Capítulo 16
Ana comprou outro aparelho de celular para ela e ligou para a operadora para saber se tinha algum tipo de serviço de GPS contratado para aquele número, descobriu que tinha uma contratação ligada ao número de Gisele, e ela tratou de cancelar na hora.
Gisele descobria os locais onde Ana estava através do serviço de GPS que ela contratara para as duas linhas, sem que a advogada soubesse. Por isso onde ela estava a outra loira a encontrava facilmente. O GPS indicava o local exato onde Ana estava o que provocava os problemas que tanto tiraram o sono da moça.
Ana resolveu comprar outro celular com um número diferente, que ela não daria para Gisele, e esse seria seu telefone pessoal, o outro número só ficaria ligado durante o horário comercial, pois Gisele poderia reabilitar o GPS e voltar a importunar a advogada no fim de semana.
Gisele tentava falar com ela a todo custo e como sempre deixou diversos recados no escritório e na casa de Ana, ela resolveu retornar apenas para brigar com Gisele sobre o GPS, mas no fundo ela queria mesmo era ouvir a voz da namorada, ela estava chateada mas sentia saudades de Gisele.
-- Alo.
-- Oi Gisele.
-- Ana, o que está acontecendo com você? Eu não estou te entendendo, você quer me trocar por aquela pirralha.
-- Gisele, eu estou te ligando porque você deixou vários recados na minha casa e no escritório, o que você quer?
-- Eu quero que você pare com essa infantilidade e volte a ser a minha Ana de sempre.
-- Gisele, a sua Ana de sempre não existe mais, aquela otária que você enrolava morreu, a Ana de hoje só volta para você se você for uma mulher solteira.
-- Eu vou ser só sua, o Bruno viajou de novo, quando ele voltar eu vou conversar com ele sobre nós.
-- Eu acho bom Gisele, senão você nunca mais vai me ver.
-- O que aconteceu com o seu celular? Eu tentei ligar para você e não consegui.
-- Você diz aquele aparelho sofisticado que tinha um GPS para que você controlasse os meus passos?
Gisele ficou muda do outro lado da linha, percebeu que Ana descobrira o seu segredo.
-- Do que você está falando?
-- Não se faça de ingênua Gisele, você sabe muito bem do que eu estou falando, você me achava através de um serviço de GPS que você contratou no meu número para me encontrar. Por isso você sempre chegava aos lugares onde eu estava.
-- Ana, eu não sei o que dizer.
-- Diz a verdade e pare de mentir para mim, aquele celular eu quebrei, e comprei outro aparelho, não tem mais GPS para você me seguir.
-- Ana desculpe, não era essa a minha intenção.
-- Então você admite que me espionava, está vendo como você mesma está me perdendo? Você está me afastando Gi. Ate a hora que eu realmente me apaixonar por outra pessoa.
-- Você não ouse a fazer isso. Se eu te pegar com aquela mulher de novo eu acabo com ela, entendeu?
-- Você não vai fazer nada, ouviu?
-- Experimenta.
Ana ficou apreensiva com a ameaça, mas acabou ignorando depois disso, elas ainda conversaram alguns minutos e Gisele ficou de ir até a casa dela para conversarem. Ana sempre cedia ao seu joguinho.
********
O escritório reabriu e Adriana seguia o seu ritmo acelerado no trabalho ensinando uma menina para ficar no seu lugar no escritório, correndo com a burocracia do consulado para conseguir o visto e com saudades de Ana Paula, havia alguns dias que elas não se encontravam, ela não queria mas não resistia à vontade de falar com a advogada.
Pegou o celular e ligou para Ana.
-- Oi minha linda.
-- Oi Ana, tudo bem?
-- Tudo bem e você?
-- Bem também.
-- Diga o que eu posso fazer por você?
-- Nada, eu só estava com saudades. Eu queria ouvir sua voz.
-- Que lindinha, eu também sinto saudades, você vai fazer o que no fim de semana?
-- Eu tinha uma programação mas eu estou meio desanimada, mas é para sábado de manhã.
-- Então vamos marcar alguma coisa, assim matamos a saudade.
-- Pode ser. Você gosta de trilha?
-- Eu nunca fiz.
-- Então eu vou te levar para fazer um Motocross topa?
-- Eu não sabia que você gosta de esportes radicais.
-- Eu adoro, já voei de asa delta, faço trilha às vezes, eu gosto de aventuras.
-- Eu nunca fui, mas eu topo o desafio.
-- Então está marcado, o pessoal me chamou para uma trilha na pedra do Elefante em Itaipuaçu, eu não ia, mas como você aceitou eu vou confirmar com eles, sábado eu te pego às oito.
-- Oito? É madrugada ainda.
-- Ana, trilha tem que ser cedo, meio dia estaremos de volta.
-- Ai, tudo bem, o que eu não faço por você?
--Então está marcado, um beijo.
-- Beijo.
*****
No sábado oito em ponto Drica buzinava em frente a casa de Ana, sobre uma moto off Road cheia de estilo com um macacão de competição e de capacete. Ana apareceu no portão de short e camiseta, e vislumbrou a morena retirar o capacete cheia de charme deixando os cabelos se soltarem embaçando a visão da loura, Adriana quando viu Ana começou a rir, pois as roupas não eram adequadas para a ocasião.
-- Ana, que roupas são essas? Você não vai para o Campo de São Bento não, nós vamos andar em lamaçal subir morro, passar em valas, esse all star no seu pé não aguenta nem dez minutos de trilha.
-- Drica, você vai conseguir me desestimular, eu vou voltar para a minha cama já, já.
-- Calma, eu imaginei que você não teria roupas adequadas então eu trouxe um equipamento para você.
Adriana entregou a mochila para Ana que entrou para se trocar, saiu de macacão e botas nos pés, com a mochila nas costas.
