Capítulo 2 - Lara
As pessoas dizem que a vingança é um prato que se come frio. Eu discordo. É um prato requentado, com um sabor peculiar e delicioso. Ao ver Fernanda Castro furiosa daquele jeito, não pude deixar de esconder meu sorriso, afinal, era exatamente aquilo que eu queria.
– Aff... Esse colégio é um tédio. – sussurrei, enquanto a professora falava de mitocôndrias. Coitada, ninguém estava prestando atenção, nem mesmo os nerds. Todos estavam conversando pelo celular, e já eu sabia qual era o assunto.
“Tinha que ser aquela idiota, afinal.”
Em todos os lugares, em todos os momentos, as pessoas só falavam dela, de como ela é linda, de como ela era incrível, blá blá blá. Mal eles sabiam que a realidade difere muito das aparências. Só eu sem quem aquela vadia realmente é.
“Eu nunca vou esquecer o que ela fez.”
Eu sorri. Talvez nem ela soubesse que alguém conhece a verdade. Mas cada coisa no seu tempo. É mais divertido assim.
O tempo passou se arrastando como sempre. Mal terminou a aula e todo mundo saiu quase correndo da sala. Coitada da professora, ela era até legal. Mas eu tinha coisas mais importantes para pensar. E fazer.
Sorri, pensando em como vou colocar meu plano em ação.
A professora murmurou alguma coisa para mim e foi embora. Todos já tinham saído, e eu era a última a ficar na sala. Peguei minha mochila e já estava saindo da sala, quando uma garota morena apareceu na porta. Franzi a testa, eu sabia quem ela era. Estava sempre seguindo aquela vadia, afinal.
“Como uma cadelinha de estimação.”
– Lara, não é? – começou a garota, sorrindo. Ela parecia bem calma, como todas as vezes que eu olhava para ela. Na verdade, ela tinha um aura de pacificidade que realmente me irritava. – Vim aqui... Conversar com você. Pode ser?
Levantei a sobrancelha. Definitivamente tinha uma ordem daquela vadia no meio. Mas logo em seguida sorri.
“Isso vai ser divertido.”
– Sim, eu sou a Lara. E bem... – sorri ainda mais – Por quê não? Vamos até um local mais...
– Interessante. – completou a garota, sorrindo. Suspeito... Eu definitivamente não confiava naquele sorriso. Mas vou fingir entrar no jogo dela.
– Isso... Interessante. – continuei sorrindo. Ela saiu do caminho para eu poder passar. Enquanto andávamos, ela me disse que seu nome era Kátia, e que fazia o terceiro ano. Nada que eu já não soubesse. Ela me guiou até uma lanchonete de fast food a poucos metros do colégio.
“É isso que ela chama de interessante?”
Sentamos em uma das mesas e fizemos nosso pedido. Enquanto a comida não vinha, ficamos ali alguns minutos uma encarando a outra. Kátia sorrindo, eu também. De maneiras diferentes, claro. O dela era pacífico.
O meu era intimidador.
– Então... – começou ela, percebendo que eu não estava muito paciente com aquele jogo. – Queria conversar com você.
– Já estamos conversando. – disse. Não tinha paciência para essas coisas, e ela ficou surpresa com meu modo seco de responder. Eu já estava começando a ficar irritada.
– Bem... – continuou. – É que eu achei você uma pessoa bem legal e...
– Não nos conhecemos. – cortei mais uma vez. Ela ficou calada, olhando para mim. Pela primeira vez, eu pude ver algo diferente naquele olhar. Uma tensão crescente foi aparecendo no ar, até que ela voltou a sorrir do jeito dela.
– Então essa é uma grande oportunidade da gente se conhecer! – disse, segurando em uma das minhas mãos. Eu retirei a minha na mesma hora.
– Escuta aqui. – comecei, já bem irritada. – Eu sei que isso tudo tem a ver com aquela idiota, então pode falar logo, por favor? Eu tenho um monte de coisa pra fazer.
Kátia arregalou os olhos.
– Você... – começou, séria. Para minha felicidade, finalmente aquele sorriso irritante foi embora. Infelizmente, o garçom chegou com o pedido, interrompendo qualquer coisa que pudesse ter começado ali.
Começamos a comer, mas a tensão não diminuiu. Mais alguns segundos de silêncio e de troca de olhares, cada uma querendo saber o que se passava na cabeça da outra. Cada uma sabendo exatamente como esconder suas emoções.
Por fim, ela suspirou.
– Por que não dá uma chance pra Nanda? – começou ela, me pegando realmente de surpresa. – Eu não quero nenhum conflito aqui... Eu só vim aqui te dizer que seria uma boa que vocês se conhecessem e...
– Ah, por favor. – eu interrompi mais uma vez, o que deixou ela realmente incomodada. – Por que eu iria fazer o que aquela idiota quer?
