Capítulo 14
Capitulo 14 - A Festa parte 1
Sexta à noite véspera do aniversário do opa Sven.
-- Duda dá pra parar de babar em cima da Claudia e me ajudar com as bolsas? - Jorge arrastava as bolsas de Claudia até o carro.
-- Porque não pediu antes? - pegou uma mochila e colocou no ombro - O Hund vai com a gente.
-- Aquele sarnento? - Jorge fez careta.
-- Engraçado ele falou a mesma coisa de você - levou um tapa de Jorge.
-- Cara esse seu carro é muito lindo - Eddie estava encantando com a Pajero TR4 da garota.
-- Vende o seu apartamento e compra um desse amor - Jorge brincou com Eddie.
-- O Porsche já ficou pronto, mas não é espaçoso, por isso trouxe esse - Duda apertava as bochechas de Claudia.
-- Para Duda - falou manhosa - Até que ele está comportado né Duda.
-- Conversei muito com ele antes de sair de casa - fez um carinho no animal.
Acomodaram as bagagens no porta-malas entraram no carro ligaram o som e partiram rumo a Teresópolis.
No apartamento de Rafaela.
-- Roberta dá pra ser mais rápida? O Sr.Eduardo já deve estar chegando - a irmã de Rafaela não saia da frente do espelho.
-- Já estou pronta mana, só estou retocando - passava batom.
-- Então vamos - abriu a porta e saiu. Só assim para a irmã largar o espelho.
-- Caramba Rafa, viajar com chofer, festa em uma mansão, isso é conto de fadas - Roberta estava realizada.
-- Não é conto de fadas, é a mais pura realidade - achava graça da empolgação da irmã.
-- Tem certeza que não vai ter nenhum príncipe perdido por lá?
-- Príncipe não sei, mas sapo deve ter - colocou as bolsas no chão.
-- Serve, com todo esse dinheiro nem me importo em ficar com um sapo - ajeitou a roupa.
-- Interesseira - risos.
Um luxuoso Jaguar XJ preto estacionou próximo delas e um senhor de meia idade vestindo um uniforme impecável e sorriso simpático às cumprimentou.
-- Bom dia senhoritas - pegou as bolsas das mãos das mulheres e colocou no porta-malas. Abriu a porta do carro para que elas entrassem. Roberta sentia-se uma verdadeira princesa.
-- Bom dia garotas - Eduardo as cumprimentou assim que entraram no carro - Essa é Bárbara, amiga da família.
A jovem senhora cumprimentou as irmãs com um simples muito prazer.
-- Sr.Eduardo essa é minha irmã Roberta, como Kenedy não poderia viajar conosco me senti na liberdade de trazê-la comigo.
-- Muito prazer Roberta será uma honra ter a sua companhia por esses três dias. Podemos ir? - sorriu.
Nesse momento Rafaela se lembrou de Eduarda. Apesar de Eduardo também ser loiro, a garota parecia pouco com o pai, mas algo os dois tinham em comum, aquele sorriso lindo que fazia covinhas nas bochechas.
-- Com certeza - Rafaela devolveu o sorriso.
No outro carro:
-- Você trouxe os anjinhos Duda? - Jorge que estava no banco de trás com Eddie e Hund no meio dos dois, quis saber.
-- Trouxe, só não entendi o motivo. Por mim não trazia. O anjinho mais afeminado está muito sensível devido a recente queda - riu - Como esses anjinhos bichas perdem a cabeça fácil não é Jorge?
-- Não provoca Duda - Claudia deu um tapa na perna da loira.
-- É mesmo esqueci que estamos dentro de um carro. Se ela surtar teremos sérios problemas - falou baixinho.
-- Para de resmungar aí sapa - Jorge berrou no ouvido da motorista.
-- Sua bicha louca - reclamou do berro -- Aumenta o volume Claudia adoro Roar da Katy Perry - e cantaram juntos a musica que tocava no DVD.
Roar
I used to bite my tongue and hold my breath
Scared to rock the boat and make a mess
So I sat quietly, agree politely
I guess that I forgot I had a choice...
