa enchendo as taças dispostas sobre a mesa.

 

-- Você quer pedir algo para comer agora?

 

-- Não, deixa para mais tarde.

 

-- Você não esqueceu o meu gosto.

 

-- Eu não esqueci nada sobre você. – a professora segurou a mão de Ana --

 

Ana Paula ruborizou, deixando caminho livre para Lívia continuar com o flerte.

 

-- Na verdade eu não esqueci você Ana.

 

-- Não faz isso Lívia. – Ana retirou a mão da mesa -- 

 

-- Eu só estou comentando. – Lívia olhava Ana enquanto sorvia um gole do vinho-

 

-- Como está o seu trabalho?  -- mudava o rumo da conversa -- Você voltou para o seu antigo apartamento?

 

-- Mudando o assunto, mas tudo bem. – Lívia fazia de tudo para ser sensual --

 

Lívia riu e Ana fez uma expressão de desentendida.

 

-- Está tudo bem, eu estou me organizando no novo escritório, e eu não voltei para lá não. Eu estou morando em um apartamento em Icarai, a duas quadras da praia.

 

-- Entendi. Eu continuo na casa dos meus pais, é mais nossa do que deles, eu nunca vi viajar tanto.

 

-- Eles não pararam com isso ainda?

 

-- Não menina, eu acho que em um ano inteiro eles ficam em casa o equivalente há dois meses.

 

-- Eu lembro que você sempre reclamou disso.

 

-- Pois é. Praticamente fomos criados por babás. Alana está no Canadá fazendo um intercambio, acho que ela nem volta mais, aquela puxou aos meus pais, adora uma viagem.

 

-- Eu me lembro dela, e Camila?

 

-- Camila está bem, terminando a faculdade de engenharia, já está estagiando, ela é ótima nesse ramo, praticamente somos só nós duas em casa com os empregados.

 

-- Eu imagino. Meus pais se mudaram, estão no interior, depois que papai se aposentou ele falou que não ficaria mais aqui no centro, queria sossego, vendeu o apartamento e comprou uma casa em Resende.

 

-- Que legal, e sua mãe, está gostando?

 

-- Está sim, ela sempre preferiu lugares mais calmos.

 

-- Eu lembro, ela é toda calminha. Eu ainda sinto falta daquele bolo de cenoura que ela fazia no domingo.

 

As duas riram lembrando-se de situações engraçadas envolvendo o seu passado. Ana relembrava com nostalgia aquele relacionamento tão feliz que tivera.

 

-- Mas me conta sobre essa sua nova namorada, ela é braba hein!

 

-- Ai Lívia, nem me fala, e você também tinha que ficar provocando?

 

-- Ai você sabe que eu não resisto não é.

 

-- Ela é um caso muito complicado, ciumenta ao extremo, tenta me controlar de todos os modos, e no fim de tudo não ata nem desata, não assume nosso relacionamento de uma vez por todas.

 

-- Eu não entendi, ela é ou não sua namorada?

 

-- Eu vou te explicar.

 

Ana contou sua historia com Gisele para Lívia que não acreditou que a ex-namorada estava se prestando a esse papel. 

 

-- Eu não acredito que você está concordando com isso Ana, aquela mulher cheia de ideais, dona de si, que eu conheci nunca se permitiria a uma situação como essa.

 

-- Eu sei, o pior é que minha paixão por ela me cega, e eu acabo cedendo sempre que ela chega falando manso.

 

-- Você precisa resolver isso Ana Paula, ou dá ou desce, ficar nessa indecisão não te levará a lugar nenhum. – chamou o garçom que trazia novamente a garrafa para encher as taças -- 

 

-- Eu sei. E você? Como está o coração?

 

-- Largado, ninguém me quer.

 

-- Duvido, você sempre foi a mais cobiçada da faculdade. – falou com um certo ciúme --

 

-- Mas eu não quero ninguém, fechei para balanço, saia com algumas mulheres em Sampa mas não me relacionei sério com ninguém. 

 

-- Entendi.

 

-- A verdade é que eu ainda te amo Ana. E eu sinto muito a sua falta.

 

-- Lívia, não faz assim. – Ana olhou para a mesa fugindo do olhar da professora -- 

 

-- É verdade, infelizmente meu coração não te esqueceu, eu tentei, eu fiz de tudo, mas não conheci ninguém que me fizesse sentir o que eu sinto por você.

 

-- Eu não posso Lívia.

 

-- O que?

 

-- Eu não posso me envolver com você.

