RISCOS por lorenamezza
CAPÍTULO 22 - GLÓRIA
Assim que chegou ao escritório, Cameron sentiu o julgamento nos olhares que se voltaram à ela. Sentiu um pouco de medo, mas precisava enfrentar as consequências. Rapidamente foi para sua mesa e concentrou em seu trabalho. Era olhada de longe por Carrie que não quis atrair mais atenção para elas.
Logo Susan se aproxima e joga todo seu veneno.
- Sinto muito pelo que aconteceu na boate aquele dia, mas também quem ia adivinhar que você fez programa com o Mark.
- Susan! Não que você mereça saber, mas desde quando te devo satisfação? Nunca fiz programa, saí com ele porque gostei dele. Vai ver sua indignação é eu ter saído até com um homem e não com você. Agora me dá licença que preciso terminar meu projeto que será avaliado hoje. - as palavras deixaram a mulher sem reação. O olhar de ódio que ela lançou sobre a garota foi visto por todos, que pareciam ter gostado do que ouviram.
Susan foi para sua sala bufando, não acreditando no que lhe foi dito. Resmungou sozinha. A verdade era que não estava acostumada à perder, e ter sido dispensada por alguém tão inferior à ela, estava mexendo com sua cabeça.
Pegou o telefone e ligou para Jennifer:
- Quero acabar com a vida dessa desqualificada! Se ela não ficar comigo, não vai ficar com Carrie!
- Calma Susan! Primeiro vamos tirar o escritório da sonsa da Carrie, depois vemos o que fazemos com a outra. Mas acho que você deveria se acalmar para não estragar e acabar entregando nossos planos.
- Essa vadia desqualificada me afrontou Jennifer! Quero acabar com ela.
- Olha! Fazemos o seguinte, vamos chamar logo aquele detetive. Temos de pegar as duas juntas para começar.
O dia foi tenso e esquisito no escritório. Durante a reunião, ninguém se olhou nos olhos. Parecia que cada uma fazia seu jogo. Carrie e Cameron não encararam as duas para não pular no pescoço delas e tudo acabar em briga. O objetivo era claro: finalizar os três projetos já em andamento para depois retirá-las do escritório. Já Cameron, por outro lado, trabalhou quase que em silêncio. Respondeu a mensagem de Carrie que a encontraria na entrada do metrô. Mas em seu pensamento, era de chegar em casa e ficar com sua mãe.
Carrie assistia pela tv, a repercussão do vídeo, repórteres falando com sua mãe sobre isso, teorias de quando ela saiu do armário e Liam se aproveitando para dizer que o casamento acabou por causa disso. Seu nome, da sua mãe e de Cameron pipocavam nos canais de fofoca.
Ao final do dia, exausta mentalmente, chamou seu motorista, pede que ele vá com outro carro , para poder disfarçar, e assim como combinado, foi pegar sua amada no metrô.
Rapidamente e olhando para todo o lado, a garota entrou no carro. Se abraçaram com carinho. Estava mais quieta que de costume.
- Como foi o dia Cameron? - Carrie permanecia abraçada e fazendo carinho em seu cabelo.
- Foi esquisito! Me senti olhada e julgada por todos, mesmo que talvez ninguém estivesse olhando para mim.
- Pior foi aquela reunião! Ter de olhar na cara daquelas duas e não poder fazer nada. Me segurei para não grudar no pescoço delas.
- Além de que nosso nome está em todos os canais de fofoca de Nova Iorque.
- Tudo por minha causa. - a garota se deixou chorar um pouco. Me sinto tão mal por isso.
- Ei amor! Não tem a ver com você. Na verdade é por conta da minha mãe. Me deixa te assumir, assim eles terão as notícias e logo acaba. Poderemos ficar mais tranquilas.
- Se não fosse a condição da minha mãe, juro que falaria para você jogar tudo no ventilador.
- Tudo bem amor! Vamos devagar. Mas quando terminarmos o projeto da Costa Rica, vou nos assumir sim.
Chegando em Nova Jersey, elas nem notaram que estavam sendo seguidas. Entraram rapidamente, mas ainda assim deu tempo de serem fotografadas pelo detetive que as cobras arrumaram.
- Boa tarde Liz! - a garota deu um longo abraço na amiga. Como minha mãe passou hoje? - a amiga meneou negativamente com a cabeça.
- Cam, ela tem sentido muita dor. Me desculpa, me pediu que não contasse, mas não posso mais. Ela tem tomado morfina direto. Sinto muito amiga.
- Como assim? - seus olhos ficaram marejados.
- Ela não quer ir para o hospital Carrie. - Liz respirou fundo e Carrie abraçou a amada. Preciso ir, hoje tenho show.
- Obrigada! - Cameron foi para o quarto ver sua mãe, enquanto Carrie fazia alguns telefonemas.
Cameron deitou-se ao lado da mãe, enquanto a mesma dormia e chorou abraçada à ela.
- Cameron? - Carrie fez sinal para que ela fosse à sala.
- Podemos levá-la ao hospital. Já estão preparando um quarto para ela. Será bem cuidada lá.
- Bem cuidada para morrer, você quer dizer. - falou aos prantos.
- Não foi isso que quis dizer.
- Mas essa é a realidade! Ela quer ficar em casa.
