Capitulo 27 - Quanto mais eu rezo
Samanta
O tempo tem passado muito rápido, já faz dois meses que pedi a Clara em namoro no meio daquele quarto todo quebrado. Hoje, ela está ainda mais livre, tanto em sua arte quanto em todas as áreas de sua vida.
Seu pai não apareceu mais, graças a Deus. Em compensação, quem tem voltado a infernizar minha vida é Sophie. Ela apareceu algumas vezes em minha casa, pedindo para conversar e querendo reatar nosso namoro, mesmo eu já tendo falado que estou em um novo relacionamento.
Outra pessoa que não larga do meu pé é Zoe, o pessoal da Espanha tem a pressionado para saber minha resposta, e ela não gostou nem um pouco quando eu disse que ela poderia recusar. Faz quase um mês que ela vem tentando mudar minha decisão, sendo que isso não vai acontecer.
O movimento no clube hoje está leve. As aulas infantis terminaram, e o som das crianças ainda ecoa pela piscina, aquele barulho de risadas misturado ao respingo da água. Termino de guardar o material da turma e sigo até a recepção. Clara está lá, concentrada no computador, os cabelos presos num coque bem preso, o rosto iluminado pela tela. Linda.
Meu peito aperta só de olhar para ela. Não é mais aquela Clara de antes, assustada, retraída. É uma mulher que sorri com o corpo inteiro, e ver isso acontecer é quase como respirar ar puro depois de se afogar.
— Ei, amor — Digo, encostando no balcão.
Ela levanta o olhar, e o sorriso que me dá é a melhor parte do meu dia. Quando Clara sorri, seus olhos ficam ainda menores, e eu acho a coisa mais fofa do mundo.
— Sam! — Ela se inclina, levando a mão ao peito — Não sabia que você ainda estava aqui.
— Vim pegar as fichas das crianças da nova turma. Quero revisar tudo antes da próxima aula — Explico, mas minha voz soa mais suave do que profissional, algumas pessoas já perceberam que não somos só amigas, e eu não fico nem um pouco incomodada com isso.
Clara começa a procurar as fichas, mas logo faz uma pausa, olhando para mim com um brilho divertido.
— Sabe quem ficou com ciúmes disso, né? — Me encara.
— De quê? — Não entendo de início.
— Da nova turma — Responde, rindo — O Nico acha que você vai gostar das outras crianças e vai esquecer dele.
Solto uma risada sincera, porque se tem uma coisa impossível de acontecer, é isso. Eu já considero aquele garoto como meu filho, imagina se o trocaria por qualquer outro. Pura besteira.
— Ah, esse menino... Ele sabe que ninguém vai tomar o lugar dele.
— Foi o que eu disse. — Ela me olha com ternura. — Mas ele ficou sério, disse: “A tia Sam é minha professora preferida, e também minha futura mamãe, ela não pode ter outro preferido.”
Me aproximo um pouco mais, apoiando as mãos no balcão, minha real vontade é beijá-la ao ouvir o que ela disse, mas tento manter o mínimo de profissionalismo que consigo. Meu coração salta no peito toda vez que Nicolino diz que sou a futura mãe dele.
— Então a gente precisa provar para ele que ele está errado. Que tal um jantar hoje à noite? Eu, você e o ciumento número um.
— Jantar? — Ela sorri, inclinando a cabeça um pouco — Só se você prometer que vai fazer a sobremesa.
— Prometo – Garanto.
Encosto a ponta dos dedos nos dela, o toque é leve, mas cheio de algo que me atravessa inteira. Ela me encara tão profundamente que o mundo parece sumir. É como se houvesse apenas ela e eu.
Mas o encanto logo acaba, quando ouço meu nome.
— Sam! — A voz me corta como lâmina.
Respiro fundo antes de encará-la, tentando não perder a paciência antes do tempo. A porta do clube se abre, e lá está ela. Sophie. O cabelo loiro bem arrumado, os olhos marcantes, uma expressão que mistura raiva e desespero.
— Sophie, não aqui — Murmuro, já sentindo o peso de dezenas de olhares na recepção.
