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DESTINO INCERTO por veruskasouza

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Palavras: 4102
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Notas iniciais:

Helena estava empolgada com a reforma do apartamento, sua vida parecia mudar com as novas percepções...

Capítulo 6

Capítulo 6 – Percepções

 

Sábado chegou trazendo um sol diferente, com a desculpa ideal para uma trilha entre amigos. Carolina gostava da natureza, sentia-se parte dela quando fazia rapel, nadava e mergulhava sem ter hora pra voltar. Adorava esportes, tinha paixão por adrenalina e isso era um santo remédio para as cobranças de sua vida cotidiana.

Praticamente se jogou na cama quando chegou em casa ao escurecer. Patrícia ligou insistindo para irem a uma festa, mas preferiu recusar por não ter condições físicas para tanto, prometendo marcar uma saída assim que surgisse uma nova oportunidade. O domingo veio suave fazendo-a acordar-se cheia de disposição e, por isso, acabou colocando alguma coisa em ordem antes de se dirigir ao encontro no apartamento de Carolina.

Horas depois, ambas conversavam animadamente demonstrando parte da afinidade até então identificada:

-- Acho que ficará muito mais aconchegante dessa forma, Helena, você escolheu bem, a iluminação poderá ser bem mais explorada e a impressão da ampliação do ambiente ficará ainda mais evidente.

-- Realmente gostei dessa proposta, foi a que mais me agradou. Carol...puxa vida, menina, preciso dizer que seu trabalho é maravilhoso, me deixou realmente sensibilizada! Não sei explicar, mas isso tudo tem me trazido uma alegria diferente, uma sensação boa de realização, deve ser por isso que mulheres adoram uma reforma, revigora o ambiente, revigora nós mesmas.

-- Acredito que a arquitetura alcança um grau além do profissional, Helena. Hoje consigo entender que a minha profissão não é somente ciência, ela é uma arte, assim como a música, onde cada projeto representa uma partitura melódica que expressa sentimento, desejo e realização.  

A advogada sorriu e por um instante parecia esquecer de todos os seus problemas enquanto olhava para aquelas amostras. Sentia-se útil, estava adorando aquela distração tão oportuna, sobretudo, da companhia agradável e solícita de Carolina. Aquilo tudo a transportava para uma atmosfera de satisfação e bem estar que há muito tempo não sentia, e por alguns momento tirava-lhe da angustia e insatisfações que pareciam tomar conta de si durante os últimos meses.

-- Novamente obrigada por tudo. Tem sido muito importante pra mim, você não sabe o quanto, Carol!

Helena agradecia, transmitindo através de palavras o que o seu olhar sincero dizia a todo tempo. Ela tocou carinhosamente o antebraço de Carolina pela atenção especial recebida. Carolina retribuiu o gesto da mesma maneira enquanto abria um sorriso terno.

O almoço correu da melhor forma possível, Carolina apreciou com empolgação a famosa mojica de pintado com pirão e farofa de banana. Também não se fez de rogada ao degustar o furrundú e embora não fosse muito adepta ao consumo de doces, achou aquela iguaria particularmente deliciosa. Assuntos brotavam com tanta facilidade e uma sintonia especial surgia a cada instante. Carolina começou a falar das viagens, da sua admiração pela arquitetura mundial, em especial pelo renascentismo italiano, o churrisgueresco espanhol e o enxaimel da Alemanha, onde fez sua especialização. Acabou revelando sua paixão por esportes radicais. Helena achou interessante esse lado tão diferente da amiga, até porque sua vida não lhe permitira conhecer pessoas com as mesmas características, tendo em vista o meio social aonde crescera. Acabaram falando sobre isso por um longo tempo até que por fim, a parte relacionamento foi abordada com cautela. Carolina falou um pouco mais de sua vida, família, de relacionamentos, em especial, o ultimo que acabara sendo um tanto mais frustrantes que os demais. Falou dos amigos, de Patrícia, a mais excêntrica lésbica que já conhecera na vida e que era, também, uma excelente amiga. A advogada ouvia tudo atentamente, achando engraçado e admirável o mundo de Carolina, o quanto ela se entregava a vida, de diferentes facetas, escolhas e versões. Algo lá no fundo levava-a a acreditar que eram muito parecidas, apesar da distância existente entre o mundo de ambas.