I let you push me past the breaking point
I stood for nothing, so I fell for everything
Rugido
Eu costumava morder minha língua e prender a respiração
Tinha medo de virar o barco e fazer bagunça
Então me sentava quieta, concordava educadamente
Acho que me esqueci que tinha uma escolha
Deixei você me empurrar além do ponto
Suportei por nada, então eu caí por tudo...
Duas horas depois...
A propriedade dos Manteuffel parecia nunca ter fim. Eduarda guiou por muito tempo entre um pomar lindo com belas arvores de mexerica, limão, abacate, ameixa e outras. Havia também um lago com uma ponte suspensa que parecia ter saído de um conto de fadas. Para chegar até a mansão passava-se por uma alameda arborizada que conduzia a entrada principal. A bela mansão ficava no alto e era rodeada por um jardim que traziam variadas espécies em desenhos elaborados.
-- Quero voltar aqui durante o dia Duda. Essa paisagem é muito linda - Claudia estava radiante.
-- De cartão postal - Eddie completou.
-- Não se preocupem vou mostrar cada lugarzinho pra vocês. Sou uma ótima guia turística. Conheço esse lugar como a palma da minha mão - Eduarda estacionou o carro em frente à entrada da mansão e saiu rápido de dentro do carro, Hund estava desesperado para fazer um xixi.
-- Jorge você não falou para ela que a Rafaela também viria? - Claudia estava preocupada com o encontro das duas.
-- Se falasse era capaz da Duda aprontar alguma, então preferi não comentar nada - Jorge fazia alongamento.
-- Vamos entrar opa já deve estar ansioso - Eduarda guiou o grupo até a entrada aonde havia um empregado aguardando.
Opa fez festa para a neta, a pegou no colo, espalhou seu cabelo, fez cócegas. Sven era um alemão alto e forte dos olhos azuis e cabelo muito branco. Já a oma Katja tinha os olhos verdes, de pele branquinha e muito elegante.
-- Desse jeito esse brutamontes te quebra meu amor - Katja empurrou o marido delicadamente o afastando da neta.
-- Esse é o nosso jeito de matar a saudade né opa? - fingiu dar um soco na barriga de Sven que também fingiu sentir dor.
-- Vão se machucar - puxou a neta para um abraço apertado.
-- Dudinha apesenta seus amigos para o opa - Sven caminhou em direção ao grupo que até o momento só observava o carinho com que neta e avós se tratavam.
Eduarda apresentou os amigos um a um. Jorge, opa já conhecia da mansão dos Jeser. O alemão gostava muito do rapaz e fazia muito gosto dessa amizade com sua neta, por diversas vezes comentou com Eduardo a importância de tê-lo sempre por perto para protegê-la.
Aline, Sheila e Fabi logo se juntaram a eles na mansão. Chegaram agitando querendo comida e bebida na beira da piscina, o que foi prontamente atendido pelo opa.
Aos poucos mais convidados foram chegando e o ambiente ficando muito animado, musica, bebida e comida a vontade era o ponto forte das festa de Sven.
-- Seu pai está demorando né sapinha? - Jorge estava ansioso com a chegada de Rafaela.
-- Português dirigindo você queria o que? - risos.
Eduarda levou Claudia para conhecer a mansão. O lugar era tão grande que tiveram que deixar alguns cômodos para o dia seguinte.
Manoel estacionou o carro próximo à entrada da mansão para que o patrão e seus convidados descessem.
-- Manoel guarde o carro, troque de roupa e venha se divertir conosco. É uma ordem -- falou sério para o português.
-- Sim Senhor - sorriu.
Assim que entraram na mansão foram recepcionados por Sven que fazia de tudo para agradar os convidados. Rafaela e Roberta foram para a beira da piscina aonde os demais convidados conversavam e bebiam em grupinhos animados. Logo avistou Jorge e Eddie que dançavam separados dos demais em um grupo muito animado com mais três garotas que Rafaela não conhecia.
-- Ei, ei mona - Jorge deu um gritinho assim que a viu.