– Não é fazer o que ela quer, é dar uma chance para... – vendo que eu permanecia irredutível, ela suspirou de novo. – Eu não quero brigar. Mas você deveria ir na festa dela, nem que fosse para acabar logo com isso. Assim todo mundo fica feliz.
Levantei a sobrancelha, admirada com aquele pacifismo dela. Parecia verdadeiro. Então era sério que ela acreditava em alguma chance da gente se dar bem? Sério que ela achava que aquela vadia tinha alguma coisa de bom? Pensando nisso, eu sorri.
“Talvez... Talvez eu tenha como me aproveitar disso.”
– Tudo bem. – eu disse. Ela arregalou os olhos admiradas, e em seguida abriu um dos sorrisos mais lindos que eu já vi na minha vida.
– Ótimo! – ela segurou de novo nas minhas mãos, e dessa vez eu não fiz esforço para me afastar. De alguma forma aquela aura dela tinha me deixado cansada. – Te vejo na festa, então?
Eu murmurei um “que seja” e ela sorriu mais uma vez, beijando meu rosto na sua euforia, colocando o dinheiro da conta na minhas mãos e indo embora logo em seguida. Eu fiquei ali, surpresa com aquele contato corporal tão de repente. Suspirei. Tinha mesmo gente que adorava fazer isso com todo mundo.
“Mas não eu. Eu quero exclusividade.”
O garçom chegou com a conta e eu descobri que ela tinha deixado o dinheiro que pagava os dois pedidos, junto com um bilhete que dizia: “Fui eu que te convidei, eu pago!” Suspirei. Ou ela era muito idiota ou... Realmente justa.
“Até que ela é um pouco fofa... Pena que é amiga daquela vadia.”
Saí da lanchonete pensando em como as coisas tinham mudado em uma noite. Não tinha importância, meu plano principal continuava o mesmo. Pensando nisso, eu sorri. Na verdade, era a oportunidade perfeita para ele dar certo. Fernanda Castro vai saber que não pode fazer o que quer sem sofrer as consequências.
A vingança é um prato que se come de maneira deliciosa, afinal.
Fim do capítulo
Eita. O signo de Escorpião pode ser da água mas as escorpianas podem ser mais quentes que os três signos de fogo juntos! :D
(Espero que não me odeiem, vocês são demais <3)
Admito que foi um dos signos mais interessantes para escrever, justamente por ser tão complexo. E olha que eu tenho quatro migas escorpianas! Hahahahaha Acabei por pegar só uma parte dos esteriótipos mesmo, pra não ficar tão carregado. Afinal, é um conto leve, então se divirtam!
PS: Acho que o signo da Kátia ficou evidente aqui. Quem disse Libra, acertou! Embora ela pareça muito com Peixes, ela realmente tem o lado libriano do equilíbrio. É um signo legal pra caramba! Librianas, amo vocês <3
Até o próximo capítulo! :D
Comentar este capítulo:
Silvana Januario
Em: 08/10/2015
Já tô com o ego inflado só com o "librianas, amo vocês" das notas finais hehehehehehehehehehe.
Gostei mais da Lara do que da Nanda, principalmente por ela ter me instigado horrores com essa sede de vingança. Quero saber o que Nanda fez á ela ou á alguém próxima pra ela querer tanto que ela pague...
Acertei o signo de Katia!!!!
Também, se não acertasse, seria "a derrota". Imagina, não reconhecer o próprio signo???
hahahahahaha.
O comentário tá curto pq já era pra eu estar dormindo.
Volto aqui no próximo e prometo um bem grandão!!!
Beijos!!!
Resposta do autor:
Huahsuashauhsuas awwwwww <3 Vocês são muito fofas, sério! Podem se achar, eu deixo haushaus
Eu gosto da Nanda, leoninas tem um sex appeal forte pra mim :D hhaushauhaus a Lara é foda. Só posso dizer isso.
Yay! kkkkkkk pois é, nem teve graça, vc já sabe como é haushaushau brinks xD
De boas! Muito obrigada por comentar *--*
graziela
Em: 08/10/2015
Sou do signo de escorpião. E realmente tah com várias características marcantes. A vingança e rancor marcam bastante. Não que eu seja aassim. Kkkk
Resposta do autor:
Huahsaushaushuas eita xD Então, é um signo complexo pra caramba. Eu tenho 4 amigos escorpianos, minha mãe é escorpiana, eu já tive crush em uma escorpiana, enfim eu sou cercada de escorpianos! kkkkkk Posso dizer que muitas das características são reais, mas pessoas são pessoas, ou seja, são complexas. Cada uma desenvolve sua personalidade, ninguém é exceção.
Obrigada por comentar! *-*
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