 

-- Eu não estou te pedindo nada. Eu só precisava te falar que eu ainda não te esqueci.

 

-- Desculpe, é que minha vida está tão atribulada, que eu não posso complicar mais as coisas.

 

-- Então descomplica.

 

-- Você não entende, não é fácil assim. 

 

-- Mas pode ser, é só você querer.

 

Lívia tomou as mãos de Ana entre as suas, e a loira sentiu a mesma corrente elétrica passear pelo seu corpo como há anos atrás. Mesmo querendo aquele contato Ana retirou sua mão e colocou sobre o colo, olhando sempre para Lívia que mostrava um semblante calmo e amoroso.

 

-- É melhor pedir algo para comer.

 

Ana cortou o clima pegando o cardápio e Lívia conhecendo-a muito bem, percebeu que conseguiu balançar a advogada. Sorriu de leve e aguardou o pedido de Ana Paula.

 

As duas amigas jantaram, beberam o vinho e passaram uma noite muito agradável, Lívia sempre investindo sutilmente em Ana Paula, e esta se esquivando das cantadas da ex-namorada. Mesmo sentindo saudades e arrepios intensos com os toques das mãos, ela não queria envolver mais uma pessoa nessa trama que estava sua vida.

 

Na porta do estabelecimento, ao se despedirem, ficou um gostinho de quero mais para as duas advogadas. Uma potencial recaída não estava nos planos de Ana Paula, mas ela decidiu que não iria lutar contra, apenas não iria provocar tal acontecimento.

 

As duas caminhavam até os carros que estavam estacionados em uma rua paralela ao restaurante, como sempre faziam. Permaneceram em silencio, como se não quisessem que aquela noite acabasse, a sensação de paz e calmaria que ambas nutriam era o principal motivo.

 

Ao chegar ao carro de Ana que estava antes do de Lívia, ela parou e indicou com a cabeça que ficaria ali.

 

-- Então é isso, foi muito bom te ver Aninha, eu senti muito a sua falta.

 

-- Eu também estou muito feliz em te reencontrar. Por mais que você não acredite em mim, eu senti muito a sua partida Lívia, mas eu não podia largar a minha vida aqui, eu sou praticamente a responsável por Camila, Alana ainda morava conosco, e com essa vida dos meus pais, eu não me sentia preparada para deixar minhas irmãs.

 

-- Não precisa se explicar, eu entendo que você teve os seus motivos, eu só queria uma nova chance, já que nosso amor era tão puro, tão gostoso.

 

Dizendo isso, Lívia se aproximava de Ana que estava parada ao lado do carro, a loira olhava para a professora e já esperava o próximo passo de Lívia. Mesmo sabendo que não era o melhor, Ana deixou acontecer, como se esperasse por aquele contato.

 

Lívia tocou o rosto de Ana suavemente e esta fechou os olhos para sentir a maciez do toque da outra, ao abrir, encontrou Lívia a admirando, os olhares de ternura e carinho se sustentaram até que Lívia não resistiu e beijou Ana Paula, um beijo saudoso para as duas que não se viam a mais de quatro anos, Ana pensou em recusar, mas a saudade daquele corpo a fez flutuar. 

 

Separaram as bocas e se encararam, o desejo era visível no olhar de Lívia, que em silencio praticamente implorava por Ana Paula. Esta que a conhecia muito bem entendeu a mensagem, e sem medir consequências ela apenas aceitou esticar a noite.

 

-- Eu sigo você até o seu apartamento para mais uma taça de vinho.

 

Lívia apenas sorriu, adorou saber que a antiga conexão entre as duas ainda existia. Deu um selinho em Ana e se afastou mordendo o lábio inferior enquanto fitava a loira de cima até embaixo.

 

Ana entrou no carro e esperou Lívia sair, foi seguindo a morena. 

 

-- Ai o que eu estou fazendo?- pensava Ana Paula enquanto dirigia pelas ruas de Icaraí-

 

Chegando ao quarteirão do apartamento de Isadora, Ana começou a estranhar o percurso que a professora tomou, ao ver a garagem do prédio que ela entrou, não conseguiu acreditar, era o mesmo prédio de Adriana, estacionou o carro na outra esquina e ficou dentro do veiculo pensando se deveria sair ou não. O seu celular tocou e ela atendeu Lívia.

 

-- Oi.

 

-- Onde você está?

 

-- Estacionando aqui na esquina.

 

-- Eu achei que você tinha desistido de mim.

 

-- Eu já estou indo.