Antes de sair, Helena mencionou a provável visita ao médico durante a semana e que o mesmo deveria liberar os passeios externos, ocasião na qual estaria disponível para as visitas outrora combinadas. Empolgada, Carolina prometeu reservar um horário para apresentação de seus trabalhos pessoalmente, assim que recebesse um ok da advogada que, por sua vez, demonstrava um sincero ar de contentamento. Enfim, despediram-se, meio que naquela sensação de que teriam ainda muitas e muitas coisas para conversarem. A empatia consolidou-se como já fossem amigas de longa data e assim aconteceu realmente.

Uma semana depois e as novas amigas saiam de edifício projetado pela equipe de Carolina. O contentamento de Helena estava expresso na alegria com a qual agora se soltava inteiramente, falando um pouco mais do que o de costume, nos gestos delicados que fazia sobre todo o conjunto arquitetônico e, também, através da íris dos olhos que adquiriam cores tão vivas e iluminadas. Isso tudo trouxe a Carolina uma paz interior muito grande. Ela observava a amiga em todos os seus detalhes, via ali estampado a figura de uma mulher que parecia ter se escondido atrás de uma cortina cinza e que agora ressurgia com toda disposição e alegria para a vida que teria pela frente. Sentiu uma grande realização em poder de certa forma ter contribuído para aquela mudança.

-- Eu simplesmente adooorei tudo, Carol! Estou tão empolgada que mal posso esperar para darmos início as obras. Quando poderemos escolher o nosso engenheiro?

Helena uniu as pequenas mãos batendo duas palmas delicadas ao mesmo tempo em que dava o seu melhor sorriso a amiga. Carol, por um segundo, pareceu distante. Definitivamente, ela havia se encantado com aquela cena, assim como, instintivamente foi impossível não reparar o conjunto perfeito daquele sorriso distribuído entre os dentes brancos, os lábios vermelhos bem desenhados e que agora estavam sendo mordidos quase que sensualmente por uma Helena que mantinha apenas uma expectativa inocente.

-- Carol? ...tá tudo bem? Eu devo estar sendo inconveniente, desculpe, é que eu estou tão excitada com essa reforma que...

Helena tentava se desculpar quando Carolina a interrompeu um pouco sem graça.

-- Desculpa, Helena, eu que me distrai sem querer! Não se preocupe com nada, vou providenciar um engenheiro muito bom pra sua obra. É um amigo de faculdade. Luiz Eduardo com certeza irá fazer um excelente trabalho pra você. Ainda esta semana ele irá te procurar para fazer um orçamento, tudo bem?

-- Que maravilha, desculpe minha ansiedade, é que eu estou muito contente com isso tudo.

-- Pois saiba que essa sua alegria contagia e eu também estou muito empolgada com essa obra. Também quero vê-la se iniciar o mais breve possível, mas não se anime tanto viu, querida, porque canteiro de obras é um saco e a bagunça é grande!

-- Eu já pensei nisso também, Carol, e é provável que eu me mude temporariamente para o hotel que fica em frente ao meu edifício, assim acompanho a obra de perto.

-- Seria o mais recomendável a fazer.  Fico feliz que já tenha pensado em tudo, mocinha!

Carolina sorriu de um jeito despretensioso e agora foi a vez de Helena reparar naquela moça discreta, alegre e bem disposta. Carol era uma amiga atenciosa, cheia de predicados e tinha o sorriso mais claro e sincero que havia conhecido. Não deixou de reparar nos olhos cor de mel que brilhavam de forma diferente quando o assunto era a arquitetura ou os passeios radicais que ela até então mal fazia ideia do que se tratava, mas que a deixara no mínimo curiosa apenas pela alegria da moça ao descrever suas aventuras.

A arquiteta seguia dirigindo e Helena apenas admirava a mulher independente e cheia de vida ao seu lado. Tinham quase a mesma idade e vidas tão diferentes. As escolhas que fizera pra si agora eram questionadas e algumas dúvidas passaram a povoar seu pensamento cada vez mais cheio de possibilidades. 