-- Agora sim, você vai para uma aventura comigo. E Camila? Não está em casa?
-- Está dormindo, foi para a balada ontem, chegou praticamente agora.
-- Então vamos, pega esse capacete.
Ana subiu na garupa de Drica e a abraçou forte, a morena acelerou a moto em direção a serra que dá acesso à Itaipuaçu cidade vizinha que pertence ao distrito de Maricá, já região oceânica do rio.
Chegando ao ponto marcado, já haviam outros motoqueiros com os mesmos equipamentos se preparando para sair.
Ana ficou impressionada com a intimidade de Drica com os meninos e as máquinas. Ela mesma fazia a revisão na moto para pegarem a trilha.
-- Aninha, coloca os cabelos dentro do capacete, pois o vento quebra tudo, você quer uma moto só para você?
-- Você fumou alguma coisa no caminho? Eu não sei nem pilotar uma moto comum, imagina essa ai cheia de lama. Eu vou agarrada em você.
-- Eu gostei muito disso. – piscou para Ana --
Adriana deu um sorriso maroto e Ana entendeu a malicia no comentário, sorriu de volta.
-- Boba.
-- Então se prepara porque nós vamos partir.
-- Ai, seja o que Deus quiser.
Ana estava morrendo de medo, não sabia o que a esperava. Nunca tinha feito trilha, muito menos no nível que o pessoal que estava com Drica apresentava. Adriana subiu na moto e chamou Ana para a garupa, a loira colocou o capacete conforme Drica explicou e subiu na moto, envolveu a cintura da morena com força, ficou até com medo de machuca-la. Ana tremia, e Drica podia sentir isso, para tirar um sarro da amiga ela saiu arrancando com a moto, empinando a roda da frente, Ana Paula deu um grito que Drica não aguentou e teve que rir.
-- Ai minha nossa, o que eu vim fazer aqui?
-- Segura!
Adriana e o restante do pessoal saíram em direção à trilha, entraram no meio do mato, e era pedra, lama, mato. Adriana passava bem próximo de algumas partes que estavam desbarrancadas, Ana apertava a cintura da morena e fechava os olhos, só pensava na merd* que tinha feito ao aceitar o convite para aquela aventura com Drica.
Enquanto Ana pedia para terminar logo aquela tortura, os aventureiros começaram a subir uma trilha bem íngreme.
-- Ana, segura porque esse pedaço é meio perigoso.
-- Ai, Adriana eu já rezei um terço inteiro, e esse pedaço que é o perigoso?
-- Relaxa meu amor, o perigo é só a roda escorregar em alguma pedra, nós temos que ir devagar, só isso.
-- Ai mamãe.
Na ultima parte da subida, Ana olhou para o lado e viu uma ribanceira enorme de mata fechada que a amedrontou totalmente, ela abraçou Drica e fechou os olhos. Não demorou muito para a morena parar a moto, Ana não sabia se tinham parado mesmo ou se acontecera alguma coisa.
Adriana desligou a moto e segurou as mãos de Ana.
-- Ana, você não vai me largar não? Eu sei que eu sou irresistível, mas você já pode descer da moto.
Ana finalmente abriu os olhos, e vislumbrou a melhor paisagem que ela já havia sido apresentada. Do alto do morro que eles subiram, dava para ver a cidade de Maricá inteira, da orla até a serra. Eles chegaram a um descampado no alto da montanha que tinha uma fonte de água limpa escorrendo entre algumas pedras, onde os motoqueiros enchiam os cantis, Ana não sabia para onde ela olhava de tão deslumbrada que ficara.
-- E ai, gostou?
Perguntou Drica apresentando a paisagem.
-- Se eu gostei? Eu não tenho palavras para expressar o meu encantamento, que lugar lindo!
Ana descia da moto abrindo caminho para Drica também descer. As duas retiraram o capacete e pousaram no retrovisor da moto, Adriana pegou em sua mão e a levou para o ponto mais extremo da montanha.
-- Aninha, nós estamos sobre Maricá, naquele lado é a orla, vai de Itaipuaçu até Jaconé.
-- Drica, aqui em cima é lindo.
-- Vem cá, vamos beber água fresca.
Adriana levou Ana para a fonte, elas beberam a água cristalina que caia pela montanha, os meninos chamaram as duas para tirarem algumas fotos. Drica encheu o cantil e ficaram ali por mais um tempo conversando.
Ali naquele local, era a liberdade se apresentando para Ana Paula, ela sabia que nunca teria aquela sensação com Gisele, o relacionamento delas sempre foi muito preso, amarrado, Gisele nunca gostava de fazer nada, nem de ir a lugar nenhum. Nenhum programa era bom o bastante, uma trilha então, nunca, a outra diria que era loucura, mas no intimo, Ana percebia que loucura é ficar assistindo a vida passar por você e não aproveitá-la, sentia a brisa fresca acariciar sua pele como um toque leve da pessoa amada, era uma sensação de total liberdade, estava ali naquele paraíso, com uma pessoa maravilhosa, e ela queria estar ali, não era nada forçado, era ela e Adriana e nada mais, o momento se resumia ao encontro com si mesma e à percepção do que ela queria para sua vida, e naquele momento não era Gisele, era uma morena de pele clara e olhos castanhos que lhe enlouqueciam, ali ela percebia que seu sentimento estava em mutação e sentia-se feliz com isso.
-- Aninha, agora é a melhor parte.
-- Qual?
-- A descida.
-- Ai minha nossa, esqueci que eu ia ter que subir nessa magrela de novo.
-- Galera é hora de descer. – um rapaz chamou os motoqueiros--
-- Segura firme porque na descida todo santo ajuda, sabe como é.
-- Ai que meu anjo da guarda me proteja.