— Você não atende minhas mensagens, nem abre a porta! Eu não sabia mais o que fazer! — Ela dá um passo à frente, tremendo. — Eu preciso falar com você, Sam!
— Não temos mais nada para falar — Respondo, tentando manter o tom baixo. — Por favor, vá embora.
Ela ignora, como sempre faz com todos os meus pedidos de afastamento. Parece que quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece.
— Você me deve uma explicação! — Grita, a voz ecoando pelo saguão — Depois de tudo que vivemos, você simplesmente me troca por ela? — Aponta o dedo em direção a Clara.
A mais nova se levanta, calma, mas dona de uma firmeza que não sou acostumada a ver frequentemente.
— Sophie, por favor, você está constrangendo a todos aqui.
A americana ri, um som rouco e descontrolado, é visível seu desespero.
— Você acha que ganhou, é isso? — As lágrimas começam a descer, e depois de falar isso na direção de Clara, ela se vira para mim — Sam, eu te amo! Eu nunca parei de te amar! Você tem que voltar para mim, você não pode me trair com ela.
Eu fecho os olhos, exausta. Eu queria muito que tudo isso fosse um sonho e eu acordasse em segundos, mas sei que é a realidade mais desgastante que eu poderia viver. Me arrependo todos os dias pelo dia que caí nos encantos dessa mulher e aceitei namorar com ela.
— Isso não muda nada — Falo, entre dentes — Eu não quero mais viver isso, e eu não estou te traindo, nós não temos mais nada e agora eu estou com a Clara. Aceite isso.
Ela dá um passo em frente, quase tropeçando.
— Olha para mim, Sam! — Volta a gritar, mas agora com a voz embargada — Olha na minha cara e diz que não sente mais nada.
O ar fica pesado, as pessoas começam a se afastar, cochichando. Sinto o rosto ficar quente, uma mistura de raiva e vergonha. Contudo, antes de eu responder, Clara se coloca entre nós, com uma postura reta e protetora.
— Já chega — A voz dela é fria, porém contida — Se você aparecer aqui de novo, nós vamos direto à delegacia. Isso é assédio, Sophie, e isso pode prejudicar bastante sua vida e sua carreira.
Sophie recua, o rosto distorcido entre choque e humilhação. Por um instante, parece que vai responder, porém não há mais o que dizer. Então, ela pensa um pouco e volta a me encarar.
— Eu não quero desistir da gente — Respira antes de continuar. — Eu não sei viver sem você.
— Vai precisar aprender, reconstrua sua vida sem mim — Sou direta.
Ela encara Clara como se sentisse nojo, contudo não fala mais nada. Ela vira e sai, o som dos saltos ecoando no piso molhado.
Silêncio.
Clara me encara, os olhos ainda duros, mas a mão dela encontra a minha em sinal de apoio.
— Ei... — fala, baixinho — Ela já foi, acabou.
Eu tento normalizar a respiração, sentindo a raiva me consumir e tentando esconder a vergonha que acabei de passar.
— Acabou — Repito, mais para mim mesma do que para ela.
******
Saio do quarto de Nico após colocar ele e Zeca para dormir. Jantamos juntos e, depois de muita bagunça, ele insistiu que fosse eu quem contasse a historinha essa noite.
Procuro Clara na sala, mas não a encontro, sigo até seu quarto e ouço o barulho do chuveiro assim que entro.
Decido tomar banho com minha namorada, e como sei que ela nunca tranca a porta, empurro a maçaneta devagar.
O vapor quente me abraça primeiro. A toalha pendurada revela que ela entrou às pressas e que não pretende demorar, provavelmente cansada do dia. Sorrio sozinha, pois Clara sempre tenta esconder quando está exausta, mas eu reconheço seu silêncio de longe.
Abro o box devagar e ela se vira, surpresa por um segundo, até o rosto suavizar naquele sorriso que sempre me desmonta.
— Achei que você ia demorar com aqueles dois — ela diz, ajeitando o cabelo molhado para trás.
— Eles desmaiaram cedo hoje, mas Zeca se entregou mais rápido — Respondo, entrando e sentindo a água quente bater nos meus ombros. — E eu senti sua falta.