Um dia depois, na empresa, uma arquiteta parecia ter acordado com o pé esquerdo. Patrícia tentava arrancar os próprios cabelos depois de uma inspeção de obras junto a filha do proprietário, que por sua vez, apenas criticou o trabalho que já vinha sendo feito de forma correta e equilibrada.

-- Eu ainda cometo uma loucura com aquela mulher. Como aquela jumenta conseguiu tirar o título de arquiteta? A faculdade que aprovou essa mulher deveria ser processada. Aposto pela minha vida que o diploma foi comprado, só pode!

Patrícia andava de um lado pro outro bufando e reclamando quando Carol entrou na sala.

-- Menina de Deus, ao menos fale baixo, vai que sua amada chefa aparece de repente e pegue a pupila falando mal pelas costas.

Ela ria de canto de boca, reparando no quanto Patrícia ficava engraçada, nas suas caras e bocas, depois que se reunia com a miss purpurina.

“Um dia ela ainda puxa o cabelo daquela loira oxigenada”.

Preferiu pensar ao invés de dar mais corda as mil ideias nada amistosas que agora povoavam a cabeça de sua subordinada.

-- Você ainda ri da minha situação, Carol! Aquela mulher é o demônio! Queria só ver se fosse você que tivesse que sair quase todos os dias com aquela sem educação, desalmada e, principalmente, totalmente fora de contexto no que se refere a arquitetura. Sinceramente, não sei o que ela faz na nossa profissão. Ela não tem a menor vocação pra coisa!

-- Também não exagere, Patrícia, Cláudia Spezzato tem mania de grandeza, mas não é de todo tão burra quanto parecer.

Carolina respondeu com certo cinismo na voz, ainda rindo por dentro pela situação.

-- Tá vendo, até você acha ela burra! O que eu não entendo é o porquê dela querer sempre me arrastar para as inspeções dela. Ela fica me humilhando o tempo todo, parece que me pegou pra Cristo, oras. Com tanto arquiteto nessa empresa e ela só pega no meu pé. Sai encosto!

Ela parou próxima da mesa emburrada, colocando as mãos sobre a testa em sinal de negação.

-- Pense no lado bom, querida, vai que ela se encantou pelos seus lindos olhos castanhos? Já pensou, você e a miss purpurina na mesma sintonia, ainda mais a senhorita que adora uma loira!

Carolina agora ria abertamente das micagens da amiga que mostrou uma cara de nojo àquele comentário.

-- Você perdeu o juízo, Carol! Nem Jesus há de deixar acontecer uma coisa dessas. Valha-me nossa senhora das sapatilhas! Viraria hétero no outro dia, argh!

Patrícia se benzeu ao menos três vezes antes de se sentar e ligar o notebook com certa violência.

-- Não seja tão exagerada, menina, acalme-se porque hoje o dia só está começando e temos uma porção de coisas pra fazer.

 -- Pior é que eu nem sei por onde começar, Carol. Vamos esquecer aquela louca, por hora, senão serei obrigada a passar no RH e pedir férias definitivas dessa empresa.

-- Isso mesmo, relaxe, abra aqueles projetos cabulosos no auto cad, isso irá te fazer bem, eu garanto!

-- Aff!

A outra respondeu desanimada antes de começar a trabalhar.

No apartamento de Helena, a advogada não cabia mais em si mesma após receber o orçamento do engenheiro que já escalaria o pessoal pra começar as obras na próxima semana. Carolina nunca vira tanta alegria e disposição reunidas naquela moça. Ela havia passado no fim da tarde para finalizar todas as dúvidas que ficaram sobre as contratações e o orçamento da obra e encontrou uma moça muito diferente de quando conhecera.

-- Ai, Carol, só Deus pra te agradecer por tudo o que você tem feito. O orçamento está equilibrado e meu apartamento vai ficar lindo!

-- Que bom que gostou, Helena, tenho certeza que esse projeto vai deixar seu apartamento maravilhoso, do jeito que você merece. E aí, já arrumou as malas para o hotel?

-- Praticamente. Como disse antes, ficarei no hotel aqui em frente e vou acompanhar tudo muito de perto todos os dias.

Helena novamente deixava aquele sorriso “premium” à vista e Carolina parecia se hipnotizar com aquela demonstração de contentamento.