Ana subiu na garupa de Drica e segurou firme novamente em sua cintura, Drica ria dos gritinhos que Aninha dava quando as duas faziam alguma curva mais fechada, ou quando Drica derrapava fingindo que iam cair. Se a moto derrapasse de verdade, Ana estava tão colada que ela ficaria agarrada nas costas de Drica até soar trovoada.
Quando chegaram finalmente no chão, Ana estava tremendo muito, quase não conseguia soltar a cintura de Drica.
-- Meu amor, pode soltar, nós já terminamos.
-- Eu sei, é que meus músculos não estão respondendo.
Adriana riu da amada. Retirou o capacete e colocou no retrovisor. As duas desceram da moto e Ana tentava relaxar depois da descida.
-- Você deve estar faminta.
-- É eu estou mesmo. Nossa, são duas horas da tarde.
-- Sim, nós passamos um pouco do cronograma.
-- Onde você quer ir comer?
-- Tem um restaurante aqui que tem uma feijoada maravilhosa.
-- Eu adoro!
-- Então vamos.
Adriana começou a tirar o macacão para ir para o restaurante, e Ana ficou olhando a morena se despir. Ela usava um short e uma camiseta por baixo da roupa.
-- Ana pode tirar o macacão, nós não vamos mais pegar a trilha.
-- Tirar o macacão?
-- É, tá um calor da porr*, tira o macacão.
-- Eu estou sem nada por baixo.
-- Como assim?
-- Quando você me mandou trocar de roupas eu realmente troquei de roupas, tirei as que eu estava e coloquei o macacão, não imaginei que tinha que ficar com roupa por baixo.
-- Ai Aninha, você me mata de rir. Mas nessa mochila ai tem roupas para você trocar não tem?
-- Tem sim.
-- Menos mal, então vamos para o restaurante e você troca de roupas no banheiro de lá.
Adriana subiu na moto e seguiu para o restaurante rindo da ingenuidade da advogada. No restaurante depois de tirar o macacão, Ana já se sentia mais confortável, as meninas fizeram o seu pedido e depois de almoçar ficaram conversando.
-- Nossa, nós comemos feito dois travestis.
-- Que comparação Drica!
-- Verdade, corpo de mulher, mas estômago de homem.
Ana ria sem parar, não aguentava com o senso de humor da menina.
-- Eu juro que se alguém me contasse que você fazia trilha de Motocross eu nunca iria acreditar.
-- Por quê?
-- Porque é um esporte muito radical e você é tão delicada, tão feminina, e de repente eu descubro que você pilota igual a um profissional.
-- Eu não sou tão frágil Ana, apesar da minha aparência de menina fraca, eu sou bem forte.
-- Eu sei que é. Eu estou conhecendo um mundo completamente novo através de você sabia?
-- Jura? – bebia um gole do refrigerante --
-- Sim.
As duas se encaravam, os olhares de desejo não passavam despercebidos pelos amigos de Drica, que até então não sabiam do envolvimento das duas amigas. Um dos meninos tentou se aproximar de Ana Paula, mas a loira não deu muita atenção. Estava mais preocupada em ficar o máximo de tempo com Adriana.
-- E agora? Qual é o itinerário, senhora aventura?
-- Agora é sem destino, você é quem manda.
-- Que tal dar uma volta na praia?
-- Perfeito.
Drica despediu-se dos amigos, alguns tentaram cantar Ana que dispensava a todos com delicadeza e foram de moto até a praia de Itaipuaçu. As meninas pararam a moto no Recanto, e foram a pé caminhar pela praia, a praia não costuma ficar lotada, é um lugar mais afastado e nunca tem muita gente, elas caminharam para um ponto da pedra do Elefante que fica na extremidade da orla, e sentaram em uma canga esticada por Ana Paula, olhando o mar.
O clima entre as duas era o melhor possível. Drica estava cansada por conta da trilha, esse esporte demanda muito esforço físico para controlar a moto e como estava com uma carona o veiculo fica muito mais pesado para controlar.
A morena deitou sobre a canga com os braços atrás da cabeça e fechou os olhos. Ana a olhou e não conteve a vontade de deitar ao seu lado e beijar sua boca.
Adriana sentiu a aproximação de Ana e deu um sorriso de canto de boca, já esperava a atitude da advogada. Ana percebeu o semblante de Drica mudando e não se intimidou, beijou a morena que retribuiu o beijo com vontade. Drica puxou Ana para deitar sobre ela e se ajeitou para ficar com uma das pernas entre as da loira, Drica movimentava-se de forma que sua coxa massageava o sex* de Ana Paula. Esta gemia baixinho deixando Drica enlouquecida, a morena fez um movimento ágil deixando Ana por baixo, de costas na canga.
-- Você aprendeu rápido.
-- Com uma professora como você, eu nunca sairia da aula.
Drica beijava Ana, e devagar foi despindo a advogada, retirou a camiseta e afastou o biquini deixando os seios de Ana à mostra, ela desceu pelo pescoço beijando e lambendo até chegar aos seios firmes da loira, lambia a aureola rosada, ch*pava, enquanto Ana se contorcia com as carícias, Drica desceu pela barriga, acariciando e beijando, causava arrepios surreais na pela clara de Ana Paula, despiu o short e a calcinha deixando Ana totalmente nua, entregue ao seu prazer, e beijando as coxas de Ana que a essa altura já gemia mais alto, foi descendo até alcançar o sex* encharcado da amada.
Drica sentiu o gosto de Ana e acariciava o clit*ris da loira com sua língua voraz, fazendo movimentos circulares e com uma das mãos acariciava os biquinhos dos seios de Ana, não aguentando mais a tortura imposta pela morena, Ana suplicou com a voz rouca.
-- Drica, entra em mim, me toma que eu sou toda sua.
Adriana atendeu ao pedido da advogada e entrou com dois dedos no sex* molhado de prazer que ela se deliciava, com movimentos regulares e ainda massageando o clit*ris de Ana Paula, ela a levou ao êxtase, gem*ndo e falando coisas desconexas.