-- Jorge querido - beijou o amigo e logo depois Eddie - Roberta você já conhece né Jorge. Eddie essa é minha irmã - apresentou-a ao namorado do amigo.
Jorge apresentou as duas para Aline, Sheila e Fabi e deu graças da Eduarda não estar por perto. Deixaria essa missão a cargo de Claudia.
Rafaela olhou ao seu redor tentando imaginar onde estariam Eduarda e Claudia. A qualquer momento iriam se encontrar e isso era fato, mas mesmo assim estava nervosa.
Eduardo chamou Rafaela para apresenta-la a um arquiteto muito famoso no meio da arquitetura moderna. Os dois engataram um papo muito interessante e quando se percebeu já haviam passado um bom tempo conversando. Riram do fato e combinaram de se encontrar mais tarde para terminarem o assunto que ficou inacabado.
Pegou uma bebida e foi em direção a um jardim lindo aonde havia um chafariz reluzente que mudava de cor. A visão era tão linda que sentou em uma das pedras laterais para ficar admirando por mais algum tempo. Estava tão próxima que podia sentir o spray de água em sua pele.
Estava tão distraída que nem percebeu que estava sendo observada. Quando virou, seus olhos encontraram aqueles olhos que tanto admirava. Aquelas duas pedras preciosas mudavam de cor juntamente com o chafariz.
-- O nossos encontros vão ser sempre assim Rafaela? - a arquiteta olhou surpresa para Eduarda.
-- Quem te falou? - queria saber.
-- Claudia ficou com receio que rolássemos pela grama, então me mostrou onde estavas e pediu que viesse falar contigo. Nunca imaginei que fosse a Julieta. Estou achando tudo isso muito louco sábia? - Eduarda sentou ao lado de Rafaela na pedra.
-- Eu descobri que Eduarda e Romeu eram as mesmas pessoas, naquele dia no Leblon - afastou-se um pouco, queria evitar qualquer tipo de contato com a garota.
Eduarda percebeu e ficou triste, havia gostado de Rafaela e queria se aproximar dela.
-- Por que não falou? - não entendeu a atitude da arquiteta.
-- Pensei em de alguma maneira usar essa coincidência para me vingar - foi sincera.
Eduarda deu uma gargalhada.
-- Só por que eu sequestrei os seus anjinhos?
-- Só? - ficou chateada com o descaso da garota -- Eles são muito importantes para mim. Tem um valor emocional por trás disso sábia?
-- Tá se for por isso estão aqui os seus anjinhos bichas - tirou os dois do bolso.
-- Anjinhos não são bichas. São assexuados - virou toda a bebida que havia no copo.
-- Que seja. Pegue - estendeu para ela pegar.
Quando Rafaela foi pegar os anjinhos a cabeça de um deles saiu rolando, rolando até parar bem distante de onde as duas estavam paradas. Houve um silêncio sepulcral. A arquiteta deu um olhar tão fulminante para Eduarda que a loirinha passou a mão pelo bolso da calça pra garantir que a bombinha estava mesmo ali.
-- Não fui eu - saiu tão baixinho que nem ela mesma escutou.
Rafaela foi até onde estava a cabeça abaixou-se, pegou a peça e analisou. Eduarda pensou: Fudeu.
-- Você quebrou, colou e tentou me enganar devolvendo ela assim mesmo. Pensa que eu sou idiota. Você vai se arrepender amargamente por isso - virou para sair, mas antes fez questão de deixar bem claro - Não se aproxime nunca mais de mim - e saiu.
Eduarda sentiu o ar faltar, sua garganta trancar. Voltou a sentar onde estava antes e retirou a bombinha do bolso da calça. Usou uma, duas, três vezes até sentir que estava melhor. Essa mulher é uma cobra. Pensou. Mas que cobra linda, com aquele vestido e aquelas coxas grossas, aqueles seios deliciosos que dão vontade de ficar ch*pando uma noite inteira. Pegou a bombinha e usou mais uma vez. Essa mulher tem o dom de me deixar assim sem ar. Até hoje só a asma me deixava assim. Riu de si mesma. Levantou e voltou para a festa.
Fim do capítulo
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