“Como ela fica radiante quando está feliz, que mulher mais encantadora. E como aquele infeliz pode deixa-la assim, tão sozinha, simplesmente não consigo entender tamanho descaso”.

Carol não pode deixar de pensar enquanto ria e trocava várias informações sobre o cronograma da obra com Helena que parecia flutuar de tanta felicidade.

-- Bom, eu preciso ir Helena, sabe que hoje me deu uma vontade de sair, fazer algo pra relaxar um pouco. Acho que vou ao cinema e depois sair pra comer alguma coisa, já faz algum tempo que não faço isso e eu adoro filmes.

-- Nossa, ir ao cinema... fazem anos que eu não sei mais o que é assistir a uma sessão. Acho que ainda estava na faculdade na ultima vez que fui ao cinema... e olha que uma coisa aparentemente tão simples se tornou tão rara em minha vida. Meu Deus, que vergonha, agora sim me senti uma velha!

Helena sorria enquanto colocava uma das mãos sobre a testa observando o quanto parecia ter se distanciado do mundo, de certas situações e pequenos prazeres que fazem parte do cotidiano das pessoas.

-- Não seja por isso, minha querida. Que tal você me fazer companhia numa sessão de cinema regada a muita pipoca? Aqui perto tem um shopping excelente, a não ser que tenha outro compromisso, sinta-se intimada a me acompanhar.

Carol piscou um dos olhos para amiga que abriu a boca com incredulidade.

-- Compromisso, Carol! Olha direito pra mim! Uma dona de casa que vive enclausurada pode ter algum compromisso? Nem ao supermercado tenho ido ultimamente, no máximo vou toda semana ao salão de beleza, do contrário, mal tenho saído de casa.

Helena ria do próprio infortúnio enquanto era observada por Carol que achou engraçado como ela falava aquilo tudo de forma tão natural e involuntária. Se fosse com ela a situação seria outra, estaria chorando desesperada por ter uma vida tão pacata.

-- E aí, moça, vamos?

-- Será, Carol?

Os olhos de Helena pareciam não acreditar no que poderia estar fazendo.

-- Você ainda tem dúvida, vai lá pegar sua bolsa e vamos no meu carro! Quer um motivo melhor para comemorarmos a sua reforma? Depois te trago de volta linda e com segurança, não se preocupe.

Carol revirou os olhos fingindo indignação para depois retribuir com um sorriso especial.

-- Eu irei, sim, Carol, vou pegar minha bolsa.

E assim ambas seguiram para o shopping num clima de grande descontração e alegria. Depois de assistir a uma comédia romântica com pipocas as duas amigas seguiram rindo e agora de braços dados, rumo ao restaurante onde degustariam uma massa gostosa e continuariam o passeio agradável.

Antes de entrar no restaurante elas esbarram com a figura conhecida.

-- Carol, olha que se combinássemos não nos encontraríamos dessa maneira!

-- Patricia, você anda me perseguindo até aqui?

As duas colegas de trabalho se cumprimentaram alegremente. Finalmente, Helena foi apresentada a outra arquiteta que a primeira vista não se conteve diante da beleza da mulher que educadamente se apresentou, deixando-a muda e estática por alguns segundos.

-- Patrícia, estou falando com você!

Carolina havia engrossado o tom da voz quando viu que falava para o nada enquanto a amiga não tirava os olhos de Helena que maninha-se alheia a situação recém formada.

-- Desculpe, Carol, o que você dizia mesmo?

-- Estava dizendo que assistimos um filme ótimo e que agora iremos jantar.

-- Ah, sim, eu também estou com fome. Acho que vou acompanhar vocês.  Onde vocês pretendem comer?

-- Vamos jantar uma massa, né, Carol.

Helena respondeu de forma inocente.

-- Verdade, estávamos pensando numa massa. Aqui tem um restaurante ótimo. Então, vamos todas.

Carol falou meio insegura notando as olhadas da colega para a amiga que não se deu conta que era admirada de forma tão intima.

“Se a Patrícia der em cima de Helena ela me paga. Onde já se viu ficar secando os outros de forma tão escrachada. Vou ter uma conversa séria se ela não se contiver”.

Pensou antes de sair com as amigas a tiracolo.