Drica ainda sentia o corpo da outra estremecer enquanto retirava os dedos com o mel que saía do sex* de Ana, para provocar a loira, Drica ajoelhou em sua frente e colocou os dedos na boca sorvendo todo o sabor que Ana poderia lhe conceder.
Ana Paula assistiu à cena e mordeu o lábio inferior e levantou em direção à Drica puxando a morena para junto de si, a abraçou e beijou sua boca.
-- Sente o seu gosto na minha boca. – Drica sussurrava--
-- Eu quero sentir o seu gosto agora.
Ana retirou a blusa de Adriana e passou a brincar com os mamilos durinhos que estavam na altura do seu rosto, Drica segurava os cabelos de Ana acariciando sua nuca, Ana a deitou na canga e retirou as ultimas peças que atrapalhavam o seu caminho, contemplou o corpo bem modelado de Drica e deu um sorriso safado para a garota deitada na canga sobre a areia grossa da praia, encaixou seu corpo entre as pernas de Drica e fazia movimentos com o quadril pressionando o sex* de Adriana contra o seu, Drica arqueava o pescoço para trás, e Ana beijava o seu pescoço, o lóbulo da orelha da morena e ela gemia gostoso em seu ouvido, os seios se tocavam, aumentando a excitação das duas, Drica gemia, arranhava as costas de Ana Paula, a loira resolveu cumprir a promessa e desceu pelo corpo da morena até chegar ao seu sex*, que já latej*v* de tanto desejo, Ana com sua habilidade beijava os grandes lábios de Adriana, era como se fosse um bailado levando a morena ao ápice em poucos minutos. Ainda ofegante Drica relaxava na canga, e Ana escalou o seu corpo beijando o caminho pelo qual percorria.
Ana se acomodou ao lado de Drica que ainda permanecia com os olhos fechados e um sorriso iluminado na boca.
-- Tira esse sorriso bobo da cara! - Disse Ana dando um tapinha em Drica.-
-- Eu não sei se eu vou conseguir.
Drica abriu os olhos e encarou Ana Paula. Elas permaneceram em silêncio e Drica levantou.
-- Ana é melhor irmos agora a maré está subindo, daqui a pouco não conseguiremos sair daqui.
-- Tudo bem.
As mulheres se vestiram, e recolheram a canga de Ana Paula, voltaram pelo mesmo caminho que fizeram para chegar ao outro lado da pedra, dessa vez como Drica alertara, a maré já estava alta, e a água do mar já batia em seus joelhos, tiveram alguma dificuldade, mas conseguiram chegar de volta à praia.
Beberam uma água de coco no quiosque e resolveram voltar para casa. Na volta vieram passeando, bem devagar, Drica fez com que o percurso fosse muito agradável, chegaram em Itaipu já anoitecendo, o porteiro do condomínio de Ana, já conhecia Drica e já abria o portão para a morena entrar, ela deixou Ana na porta de casa.
-- Está entregue.
-- Por que você não fica? Eu vou ver se Camila vai ficar em casa, nós podemos ver um filme ou sair para comer uma pizza.
-- Eu adoraria, mas eu estou muito cansada, fazer trilha é muito puxado, e ainda tinha uma garupa hoje, eu estou com os braços muito doloridos.
-- Eu entendi, que pena.
-- Mas se você quiser, vamos para minha casa, o que eu não quero é ter que pilotar muito tarde com sono, é perigoso.
-- Não, faz o seguinte, vai descansar hoje, amanhã eu te ligo e saímos para fazer alguma coisa.
-- Amanhã tem jogo do fluminense, eu devo assistir em algum bar. Você torce para que time?
-- Botafogo.
-- Nossa, encontrei uma botafoguense, até que enfim, eu achei que a torcida do botafogo era lenda, é igual à cabeça de bacalhau, ninguém vê.
-- Ih, para, eu hein. Ainda vai ficar me sacaneando?
-- É a única oportunidade que eu tenho de zoar alguém que torce pelo botafogo.
-- Palhaça.
Drica ria e Ana fez cara de emburrada, Ana passou a mochila para Drica que colocou o capacete e Ana brigou com ela.
-- Ei, eu não ganho nenhum beijo de despedida?
-- Desculpe.
Adriana retirou o capacete e inclinou-se para pousar um selinho nos lábios de Ana Paula.
-- Vai com cuidado.
-- Pode ficar tranquila.
Adriana colocou o capacete e acelerou sua moto, Ana ficou no portão vendo a morena se distanciar, quando percebeu o carro de Gisele passando por ela com os vidros abaixados, a loira assustou a advogada.
-- Você se despediu bem dela? Hoje foi o ultimo dia que você a viu.
Gisele arrancou com o carro cantando pneus, e Ana ficou desesperada, ela sabia que Gisele ia fazer uma loucura, entrou em casa e pegou o carro correndo, saiu novamente atrás das duas, mas ela não tinha visto para onde elas saíram, perguntou ao porteiro se ele tinha reparado, e ele indicou a direita, Drica seguia para casa, ia para Icaraí.
Adriana saíra do condomínio devagar, não gostava de correr quando estava de moto, sua aventura era somente nas trilhas que ela fazia, estava tranquila, ia pilotando para casa, de repente um carro atrás dela ligou o farol alto em sua direção, o que atrapalhava muito a estabilidade da moto, já que o reflexo do retrovisor atrapalhava sua visão, ela fez sinal com a mão pedindo para o motorista abaixar a luz, mas não obteve êxito. De moto, ela tentou sair da frente desse carro, para acessar o corredor, mas o motorista não deixava, acelerava junto, impedindo Drica de passar, do outro lado não tinha espaço, já era a divisão da pista, ela começou a ficar preocupada, percebeu que havia algo errado, e imaginou que poderia até ser um assalto.