Clara passa as mãos pelo meu rosto, como quem confirma que eu estou mesmo ali. O toque dela é lento, carinhoso, quase uma pergunta. Eu fecho os olhos um instante, só para sentir, eu amo esse conforto que ela me proporciona.
— Vem cá — ela murmura.
Quando me aproximo, sua testa encosta na minha, e por um momento só ouvimos o som do chuveiro e nossas respirações misturadas. As mãos dela descem para minha cintura, firmes, sem pressa. Meu corpo relaxa inteiro no dela, como se encontrasse o lugar certo.
— Você está bem? — Pergunto, passando o polegar pela curva de sua bochecha.
Clara suspira, deixando a testa deslizar para minha clavícula, se ajeitando melhor, praticamente se deitando em meu corpo como uma criança.
— Agora estou, hoje o dia foi cansativo e eu sinto que posso dormir a qualquer momento.
Seguro seu rosto entre minhas mãos e o levanto para que ela me olhe nos olhos. Há algo diferente ali, talvez um cansaço doce, uma vulnerabilidade que ela só mostra quando estamos sozinhas.
— Então deixa eu cuidar de você um pouco — Digo, encostando meus lábios nos dela.
O beijo começa pequeno, quase tímido, mas logo fica mais profundo. A água quente corre entre nós, escorrendo por nossos braços entrelaçados, e tudo ao redor parece desaparecer. Não é pressa, não é fogo, é algo mais inteiro, mais nosso.
Clara sorri contra minha boca, aquele sorriso que me faz querer vê-la sorrir a cada segundo.
— Você sempre faz o meu dia terminar melhor — Ela sussurra.
Encosto meu rosto no dela, sentindo o calor, o cheiro do seu shampoo, a pele úmida contra a minha.
— Porque eu te amo — Confesso, baixinho — E amo estar com você, amo seu corpo, amo te amar.
Não me controlo e desço meus lábios pelo seu pescoço, e sinto seu corpo relaxar ainda mais. É sempre assim, nos entregamos fácil ao nosso desejo, e apenas um toque faz com que os corpos se arrepiem.
Clara deixa escapar um gemido manhoso, e eu me controlo o máximo para terminarmos primeiro o banho. Me lavo rapidamente e a ajudo a terminar de se limpar, mas ao sairmos do box, não perco mais tempo.
Antes que ela se vista, a seguro por trás e encaixo seu corpo no meu.
— Será que dá para aproveitarmos um tempinho juntas ou você está muito cansada? — Questiono, voltando a beijar sua nuca.
— Meu cansaço passou assim que você colocou a boca em mim, agora preciso relaxar antes de dormir.
Tento não perder tempo com preliminares, mas procuro dar toda a atenção que ela merece. Quando a puxo para meu colo, Clara logo entrelaça suas pernas em minha cintura, posso sentir o calor da sua pele na minha.
A levo até a cama e a coloco deitada, antes de prosseguir, me permito admirá-la. Não é porque essa mulher é minha namorada, mas ela é um espetáculo.
Me aproximo e me deito sobre ela, seguro em suas duas mãos e a prendo sobre sua cabeça. Ela me encara com uma intensidade que agora conheço bem.
— Você é tão linda, tão gostosa — Beijo seu pescoço.
— Isso porque você não se viu nua, como eu te vejo — Declara com a voz rouca.
Esse comentário me pega de surpresa, é lindo ver o quanto ela se permite viver nosso amor, o quanto ela está livre para ser quem é, e falar o que quer dizer.
— Não sabe receber elogios, nadadora? — Provoca.
— É que nenhum elogio nunca foi tão importante quanto o seu — Confesso.
Clara faz um movimento rápido e troca nossas posições, ficando por cima, me deixando encantada com a visão de seus seios. Deslizo minhas mãos pelo seu corpo, vendo sua pele se arrepiar, do jeitinho que eu gosto.
Depois de sentir meu carinho, a mais nova segura minha mão direita e lentamente leva-a próximo à sua boca, me deixando curiosa com o que ela vai fazer. Meus olhos se arregalam quando ela leva meu dedo indicador e o dedo do meio até seus lábios, sem desgrudar seu olhar do meu, me provocando até o último segundo.