O jantar correu bastante descontraído, embora Patrícia não tirasse os olhos de Helena, parecendo encantada com a mulher a sua frente, não houve qualquer inconveniente de sua parte e Carolina ficara bastante tranquila depois de algum tempo.

-- Então Helena, a Carol já havia falado bastante de você no trabalho. Que bom que vocês se tornaram amigas!

-- Me diga como não se tornar amiga de uma pessoa tão bacana como a Carol? Eu fico lisonjeada com a aproximação dessa pessoa tão querida, viu! Entrou na minha vida na hora certa em todos os sentidos.

Helena conseguiu trazer o rubor ao rosto de Carolina. Ela ainda fez um pequeno carinho nas mãos da nova amiga que retribuiu com o carinho no olhar e sentiu naquele toque uma paz, um calor especial, uma estranha satisfação interna.

-- Não fala assim que você me deixa tímida. Você que é uma amiga especial, Helena!

Àquela melação e elogios infindáveis trouxe um pingo de ciúmes à Patrícia que acabou se sentindo excluída da situação. 

-- Olha só, se forem disputar o campeonato da mais legal, eu adianto que já ganhei o título faz tempo.

O grupo todo acabou rindo daquele pseudo ataque e assim continuaram a conversa tranquila, com algumas revelações de todas que após o consumo de vinho se soltaram ainda mais diante de toda aquela situação.

-- Pois então Helena, se você acha que os homens desse mundo são aproveitadores e não querem compromisso, você ainda não viu nada! As mulheres estão bem piores, eu garanto!

-- Jura Patrícia, nossa, realmente não estou a par das novas realidades.

-- Mas isso é uma verdade. Compromisso é algo para poucos, infelizmente. Olha só o caso da Carol!

A vitima revirou os olhos e falou com a voz um pouco pastosa decorrente do consumo de vinho.

-- O que tenho eu, Paty, lá vem você de novo criticando a minha vida pessoal. Eu já disse que não saio com qualquer um!

-- Você nasceu desconfiada e vai morrer sozinha e sem sex*.

-- Nossa!

Helena não evitou o susto e riu logo em seguida.

-- Desculpe, Helena, ela fica assim quando bebe. Vive dizendo pra eu me entregar ao menos ao sex* casual, o que eu acho uma perda de tempo. Você acaba usando e sendo usada.

-- Eu também sou adepta ao sex* com amor.

Helena surpreendeu erguendo sua taça diante das acompanhantes.

-- Você diz isso, mas não sabe o quanto ela fica mal humorada quando está sem sex*. Ninguém merece!

Patrícia revirou os olhos desanimada.

-- É serio, Carol?

Helena agora ria e colocava a mão na boca pra disfarçar.

-- Aff, Patrícia você exagera demais, tenha dó, o que Helena irá pensar de mim, sua tonta!

Carol colocava as mãos na testa inconformada com a indiscrição da amiga, já estava levemente embriagada e agora mal conseguia se defender das acusações equivocadas de Patrícia. Helena continuava a rir da conversa como há muito tempo não fazia. Sentia-se incrivelmente jovem naquele momento, dividindo aquela conversa sem cabimento, mas tão cheia de uma época saudosa em sua vida, uma época tão distante.

-- Calma Carol, ela só está brincando com você.

Helena tentava amenizar fazendo carinho numa das mãos da amiga que estava sobre a mesa.

-- Quem disse que estou brincando, Helena, se existe uma verdade é que do jeito que as coisas andam minha amiga vai ser uma solteirona mal amada e chata! Já falei pra ela virar o disco, quem sabe o lado que tá tocando é que deve estar errado, mas ela não me houve!

Patrícia falou dando sinais óbvios de embriagues após o consumo da terceira garrafa de vinho divida entre as três, onde só Helena se conteve a dois cálices e as demais consumiram o restante do conteúdo.

-- Oh!

Helena abriu a boca e quase gargalhou enquanto Carol deitou sua cabeça sobre uma das mãos com desanimo.

-- Aff, vamos embora, Helena, essa maluca conseguiu estragar minha noite. Não sei por que ainda te dou trela sua amiga da onça!