 

Saiu do carro e foi em direção ao prédio, Lívia a aguardava na portaria. Quando Ana chegou ao portão, o porteiro que já era velho conhecido de Ana Paula abriu para a loira sem pedir identificação. E ainda a cumprimentou.

 

-- Boa noite Dona Ana.

 

-- Boa noite Ramon. – respondeu sem graça --

 

A expressão de Lívia foi de surpresa ao ver que eles se conheciam. Ao entrar no elevador, ela notou que Lívia apertou o mesmo andar do apartamento de Adriana.

 

-- Você conhece o porteiro? 

 

-- Sim.

 

-- De onde?

 

-- Daqui mesmo. – olhava os andares --

 

-- Como assim?

 

-- Uma amiga morava aqui.

 

Quando saíram no corredor Ana Paula estacionou no meio do caminho quando viu Lívia abrindo a porta daquele apartamento onde ela viveu momentos intensos e inesquecíveis com Adriana.

 

-- O que foi?

 

-- Minha amiga morava nesse apartamento ai.

 

-- Que mundo pequeno! Eu aluguei por um ano, a antiga moradora viajou, está mobiliado e tudo.

 

-- Eu sei, ela foi para Harvard. – seu olhar se entristeceu -- 

 

Ana fez uma carinha tão triste que Lívia percebeu que havia algo no ar. Resolveu chamar a amiga para entrar.

 

-- Vem, vamos abrir um vinho e conversamos melhor.

 

Mesmo lutando com seu intimo, Ana aceitou o convite. Sabia que teria muitas recordações daquele local, algumas noites de amor intenso e dias de companhia maravilhosa.

 

Ao entrar no apartamento estava tudo como antes, todos os móveis de Adriana ainda estavam dispostos da mesma maneira, a mesa de jantar com tampo de vidro em frente à porta da cozinha, o sofá de canto e o home com a TV LCD que ela tinha tanto cuidado, até o tapete havia ficado. A única diferença eram as fotos, que já não povoavam o ambiente, agora o que havia eram alguns objetos de Lívia, dois quadros na parede e apenas duas fotos no home, e para sua surpresa, Ana estava em uma delas.

 

Lívia voltava da cozinha com uma garrafa de vinho e duas taças, percebeu Ana observando a foto das duas e se aproximou, estendeu sua mão oferecendo uma das taças para a loira e esta a olhou.

 

-- Eu não me lembrava dessa foto. – pegou o porta-retratos --

 

-- Eu sempre a coloquei na minha casa. Ela ficou linda.

 

Ana apenas observava os movimentos da amiga, que ofereceu novamente a taça para ela pegar e finalmente ela fez o esperado, tomou a taça nas mãos e Lívia serviu o vinho.

 

-- Você conhecia essa moça de onde?

 

Ana engoliu seco um gole do vinho e olhou Lívia.

 

-- Amigas em comum. – pousou o porta retratos na estante --

 

-- Vocês tiveram algo, não foi?

 

-- Do que você está falando?

 

-- Dá para ver nos seus olhos que essa moça ainda está muito presente na sua memória.

 

-- Desculpe Lívia, eu não queria falar sobre isso.

 

-- Eu sou sua amiga, pode se abrir.

 

-- um suspiro -- Nós tivemos um envolvimento sim, mas Gisele não me deixa em paz, eu acabei perdendo a chance de ter algo de verdade com ela. E agora ela está em Harvard e só voltará no inicio do ano. E eu não sei se ela vai estar acompanhada.

 

-- Entendi. Eu não queria te desanimar, mas essa semana eu recebi da imobiliária um e-mail perguntando se eu teria interesse em permanecer no apartamento por um período maior, pois a dona está pensando em permanecer nos Estados Unidos.

 

Ana se espantou com a notícia, como Adriana não voltaria? Será que ela encontrou alguém e se apaixonou? Ou houve alguma proposta de trabalho. Por que ela abandonaria tudo desse jeito?

 

-- Não pode ser verdade.

 

-- É sim.

 

Lívia abriu sua pasta e procurou em alguns papeis, quando encontrou o e-mail entregou nas mãos de Ana Paula. Quando ela leu se deu conta que realmente Lívia falava a verdade. Ana sentou-se no sofá, quase perdendo o fôlego, respirou fundo e sentiu os olhos lacrimejarem, Lívia assistia a tudo de pé ainda, imaginando quanto foi profundo o sentimento que envolveu a amada.

 

Resolveu ir até Ana e sentou-se ao seu lado.

 

-- Ana, você é apaixonada por essa moça.