Adriana não conseguia ver quem estava no volante por causa dos faróis ligados, e fazia um zigue zague perigoso na pista tentando sair daquela situação, conseguiu embicar a moto para passar para a outra pista, mas o carro fez uma manobra imprudente e quase provocou um acidente para não sair do encalço da garota, Drica tentava acelerar, mas o carro acompanhava ficando bem próximo ainda, até que o carro emparelhou ao seu lado imprensando Drica no canto da pista perto do meio fio, assustada, ela viu o vidro abaixar e viu Gisele dentro do carro, seu coração pulou dentro do peito veio quase na boca. A loira sorriu para ela e jogou o carro sobre a moto da morena, tirando Drica da pista, ela perdeu o controle e para não atropelar um pedestre que estava distraído na beira da calçada e ela jogou o corpo para o lado da rua, ela caiu sobre o capô do carro de Gisele que não parou, Drica foi lançada no asfalto com a moto deslizando até bater no meio fio e finalmente parar. Drica estava desacordada no chão, quase foi atropelada pelo carro que vinha atrás, mas teve sorte pois o motorista percebeu a movimentação e segurou um pouco a aceleração do veículo.
Ana Paula vinha pela rua buscando o carro de Gisele, depois de muita aflição conseguiu ver Drica na moto e o carro de Gisele a perseguindo, tentou chegar perto, mas não conseguia ultrapassar os carros à sua frente, aflita ela buzinava para tentar abrir caminho. Ela ligava para o celular de Gisele que chamava até cair, Ana já começava a chorar de nervoso ao ver a emboscada que Gisele preparava.
Ela até sentiu um alivio quando Drica conseguiu passar para o outro lado da pista, mas Gisele a seguiu quase provocando um acidente maior, suas mãos suavam, ela fez uma manobra arriscada e conseguiu ficar mais próxima das duas, mas não conseguiu chegar a tempo de evitar o acidente provocado por Gisele, Ana viu a loira jogar o carro contra a moto de Drica, e ficou apavorada quando viu a morena sendo lançada contra o asfalto. Ana teve a impressão que seu coração havia parado de bater com a apreensão que lhe abatera.
Os carros paravam por conta da movimentação do acidente e ela também parou subitamente. Viu Gisele fugindo depois de provocar a colisão.
Ana Paula saiu do carro apressada, com o celular na mão, em direção ao corpo inerte da contadora, viu Drica caída no chão perto da calçada, com machucados pelo corpo por conta do asfalto e desacordada.
Ela abaixou perto da amiga, e não sabia se mexia para ver se ela estava bem, ou se deixava até o socorro chegar, e alguns motoristas saíram, de seus carros também, um senhor já ligava para o corpo de bombeiros e outro rapaz se aproximou para tentar conter os impulsos de Ana, que chorava demais.
-- Não mexa nela, é melhor esperar o socorro.
-- Mas eu preciso saber se ela está bem.
-- Não faça isso, você pode machuca-la ainda mais se ela estiver com alguma lesão na coluna.
-- Adriana.
O rapaz conteve Ana para que ela não mexesse em Drica. Ana Paula pegou o celular e ligou para Isadora.
-- Alo.
-- Isa, Isa, você está onde?
-- Eu estou em casa, o que houve? Por que você está chorando?
-- Isa, Gisele enlouqueceu, Isa me ajuda. –segurava os cabelos --
-- Calma Ana, onde você está?
-- Eu não sei, eu não vi, eu acho que eu estou na saída de Itaipu, em direção a Icaraí.
-- O que está acontecendo? Ana o que ela fez com você?
-- Comigo não, ela atropelou a Adriana.
-- O que?
-- Ela atropelou Adriana, ela tentou matar Adriana, Isa.
-- Eu estou indo para ai qualquer coisa me liga.
Isadora desligou o telefone e Ana estava desesperada, ela levantou e andava de um lado para o outro e nada do socorro chegar, ela olhava para Drica e percebeu que a morena mexeu o braço.
-- Drica, Meu amor você está me ouvindo?
Adriana não respondia, Ana ficou mais desesperada. Finalmente ela ouviu a sirene da ambulância que se aproximava. Ana levantou e ficou olhando os paramédicos descerem, trazendo uma maleta e um aparelho de ressuscitação, ela estava apavorada.
Os médicos pediram para que as pessoas ficassem afastadas, começaram a cuidar de Drica, ela estava deitada de lado ainda de capacete, um dos médicos retirou o objeto e verificou que aparentemente este protegeu a cabeça da morena evitando danos maiores e mais perigosos, ele colocou um colar cervical para proteger o pescoço e colocaram a maca para virar o corpo de Drica e quando o fizeram perceberam uma fratura exposta na perna esquerda da garota, Ana ao ver a cena ficou meio tonta, ela estava bem machucada.
Os médicos a imobilizaram e colocaram na ambulância, Ana já ia entrar na ambulância quando se lembrou do carro, ela estava muito abalada para dirigir, o seu corpo tremia inteiro.
Via a garota sendo colocada na maca para ser levada para o hospital.
-- Vocês vão leva-la para onde?
-- A senhora a conhece?
-- Sim, é minha amiga.
-- A senhora pode ir conosco.
-- Mas o meu carro está ali no engarrafamento.
-- A senhora tem condições de dirigir?
-- Eu acho que não.
-- Nós a levaremos para o Antonio Pedro. Ela receberá os primeiros socorros e posteriormente podem removê-la para outro hospital.
-- Tudo bem, eu já vou para lá então.
Ana viu a morena ser colocada na ambulância e esta sair com as sirenes ligadas para acelerar a chegada da paciente ao hospital, Ana não tinha forças nem para caminhar até o carro novamente, estava ali no meio da rua desolada, e só despertou desse transe quando ouviu as buzinas dos carros que estavam atrás do seu que estava parado ainda na pista, ela acenou para os motoristas e estacionou o carro em um canto da via, ainda não conseguia controlar a embreagem.
