Capítulo 25
Capitulo 25
-- Bom dia - Roberta chegou se arrastando até a cozinha.
-- Bom dia não filha. Maravilhoso dia - dona Maria recepcionou a filha com um belo sorriso e um farto café da manhã.
-- O que a loira faz dormindo no sofá da sala? A Rafa a expulsou da cama?
-- Não sei. Sua irmã é muito estupida com a menina - dona Maria terminava de arrumar a mesa.
-- Quem falou que eu sou estupida? - Rafaela entra na cozinha e escuta a mãe falando.
-- E não é? Tadinha podia ao menos ter dado um cobertor pra menina. Quando levantei ela estava toda encolhida de frio. Me deu dó.
-- Esqueci mãe. Estava tão cansada e com sono que só pensei em dormir - mentiu.
Eduarda e Rafaela chegaram quase de manhã no apartamento. A garota incomodou tanto pra dormir no quarto com a morena que ela resolveu deixa-la de castigo dormindo no sofá e sem cobertor.
-- Credo minha filha. Você tem que aprender a ser mais boazinha - dona Maria sacudiu a cabeça desaprovando a atitude da filha - Vai lá chama-la para tomar café.
Roberta só ria estava achando a cena cômica.
Rafaela saiu bufando da cozinha. O pai e a mãe tratavam Eduarda como se ela fosse um anjinho.
-- Dú - passou a mão pelos cabelos da menina - Acorda.
Eduarda abriu os olhos e ficou tentando se localizar. Rafaela sorriu diante da cara que ela fez.
-- "A beleza de um pequeno sorriso seu exaltou a minha grande vontade de dizer, Como tu és linda mulher". Emerson chaves Santos - puxou a morena para um beijo.
-- Dormiu bem amor? - debochou da garota.
-- Muitíssimo bem - fez uma careta e colocou as mãos nas costas.
-- Fico feliz. Estava preocupada, quase nem dormi pensando - ironizou.
-- Você dormiu nesse sofá desconfortável? - Milton apareceu na sala de pijama.
-- Achei melhor Sr. Milton. Rafaela é uma moça de família e respeito muito o Senhor e a dona Maria - falou olhando séria para o homem.
-- Você é uma joia. Até parece aquela maquete de homem que essa arquiteta tinha - passou a mão na cabeça de Eduarda e foi para a cozinha.
-- Viu. Só você não me valoriza - fez bico.
-- Deixa de me alugar e vem tomar café - puxou a loira pelo braço - Olha só como você ficou toda amarrotada - deu uma ajeitada na camisa de Eduarda.
-- Hum, que dengo logo de manhã cedo - Roberta entrou na sala e Eduarda aproveitou da presença dela para agarrar Rafaela.
-- É que a minha morena é muito carinhosa - beijou a boca - Muito cheirosa - mordeu o pescoço.
-- Desse jeito eu não resisto amor - Rafaela deu um beliscão na barriga da loira que a fez gem*r.
-- Com licença vou ao banheiro vomitar - Roberta saiu fazendo cara de nojo.
-- Desse jeito eu me apaixono - Eduarda levantou a camisa para analisar o resultado do beliscão.
-- Tem quem goste de apanhar. Cada vez que você se aproveitar da situação vai sofrer as consequências - pegou na mão de Eduarda - Agora vem tomar logo esse café.
Rafaela e Eduarda saíram para passear pela praia do Leblon.
-- Minha bermuda tá caindo Rafa - Eduarda estava incomodada com a roupa emprestada por Roberta.
-- Quem manda ser magrela. Vai lá buscar uma água de coco amor - Rafaela falou manhosa.
-- Vou. Senta aqui nesse banco que eu já volto.
Rafaela ficou olhando Eduarda caminhar até a barraca. A loira havia emagrecido muito durante esses dias que esteve no hospital, mas ainda tinha um corpo que deixava todo mundo babando por onde passava. Riu guando a viu voltando levantando a bermuda que caia e quando chegou perto da morena deu um sorriso lindo para ela.
-- Só trouxe um por que se trouxesse dois eu perderia a roupa - risos.
Rafaela teve vontade de dar um beijo naquela carinha linda, mas se conteve.
-- Senta aqui eu divido contigo - bateu no lugar ao seu lado.
-- Rafa o que a gente faz agora? - sentou com as pernas abertas no banco pra ficar de frente pra ela.
-- Vamos continuar fingindo que estarmos namorando por um tempo, depois a gente marca o noivado e depois o casamento - Rafaela falou tranquilamente.
-- Você vai fazer o que papai quer... Tipo ter os filhos? - Eduarda estava surpresa.
-- Claro eu sempre sonhei com isso...crianças para passear comigo no Beto Carrero World, na Disney em Orlando...
-- Pegar ondas gigantes da região de Pipeline, na ilha de Oahu, no Havaí - Eduarda já sonhou mais alto.
-- E você acha que eu vou deixar os MEUS filhos entrar em um mar daqueles? Nem por cima do meu cadáver - Rafaela foi taxativa.
-- Os filhos serão MEUS também e aprenderão a surfar SIM - Eduarda teimou.
-- Tudo bem. Em piscina plástica - riu.
-- Veremos - resmungou baixinho.
-- Quero ver meu amor você falar: "os filhos também são MEUS", quando for para trocar as fraldas de cocô - Rafaela deu uma gargalhada só de imaginar a loira fazendo isso.
Eduarda fez careta.
-- Outra coisa que temos que combinar. Eu sou uma empresária conhecida e serei mais ainda quando for presidente da Jeser. Portanto tenho um nome e uma cabeça a preservar. Se você sonhar em me tornar motivo de chacota por estar levando galhos, os nazistas serão considerados os Smurfs perto de mim.