 

Ana tentava disfarçar, e não respondeu à pergunta de Lívia.

 

-- Por que você a deixou partir?

 

-- Longa história. Mas não quero falar sobre isso.

 

-- Então você simplesmente desistiu desse amor.

 

-- Não, eu a deixei ir para protegê-la, Gisele a ameaçou, e eu não poderia deixar que nada acontecesse a ela, ela é uma mulher muito especial Lívia. – Ana falava com a voz embargada -- 

 

-- Eu entendo. Então tudo o que aconteceu entre vocês acabou.

 

-- Sim, não nos falamos desde que ela viajou. E esse apartamento me traz muitas lembranças.

 

-- Quer ir para outro lugar?

 

-- Não, tudo bem, eu acho melhor eu ir embora.

 

-- Espera, fica mais um pouco, 

 

Dizendo isso, Lívia segurou a mão de Ana que sentiu um arrepio pelo corpo com o toque já conhecido da ex-namorada. Lívia percebendo o efeito que ainda causava em Ana aliou seu desejo à sua experiência e usou todo o seu poder de sedução para manter a amada junto dela durante aquela noite.

 

-- Lívia, eu não sei se devemos.

 

-- Eu tenho certeza.

 

Falando isso, Lívia tomou a boca de Ana Paula em um beijo saudoso, ardente como Ana sabia que sempre fora. A folha que segurava em sua mão foi parar no chão da sala, e o beijo foi retribuído à altura, Ana sentia saudades daquele amor visceral que era o relacionamento entre ela e Lívia, tudo na vida da professora era muito intenso, inclusive suas relações, havia entrega, havia libido, acima de tudo havia companheirismo. Lívia é uma mulher experiente, mais velha que Ana, sabia muito bem onde estava pisando.

 

Terminado o beijo, encostaram as testas, e se encararam, elas sentiam desejo, ansiavam por aquele momento em que se amariam novamente depois de tantos anos.

 

-- Eu senti muitas saudades disso.

 

-- Eu também. 

 

Um novo beijo, a paixão que estava adormecida aflorou pelos poros das duas advogadas. De comum acordo as duas se entregaram ao desejo incontrolável de ter a outra novamente na cama.

 

As roupas começaram a se perder pelo chão da sala, enquanto cada pedaço de pele era explorada com a maestria de quem conhecia muito bem aquelas curvas. Sobre o sofá Lívia forçou o corpo para deitar Ana Paula de costas e pousou seu peso levemente sobre ela encaixando seu quadril entre suas pernas causando um torpor na loirinha.

 

Aos beijos Lívia contornava os espaços de Ana Paula, descendo pelo pescoço, ombros, até chegar aos seios, parando ali por um tempo, lambia os mamilos durinhos, Ana arranhava suas costas demonstrando todo o tesão que estava sentindo, gemia em seu ouvido. – Ah! Lívia -- 

 

Lívia continuou seu passeio por Ana, descendo sua língua quente pela barriga da amada, chegando enfim em seu sex* já encharcado depois de tantas provocações, Lívia beijou seus grandes lábios como se fosse uma boca suculenta, Ana gem*u alto, e contorcia o corpo abrindo mais espaço para receber aquele contato. Lívia permaneceu naquele ciclo, brincando com o clit*ris da loira, enquanto Ana pedia para ser penetrada e Lívia negava provocando ainda mais as sensações no corpo de Ana.

 

Vendo que sua parceira já estava perto do ápice, Lívia finalmente penetrou o sex* de Ana Paula com um dedo fazendo movimento de vai e vem ainda brincando com o clit*ris levando Ana à loucura, ela gozou como ha muito tempo não conseguia, plenamente. Derreteu-se inteira nos braços da ex-namorada.

 

Lívia retirou lentamente seus dedos de Ana Paula e voltou a escalar as curvas da loira chegando ao seu rosto, beijou-lhe a boca. Ana ainda ofegante abriu os olhos e fitou seu antigo amor. Sentiu nostalgia, com saudades da época em que namoravam.

 

-- Eu senti sua falta.

 

-- Eu também senti muito a sua falta.

 

-- Você poderia ter me acompanhado.

 

-- Eu tive medo Lívia.

 

-- E agora você ainda tem medo? – acariciava o rosto da amante --

 

-- Sim, eu ainda tenho.

 

-- Eu quero tirar esse medo de você.

 

-- Eu não sei se você vai conseguir. – sorria tristemente --

 

-- Eu posso pelo menos tentar?