-- Ai amiga, não seja exagerada, acontece que eu gostaria mesmo que você encontrasse uma pessoa bacana pra sua vida, mas se não tem, você bem que poderia aproveitar as outras que estão vagando por aí disponíveis, ao menos pra passar o tempo, né!

-- Melhor pedirmos a conta, meninas. Pode deixar que hoje é por minha conta!

Helena sorriu e chamou o garçon que atendeu e finalizou com agilidade.

Após as despedidas e Patrícia demonstrando parte da sua embriagues ao abraçar demoradamente Helena, elas se dividiram. No estacionamento, Carolina procurava as chaves do veículo com certa lentidão.

-- Acho que exagerei na bebida, Helena, mas não é assim sempre, sabe. Fazia tempo que não bebia e estava tão gostoso que...

Carolina tentava se explicar a Helena que sorria da situação.

-- Todas exageramos, querida. Mas quer saber de uma coisa, não se importe com isso porque eu adorei a noite. Espero que possamos fazer isso novamente num outro dia, viu!

-- Ah, que bom que você gostou. Desculpe Patrícia, ela as vezes consegue ser bastante impertinente, mas pelo menos é divertida.

-- Concordo plenamente. Sua amiga gosta muito de você, ela pega no seu pé, mas no fundo parece mesmo querer o seu bem.

-- Eu adoro aquela chata!

Ambas riram da situação.

-- Carol, não quero ser mal educada, mas, você não prefere que eu dirija? Você bebeu um pouco a mais, sabe...eu prefiro evitar...se quiser pegamos um taxi, também...

Helena falou meio sem graça e com certa angustia no olhar.

Carolina sorriu em compreensão e estendeu a mão com as chaves. Helena pegou as chaves e piscou pra amiga.

-- Agora eu vou saber o que é dirigir um jipe de competição, não é garota radical!

-- Com certeza motorista, hoje eu serei navegadora e a senhora que manda no possante.

-- Pois saiba que não irei decepcionar, viu!

-- Assim, espero...

Carolina fez uma espécie de cara duvidosa e recebeu uma olhada desafiadora de Helena. E assim, ambas saíram satisfeitas rumo ao apartamento da advogada.

--Bom, obrigada por tudo, pela noite maravilhosa, pela paciência, amei cada segundo, Carol.

--Eu quem agradeço a sua companhia, foi muito bom mesmo.

Ambas se abraçaram na despedida e Helena sugeriu:

-- Espere aqui no carro mocinha, vou chamar Adão e ele guiara seu carro até sua casa e depois voltará de taxi. Não me desobedeça, viu!

-- Sim, madame, ficarei esperando bonitinha nesse lugar!

-- Ok, moça comportada.

Helena tentou abrir a porta do motorista e algo parecia não colaborar.

-- Aff, Helena, ainda não tive tempo de levar o carro na auto elétrica. Volta e meia o sistema confunde o alarme. Vou abrir a porta pelo lado de fora, espere um pouco.

Carolina desceu meio cambaleante e foi até a outra porta tentar resolver o problema. Assim que apertou a maçaneta a porta se abriu e Helena segurou na mão oferecida pela outra pra descer daquele veículo alto. Num deslize dos pés acabou se desequilibrando e indo de encontro a arquiteta que forçou o pé pra traz para não cair devido ao impacto sofrido. Helena agarrou-se ao pescoço da mesma para evitar a queda imprensando seu corpo que involuntariamente colou-se ao outro. De repente, toda aquela proximidade transformara aquele momento em algo diferente. Algo havia mudado por alguns segundos diante de ambas. Sob um olhar imperscrutável Helena permaneceu a centímetros do rosto de Carolina. A arquiteta manteve sua inércia aquele contato. E assim os olhos inocentemente se encontraram com intensidade, como se quisessem desvendar, buscar, encontrar algo que nem elas mesmas saberiam explicar. A respiração alterou-se no mesmo compasso que, segundos depois, sob um lapso de lucides, Carolina interrompeu ao se ajeitar e erguer o corpo que estava sendo forçado pra traz pelo peso do outro.

-- Quase caímos, Helena. Foi por pouco.

Ela riu sem graça enquanto se erguia junto de Helena que parecia ainda estar entorpecida com aquele contato.

-- Me desculpe, eu escorreguei...

Elas se apoiaram mutuamente para ficarem eretas.