Ana tentou ligar para Gisele novamente mas a loira não atendia.
Ficou parada ali por vinte minutos, e pensava como iria sair dali, o seu celular tocou e ela viu o nome de Isadora no display.
-- Oi Isa.
-- Ana, onde você está?
-- Eu estou em frente a uma galeria sentido centro.
-- Acabei de ver o seu carro, eu vou fazer o retorno.
Elas desligaram o telefone e Ana permaneceu dentro do carro. Cinco minutos depois Isadora estacionou ao seu lado com Nathalia. As amigas desceram de seus carros e Ana apavorada correu para abraçar Isadora que a consolava, Ana não parava de chorar e Nathalia assistia a cena encostada no carro.
-- Ana o que aconteceu?
-- Ela jogou o carro em cima da moto dela.
Ana apontou a motocicleta caída na calçada. A essa altura, já haviam alguns policiais no local, verificando o acidente, tomando depoimento de algumas testemunhas, e Ana só queria sair dali para não se complicar.
-- Ela faz trilha?
-- Faz, e hoje ela me levou com ela para uma trilha, isso tudo aconteceu quando ela me trouxe em casa agora à noite.
-- Você foi com ela? Minha nossa a cada dia eu me surpreendo mais com as pessoas.
-- Isa, não perde o foco, que diferença faz isso agora?
-- Desculpe.
-- Amiga onde ela está? – Nathalia perguntou --
-- Eles a levaram para o Antonio Pedro.
-- Então nós vamos para lá também. Eu dirijo.
As três foram em direção ao centro de Niterói onde fica o hospital universitário Antonio Pedro, o local onde a ambulância deixaria Drica. Nathalia levou o carro de Isadora e ela levou o carro de Ana que estava no carona ainda chorando. No caminho ela contou os detalhes do ocorrido e Isadora ficou apavorada com a atitude de Gisele.
Chegando ao local, elas entraram e foram pedir noticias de Adriana.
-- Boa noite, nós estamos procurando por Adriana, uma jovem que sofreu um acidente de moto.
-- Ah sim, ela está na área de trauma, pega esse corredor e virem à esquerda. Lá tem outra recepção, perguntem por lá.
As meninas obedeceram, chegando ao local, uma enfermeira fazia algumas anotações.
-- Boa noite senhora, nós estamos procurando uma jovem que sofreu um acidente de moto.
-- Hum, a única menina que chegou de acidente de moto é uma branquinha, qual é o nome da pessoa?
Ana se interpôs, não aguentava mais a demora por noticias.
-- É Adriana, Adriana.
-- Sim, Adriana Ferreira, ela está com os médicos, eles estão fazendo algumas radiografias.
-- Ela deve ter algum plano de saúde.
-- Nesse caso é só algum parente vir e solicitar a remoção.
-- Nós temos que ligar para a família dela.
-- Eu não tenho o telefone.
-- Nathalia, você tem o número da Alessandra?
-- Eu tenho sim, eu vou ligar para ela.
Nathalia ligou para a amiga e explicou o que acontecera, as contadoras ficaram de ligar para a família de Adriana e também foram para o hospital.
--Eu peguei a mochila dela quando ela caiu, aqui deve ter alguma carteirinha de plano.
Ana olhava a mochila de Drica e achou a carteira da morena, ela tinha um plano particular o que melhoraria as coisas.
As meninas ficaram ali e logo o irmão de Adriana chegou perguntando por ela. Ana se apresentou e disse que era amiga de Drica e que ela a tinha socorrido. Ela preferiu não contar que tinha sido um acidente provocado para não expor Drica para a família. Depois de um tempo aguardando noticias, um médico apareceu, e chamou os familiares de Adriana.
Paula e Ale chegavam nesse mesmo momento.
-- Algum familiar de Adriana Ferreira?
-- Sim senhor, eu sou o irmão dela.
-- A Adriana sofreu algumas escoriações leves, ela teve sorte de estar com capacete, pois não houve trauma cerebral, mas a situação da perna dela está bem complicada, ela teve uma fratura exposta e tem o fêmur quebrado em dois lugares, ela precisará de cirurgia e terá que ficar de repouso por bastante tempo.
-- Eu posso pedir a remoção para um hospital particular?
-- Sim, eu vou liberar os papeis, e você poderá transferi-la.
Felipe se afastou para fazer algumas ligações e Ale e Paula chegaram perto das meninas para conversar.
--O que aconteceu? -perguntou Paula intrigada com a historia que Ana contara ao telefone.-
-- Ela foi jogada para fora da pista por um carro.
-- E você chegou lá primeiro? Ela ligou para você?
-- Não, eu estava logo atrás, eu estava seguindo a Drica.
-- Ana, diz logo o que aconteceu? Ela nunca é imprudente quando está de moto.
Diante das indagações das amigas, Ana começou a chorar, Isadora a amparou e Nathalia puxou as amigas para um canto e explicou o que aconteceu, Paula ficou atordoada, e Alessandra em um ato impulsivo como sempre, partiu para cima de Ana Paula e a confrontou.
-- Escuta aqui garota se acontecer alguma coisa grave com Adriana eu mato você, -- Alessandra segurou o braço de Ana -- a vida dela virou de cabeça para baixo depois que ela te conheceu, por que você não vai embora e deixa ela em paz?
-- Calma Alessandra, nós estamos em um hospital. – Nathalia tentava interceder --
-- Calma porr* nenhuma, se você não consegue segurar a onda dessa louca, então deixa Adriana encontrar alguém sem complicações, você fala dela, mas você está igual, fazendo a mesma coisa com a Drica.
Paula chegou tirando Alessandra de perto da Loira.