 

-- Lívia, eu tenho um encosto, eu não quero te envolver com a louca da Gisele, ela já fez muito mal à Adriana, não posso deixar acontecer de novo com você.

 

-- Eu pago para ver. Vamos nos dar outra chance. Fica comigo Aninha, eu quero você de novo.

 

Falando isso Lívia tomou a boca de Ana com volúpia novamente e as duas fizeram amor mais uma vez. Inconscientemente Ana não transou com Lívia no quarto, como se fosse para manter imaculado o local onde dormira com Adriana algumas vezes, não quis desrespeitar suas lembranças e a cama da morena, decidiu ir embora quando já era madrugada. 

 

-- Lívia eu preciso ir.

 

-- Por que você não dorme aqui? Já está muito tarde para ir dirigindo, nós tomamos vinho.

 

-- Eu estou bem, eu tenho cliente cedo amanhã, eu não quero sair apressada para ir a casa e trocar de roupas, gosto de sair com calma.

 

-- Eu sei disso. Vai com calma, e dirija com cuidado.

 

-- Pode deixar, eu vou devagar.

 

Lívia deu um beijo na ex-namorada e despediu-se dela na porta. Ana desceu e saiu do prédio um pouco sem graça com o porteiro que a cumprimentou novamente.

 

-- Em que ponto eu cheguei, até o porteiro já me conhece.

 

Saiu resmungando sobre sua assiduidade ao mesmo prédio para visitar duas mulheres diferentes, e fazer amor de formas impressionantes, cada uma do seu jeito, mas completamente marcantes.

 

Sem saber o que fazer a partir daquela noite, Ana dirigiu até em casa, com os pensamentos longes, em outro país, em outra mulher, a morena que tirava o seu sono e que ainda povoava o seu corpo, imaginava como Adriana estava em Harvard, pensou em Gisele, e Lívia veio à sua mente, que sinuca de bico, namorando uma, pensando na outra enquanto estava com a terceira, sacudiu a cabeça negativamente e preferiu deixar para tomar alguma decisão no dia seguinte.

 

Chegando em casa, já era alta madrugada, Ana passou no quarto de Camila e viu a irmã dormindo, ela sempre zelava por Camila, seus pais sempre viajavam e não estavam em casa.

Entrando no quarto jogou a bolsa na poltrona e sentou na cama para respirar. Sentia-se presa, queria viver a liberdade de escolher com quem ficar, mas no fundo ela sabia que sempre voltava para Gisele, as sensações que Lívia proporcionou ainda estavam em seu corpo, em sua pele, o perfume da professora povoava suas roupas trazendo a lembrança da noite de amor que vivenciou. 

 

Resolveu tomar um banho para dormir, ligou o som bem baixinho, apenas para quebrar o silêncio do quarto e distrair seus pensamentos. A música suave invadiu o quarto e os pensamentos de Ana foram viajando até Boston, Universidade de Harvard, o que estaria fazendo aquela morena de olhar marcante que roubara a cena em sua vida, e fora embora deixando um buraco em seu coração, será que Adriana ainda pensava nela? 

 

https://www.youtube.com/watch?v=NuH5sLATF90

 

Ivan Lins- Lembra de mim.

 

Lembra de mim 

Dos beijos que escrevi nos muros a giz 

Os mais bonitos continuam por lá 

Documentando que alguém foi feliz 

 

 

Lembra de mim 

Nós dois nas ruas provocando os casais 

Amando mais do que o amor é capaz 

Perto daqui há tempos atrás 

 

 

Lembra de mim 

A gente sempre se casava ao luar 

Depois jogava nossos corpos no mar 

Tão naufragados e exaustos de amar 

 

 

Lembra de mim 

Se existe um pouco de prazer em sofrer 

Querer te ver talvez eu fosse capaz 

Perto daqui ou, tarde demais 

 

 

Lembra de mim... 

 

 

-- Será que você ainda se lembra? – pensava em Adriana --


Fim do capítulo

Notas finais:

Boa leitura!


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Comentários para 24 - Capítulo 24:
Lea
Lea

Em: 25/01/2023

Minha nossa,como essa mulher é complicada. Ana Paula, Ana Paula...

Responder

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gleice
gleice

Em: 18/10/2015

Amo essa história....não vejo a hora de Dri e Ana juntas dinovo....elas merecem!!! 


Resposta do autor:

Oi Gleice

Que bom que você gosta da leitura.

Posterei a segunda temporada para encerrar a sequência. 

Espero que curta a temporada.

Beijos

Cris

Responder

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