-- Hum, você tem um cheiro tão bom...

Carolina quase sussurrou quando no apoio não pode evitar um novo contato com o corpo de Helena. A advogada sorriu sem graça e se afastou delicadamente.

-- Bem, então eu já vou. Adão logo descerá.

-- Tudo bem, eu espero aqui.

-- Até mais, Carol. Tenha uma boa noite.

Helena se despediu. Parecia estar um pouco sem graça pela situação. Sentiu-se de uma forma completamente estranha após aquele contato. Preferiu nem pensar mais. Apenas virou-se e saiu.

 “Você também tem um cheiro muito bom”

 

Confessara pra si mesma que também não ficara imune diante do perfume doce e suave que inevitavelmente inspirou com a proximidade de Carolina.

Fim do capítulo

Notas finais:

BOm, estava demorando um pouco para postar pois, estou em férias que infelizmente acabarão amanhã quando estarei partindo  para minha linda, maravilhosa e calorosa city - Cuiabá, depois de alguns dias curtindo Floripa, Oktober Fest em Blumenau e uma praia em BOmbinhas, SAnta Catarina. Adorei tudo, catarinenses, seu estado é show, prometo voltar em breve! A partir da semana que vem, voltarei a postar com mais agillidade. Um beijo no coração de todos.


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Comentários para 6 - Capítulo 6:
Silvia Moura
Silvia Moura

Em: 17/10/2015

Olá primeira vez que estou comentando sua estória, boa demais, resolvi ler todos os capítulos de uma vez para comentar depois, a doce helena parece se dar conta que está se anulando socialmente quando se depara com a vida corrida e cheia de alegria de carol.... essa simbiose entre elas mostra que o amor está a flor da pele e que tudo poderá acontecer... gosto deste 'fazer a corte' que faz com o caminhar do romance entre elas.... no ponto, na medida, e que lindas mulheres nos trouxe.... a arquitetura é uma profissão bem interessante... imagine as arquitetas, risos.... brincadeiras a parte... seu conto me fascina... um beijão autora...


Resposta do autor:

Olá Silvia,

 

Que boa surpresa esse seu comentário nesse sábado. Então, tenho pra mim que existe mesmo essa simbiose...e o fazer a corte realmente é algo maravilhoso para os dias de hoje,...quando as pessoas já vao direto ao ponto! confesso que pessoalmente sinto falta disso, rsrsr...obrigada por acompanhar...um outro beijão pra vc!

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Ana_Clara
Ana_Clara

Em: 15/10/2015

Merecidas férias! Mas vc sumiu! kkkkk Estava com bastante saudades das duas, ah como estava. O clima está rolando, agora basta saber quem será a primeira a ter coragem e cair matando. rsrsrs Neste capítulo a Helena está tão leve e engraçada. Adoro essa nova faceta que ela tem quando está com a Carol. 


Resposta do autor:

Oi Carol,

Helena está se soltando e saindo da redoma de vidros aos poucos...a ideia é mais ou menos essa...o instinto tá começando a brotar.

Responder

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Rapha
Rapha

Em: 14/10/2015

Volte logo, não demore! Estou ansiosa :( 

beijo!

 


Resposta do autor:

Tamo junto rapha, segunda devo postar novamente. Bjos

Responder

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patty-321
patty-321

Em: 14/10/2015

Q bom q vc aproveitou. E isso aí. Hum...uma proximidade sentida p duas. Na vida real sera q acontece de duas mulheres heteros se apaixonarem? Sempre soube de uma hetero e uma homo se apaixonarem. Bjs
Resposta do autor:

Oi patty, entaoeu sou do tipo que acredita em bissexual como sendo a maioria da populacao mundial. Eu faco parte disso tbm. De repente vc pode descobrir possibilidades ate mesmo diante de um carinho amigo, afinal de contas, a carencia e algo que transforma e se vc for suceptivel a mudancas entao... Ja era! Kkk imagine carol e helena uma dupla de mocas interessantes que sofrem pela falta de umrelacionamento descente... As ideias e a admiracao podem se confundir...de repente... Vai que elas gostam... Eu ja vi isso no meu mundo!!! Adf desculpe os erros estou no cel respondendo kkk

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