- Tudo bem! Mas vou pedir que uma médica venha vê-la hoje e vou deixar uma enfermeira à disposição. Vou pedir para ela vir hoje.
- Não posso te pedir isso. Mas também não quero deixar minha mãe desamparada.
- Você não me pediu.
Se abraçaram, tomaram banho juntas e esperaram no sofá enquanto a médica fazia o atendimento. Assim que ela deixou o quarto, elas rapidamente se levantaram.
- E aí doutora? - falou ansiosa a garota. A médica respirou fundo, as olhou com piedade e respondeu.
- Tudo que tinha podia fazer nós fizemos. Infelizmente não tem mais nada a ser feito. Deixei doses de morfina para a dor. Mas.- fez pausa. - Agora é questão de tempo. Sinto muito. - apertou a mão de Carrie e saiu.
Cameron foi às lágrimas, chorou copiosamente. Sendo amparada por sua namorada.
- Sinto muito amor. Vou dormir com você hoje.
- Não precisa! Você tem suas coisas. A enfermeira vai ficar. E também quero dormir com minha mãe. Tudo bem?
- Claro! Mas se precisar pode me chamar.
- Você tem suas coisas. Obrigada por tudo. Nunca poderei retribuir o que está fazendo por nós.
- Não estou fazendo nada. Só sendo humana. Amo você!
- Também te amo. Obrigada.
Cameron a acompanhou até a porta e lá deu um abraço carinhoso e um beijo rápido; e viu sua amada sair apressada para entrar no carro. Foi comer e deitar-se ao lado da mãe. A enfermeira ainda fazia a dose para aplicar.
- Carrie deve gostar muito de você! - a enfermeira falou ainda preparando a injeção.
- Porque diz isso?
- Porque já a vi saindo com outras garotas, mas nunca a vi com esse olhar.
- Que olhar? - Carrie demonstrou curiosidade.
- Sabe aquele olhar entregue? Aquele sorriso bobo. E ainda vir até Nova Jersey só para ficar com alguém. - Cameron sorriu.
- E eu sou louca por ela. Por ela deixei de fazer. - silenciou-se
- De fazer strippe? Tudo bem! Todos temos um passado.
- Ela é uma mulher muito especial. Nunca conheci alguém tão boa quanto ela. Minha mãe é a governanta dela. Por isso sei das coisas. Caso esteja querendo saber como a conheço tão bem. - riram juntas. - Vou para o quarto de hóspedes.
Cameron ficou feliz ao ouvir aquelas palavras. Deitou-se ao lado de sua mãe e com ela ainda dormindo, a abraçou enquanto se cobria.
A noite foi calma, mesmo que Carrie tenha acordado algumas vezes para verificar como a mãe estava.
Pela manhã, Glória acordou, mas demonstrava fraqueza e não conseguia se levantar.
- Minha filha! Você dormiu aqui comigo?- sua voz ecoou fraca pelo quarto.
- Oi minha mãe. Sim! Queria ficar sentindo seu cheiro. - a garota cheirava a mão da mãe.
- Você ainda se lembra do cheiro?
- Nunca vou esquecer! - deu- lhe um beijo no rosto.
- Não está na hora de trabalhar? - sua voz fraca denunciava o estado em que se encontrava.
- Hoje estou de folga! Meu projeto está pronto. Carrie me deixou ficar em casa.
- Não abusa Dias! Não quero que perca o emprego.
- Fica tranquila mãe. Não estou. Vou levantar e fazer um café para nós.
- Tá bom. Cameron! Não me tira daqui. Não quero ir para o hospital.
- Pode deixar mãe. - falou com a voz embargada.
- Obrigada por tudo minha filha. Você é de ouro. Glória fez um carinho de leve no rosto da filha, a olhou por um instante, beijou-lhe a testa e lentamente, se cobriu. Virando- se para o lado, Cameron ligou a televisão para que sua mãe pudesse ouvir. Logo a enfermeira veio com nova injeção.
- Ela precisa mesmo disso? - a garota parecia aflita.
- Já conversamos sobre isso.
Novamente Cameron saiu em prantos. Levou um susto quando ouviu no rádio: Carrie Miller sai do armário. Vejam no site fotos dela e de sua namorada, uma garota de programa chamada Cameron.
Logo Carrie a telefona para lhe contar as “novidades”.
- Bom dia amor! Como está tudo por aí?
- Nada bem. Acabei de ouvir no rádio. - falou com voz de choro.
- Vi na tv, parece que nos seguiram ontem. Isso está saindo de controle. Que voz é essa?
- Minha mãe! Não sei o que fazer.
- Ela quer ficar em casa, prometi à ela. Estão falando de mim novamente, essas duas estão passando dos limites.
- Você quer dizer Susan e Jhennifer. Elas são sócias por contrato, não por porcentagem, e no contrato está escrito que elas podem levar os projetos que elas fecharam. Só não as tiro agora, porque elas podem levar embora o projeto da Costa Rica. Mas isso está passando dos limites.
- Hoje não tenho cabeça para pensar nisso, preciso cuidar da minha mãe. Nesse momento a enfermeira a chama para o quarto.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
HelOliveira
Em: 05/11/2025
Glória que triste tá chegando a hora de partir....
Cameron sofrendo por vários motivos...
Espero que a Carrie acabe com essas cobras..
A história está muito boa autora
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]