Ana Paula chorava em silencio. Isadora pensou em responder, mas não quis arrumar mais confusão dentro do hospital, até porque ela também já estava com essa sensação, que sem perceber, Ana estava fazendo com Drica o mesmo que ela sofre com Gisele. Antes que as coisas piorassem, Isadora resolveu levar Ana Paula para casa.
-- Ana vem, eu vou te levar para casa. Vamos embora.
-- Eu quero saber como ela está.
-- Nathalia liga para saber notícias depois.
-- Desculpem. –dizia Ana com a voz embargada-
Alessandra não respondeu nada, e enquanto as meninas saiam, Paula veio atrás pelo corredor.
-- Ana desculpe a Ale, ela é muito impulsiva, fala as coisas sem pensar e depois se arrepende.
-- Ela tem razão Paula, eu só estou piorando as coisas, eu não tenho o direito de estar com ela, Eu vou deixa-la em paz.
As meninas saíram e Paula tentou argumentar mas Ana não esperou, ela só queria sair dali.
Paula voltou para a sala de espera e repreendeu Alessandra.
-- Alessandra, você enlouqueceu? O que deu em você?
-- Paula você não está vendo o que essa mulher está fazendo com a Drica? Ela está indo embora do Brasil para ficar longe dela, vai deixar o escritório, fica toda murcha pelos cantos sentindo saudade, e agora tem a vida posta em risco desse jeito.
-- Meu amor, eu concordo com você que ela passou dos limites, mas eu ainda acho que quem tem que decidir isso é a Drica, por mais que Ana tenha sido motivo para essas mudanças, algumas foram boas, ela não vai embora definitivamente, e ela vai estudar na melhor universidade do mundo, para ela será ótimo.
-- E esse acidente?
-- Eu acho que ela tem que dar queixa.
-- Eu também, ela tinha que entrar com um processo contra essa doida.
-- Só que teríamos que ter testemunhas.
Enquanto as meninas conversavam, Felipe voltou com as guias para a transferência de Adriana, estavam apenas aguardando a ambulância chegar. Ela seria transferida para um hospital no centro mesmo.
As meninas resolveram ficar para ajudar Felipe com a burocracia, já no HCN (Hospital de Clinicas de Niterói), o médico de plantão avaliava o caso de Adriana, os três esperavam na recepção da ala de trauma, já entrava pela madrugada e Felipe estava aflito.
-- Gente, não é possível, eu não aguento hospital, por que essa demora toda?
-- Calma Felipe é assim mesmo, eles devem estar fazendo exames, é meio demorado.
-- Sua mãe ficou em casa?
-- Sim, ela ficou com o meu pai, ele não pode ficar sozinho ainda.
Finalmente um médico apareceu para falar sobre Adriana.
-- Tem algum parente de Adriana Ferreira?
-- Sim doutor, eu sou irmão dela. Felipe.
-- Boa noite Felipe, eu sou o doutor Cesar, eu sou ortopedista e estou com o caso da sua irmã.
-- O caso dela é grave, teremos que fazer uma intervenção cirúrgica para a colocação de pinos e uma placa de titânio, a recuperação é lenta, de três a cinco meses de imobilização.
-- Ela está com viagem marcada para fevereiro, ela vai para os Estados Unidos.
-- É um prazo muito pequeno, essa viagem vai depender da recuperação dela, ela não poderá colocar o pé no chão por pelo menos um mês, depois desse período de acompanhamento é que poderemos dizer se ela poderá viajar.
-- Se eu conheço bem minha amiga em quinze dias ela vai dar cambalhotas.
-- Vamos esperar.
-- Nós podemos falar com ela?
-- Sim, ela já está consciente, está no quarto.
O médico os levou até o quarto onde Adriana estava instalada. Ela já estava com a perna imobilizada, com um soro recebendo analgésicos e tinha curativos nos braços e nas pernas pelos machucados do asfalto. Havia levado pontos no supercilio e tinha uma costela fraturada.
-- Drica, você esta acordada?
Adriana abriu os olhos e visualizou as imagens das amigas e de Felipe.
-- Oi amiga. – Paula acariciava a testa da amiga --
-- Oi. – Drica esboçou um sorriso -- Felipe, mamãe está ai com você? – falava com certa dificuldade pelo efeito do remédio --
-- Não, ela ficou com papai.
-- Você está sentindo dor?
-- Um pouco, minha perna está doendo mais, o médico falou que eu vou precisar de cirurgia, eu odeio hospital.
-- Mas você vai precisar passar alguns dias aqui sim. Você teve sorte, pois poderia ter sido muito pior.
-- Ainda bem que eu estava de capacete, olha o meu braço Paula, está todo queimado do asfalto.
-- Calma Adriana, isso ai é o de menos, o pior pelo que eu entendi realmente é a fratura da sua perna.
-- Ana Paula? Ela sabe que eu estou aqui?
-- Esquece Ana Paula, Drica, essa mulher é um atraso de vida.
Alessandra falava raivosa, Felipe sem entender acabou falando com Drica que Ana estava no hospital.
-- Essa é sua amiga loira? Ela estava lá no Antonio Pedro comigo, ai eu sai para resolver a sua remoção e depois que eu voltei ela já não estava mais.
-- O que foi Paula?
-- Nada, ela estava muito nervosa, ai Isadora a levou para casa.
-- Onde está o meu telefone?
-- Para que você quer telefone agora?
-- Eu quero ligar para ela.
-- Não vai ligar não, já é muito tarde, ela já deve estar dormindo.
-- Ai Ale, você está tão chata hoje, o que houve hein?
-- Ai. – Paula beliscou a costela da esposa --
-- O que foi?
-- Nada, acho que foi algum mosquito.
-- Eu vou comprar alguma coisa para eu comer, eu estou com fome, vocês querem algo meninas?
-- Não Felipe, obrigada.