Clara coloca meus dedos dentro de sua boca e os ch*pa, com vontade e sensualidade. Deixo escapar um suspiro alto demais, deixando meu desejo ser visto.
Quando ela se contenta com meus dedos, os tira já bem lubrificados e os leva para o meio de suas pernas, me fazendo sentir o quanto ela está molhada. Uma delícia.
Acaricio seu clit*ris e vejo o exato momento em que ela fecha os olhos e se entrega ao momento. Clara rebol* em meus dedos, deixa seus lábios entreabertos de onde posso ouvir seus gemidos começarem a escapar.
Levo minha mão livre até seu seio e começo a massagear, sinto que ela se entrega ainda mais ao seu tesão, e aflora o meu. Seguro o bico de seu peito entre o polegar e o indicador e puxo, levando-a ao delírio a ponto de levar as mãos à sua própria boca para abafar o som que quer emitir, mas precisamos tomar cuidado para Nico não ouvir.
Tomo impulso e a viro na cama, fazendo-a cair de costas no colchão, cega de tesão, a penetro com dois dedos, e eles deslizam perfeitamente, com o tanto que ela está molhada.
Eu inicio o vai e vem e aumento a velocidade assim que percebo que ela está quase chegando lá.
— Não para, amor — Ela pede.
— Gosta assim? — A provoco.
— S-sim... — Gagueja.
Continuo metendo gostoso até vê-la arquear as costas e goz*r, relaxando por completo. Espero até que os espasmos se acalmem e distribuo beijos pelo seu abdômen e colo, não deixando nenhum pedacinho de pele para trás.
Clara puxa meu rosto para perto do seu e toma meus lábios nos seus. Pouco tempo depois, sinto seus dedos em minha intimidade, e quando tento sair de cima dela, ela me segura.
— Fica aqui — Ela sussurra em meu ouvido — Deixa eu sentir teu corpo, deixa eu te fazer goz*r gostosinho, bem juntinho de mim, você vai fazer isso para a sua garota? Vai?
Meu corpo reage imediatamente ao ouvir sua voz sensual. Que filha da puta.
— Assim eu não vou aguentar muito tempo — Aviso.
— Não importa o tempo, importa que seja gostoso — Ela mordisca a ponta de minha orelha — A sua garota quer sentir você, e depois sentir o seu gosto.
— É isso que a minha mulher quer?
— Sim, é bem isso que eu quero.
— Então é o que você vai ter.
Começo me mexer sobre ela, aumentando o contato de sua mão em minha bocet*, ainda ouvindo sua voz em meu ouvido, com palavras obscenas que nem sei se é bom comentar, mas Clara tem se mostrado uma verdadeira safada na cama, e eu não sou capaz de reclamar nenhum pouco.
Em minutos, eu chego ao ápice, me entrego inteiramente para ela e gozo em seus dedos.
Essa garota ainda vai me matar.
Depois de me acalmar, saio de cima dela, mas alinho meu corpo ao seu em uma perfeita conchinha. Ela cabe tão bem em meu abraço.
E logo nos entregamos ao sono e ao prazer de dormir juntas.
Fim do capítulo
Oiii gente,
mil perdões pela demora, mas realmente foram dias muito corridos, mas tentei voltar o mais rápido que pude.
Espero que tenham gostado, e me contem aqui o que estão achando.
Espero que a leitura tenha te feito uma boa companhia. Até breve.
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Alice Maria
Em: 12/11/2025
Que capitulo lindo, Clara muito corajosa em defender a Samata. Já quero ler os próximos... Os capitulos estão cada vez mais emocionantes!!
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HelOliveira
Em: 12/11/2025
Espero que Sophie tenha entendido o recado de Clara e suma de una vez deixando o nosso casal feliz ...
Tão bom ver a Clara tão bem e entregue
Só melhora a cada capítulo
Paloma Matias
Em: 12/11/2025
Autora da história
Que bom que gostou......
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Paloma Matias Em: 14/11/2025 Autora da história
hahahaha exatamente isso