-- Rafaela... Você não está querendo que eu fique dois anos sem trans*r com alguém é? - Eduarda chegou a rir por dentro. Sonha, pensou.
-- Claro que não. Você pode, desde que: Ninguém me conte; não saia no jornal; revista; eu não sinta perfume diferente em você ou sonhe e... - Rafaela olhou para as unhas - olha que eu sou bem sonhadora.
-- Nossa. Prefiro os nazistas... -- o celular de Eduarda toca - Oi Jorgete.
Jorge convida as duas para irem a um barzinho.
-- Espera Jorge vou perguntar para minha namorada - Jorge dá uma gargalhada do outro lado da linha - Vamos com eles a um barzinho amor? - Rafaela faz sinal de positivo - Vamos sim, diz aonde...
Combinaram o local e a hora. Eduarda foi para casa trocar de roupa e passaria mais tarde para pegar Rafaela.
Jorge e Eddie chegaram antes ao bar e sentaram em uma mesa com vista para o mar. Eduarda e Rafaela chegaram logo em seguida.
-- Sapinha, tá podendo hem. Com um mulherão desse de parar o trânsito - Eddie levantou para cumprimentar as duas.
-- Vocês conseguem ler pensamento? Eduarda perguntou para os dois?
-- Não. Por quê? Jorge também levantou.
-- Então vão ficar sem resposta. Porque se eu falar o que estou pensando vou levar um beliscão. Senta aqui amor - puxou uma cadeira para Rafaela.
-- É Lindo demais ver vocês juntas. Rafaela é a mulher mais hétero que conheci até hoje estou passada até agora. Não tem garçom nessa barraca? - Jorge fazia gestos e nada de ser atendido.
-- Espera vou ao bar e já resolvo isso - Eduarda levantou e foi.
-- Você tem certeza que vai querer encarar isso - Jorge apontou para o bar com a cabeça.
Assim que Eduarda encostou-se no balcão uma garota pulou no seu pescoço desejando Feliz Ano Novo e não largou mais. Eduarda tentava se afastar mais estava difícil.
-- Ela que vai ter que tomar rumo Jorge se não... olha só - Rafaela levantou e foi até o balcão. Passou no meio de vários homens que assoviaram e falaram gracinhas - Por favor, um garçom em nossa mesa - pediu ao homem do bar que atendeu prontamente - Obrigada - falou sorridente e o homem derreteu.
Eduarda já estava atrás dela.
--Eu falei que já voltava. Porque foi até o balcão? O seu vestido é curto demais e esses caras idiotas ficaram babando em cima de você. A próxima vez que a gente sair tenta colocar algo mais cumprido. Não estou a fim de confusão por causa disso - Rafaela olhava para Jorge que estava a ponto de explodir em gargalhadas.
-- Eu vou de Dry Martini, adoro essa bebida - Rafaela nem respondeu para a loirinha que estava bicuda.
-- Eu vou de Manhattan a bebida preferida do grande sedutor Frank Sinatra - Jorge também fez que não ouviu nada e Eddie só ria.
-- Você vai pedir o que amor? - falou no ouvido da loira.
-- Gim Tônica - falou brava.
-- Vai ficar bêbada Dú - Rafaela falou dengosa. Eduarda só bufou.
O garçom chegou e anotou os pedidos e logo trouxe as bebidas. Emendaram uma conversa legal até de madrugada. Eduarda desemburrou e logo já estava contando piadas e soltando as suas pérolas como de costume. Combinaram piscina para sábado na mansão dos Jeser.
Com Eduarda Rafaela finalmente voltou a ter uma vida fora da empresa. A garota era divertida, extrovertida e ninguém conseguia ficar ao seu lado sem que não estivesse rindo. O que a principio Rafaela achou o fim do mundo para ela, agora parecia uma tábua de salvação na vidinha mais ou menos que levava com Kenedy. As amiguinhas da garota é o que a incomodavam nesse momento. Rafaela sabia que não iria conseguir controlar a garota por muito tempo. Eduarda só tem dezoito anos e nessa idade os hormônios estão a flor da pele, ela iria pular a cerca logo, logo e infelizmente Rafaela não poderia culpa-la por isso.
Eduarda parou o carro em frente ao prédio de Rafaela.
-- Está calada. Algum problema além de mim? - Eduarda sorriu.
-- Não. Só cansada - mentiu.
-- Desculpa pelas idiotices que eu falei lá no bar, mas eu odeio quando aqueles barbados ficam tarando você - falou humildemente.
Rafaela passou a mão pelo rosto da garota a fazendo olhar com aqueles olhos que tanto admirava.
Eduarda colocou a mão na perna da morena e foi subindo. Rafaela segurou a mão dela a impedindo de continuar.
-- Eu nunca vou poder toca-la? - perguntou com cara de filhote de Yorkshire, fazendo Rafaela rir.
-- Quem sabe você comportando-se eu deixe...
-- Sério? - empolgou-se.
-- Depois que a gente se casar - lá foi embora toda a empolgação da garota.
-- Rafa - Eduarda já estava a mil - Um beijo então, só unzinho - fez bico.
-- Duda não esquece que tudo o que a gente está vivendo é uma farsa e que nós nunca teremos algo a mais que isso... - o que falou pareceu ter doido nela mesma - A gente está só começando teremos praticamente dois anos pela frente, então vamos cortar o mal pela raiz.
Aquilo foi uma ducha de água fria em Eduarda que estava tentando ter ao menos um relacionamento legal com Rafaela.
-- Tudo bem. Tô indo então. Até mais - foi fria.
-- Até daqui a pouco - Rafaela sentiu a magoa de Eduarda toda demonstrada em sua voz. Saiu do carro e viu a garota arrancar violentamente com a Ferrari.
Fim do capítulo
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