-- Irmão? Eu quero um misto quente com coca cola.
-- Ah tá, você vai seguir a dieta do hospital, pode esquecer os sanduiches gordurosos.
Adriana fez uma careta contrariada. Felipe saiu do quarto e Adriana resolveu perguntar o que estava acontecendo.
-- Agora vocês podem me dizer o que está acontecendo?
-- Adriana, quem te atropelou foi aquela louca da namorada da Ana, e você ainda quer correr atrás dela?
-- Eu sei que foi ela, eu vi.
-- Eu não estou acreditando nisso. – Alessandra falava irritada --
-- O que foi Ale? Ana Paula é uma pessoa, essa doida é outra, não culpe a Aninha pelos erros da Gisele.
-- Eu não a estou culpando pelos atos da Gisele, eu só acho que ela reclama tanto dessa mulher, mas ela está agindo com você da mesma forma que a outra faz com ela.
Adriana parou para pensar e viu um fundo de verdade no que Alessandra dizia. Mas mesmo assim, não sentia maldade nas atitudes da loira, ela ainda queria falar com Ana Paula, saber se ela estava bem.
-- Ale, você me falando isso, realmente faz sentido, mas mesmo assim, eu quero só falar com ela, saber se ela está bem, se ela estava nervosa, eu quero acalma-la.
-- Adriana você vai denunciar essa doida não vai?
-- Eu não sei ainda.
-- Ah não, você precisa abrir um boletim de ocorrência.
-- Mas eu não quero prejudicar Ana Paula.
-- Eu não acredito. – Alessandra ainda estava muito irritada --
-- Aqui, o seu telefone.
-- Obrigada Paula.
Adriana ainda se sentia um pouco tonta mas discou o número de Ana Paula, sem se importar com a hora avançada.
*************
Em casa, Ana Paula andava de um lado para o outro, nervosa, e ansiosa para saber notícias de Adriana.
-- Calma Ana, você vai abrir um buraco no chão e vai cair no meio da sala, no colo do seu pai.
-- Se cair no colo dele tudo bem, triste seria se ela caísse em cima do home theater dele, ai sim, seria um problemão.
Isadora sempre tirava sarro da amiga, o pai dela era tão fissurado por cinema que tem quase um cinema montado na sala.
-- Vocês podem parar de me zoar, eu estou uma pilha, se eu encostar o dedo na tomada eu faço a casa pegar fogo.
-- Senta um pouco.
-- Eu não quero, eu só quero saber se ela está bem. Liga para Alessandra.
-- Cadê o meu telefone?
Quando Nathalia pegou o celular o telefone de Ana tocou, ao ver o nome no visor ela abriu um enorme sorriso.
-- É ela. – pausou -- Eu não vou atender, eu não posso mais falar com ela, atende você Isa, diz que eu estou dormindo.
-- Ana, você não quer saber como ela está?
-- Atende. – Ana falava jogando o celular nas mãos de Isadora --
-- Alo.
-- Alo, Ana?
-- Não, é Isadora, é Adriana quem está falando?
-- Sim, eu liguei para avisar que eu estou bem, ela está ai?
-- Que bom que você está bem, nós ficamos preocupadas, ela estava muito nervosa e nós demos um calmante para ela, ai ela acabou caindo no sono.- Isadora fazia caretas para Ana Paula.-
-- Ah sim, então tá, avisa a ela que está tudo bem, eu vou ter que operar a perna, mas de resto está tudo certo. Depois eu converso melhor com ela.
Adriana ficou desanimada quando não falou com Ana, mas tentou não transparecer.
-- Que bom, se você precisar de alguma coisa liga para mim.
-- Obrigada Isa, pede a ela para me ligar, por favor.
-- Pode deixar. Um beijo.
-- Beijo.
Isadora desligou o telefone com o coração partido, sentiu a frustração de Adriana quando não conseguiu falar com a amada. Ela encarou Ana Paula e foi sincera.
-- Nunca mais me peça para mentir para ela, eu cansei de te avisar que a Gisele ainda ia te deixar em maus lençóis e você não me escutou, agora você vai magoar a mulher que te ama de verdade e que poderia te dar uma vida decente.
Ana voltou a chorar, Isadora tinha razão, a verdade doía, mas precisava ser dita, ela sabia que isso ia acontecer, seu plano para proteger Adriana era se afastar da morena, não atender telefone, não encontrar com ela, bloquear no MSN, acabar com todos os contatos com Adriana, ela viajaria e enfim a morena ficaria longe dela para encontrar alguém que lhe faça feliz.
-- Desculpa Ana, eu fiquei nervosa, eu sei que isso está sendo a maior barra para você também.
-- Tudo bem Isa, é que escutar a verdade às vezes dói. Mas você tem toda razão. Alessandra também tem razão. Eu preciso deixa-la em paz.
-- O problema é que nós sabemos que ela não quer ser deixada em paz.
Fim do capítulo
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Cacavit
Em: 19/11/2020
Aí já deu pra mim, eu desisto!!
A louca deveria estar interditada no hospital psiquiatrico de segurança máximo e ninguém tá pensando em dar queixa e denunciá la. Sinceramente eu tenho minhas dúvidas sobre a sanidade das personagens principais, uma tá em um relacionamento tóxico há 3 anos e tá levando outra totalmente sã e sadia à criar um relacionamento tóxico paralelo!! Que loucura!!.
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Cacavit
Em: 18/11/2020
Aí já deu pra mim, eu desisto!!
A louca deveria estar interditada no hospital psiquiatrico de segurança máximo e ninguém tá pensando em dar queixa e denunciá la. Sinceramente eu tenho minhas dúvidas sobre a sanidade das personagens principais, uma tá em um relacionamento tóxico há 3 anos e tá levando outra totalmente sã e sadia à criar um relacionamento tóxico paralelo!! Que loucura!!.
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